quarta-feira, 6 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- Daniel


DANIEL



DANIEL 1:1a - O livro de Daniel não foi de fato escrito posteriormente ao ano 170 a.C.?

PROBLEMA: Daniel contém uma quantidade incrível de detalhes concernentes aos reinos
gentílicos, partindo de Nabucodonosor, por volta de 605 a.C, até o império romano, cujo domínio se
iniciou cerca de 241 a.C. e que, sob o comando do general romano Pompeu, conquistou a Terra
Prometida em 63 a.C. Entretanto, eruditos conservadores têm mantido a posição de que este livro
foi escrito por Daniel no século V' a.C. Como Daniel poderia ter descrito todos esses dados tão
precisos de acontecimentos do futuro?
SOLUÇÃO: O livro de Daniel contém profecias sobrenaturais que partiram do tempo de Daniel, e
estenderam-se centenas de anos à frente (Dn2:7). Daniel 11 apresenta uma amplitude de detalhadas
profecias, que vão desde o reinado de Ciro, o Grande, ao reinado do anticristo, do milênio, e até ao
fim dos tempos e à eternidade. O registro do movimento de nações e de eventos é tão preciso, que
soa como se fosse um relato de fatos históricos do passado, narrados por uma testemunha ocular.
Entretanto, os eruditos conservadores fixam para o livro de Daniel uma data anterior a todos esses
eventos. O próprio livro reivindica ser uma previsão profética (cf. 9:24ss).
Para evitar a conclusão de que a profecia de Daniel foi decorrente de uma revelação
sobrenatural dada por Deus, eruditos da atualidade propuseram uma série de explicações, incluindo
uma datação posterior. Entretanto, a precisão histórica do registro feito por Daniel confirma ter sido
uma obra do século VI a.C, e a melhor conclusão é a de que o livro de Daniel é uma revelação de
Deus sobre eventos históricos que para o profeta estavam no futuro. Para nós, muitos deles ainda
hoje estão no futuro,

DANIEL 1:1b - A data da invasão de Nabucodonosor está em contradição com a que é citada
em Jeremias 46:2?

PROBLEMA: O livro de Daniel, em seu início, menciona que a invasão de Nabucodonosor
ocorreu no terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá. Entretanto, segundo Jeremias 46:2, a
invasão de Nabucodonosor aconteceu durante o quarto ano do reinado de Jeoaquim de Judá. Qual a
data correta?
SOLUÇÃO: Ambas as afirmações estão corretas. A diferença é decorrente do fato de haver dois
sistemas de calendários, e cada profeta usou um. Daniel empregou o calendário Tishri (por volta de
outubro), que era o primeiro mês do ano no calendário hebraico. Jeremias, cuja profecia era
referente à iminente invasão dos exércitos assírios, empregou o calendário dos assírios, que
destacava Nisan (por volta de abril) como o primeiro mês do ano.
Jeoaquim assumiu o trono no mês de Tishri em 609 a.C. O reconhecimento oficial do
primeiro ano de um rei começa no primeiro dia do ano novo, Tishri 1. Como Jeoaquim tornou-se rei
de Judá vários dias após o primeiro dia do ano novo, oficialmente o seu primeiro ano de reinado só
foi reconhecido no primeiro dia do ano seguinte. Para Daniel, isso significava que o primeiro ano
oficial de Jeoaquim somente teve início no primeiro dia de Tishri, quase um ano depois. Para
Jeremias, o primeiro ano de Jeoaquim começou oficialmente cerca de seis meses depois, no
primeiro dia de Nisan.
A invasão de Nabucodonosor aconteceu no verão de 605 a.C, entre os meses de Nisan e
Tishri. Isso significa que, de acordo com a contagem de Daniel, oficialmente era ainda o terceiro
ano do reinado de Jeoaquim; mas, segundo a contagem de Jeremias, já era o seu quarto ano como
rei de Judá.
Não há contradição alguma entre os dois relatos.

DANIEL 2:2 - Por que neste versículo Daniel se refere aos caldeus como um grupo de sábios,
se mais adiante ele os tem como um povo?

