quarta-feira, 6 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- Mateus 4

MATEUS 4


MATEUS 20:29-34 (cf. Mc 10:46-52; Lc 18:35-43) - O cego foi curado por Jesus quando este
entrava ou saía de Jerico?

PROBLEMA: De acordo com Lucas, um cego foi curado quando Jesus entrava na cidade de Jerico
(18:35), porém Mateus e Marcos declaram que a cura aconteceu quando Jesus deixava a cidade de
Jerico. De novo, os relatos parecem não estar de acordo.
SOLUÇÃO: Alguns crêem que, segundo Lucas, a cura na verdade aconteceu quando Jesus saía de
Jerico, dizendo que foi apenas o primeiro contato o que se deu "ao aproximar-se ele de Jerico" (Lc
18:35), e que o cego deve tê-lo seguido por toda a cidade, já que ele não parava de clamar a Jesus
que o curasse (vv. 38-39). Mas isso parece ser improvável, já que o versículo seguinte (19:1), logo
depois da cura, diz: "entrando em Jerico, atravessava Jesus a cidade".
Outros respondem a essa questão observando que havia duas Jericos, a velha e a nova, de
forma que Jesus saiu por uma e entrou pela outra.
Ainda outros sugerem que se trata de dois eventos distintos. Mateus e Marcos afirmam
claramente que a cura ocorreu quando Jesus deixou a cidade (Mt 20:29; Mc 10:46). Lucas, porém,
fala de Jesus ter curado um cego quando entrava na cidade. A base disso é o fato de que Lucas
refere-se apenas a uma "multidão" de pessoas com Jesus, ao entrarem na cidade (18:36), mas tanto
Mateus (20:29) como Marcos (10:46) destacam o ponto de que a multidão era, respectivamente,
"grande" e "numerosa", quando Jesus saiu da cidade.
Se a notícia da cura milagrosa feita na entrada da cidade tivesse se espalhado por toda
Jerico, isso explicaria o aumento do número de pessoas da multidão e por que dois cegos
permaneciam do outro lado da cidade, esperando o momento de pleitear a cura a Jesus. É possível
que o primeiro cego curado tenha ido depressa contar a seus amigos, também cegos, o que lhe
acontecera. Ou quem sabe os outros dois cegos já estivessem postados do outro lado da cidade,
mendigando no seu lugar costumeiro.
De qualquer forma, não há uma dificuldade intransponível nessa passagem. Os dois relatos
podem ser entendidos de uma maneira perfeitamente compatível.

MATEUS 21:2 (cf. Mc 11:2; Lc 19:30) - Foram dois os jumentos envolvidos na entrada
triunfal, ou foi apenas um?

PROBLEMA: O relato de Mateus registra que Jesus solicitou a dois discípulos que fossem a uma
vila e pegassem dois jumentos. Mas conforme Marcos e Lucas, ele solicitou que os dois discípulos
pegassem apenas o jumentinho.
SOLUÇÃO: Os dois animais estavam envolvidos na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Não
há erro nos relatos porque Marcos e Lucas mencionam apenas o jumentinho (pólos) e Mateus
refere-se ao jumentinho (põlos, 21:5) e sua mãe. A passagem em Mateus destaca o cumprimento
literal da profecia de Zacarias 9:9, que afirma: "eis aí te viem o teu Rei,... humilde, montado em
jumento, num jumentinho, cria de jumenta". A versão grega do AT usa a mesma palavra para
jumentinho (põlos) usada no NT.
Mateus afirma literalmente que, uma vez tendo os discípulos posto em cima dos animais as
suas vestes, Jesus montou sobre elas, ou seja, suas vestes. O evangelista não diz que Jesus cavalgou
sobre os dois: a mãe e o jumentinho. Ele afirma apenas que Jesus sentou-se sobre as vestes que os
discípulos tinham colocado sobre os animais. Talvez tenham colocado algumas vestes na mãe e
outras no jumentinho, e talvez Jesus tenha se sentado sobre aquelas vestes que estavam sobre o
jumentinho. O fato é que o texto de Mateus simplesmente não diz em qual dos dois animais Jesus
se sentou.
Marcos e Lucas mencionaram em que animal Jesus montou, ao passo que Mateus
mencionou a presença da mãe do jumentinho. Ela pode ter sido necessária por ser o animal muito
jovem. Marcos 11:12 afirma que ninguém tinha montado naquele jumentinho, e que ele estaria
levando um passageiro em meio a uma barulhenta multidão (Mc 11:9). É possível que a mãe tenha
sido levada junto para ser um meio de acalmar o filhote.

