quinta-feira, 7 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- João 1


JOÃO


 
JOÃO 1:1 - Jesus é Deus ou apenas um deus?

PROBLEMA: Os cristãos crêem que Jesus é Deus, e com freqüência citam essa passagem para
provar isso. Entretanto, as Testemunhas de Jeová traduzem esse versículo assim: "e o Verbo (Cristo)
era um deus", porque rio grego não há um artigo definido ("o") antes da última palavra.
SOLUÇÃO: No grego, quando o artigo definido é usado, normalmente e3e destaca o indivíduo e,
quando não, a referência é à natureza daquilo que é indicado. Assim, esse versículo poderia ser
traduzido "e o Verbo era da natureza de Deus". A completa deidade de Cristo tem o suporte não
somente no uso dessa mesma construção, em geral, mas também em outras referências a Jesus
como Deus, em João (cf. 8:58; 10:30; 20:28) e no restante do NT (cf. Cl 1:15-16; 2:9; Tt 2:13).
Além disso, alguns textos do NT usam o artigo definido e falam de Cristo como "o Deus".
Portanto, não importa se João empregou ou não o artigo definido - a Bíblia claramente ensina que
Jesus é Deus, não apenas um deus (cf. Hb 1:8).
E que Jesus é Jeová (Yahveh), isso está claro pelo fato de o NT atribuir a Jesus
características que no AT se aplicam somente a Deus (cf. Jô 19:37 e Zc 12:10).

JOÃO 1:18 - Por que João diz que ninguém jamais viu a Deus, se outros versículos declaram
que veremos a Deus?

PROBLEMA: Por um lado a Bíblia declara que ninguém pode ver a Deus, mas por outro ela diz:
"Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt 5:8). Diz também que os servos
do Senhor "contemplarão a sua face" (Ap 22:4) e ainda que "haveremos de vê-lo como ele
é"(ljp3:2).
SOLUÇÃO: Os versículos que ensinam que ninguém pode ver a Deus referem-se ao homem
mortal nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado esse privilégio (Êx 33:23). O homem mortal
não tem condições para ser exposto assim. Entretanto, o que o mortal não pode ver nesta vida, o
homem imortal verá na próxima vida (1 Co 13:12; Ap 22:4).
Isso é conhecido como a visão beatífica (bem-aventurada), e será o clímax espiritual do
crente ao ver a Deus face a face, ao conhecê-lo diretamente em sua essência e não meramente de
forma indireta, como reflexo através das coisas criadas (Rm 1:18-20).

JOÃO 1:18 - Somente Jesus é o Filho de Deus?

PROBLEMA: Jesus é chamado de "o Filho unigênito" (SBTB) nesse versículo. Contudo, num dos
versículos anteriores João nos informa de que pela fé podemos ser feitos "filhos de Deus" (1:12). Se
somos filhos de Deus, como Jesus pode ser o unigênito (o único Filho) de Deus?
SOLUÇÃO: Há uma gigantesca diferença entre os sentidos das expressões "Jesus é o Filho de
Deus" e "nós somos filhos de Deus". Primeiro, ele é o único Filho de Deus; eu sou apenas um filho
de Deus. Ele é o Filho de Deus com "F" maiúsculo; os seres humanos podem tornar-se filhos de
Deus somente com "f" minúsculo.
Jesus é o Filho de Deus pelo direito eterno de herança (Cl 1:15); nós somos filhos de Deus
apenas por adoção (Rm 8:15). Ele é o Filho de Deus porque é Deus por sua própria natureza (Jo
1:1), ao passo que nós tão-somente fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1:27) e refeitos "segundo a
imagem daquele" que nos criou, por meio da redenção (Cl 3:10).
Jesus é de Deus por sua própria natureza; nós apenas procedemos de Deus. Ele é divino pela
sua própria natureza, mas nós apenas participamos dela por meio da salvação (2 Pe 1:4). Podemos
ser co-participantes da natureza divina apenas no que diz respeito aos seus atributos morais (como
santidade e amor), não no tocante aos seus atributos não-morais (como infinidade e eternidade). Em
resumo, as diferenças são:
JESUS COMO                                 HOMENS COMO
O FILHO DE DEUS                          FILHOS DE DEUS


Filho natural                                             Filhos adotivos
Sem começo                                              Com começo
Criador                                                      Criatura
Deus por natureza                                     Não divinos por natureza

JOÃO 1:33 - João Batista conhecia Jesus antes do batismo dele, ou não?

