quarta-feira, 6 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- Mateus 3

 MATEUS 3


MATEUS 12:40 (cf. Jo 19:14) - Se Jesus foi crucificado na sexta-feira, como pôde ele passar
três dias e três noites na sepultura?

PROBLEMA: Cristo ressuscitou no domingo (Mt 28:1), mas ele afirmara que "passaria três dias e
três noites no coração da terra". Se Cristo foi crucificado na sexta-feira, como poderia ele passar
três dias e três noites na terra e ressurgir no domingo, apenas dois dias depois?
SOLUÇÃO 1: Alguns eruditos crêem que Jesus permaneceu na sepultura o período completo de
três dias e três noites (72 horas), tendo sido crucificado na quarta-feira. Eles oferecem o seguinte,
em apoio a este ponto de vista:
Primeiro, insistem em que esse é o significado literal da expressão "três dias e três noites".
Segundo, salientam que, se Jesus tivesse sido crucificado na sexta-feira, não haveria explicação para
o que ele fez na quarta-feira. Todos os outros dias são explicados. Terceiro, a Páscoa não era num
dia fixo (na sexta-feira), mas variava.
SOLUÇÃO 2: A maioria dos eruditos bíblicos acredita que Jesus foi crucificado na sexta-feira.
Consideram que a expressão "três dias e três noites" é uma figura de linguagem hebraica que se
referia a uma parte desse período. Em defesa de sua posição, eles apresentam o seguinte:
Primeiro, a expressão "três dias e três noites" não significa necessariamente três períodos
completos de 24 horas. A referência do salmista ao meditar "de dia e de noite" (SI 1:2) na Palavra
de Deus não significa ter de ler a Bíblia durante todo o dia e toda a noite.
Segundo, está claro no livro de Ester que a expressão "três dias e três noites" não tem o
sentido de 72 horas, pois embora eles tenham jejuado por três dias e noites (4:16), que foi o tempo
desde que começaram com o jejum até o momento em que Ester se apresentou perante o rei, a
passagem afirma que Ester apareceu diante do rei "ao terceiro dia" (5:1). Se eles começaram o
jejum na sexta-feira, então o terceiro dia seria o domingo. Portanto, "três dias e três noites" tem de
se referir a uma parte do período de três dias e três noites.
Terceiro, Jesus empregou a expressão "no terceiro dia" para descrever o tempo da sua
ressurreição, depois da crucificação (Mt 16:21; 17:23; 20:19; cf. 26:61). "No terceiro dia", porém,
não quer dizer "após três dias", que exige o total de 72 horas, mas pode ser entendida como
referindo-se a um número de horas dentro do período de três dias e noites.
Quarto, essa posição encaixa-se melhor com a ordem cronológica dos eventos tal como
registrada em Marcos (cf. 14:1), bem como com o fato de ter Jesus morrido no dia da Páscoa (sextafeira),
para cumprir com as condições de ser o nosso Cordeiro pascal (1 Co 5:7 cf. Lv 23:5-15). As
duas posições podem ser comparadas como se segue:
A ÚLTIMA SEMANA ANTES DA CRUCIFICAÇAO
Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Crucificação
na
quartafeira:
Posição
Reconstruída”
Chegada
em
Betânia
Festa
em
Betânia
Jo 12:1
Dia em
que o
Cordeiro
pascal era
tomado
Êx 12:3
Entrada
triunfal
Amaldiçoando
a
figueira
Censura
os líderes
judeus
Sermão
do monte
das
Oliveiras
Jesus
morreu
Dia da
preparação
da
páscoa
Um
Shabbath
Primeiro
mês
judaico
(março/
abril)
9 de
Nisan
10 de
Nissan
11 de
Nissan
12 de
Nissan
13 de
Nissan
14 de
Nissan
15 de
Nissan
16 de
Nissan
17 de
Nissan
18 de
Nissan
Quinta-feira dia e noite
Sexta-feira dia e noite
Sábado dia e noite
Mt 12:40
O CORPO DE JESUS NO TÚMULO
Crucificação
na
sextafeira
Posição
tradicional
6 dias
antes da
páscoa”
No dia
seguinte”
Jo 12:12
Pela
manhã”
Mc 11:12
No dia
seguinte”
Mc 11:20
Dali a
dois
dias”
Mc 14:1
Logo
pela
manhã”
Mc 15:1
O
sábado
passou”
Mc 16:1
Festa em
Betânia
Os judeus
planejam a
morte de
Jesus
Jo 12:8-11
Entrada
triunfal
em
Jerusalém.
Ele
chorou
pela
cidade.
Lc 19:41
A
figueira é
amaldiçoada.
Mc 14:11
Purificação
do
templo.
Mc
11:15-18
Recebe
louvor de
crianças.
Mt
21:14-16
A
figueira
está
morta.
Mc 11:20
Censura
aos
líderes
judeus
Sermão
do monte
das
oliveiras.
Mc 13:1
Envia
Pedro à
cidade.
Lc 22:7-
13
Última
ceia.
Mc
14:12
Getsemani.
Mc
14:32
É preso.
Mc
14:48-52
Julgamento
Crucificação
Sepultamento
Jo 19:38-
42
Ressurreição
O CORPO DE JESUS NO TÚMULO