MATEUS 21:12-19 (cf. Mc 11:12-14,20-24) - Quando foi que Jesus amaldiçoou a figueira,
antes ou depois da purificação do templo?

PROBLEMA: Mateus coloca a maldição da figueira depois da purificação do templo. Entretanto,
Marcos a coloca antes desse evento. Mas essas duas colocações não podem ser ambas verdadeiras.
Será que um dos evangelistas cometeu um erro?
SOLUÇÃO: Na verdade Jesus amaldiçoou a figueira quando ia para o templo, como Marcos disse,
mas isso não significa que o relato de Mateus esteja errado. Cristo foi ao templo duas vezes, e ele
amaldiçoou a figueira na segunda ida.
Marcos 11:11 diz que Cristo entrou no templo no dia da sua entrada triunfal. O evangelista
não mencionou que Jesus tenha feito alguma proclamação contra qualquer coisa errada, ao entrar no
templo. O versículo 12 usa a expressão: "No dia seguinte", referindo-se à jornada até o templo,
quando passaram pela figueira, no segundo dia. Foi nesse momento que Cristo expulsou os que
compravam e vendiam no templo.
Mateus, entretanto, refere-se às duas idas de Cristo ao templo como se fossem um só evento,
e relata em seguida a maldição sobre a figueira. Fica-se assim com a impressão de que na primeira
ida ao templo Cristo expulsou os que ali vendiam e compravam. O relato de Marcos, portanto, nos
fornece mais detalhes desses eventos, revelando que realmente foram duas as idas ao templo. Em
vista disso, não temos razão alguma para crer que haja uma discrepância entre os relatos.

MATEUS 22:30 - Seremos como os anjos (espíritos) no céu, seres sem corpos físicos?

PROBLEMA: Jesus disse que na ressurreição seremos "como os anjos no céu" (Mt 22:30). Mas os
anjos não têm corpos físicos - eles são espíritos (Hb 1:14). Assim, argumenta-se que não teremos
corpos físicos na ressurreição. Isso, contudo, é uma contradição aos versículos que afirmam que
haverá uma ressurreição do corpo físico da sepultura (Jo 5:28-29; Lc 24:39).
SOLUÇÃO: Jesus não disse que seríamos como anjos no sentido de que eles são espíritos, mas que
seremos como eles no sentido de que não se casam. Duas observações são relevantes nesse assunto.
Em primeiro lugar, o contexto não está falando acerca da natureza do corpo ressurreto, mas do fato
de haver ou não casamento no céu. A pergunta feita a Jesus foi: "Na ressurreição, de qual dos sete
[maridos que ela teve] será ela esposa? Porque todos a desposaram" (22:28). A resposta de Jesus foi
que, assim como os anjos, não haverá casamentos no céu. Portanto, no céu a mulher não estará
casada com nenhum daqueles sete maridos. Ele nada falou quanto a ter corpos não-materiais no
céu. Tal conclusão é totalmente injustificável pelo contexto.
Em segundo lugar, quando Jesus disse: "na ressurreição ... são ... como os anjos no céu",
obviamente ele se refere ao fato de que eles "nem casam, nem se dão em casamento" (v. 30). Jesus
não disse que seriam como anjos no sentido de que não teriam corpos físicos, mas no sentido de
abster-se sexualmente.

MATEUS 22:39 - Jesus quer que cada um ame a si mesmo em primeiro lugar, e depois os
outros, ou o contrário?