PROBLEMA: Quando Daniel se refere àqueles que Nabucodonosor convocou para interpretar o
seu sonho, ele os identifica como magos, astrólogos, feiticeiros e caldeus. Cada um desses era um
grupo de sábios, que assistiam como conselheiros de Nabucodonosor. Entretanto, em 5:30, Davi, ao
referir-se a Belsazar como rei dos caldeus, faz menção deles como um grupo étnico.
SOLUÇÃO: Isso não é uma contradição. Embora esses dois versículos empreguem a mesma
palavra, kasdim, ela tem dois usos distintos na língua hebraica. Pode referir-se a uma certa classe de
astrólogos, tal como ocorre em Daniel 2:2, mas pode referir-se também aos caldeus como um grupo
étnico, conforme Daniel 5:30.
Devido à sua passagem por várias línguas e culturas, o que originalmente começou com a
palavra sumeriana Gal-du, que era aplicada aos astrólogos e tinha o sentido de "senhor construtor",
por fim vfeio a se confundir com a palavra hebraica que descrevia um determinado povo, os caldeus
(kasdim). Conseqüentemente, Daniel emprega a mesma palavra com dois sentidos que eram usuais.

DANIEL 3:12 - Se Daniel era fiel a Deus, por que não se recusou a dobrar-se diante dessa
imagem, também?

PROBLEMA: No primeiro capítulo, Daniel e os três outros jovens recusaram-se a fazer qualquer
coisa que violasse sua consciência (cf. Dn 1:8ss). Entretanto, segundo Dn 3:12, apenas os três
jovens recusaram-se a dobrar-se perante aquela imagem. Por que Daniel também não se recusou a
praticar esse ato de idolatria?
SOLUÇÃO: Certamente ele teria se recusado a isso, se estivesse lá. Mas não há absolutamente
referência alguma quanto a Daniel estar presentes Como ele era um oficial do governo (cf. Dn
1:19), é possível que ele estivesse fora da capital, tratando de algum negócio, quando tal incidente
ocorreu. Sabemos com certeza que posteriormente (Dn 6) ele permaneceu firme em suas convicções
espirituais, mesmo sob a ameaça da morte. Assim, caso ele tivesse estado presente, podemos ter
certeza de que ele teria rejeitado participar de tal ato de idolatria.

DANIEL 5:1 - Como Daniel pôde dizer que o último rei da Babilônia foi Belsazar, se a história
registra que foi Nabonido?

PROBLEMA: Daniel 5 registra a queda da Babilônia e identifica o rei babilônico como Belsazar.
Entretanto, nem historiadores gregos nem babilônicos registram a existência de tal pessoa. Na
verdade, historiadores antigos relatam que o último rei do império babilônico foi Nabonido. Então o
registro de Daniel está errado?
SOLUÇÃO: O registro histórico de Belsazar feito por Daniel foi recentemente confirmado por uma
evidência arqueológica. Nabonido foi rei da Babilônia de 556 a 539 a.C. Entretanto, de acordo com
um documento em escrita cuneiforme, conhecido como "Relato Persa em Versos de Nabonido", no
terceiro ano do seu reinado, por volta de 553 a.C, Nabonido deixou a Babilônia, numa longa
viagem, deixando o governo nas mãos de seu filho primogênito, Belsazar. Quando Ciro derrotou a
Babilônia, Nabonido achava-se em Tema, no norte da Arábia. Como Belsazar era subordinado a
Nabonido, o seu nome foi esquecido, porque os historiadores antigos, tanto babilônicos como
gregos, referiam-se aos reinados oficialmente constituídos. O registro de Daniel foi assim
comprovado como sendo surpreendentemente preciso.

DANIEL 5:31 - Como o livro de Daniel pode ser inspirado se ele faz referência a um homem
que os eruditos modernos dizem que nunca existiu?