MATEUS 13:12 - Deus não é injusto por dar aos que já têm?

PROBLEMA: Deus é apresentado na Bíblia como justo e imparcial (Rm 2:11; Gn 18:25). Jesus,
sendo Deus encarnado, foi colocado na posição de ser exemplar, com uma moral perfeita (Hb 4:15).
Contudo, nessa passagem, Jesus disse que tiraria de quem "não tem" e daria "ao que tem". O que
seria mais injusto?
SOLUÇÃO: "Dar a quem tem e tirar de quem não tem" é uma palavra proverbial usada por Jesus
nesse contexto que quer dizer que quando ele falou por meio de parábolas (Mt 13:10), aqueles que
pensavam que tinham alguma percepção quanto ao reino ficaram com um menor entendimento,
porque ficaram mais confusos. A incredulidade deles causou a sua confusão, de forma que eles
"vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem" (v. 13). Por outro lado, aqueles que receberam as
palavras de Jesus (ou seja, os seus discípulos) passaram a ter até mesmo um maior entendimento do
que tinham antes.


MATEUS 13:31-32 - Jesus não cometeu um erro, quando se referiu ao grão de mostarda como
sendo a menor de todas as sementes?

PROBLEMA 1: Jesus disse que a semente de mostarda é "a menor de todas as sementes".
Contudo, hoje sabemos que a semente de mostarda não é absolutamente a menor semente que
existe. Alguns acham que Jesus estaria falando da semente de mostarda preta. Porém, ainda essa
não é a menor de todas as sementes.
SOLUÇÃO 1: Jesus não estava se referindo a todas as sementes existentes no mundo, mas apenas
àquelas que os fazendeiros palestinos de então semeavam em seus campos. Isso está claro pela
frase: "que um homem tomou e plantou no seu campo". E é um fato que a semente de mostarda era
a menor de todas as sementes que o fazendeiro judeu do primeiro século semeava em seu campo.
Assim, não há contradição alguma entre a ciência e as Escrituras. O que Jesus disse era literalmente
verdadeiro no contexto em que ele falou.
PROBLEMA 2: Alguns dizem que um pé de mostarda não pode crescer a ponto de poder aninhar
pássaros, e muito menos chegar a se tornar uma árvore.
SOLUÇÃO 2: Isso não é verdade, porque é comprovado que alguns pés de mostarda crescem a
ponto de se tornarem árvores com cerca de três metros de altura. É certo que com esse tamanho
uma árvore tenha espaço suficiente para que aves se aninhem nela (Mt 13:32).

MATEUS 13:34 - Jesus sempre falou por meio de parábolas, ou não?