PROBLEMA: Jesus disse em Mateus que temos de amar o nosso próximo como a nós mesmos.
Mas se amarmos a nós mesmos antes do nosso próximo, isso seria pôr o "eu" antes do próximo.
Jesus está ensinando que deveríamos ser egoístas?
SOLUÇÃO: Amar as outras pessoas como amamos a nós mesmos pode ser entendido de diferentes
modos, mas de modo algum Jesus está que-ido dar a entender que devemos ser egoístas - A Bíblia
condena os "egoístas" (2 Tm 3:2). Ela nos exorta a não considerarmos apenas os nossos próprios
interesses, mas também o interesse de outros (Fp 2:4). I á três modos de entender a frase: "Amarás
o teu próximo como a ti mesmo".
Primeiro, alguns crêem que Jesus está dizendo que devemos amar os outros como devemos
amar a nós mesmos, ou seja, de maneira não egoística. Isso, entretanto, soa muito sutil e com a
característica de uma discussão teórica, fora dos padrões do ensino normal de Jesus, feito
geralmente com palavras diretas. Seria bem mais direto dizer apenas para não sermos egoístas, do
que dizer para nos amarmos de modo não egoísta.
Segundo, Jesus poderia ter em mente que deveríamos amar os outros como devemos amar a
nós mesmos, ou seja, adequadamente. Há um legítimo auto-respeito ou amor-próprio. Efésios nos
diz para cuidarmos de nossos corpos, "porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a
alimenta e dela cuida" (5:28-29). Não há nada de errado no legítimo cuidado de si mesmo nem no
auto-respeito. A Bíblia condena quem esteja pensando "de si mesmo além do que convém", mas o
incita a pensar "com moderação" (Rm 12:3). Nesse sentido, Jesus pode estar dizendo que amemos
os outros como devemos amar a nós mesmos.
Terceiro, Jesus poderia ter em mente que deveríamos amar os outros tanto quanto amamos
a nós mesmos, isto é, que deveríamos medir o quanto) devemos amar os outros com a mesma
medida com que de fato amamos a nós próprios, não significando isso que o modo como nos
amamos esteja correto. Antes, Deus pode estar simplesmente apontando pira o amor próprio como
sendo o padrão pelo qual devemos julgar até que ponto amar os outros. Dessa forma, haverá um
monitoramento automático do nosso amor próprio, já que será com essa mesma intensidade que
teremos de amar os outros também.

MATEUS 23:9-10 - É errado chamarmos os outros de nosso pai?

PROBLEMA: Aqui Jesus ordena: "A ninguém sobre a terra chameis vosso pai". Contudo, em
outras partes a Bíblia não somente nos diz: "Honra teu pai e tua mãe" (Êx 20:12), mas ainda
emprega o termo "pai" referindo-se àqueles que são mentores espirituais (2 Rs 2:12; cf. 1 Co 4:15).
SOLUÇÃO: O contexto da afirmação de Jesus indica que ele está-se referindo a considerar seres
humanos como mestres espirituais infalíveis, e não que ele se oponha a termos mentores espirituais
falíveis. De fato, Paulo foi um pai espiritual de Timóteo (1 Co 4:15), a quem ele se referiu como
sendo seu "amado filho" (2 Tm 1:2). Entretanto, Paulo teve o cuidado de instruir seus filhos
espirituais a que somente fossem seus imitadores "como eu sou de Cristo" (1 Co 11:1). Demonstrar
respeito devido ao nosso líder espiritual é uma coisa (cf. 1 Tm 5:17), mas dar-lhe obediência
incondicional e a reverência que somente a Deus devemos dar, isso é outra coisa.

MATEUS 23:17 - Por que Jesus chama outras pessoas de tolas, e ao mesmo tempo condena os
que procedem da mesma forma?

PROBLEMA: Jesus disse: "Quem ... chamar [a seu irmão]: 'Tolo', estará sujeito ao inferno de
fogo" (Mt 5:22). Contudo, ele mesmo disse aos escribas e fariseus: "Tolos e cegos!" (Mt 23:17,
TLH). O apóstolo Paulo, imitando, disse: "Ó galatas tolos!" (Gl 3:1; cf. 1 Co 15:36, TLH).
SOLUÇÃO: Há boas razões para o fato de haver uma forte diferença entre os dois usos do termo
"tolo". Primeiro, esse é outro exemplo do princípio de que uma mesma palavra pode ser usada com
diferentes significados em diferentes contextos (veja a Introdução). Por exemplo, a palavra
"cachorro" pode designar um animal como também pode ser aplicada a uma pessoa detestada.
Segundo, em Mateus 5 essa palavra é usada no contexto de alguém que está "irado" com seu
irmão, demonstrando ódio. Nem Jesus nem Paulo deram abrigo ao ódio para com aqueles aos quais
aplicaram essa palavra. Assim, o uso que fizeram da palavra "tolo" não viola a proibição de Jesus
quanto a chamar alguém de tolo.
Terceiro, tecnicamente falando, Jesus ordenou que apenas um "irmão" (Mt 5:22) não fosse
chamado de "tolo", não um incrédulo. De fato a descrição bíblica do que seja um tolo é que ele é
aquele que pensa assim: "Deus não existe" (SI 14:1, TLH). Em vista disso, pode-se ver a seriedade
de se chamar um irmão de tolo; é equivalente a chamá-lo de incrédulo. Portanto, quando Jesus, que
"sabia o que era a natureza humana" (cf. 2:25), chamou incrédulos de "tolos", usou a descrição mais
apropriada do que eles realmente eram.