PROBLEMA: Antes do batismo de Jesus, João disse categoricamente: "Eu não o conhecia".
Entretanto, em Mateus 3:13-14 João reconheceu Jesus antes de o batizar e disse: "Eu é que preciso
ser batizado por ti".
SOLUÇÃO: João pode ter conhecido Jesus antes do batismo somente pela reputação que ele tinha,
não por reconhecimento. Ou, talvez o conhecesse apenas por apresentação, mas não por
manifestação divina. Afinal de contas, Jesus e João Batista eram parentes entre si (Lc 1:36), muito
embora tivessem sido criados em lugares diferentes (Lc 1:80; 2:51).
Entretanto, embora João possa ter tido anteriormente algum contato familiar com Jesus, ele
nunca o conhecera como Jesus foi revelado em seu batismo, quando o Espírito desceu sobre ele e o
Pai falou-lhe do céu (Mt 3:16-17). O contexto indica que, até o seu batismo, realmente ninguém
conhecia Jesus da forma como Ele então seria "manifestado a Israel" (Jo 1:31).

JOÃO 1:37-49 - Os apóstolos foram chamados nesse tempo ou depois?

PROBLEMA: João registra que Jesus chamou André, Pedro, Filipe, Natanael e outro discípulo
nesse tempo. Entretanto, os outros Evangelhos registram que o seu chamado ocorreu bem depois
(cf. Mt 4:18-22; Mc 1:16-20; Lc 5:1-11). Quando eles foram chamados?
SOLUÇÃO: Essa primeira passagem nos mostra uma entrevista inicial de Jesus com aqueles
discípulos, não a sua chamada permanente. Em decorrência desse primeiro contato, eles
permaneceram com Jesus somente "aquele dia" (Jo 1:39), depois do que retornaram a seus lares e a
seu trabalho normal.
As outras passagens referem-se ao tempo em que eles deixaram o trabalho anterior que
possuíam e assumiram o ministério em tempo integral como discípulos de Cristo.

JOÃO 3:3 - Jesus ensinou a reencarnação, ao falar sobre "nascer de novo"?

PROBLEMA: Tradicionalmente os cristãos acreditam que a Bíblia não ensina a doutrina da
reencarnação (cf. Hb 9:27). Entretanto, muitos grupos usam esse versículo (J° 3:3) para defender
sua posição de que Jesus ensinou ser necessária a reencarnação.
SOLUÇÃO: O que Jesus está ensinando nessa passagem não é a reencarnação, mas a regeneração.
Vários fatos há que tornam isso bem claro. PHmeiro, a doutrina da reencarnação ensina que, depois
que a pessoa morre, ela entra em outro corpo mortal para viver nesta terra de novo; e que esse
processo se repete vez após vez, num ciclo praticamente interminável de nascimentos, mortes e
reencarnações. Se Jesus estivesse advogando a reencarnação, ele teria dito: "se alguém não nascer
de novo, e de novo, e de novo ..."
Segundo, a doutrina da reencarnação ensina que a pessoa morre vez após vez até alcançar a
perfeição (Nirvana). Entretanto, a Bíblia ensina claramente que "aos homens está ordenado
morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27).
Terceiro, nos versículos que seguem à sua palavra, Jesus explica o que ele quis dizer com
nascer de novo. Jesus disse: "Quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de
Deus" (Jo 3:5). Embora os comentaristas discordem a respeito do significado de "água" nesse
versículo (veja os comentários de João 3:5), todos eles concordam que esses versículos não têm
nada que ver com a reencarnação. Ser nascido de novo, então, é ser purificado de nossos pecados, e
receber a vida de Deus pelo Espírito de Deus (Rm 3:21-26; Ef 2:5; Cl 2:13).

JOÃO 3:5 - Esse versículo ensina que a regeneração é pelo batismo?

PROBLEMA: Jesus disse a Nicodemos que "quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus". Isso quer dizer que é necessário ser batizado para ser salvo?
SOLUÇÃO: O batismo não é necessário para a salvação (veja os comentários de Atos 2:38). A
salvação é pela graça, mediante a fé, e não por obras de justiça (Ef 2:8-9; Tt 3:5-6). Mas o batismo
é uma obra de justiça (cf. Mt 3:15). O que então Jesus queria dizer quando se referiu a "nascer da
água"? Há três modos principais de entender isso, dos quais nenhum envolve a regeneração por
meio do batismo.
Alguns crêem que Jesus está falando da água do ventre materno, já que "o ventre materno"
acabava de ser mencionado no versículo anterior. Sendo assim, ele estaria então dizendo: "Quem
não nascer uma vez da água (no nascimento físico) e então de novo do Espírito, no nascimento
espiritual, não pode ser salvo".
Outros consideram que "nascer da água" refere-se à "lavagem de água pela palavra" (Ef
5:26). Eles observam que Pedro refere-se a sermos "regenerados [nascidos de novo] ... mediante a
palavra de Deus" (1 Pe 1:23), referindo-se assim exatamente à mesma coisa que João aborda nesses
versículos (cf. Jo 3:3,7).
Ainda outros pensam que "nascer da água" refere-se ao batismo de João mencionado
anteriormente (Jo 1:26). João disse que ele batizava com água, mas que Jesus batizaria com o
Espírito Santo (Mt 3:11), dizendo: "arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2).
Se é esse o significado, então quando Jesus disse que eles teriam de "nascer da água e do Espírito"
(Jo 3:5), ele queria dizer que os judeus de então teriam de ser batizados com o batismo do
arrependimento por João e também que mais tarde teriam de ser batizados com o batismo do
Espírito Santo, para que então pudessem "entrar no reino de Deus".