PROBLEMA: Esse texto afirma categoricamente que "sem parábolas nada [Jesus] lhes dizia".
Contudo, Jesus proferiu todo o Sermão do Monte (Mt 5-7) sem fazer uso de nem uma única
parábola.
SOLUÇÃO: Há dois fatores a respeito desse ponto, que precisam ser considerados: um explícito e
outro implícito. Primeiro, Mateus 13:34 afirma que Jesus falou essas coisas "às multidões", sendo
que o Sermão do Monte foi proferido para os seus "discípulos"(Mt 5:1-2; cf. Lc 6:20), muito
embora as multidões aparentemente o tenham ouvido também (cf. Mt 7:28). Além disso, essa
referência pode aplicar-se apenas ao que Jesus estava fazendo naquela hora, e não a todas as
ocasiões. O texto não diz que ele sempre, em todas as ocasiões, somente falaria às multidões por
parábolas. Contudo, essa interpretação é possível, já que ternas apenas um registro limitado do que
Jesus falou (cf. Jo 21:25).

MATEUS 13:55 - Maria foi sempre virgem, ou teve ela outros filhos depois do nascimento
virginal de Jesus?

PROBLEMA: O Catolicismo Romano ensina que Maria sempre foi virgem, isto é, que ela nunca
praticou uma relação sexual, mesmo depois que Jesus nasceu. Quando a Bíblia se refere então aos
"irmãos e irmãs" de Jesus (Mt 13:55-56), na verdade ela está se referindo a primos ou a parentes
próximos?
SOLUÇÃO: É verdade que as palavras para irmão e irmã podem referir-se a um parente próximo.
O sentido, porém, tem de ser determinado pelo contexto e por outros textos das Escrituras. E no
caso dos irmãos e irmãs de Jesus, o contexto indica que se trata realmente dos meios-irmãos e
meias-irmãs de Jesus.
Primeiro, em parte alguma a Bíblia afirma a doutrina da perpétua virgindade de Maria. Tal
como a doutrina católica de que Maria nunca pecou (veja os comentários de Lucas 1:46), não há em
toda a Bíblia nada que suporte esse ensino.
Segundo, quando o termo "irmãos e irmãs" é empregado em conjunto com "pai" ou "mãe",
então o sentido não é o de primos e primas, mas sim de irmãos e irmãs mesmo (cf. Lc 14:26). Tal é
o caso a respeito das menções dos irmãos e irmãs de Jesus. Mateus 13:55 diz: "Não é este o filho do
carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?" (cf. Mc 6:3).
Terceiro, há outras referências na Bíblia aos irmãos de Jesus. João nos informa de que "nem
mesmo os seus irmãos criam nele" (Jo 7:5). E Paulo fala de "Tiago, o irmão do Senhor" (Gl 1:19).
Em outra ocasião Marcos refere-se a "sua [de Jesus] mãe e seus irmãos" (Mc 3:31). João falou de
"sua mãe, seus irmãos e seus discípulos" (Jo 2:12). Lucas menciona que estavam no cenáculo
"Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de e" (At 1:14).

MATEUS 16:16 - Por que esse registro da confissão de Pedro difere dos registros de Marcos e
Lucas?

PROBLEMA: A confissão de Pedro sobre quem é Cristo, feita em Cesaréia de Filipe, apresenta-se
diferentemente nos três evangelhos:
Mateus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."
Marcos: "Tu és o Cristo" (8:29).
Lucas: "És o Cristo de Deus"(9:20).
Se a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, por que há três relatos diferentes sobre o que Pedro
disse? O que ele realmente disse?
SOLUÇÃO: Há várias razões pelas quais diferem os registros sobre o que Pedro disse, nos
Evangelhos. Em primeiro lugar, Pedro provavelmente falou em aramaico, ao passo que os
Evangelhos foram escritos em grego. Portanto, algumas variações podem vir naturalmente como
decorrência da tradução diferente de algumas palavras. Em segundo lugar, os escritores dos
Evangelhos às vezes parafraseavam, dando a essência do que tinha sido dito, de forma semelhante à
dos jornalistas da atualidade. Em terceiro lugar, o autor pode ter selecionado e abreviado o que foi
dito para que isso se enquadrasse melhor no tema do seu livro ou na ênfase que procurava dar.
O que é importante observar é que os autores dos Evangelhos nunca criaram essas coisas;
antes, eles as relataram. Além disso, os seus relatos estavam de acordo com os procedimentos
normais dos jornalistas daquela época (e ainda dos de hoje), e, quando há múltiplos relatórios, todos
eles dão a essência do que foi dito. Por exemplo, todos os três fazem a referência de que Pedro
confessou Jesus como sendo "o Cristo de Deus". Às vezes, todos os relatos podem ser postos juntos
como um todo, formando o que podem ter sido as palavras originais do relato de Pedro. É possível
que Pedro tenha dito exatamente o que Mateus relatou, e é bem provável que os outros tenham
relatado apenas as partes importantes daquela confissão de Pedro, como ilustrado a seguir:
Mateus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."
Marcos: "Tu és o Cristo, [o Filho do Deus vivo]."
Lucas: "[Tu] és o Cristo, [o Filho] de [o] Deus [vivo]."