PROBLEMA: De acordo com Daniel 5:31, o reino de Belsazar caiu diante dos exércitos invasores,
e Dario, o medo, se apoderou dele. Entretanto, eruditos modernos rejeitaram a precisão histórica do
livro de Daniel. Eles argumentam que Dario, o medo, jamais existiu, uma vez que não há menção
de tal pessoa nos documentos antigos. Trata-se então de um erro no relato histórico de Daniel?
SOLUÇÃO: Assim como aconteceu com o registro histórico de Belsazar, que os eruditos
modernos tinham rejeitado até que a evidência arqueológica deu ganho de causa ao preciso relato de
Daniel, também nessa passagem Daniel registra a existência de um homem que outros historiadores
antigos omitem.
Alguns eruditos modernos declaram que o autor do livro de Daniel erroneamente considerou
que tinham sido os medos que conquistaram a Babilônia, em vez dos persas. Alegam que ele
confundiu Dario I, rei da Pérsia (521-486 a.C), com o conquistador da Babilônia, e identificou essa
pessoa como sendo Dario, o medo. Entretanto, não há por que presumir que o livro de Daniel esteja
incorrendo em erro. Dario, o medo, não é a mesma pessoa que Dario I da Pérsia. Ele era
subordinado a Ciro, o Grande. Textos cuneiformes referem-se a Dario, o medo, como Gubaru, que
foi designado por Ciro para governar toda a Babilônia. A tendência de negar a precisão histórica de
Daniel simplesmente por não haver no presente informações históricas que confirmem o registro
bíblico provém de preconceitos contra o sobrenatural, por parte desses eruditos modernos. O
registro histórico de Daniel comprovadamente tem se mostrado uma confiável fonte de informação.

DANIEL 10:1 - Daniel continuou até o primeiro ou o terceiro ano de Ciro?

PROBLEMA: Daniel 1:21 declara que "Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro". Mas
Daniel 10:1 diz que ele ainda estava lá até o "terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia".
SOLUÇÃO: A primeira passagem (Dn 1:21) não diz que Daniel não continuou a viver por mais
tempo. Ela simplesmente observa que ele viveu até aquele glorioso ano em que os judeus exilados
receberam permissão para voltar para a sua terra (cf. Ed 1:3). A segunda passagem (Dn 10:1)
observa que Daniel viveu ainda além daquele tempo.
Além disso, a palavra "continuou" pode dar a entender que ele reteve a sua posição no
governo ou que permaneceu na Babilônia. Embora ele ainda fosse vivo depois que Ciro assumiu o
reinado, isso não quer dizer que ele permaneceria necessariamente em seu posto nó governo
babilônico (cf. Dn 1:19), uma vez que os medos e persas haviam tomado o controle do país.

DANIEL 12:2 - A ressurreição será parcial ou universal?

PROBLEMA: Alguns textos das Escrituras deixam a impressão de que somente alguns serão
ressuscitados de entre os mortos. Daniel diz: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão"
(Dn 12:2). O NT com freqüência refere-se à ressurreição "de entre" (no grego, "ek") os mortos,
dando a entender que nem todos ressuscitarão (por exemplo, Lc 20:35; At 4:2; Rm 1:4; 1 Co 15:12).
SOLUÇÃO: Ocorrerão ambas: uma ressurreição parcial e mais tarde uma ressurreição completa.
Há dois tipos de ressurreição: a dos "justos" e posteriormente a ressurreição dos "injustos" (At
24:15). Primeiro, "os que tiverem feito o bem" ressuscitarão, e depois "os que tiverem praticado o
mal" (Jo 5:29).
João nos informa que essas duas ressurreições são separadas por "mil anos". A "primeira
ressurreição" é anterior aos mil anos (Ap 20:6). Esta é a ressurreição dos salvos, que "viveram e
reinaram com Cristo durante mil anos" (v. 4). Mas "os restantes dos mortos [os não-salvos] não
reviveram até que se completassem os mil anos (v. 5). Assim, a primeira ressurreição é parcial,
consistindo apenas dos salvos, e a segunda ressurreição completa o quadro, quando todos os
demais, isto é, os não-salvos, são também ressuscitados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem-vindo! Por favor, nada de ofensas, zombaria, blasfêmias, sejamos civilizados :)