JOÃO 3:13 - Como pôde Jesus dizer que ninguém subiu ao céu, se Elias subiu?

PROBLEMA: Jesus declarou nesse texto que "ninguém subiu ao céu ..." Entretanto, o AT registra
a ascensão de Elias ao céu num carro de fogo (2 Rs 2:11).
SOLUÇÃO: Nesse contexto, Jesus está demonstrando o seu conhecimento superior acerca das
coisas celestiais. Em essência ele está dizendo: “Nenhum outro ser humano pode falar com base
num conhecimento de primeira-mão acerca dessas coisas, como eu posso, já que descido ". Ele está
declarando que ninguém subiu ao céu para trazer de volta a mensagem que ele trouxe. De forma
alguma ele está negando que qualquer outra pessoa esteja no céu, como Elias ou Enoque (Gn 5:24).
Não, Jesus está simplesmente declarando que ninguém na terra foi ao céu e depois retornou com
uma mensagem tal como a que Ele lhes dava.

JOÃO 3:17 - Jesus veio julgar o mundo ou não?

PROBLEMA: De acordo com esse versículo, "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". E depois acrescentou: "eu a ninguém
julgo" (Jo 8:15; cf. lí:47). Entretanto, em outras passagens, Jesus reivindicou ter "autoridade para
julgar, porque é o Filho do Homem" (Jo 5:27). De fato, ele alé mesmo disse: "Eu vim a este mundo
para julgamento" (Jo 9:39, NVI) e "o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento"
(Jo5:22).
SOLUÇÃO: Esses versículos referem-se a diferentes contextos e expressam diferentes
significados. Em geral, as referências a Jesus sentado julgando a raça humana dizem respeito à sua
segunda vinda (veja Ap 19-20), ao passo que os versículos que dizem que ele não veio para julgar,
mas p4ra salvar, têm em vista a sua primeira vinda. Às vezes Jesus está simplesmente falando
acerca de não agir como um juiz deste mundo durante a sua vida na terra. Foi assim no caso da
resposta que ele deu ao homem que queria que ele arbitrasse uma herança familiar: "Homem, quem
me constituiu juiz ou partidor entre vós?" (Lc 12:14).
Outra diferença que esclarece algumas dificuldades é encontrada entre o real propósito da
vinda de Cristo (para salvar os que crêem) e o efeito resultante disso (julgar aqueles que não
crerem). A sua afirmativa – “Eu vim a este mundo para julgamento" (Jo 9:39, N VI) - parece
enquadrar-se nesta última categoria (cf. v. 40).

JOÃO 4:26 - Por que Jesus confessou ser o Messias, mas evitou fazê-lo 
em outras ocasiões?

PROBLEMA: Nos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Jesus parecia fazer todo o
possível para evitar ter de dizer que ele era o Messias judaico. Ele preferia perguntar aos seus
discípulos em particular (Mt 16:13), e às vezes exortava as pessoas que descobriam isso a "não
dizer a ninguém" (veja os comentários de Mateus 16:20). Contudo, a mulher samaritana disse: "eu
sei... que há de vir o Messias, chamado Cristo" (Jo 4:25). Jesus prontamente respondeu, sem que
ninguém o forçasse: "Eu o sou, eu que falo contigo" (v. 26).
SOLUÇÃO: Jesus estava em Samaria, não na Judéia. Os judeus dos dias de Jesus tinham um
conceito distorcido a respeito do Messias, ou seja, tinham-no como alguém que os libertaria da
opressão política de Roma. Nesse contexto, Jesus era bem mais cauteloso, encobrindo um pouco
suas reivindicações, de forma a fazer com que os seus discípulos gradualmente fossem tendo um
conceito mais espiritual daquele que vinha para redimir o seu povo (cf. Lc 19:10; Jo 10:10).
De fato, este é o motivo por que Jesus falou com tanta freqüência por parábolas, de forma
que aqueles que estavam buscando verdadeiramente entenderiam, mas aqueles que tinham um falso
conceito ficariam confusos (veja Mt 13:13). E por isso que, quando realizava milagres, algumas
vezes ele exortava a pessoa a não contar a ninguém, porque não queria ser abordado por uma
multidão de curiosos.
Com efeito, Jesus repreendeu aqueles que, vendo-o multiplicar os pães, quiseram fazê-lo rei
(Jo 6:15), declarando-lhes que eles o seguiam "não porque vistes sinais, mas porque comestes dos
pães e vos fartastes" (v. 26). Entretanto, em Samaria, onde esse falso conceito judaico de um
libertador político do domínio romano, que podia alimentar as multidões, não prevalecia, Jesus não
hesitou em declarar que de fato ele era o verdadeiro Messias. Além disso, ele disse isso apenas a
uma mulher samaritana, particularmente, não às multidões de judeus na Judéia.
Não obstante, Jesus declarou ser o Messias em público também, na Judéia e perante os
judeus. Entretanto, geralmente sua declaração era mais encoberta, procurando fazer com que eles
mesmos viessem a descobrir quem ele era. Todavia, quando a situação não era nada boa, e tornouse
necessário que Ele se declarasse diante do sumo sacerdote, Jesus explicitamente respondeu à
pergunta: "És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?" com a declaração: "Eu sou [o Cristo]" (Mc
14:61-62; cf. Mt 26:64; cf.Lc 22:70).