MATEUS 16:18 - Pedro é a rocha sobre a qual a igreja é construída?

PROBLEMA: Os católicos romanos usam esta passagem como base da sua crença na supremacia
de Pedro, isto é, que ele é a rocha sobre a qual a Igreja é construída. Mas Paulo disse que a igreja é
construída em Cristo, não em Pedro (1 Co 3:11). Será que Pedro é a "rocha" nessa passagem?
SOLUÇÃO: Há diferentes modos de se entender essa passagem, mas nenhum deles dá suporte à
posição católica romana quanto a ser a igreja construída sobre São Pedro, que veio a ser o primeiro
papa - infalível em todos os seus pronunciamentos oficiais em questões de fé e de doutrina. Isso é
evidente por muitas razões. Em primeiro lugar, Pedro era casado (Mt 8:14), e os papas não se
casam. Se o primeiro papa pôde ser casado, questiona-se então o pronunciamento posterior
proibindo o casamento de todo sacerdote (inclusive do papa).
Em segundo lugar, Pedro não era infalível em suas visões quanto à v da cristã. Até mesmo
Paulo teve de adverti-lo quanto à sua hipocrisia, porque ele não procedia "corretamente segundo a
verdade do Evangelho" (Gl 2:14).
Em terceiro lugar, a Bíblia claramente afirma que Cristo é o fundamento da igreja cristã,
insistindo que "ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus
Cristo" (1 Co 3:11).
Em quarto lugar, a respeito do único sentido em que Pedro desempenhou um papel de
fundamento da igreja, isso ele compartilhou com todos os demais apóstolos, que também tiveram
esse papel. Pedro não foi o único. Nesse sentido, Paulo declarou que a igreja é edificada "sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Jesus Cristo, a pedra angular" (Ef 2:20). De
fato, a Igreja primitiva perseverou com firmeza na "doutrina dos apóstolos" [não na de Pedro
somente] (At 2:42). Até mesmo "as chaves do reino dos céus", que foram dadas a Pedro (Mt 16:19),
foram dadas também a todos os discípulos (cf. Mt 18:1,18).
Em quinto lugar, não há indicação alguma de que Pedro tenha sido o chefe da igreja
primitiva. Quando o primeiro concilio reuniu-se em Jerusalém, Pedro apenas teve a função de
introduzir o assunto (At 15:6-11). T ago parece ter tido uma posição mais importante, assumindo a
reunião, dando o seu parecer e fazendo o pronunciamento final (cf. At 15:13-21). Em nenhum
evento Pedro é referido como sendo "coluna" da Igreja. Ao contrário, Paulo fala de "colunas" (no
plural), tais como "Tiago, Cefas e Jadão" (Gl 2:9). Pedro (aqui chamado de Cefas) nem mesmo foi
o primeiro citado entre as colunas.
Em sexto lugar, muitos intérpretes evangélicos acreditam que a referencia de Jesus a "esta
pedra" (Mt 16:18), sobre a qual sua Igreja seria construída, era para o firme (como uma rocha)
testemunho de Pedro de que Jesus era "o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16). Mas mesmo que
essa pedra refira-se a Pedro (Petros, pedra), o que é certamente uma possível interpretação, ele seria
apenas uma pedra no fundamento apostólico da Igreja (Mt 16:18), não é a rocha. Nem ainda ele
seria a única pedra apostólica. Até mesmo o próprio Pedro admitiu que Cristo é "a principal pedra,
angular" (1 Pe 2:7), e Paulo observa que os outros apóstolos são todos partes desse "fundamento"
(Ef 2:20).

MATEUS 16:20 - Por que Jesus instruiu os seus discípulos que não dissessem a ninguém ser
ele o Cristo?

PROBLEMA: Jesus comissionou os seus discípulos: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações" (Mt 28:19). Todavia, vez após vez, durante todo o seu ministério, Jesus insistiu com os seus
seguidores que "a ninguém dissessem ser ele o Cristo" (cf. Mt 8:4; 16:20; 17:9; Mc 7:36; 8:30; 9:9;
Lc 5:14; 8:56; 9:21). Isso não contradiz sua grande comissão?
SOLUÇÃO: Esse problema é facilmente resolvido se certas coisas forem lembradas. Primeiro,
com freqüência havia uma condição estabelecida ou implícita para essa ordem de Jesus, de que não
deveriam falar a ninguém. Em certa ocasião Jesus disse claramente a seus discípulos "que não
divulgassem... até ao dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos" (Mc 9:9; cf. Mt
17:9). Não há contradição entre isso e o seu pronunciamento para proclamarem a todo o mundo,
feito depois que ele ressurgiu dentre os mortos (em Mt 28:19).
Segundo, às vezes Jesus estava simplesmente tentando manter controle sobre as multidões,
de forma a poder continuar com o seu ministério. Marcos escreve: "Mas lhes ordenou que a
ninguém dissessem; contudo, quanto mais recomendava, tanto mais eles o divulgavam" (Mc 7:36).
De igual modo, Lucas relata que imediatamente depois de Jesus ter instruído o leproso que fora
curado que "a ninguém o dissesse" (Lc 5:14), "o que se dizia a seu respeito cada vez mais se
divulgava ... ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava"(vv. 15-16).
Finalmente, Jesus não queria exibir em público o que ele dizia ser como Messias, em
especial entre os judeus, porque eles tinham uma falsa expectativa: esperavam um redentor político,
que os libertaria do jugo de Roma (veja os comentários de João 4:26). Em certa ocasião, eles até
mesmo quiseram fazê-lo rei pela força, por causa dos sinais que Jesus fizera (veja Jo 6:14-15).
Desde que esse não era o seu propósito, ele se retirava do meio deles, pois o seu propósito era
morrer na cruz (Mc 10:45 ejo 10:10,15).


MATEUS 16:28-Jesus não cometeu um erro a respeito dos discípulos, ao dizer que o reino
viria durante o período de suas vidas?

PROBLEMA: Jesus disse a seus discípulos que alguns deles não veriam a morte até que o vissem
vindo no seu reino. Contudo, durante a vida dos apóstolos, Jesus nunca retornou para estabelecer o
seu reino.
SOLUÇÃO: Essa é uma questão de quando o fato iria acontecer, não de que se iria acontecer ou
não. Há três soluções possíveis.
Alguns sugeriram que essa poderia ser uma referência ao dia de Pentecostes, quando o
Consolador de Cristo, o Espírito Santo, descesse sobre os apóstolos. No Evangelho de João (14:26),
Jesus promete enviar o Espírito Santo e, no início de Atos (1:4-8), ele os conclama a não deixarem
Jerusalém até que recebam o Espírito Santo. Mas isso dificilmente se enquadra com a descrição de
ver Cristo vindo em seu reino (Mt 16:28).
Outros crêem que isso poderia ser uma referência à destruição de Jerusalém e do templo, o
que ocorreu no ano 70 a.D. Isso significaria que Ele voltaria para trazer juízo sobre a cidade que o
rejeitara e que o crucificara. Embora essa seja uma explicação possível, ela parece não levar em
conta o fato de que a volta de Jesus é para os crentes (os "que aqui se encontram"), não
simplesmente uma volta em juízo sobre os incrédulos. Nem ainda o juízo sobre Jerusalém no ano
70 a.D. corresponde adequadamente à expressão "até que vejam vir o Filho do Homem no seu
reino" (v. 28), que é uma frase que tem algo que ver com a sua segunda vinda (cf. 26:64). Também
não explica por que Jesus não apareceu no ano 70.
Uma terceira e mais plausível explicação é que essa é uma referência à aparição de Cristo
em sua glória no Monte da Transfiguração, cujo relato começa precisamente no versículo seguinte
(17:1). Nessa passagem Cristo aparece literalmente numa forma glorificada, e alguns dos seus
apóstolos lá estão para testemunhar o que aconteceu, a saber, Pedro, Tiago e João. Essa experiência
da transfiguração certamente foi apenas um antegozo da sua segunda vinda, quando todos os
crentes o verão, vindo em poder e grande glória (cf. At 1:11; Ap 1:7).