JOÃO 5:28-29 - Jesus advoga a salvação pelas obras?

PROBLEMA: Jesus diz que vem a hora em que as pessoas em seus túmulos "ouvirão a sua voz e
sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal,
para a ressurreição do juízo" (Jo 5:29). Isso parece estar em clara oposição à salvação pela graça
(cf. Ef 2:8-9).
SOLUÇÃO: Primeiro, Jesus não crê na salvação por obras. No início do Evangelho, João
escreveu: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem
da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:12-13). Jesus disse em João 3:16-18:
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê
no nome do unigênito Filho de Deus.
Além disso, em João 5:24, Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida". Essas passagens deixam bem claro que Jesus não ensinou a salvação pelas
obras.
Segundo, a referência que Jesus fez a boas obras em João 5:28-29 é a respeito das obras que
ocorrem depois da salvação pela fé. Para ser salvo, precisa-se da graça de Deus (Ef 2:8-9), mas a fé
autêntica expressa-se por meio das boas obras (v. 10).
O apóstolo Paulo, referiu-se, em Romanos, a algo bastante semelhante ao que Jesus dissera
em João 5:28-29. Ele disse que Deus "retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida
eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e
indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça" (Rm 2:6-8). Mas
Paulo escreveu também: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus" (Ef 2:8).
Na passagem de Romanos, ele não está falando de quem obtém a vida eterna pela fé, mas da
pessoa que demonstra essa vida por meio de suas boas obras. Em Efésios, Paulo está falando que
ninguém pode ser salvo por obras anteriores à salvação. (Veja também os comentários de Tg2:21.)
Assim, Jesus não contradiz a si mesmo nem ao resto das Escrituras no que concerne à
questão da salvação. Aqueles que recebem a ressurreição da vida demonstraram a sua fé salvadora
por meio de suas obras.

JOÃO 5:31 - O testemunho que Jesus deu de si mesmo era verdadeiro ou falso?

PROBLEMA: Em João 8:14, Jesus disse: "Ainda que eu dou testemunho de mim mesmo, o meu
testemunho é verdadeiro" (R-IBB). Mas em João 5:31, ele parece dizer o oposto, a saber: "se eu
testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro".
SOLUÇÃO: Há dois modos de entender esse versículo: hipotética ou fatualmente. Na primeira
interpretação, Jesus está dizendo em essência: "Mesmo que você não aceite o meu testemunho a
meu respeito, você deve aceitar o de João Batista, em cujo ministério você se regozijou" (cf. 5:32).
Outros tomam o versículo como sendo declarativo, não hipotético, afirmando que ambos os
textos são verdadeiros, mas com sentidos diferentes. Isto é, tudo o que Jesus disse era de fato
verdade, mas oficialmente só seria considerado verdade se fosse verificado por "duas ou três
testemunhas"(Dt 19:15).
Desde que Jesus era a "verdade" encarnada (Jo 14:6), tudo o que disse era verdade.
Entretanto, como ele tem como objetivo estabelecer as suas reivindicações nos judeus, Jesus
observa que eles não precisam aceitar tão-somente as suas palavras, mas também o testemunho das
Escrituras e o do Pai. A diferença entre essas duas passagens pode ser esquematizada como segue:
O TESTEMUNHO DE JESUS              O TESTEMUNHO DE JESUS
ERA VERDADEIRO                           NÃO ERA VERDADEIRO


Fatualmente                                                Oficialmente
Pessoalmente                                               Legalmente
Em si mesmo                                                Para os judeus

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