MATEUS 19:16-30 (cf. Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) - Já que Jesus era Deus, por que ele parece
ter admoestado o jovem rico por este tê-lo chamado de bom?

PROBLEMA: O jovem rico chamou Jesus de "Bom Mestre" (Mt 19:16, SBTB; Mc 10:17; Lc
18:18), e Jesus o admoestou, dizendo: "Por que mç chamas bom? Não há bom senão um só, que é
Deus" (v. 17, SBTB). Contudo, em outras ocasiões Jesus não apenas reivindicou ser Deus (Mc 2:8-
10; Jo 8:58; 10:30), mas também aceitou a declaração que outros fizeram de ser ele Deus (Jo 20:28-
29). Por que ele parece estar negando ser Deus ao jovem rico?
SOLUÇÃO: Jesus não negou ser Deus ao jovem rico. Ele simplesmente pediu-lhe que examinasse
as implicações do que estava dizendo. Com efeito, Jesus estava dizendo-lhe: "Você percebe o que
está implícito quando você me chama de bom? Você está dizendo que eu sou Deus?"
O jovem não percebeu as implicações do que ele estava dizendo. Dessa forma Jesus o estava
forçando a um dilema bastante desconfortável. Ou Jesus era bom e Deus, ou ele era mau e homem.
Um bom Deus ou um mau homem, mas não simplesmente um bom homem. Essas são as reais
alternativas a respeito de Cristo. Pois nenhum homem bom declararia ser Deus, não o sendo.
Aquele Cristo liberal, que era apenas um bom mestre da moral, mas não Deus, não passa de uma
ficção criada pela imaginação humana.

MATEUS 19:21 - Devem então os crentes vender tudo o que têm, e distribuir o dinheiro?
(Veja os comentários de 1 Timóteo 6:17-18.)

MATEUS 19:26 - Há alguma coisa impossível para Deus?

PROBLEMA: De acordo com este versículo, "para Deus tudo é possível". Contudo, Hebreus 6:18
declara que impossível que Deus minta".
SOLUÇÃO: O contexto em Mateus indica que Jesus está falando sobre o que é humanamente
impossível, ao passo que Hebreus nos informa de que algumas coisas (como, por exemplo, mentir)
são realmente impossíveis para Deus. Observe que, na frase precedente, Jesus disse: "isto é
impossível aos homens", indicando que ele estava falando acerca do que é humanamente
impossível, mas possível para Deus. Entretanto, há algumas coisas que Deus mesmo não pode
fazer. Por exemplo, ele não pode fazer nada que esteja em contradição com a sua natureza, como
por exemplo cessar de ser Deus, ou deixar de ser santo, ou fazer algo que seja logicamente
impossível (como fazer um círculo quadrado ou forçar alguém a amá-lo por sua livre vontade).
Deus não pode fazer uma pedra tão grande que ele não consiga levantá-la, pois o que é criado não
pode ser maior do que o Criador. Entretanto, Deus pode fazer qualquer coisa que seja possível fazer.
Ele é todo-poderoso (onipotente), o "El Shadai" (cf.Jó 5:17; 6:14; 42:2).

MATEUS 20:lss - Os galardões são iguais para todos, ou diferem em grau?

PROBLEMA: Jesus contou uma parábola do seu reino, na qual cada servo recebeu o mesmo
pagamento, ainda que cada um tivesse trabalhado um número diferente de horas. Todavia, em
outras partes, a Bíblia fala de diferentes graus de recompensa pelo trabalho no reino de Deus (cf. 1
Co 3:11-15; 2 Co 5:10; Ap 22:12).
SOLUÇÃO: Há diferentes graus de recompensa no céu, dependendo de nossa fidelidade a Cristo
na terra. Jesus disse: "E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22:12). Paulo disse que a obra de cada crente vai
ser provada pelo fogo e, "se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse
receberá galardão" (1 Co 3:14). Em 2 Coríntios 5 está escrito que todos nós haveremos de aparecer
perante o tribunal de Cristo, "para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito" (v.
10, grifos do autor).
Na parábola de Mateus 20, a questão não é que todos os galardões serão o mesmo, mas que
todas as recompensas são pela graça. E para mostrar que Deus recompensa com base na
oportunidade, não simplesmente de acordo com a realização. Nem todos os servos tiveram igual
oportunidade para trabalhar para o senhor o mesmo número de horas; entretanto, todos receberam o
mesmo pagamento. Deus olha para a nossa disposição assim como para as nossas ações, e nos julga
segundo esses dois aspectos.

MATEUS 20:20 (cf. Mc 10:35) - Quem veio falar com Jesus: a mãe de Tiago e João ou eles
mesmos?

PROBLEMA: Segundo Mateus, a mãe de Tiago e João fez um pedido a Jesus. Contudo, Marcos
afirma que Tiago e João foram os que vieram a Jesus para fazer o pedido.
SOLUÇÃO: Está claro que tanto a mãe como os seus dois filhos vieram a Jesus para fazer aquele
pedido, pois o texto declara "chegou a ele a mulher... com seus filhos" (v. 20). É possível que a mãe
tenha falado em primeiro lugar, e que os dois filhos logo em seguida tenham confirmado o pedido.
Isso tem respaldo no relato de Mateus por ele dizer que, quando Jesus respondeu, perguntando:
"podeis vós beber o cálice que ei| estou para beber?", a resposta foi "[nós] podemos" (v. 22). Assim,
não há um conflito insolúvel. Os dois relatos são harmônicos.

MATEUS 20:29-34 (cf. Mc 10:46-52; Lc 18:35-43) - Jesus curou dois cegos, ou foi apenas um?

PROBLEMA: Mateus diz que Cristo curou dois homens, mas Marcos refere-se a apenas um cego
sendo curado (10:46). Isso parece ser uma clara contradição.
SOLUÇÃO: Embora Marcos registre que uma pessoa foi curada, isso não significa que não foram
dois, como Mateus diz. Antes de mais nada, Marcos não declara que apenas um cego foi curado.
Mateus disse que foram dois, e onde há dois, sempre há um, sem exceção! Mateus anteriormente
mencionara dois endemoninhados, e Marcos e Lucas fazem menção a apenas um (Mt 8:28-34).
Nesse relato também Mateus menciona dois cegos, sendo que Marcos menciona um.
O fato de Marcos mencionar o nome de um dos cegos, Bartimeu, e o nome de seu pai, Timeu
(10:46), indica que ele se concentrou naquele que conhecia pessoalmente. Se duas pessoas viessem
a receber uma medalha de honra do presidente do país, e se uma dessas pessoas fosse um amigo
seu, é compreensível que, quando você relatasse a história, você se referisse simplesmente àquele
seu conhecido como tendo recebido a medalha.

Um comentário:

  1. Solução 3 para (cf. Jo 19:14) -

    Esta história de ressuscitação é uma lenda implanta pelos próprios discípulos ou por José de Arimatéia a fim de dar sumiço no corpo de um homem morto.
    A sequencia é igualmente falsa, pois quando as mulheres vão ao sepulcro, uma hora um anjo avisa que o 'senhor' não está mais lá; outra hora há um anjo sentado na pedra.
    O certo é que esta lenda permanece até hoje influenciando algumas vezes de modo positivo e na maioria das vezes de modo negativo para a humanidade.
    É incrível que até hoje uma lenda como esta permaneça viva devido ao fanatismo arraigado de alguns.

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