MATEUS 23:34-35 - Será que Jesus cometeu um erro ao referir-se a Zacarias, filho de Joiada,
em vez de a Zacarias, filho de Baraquias?

PROBLEMA: Jesus disse aos escribas e fariseus que a culpa de todo o sangue justo, desde Abel
até Zacarias, recairá sobre eles. Quanto a Zacarias, Jesus disse que ele foi morto entre o santuário e
o altar. Alguns concluem que esse Zacarias ao qual Cristo se referiu seria então o filho de Joiada (2
Cr 24:20-22).
SOLUÇÃO: O Zacarias que foi mencionado tem de ser o filho de Baraquias, um dos profetas
menores (Zc 1:1). Ele é o mais provável, porque o outro Zacarias (filho de Joiada) morreu por volta
de 800 a.C. Se Cristo tivesse se referido a esse Zacarias, então o tempo decorrido desde Abel até ele
não cobriria todo o período do AT, que se estendeu até 400 a.C. De Abel até Zacarias, filho de
Baraquias, seria uma abrangência bem maior do período do AT do que de Abel até Zacarias, fi-1 IO
de Joiada. Já que muitos Zacarias são mencionados no AT, não seria muito difícil imaginar que dois
deles tivessem sido mortos em circunstâncias semelhantes.

MATEUS 24:29 - A vinda de Cristo à terra será imediatamente após a tributação ou algum
tempo depois?

PROBLEMA: Em Mateus, Jesus falou de sua vinda como sendo "logo em seguida à tribulação"
(24:29). Mas Lucas parece interpor os "tempos dos gentios" (Lc 21:24,27).
SOLUÇÃO: O período de tempo referido por Lucas é o que vai desde a destruição de Jerusalém
(70 a.D.), que deu início ao juízo de Deus sobre ela (cf. Mt 24:2), até a volta de Cristo à terra "com
poder e muita glória" (Mt 24:30). Assim, quando Mateus afirma que a vinda de Cristo é "logo em
seguida à tribulação daqueles dias" (24:29), ele está referindo-se ao fim "dos tempos dos gentios"
mencionado por Lucas (21:24). Portanto, não há conflito algum entre os dois relatos.

MATEUS 24:34 - Jesus errou quando afirmou que os sinais do tempo do fim se cumpririam
em sua era?

PROBLEMA: Jesus falou de sinais e maravilhas no que diz respeito à sua segunda vinda. Mas ele
disse que "esta geração" não passaria, sem que tudo isso acontecesse. Isso quis dizer que esses
eventos aconteceriam durante a vida dos que o ouviam?
SOLUÇÃO: Esses eventos (i.e., a Grande Tribulação, o sinal da volta de Cristo e o fim dos
tempos) não ocorreram nos dias de seus ouvintes. Portanto, é racional entendermos que o seu
cumprimento se dará ainda no futuro. Essa questão requer um exame mais cuidadoso do significado
de "geração", quanto a sentidos diferentes relativamente aos contemporâneos de Jesus.
Primeiro, "geração" em grego (genea) pode significar "raça". Nessa situação específica, a
afirmação de Jesus poderia significar que a raça judia não passaria até que todas as coisas se
cumprissem. Por haver muitas promessas a Israel, inclusive a da herança eterna da terra da Palestina
(Gn 12; 14-15; 17) e do reino Davídico (2 Sm 7), Jesus poderia estar se referindo à preservação da
nação de Israel por Deus, de forma a cumprir com as promessas feitas a Israel.
De fato, Paulo fala de um futuro da nação de Israel, quando eles serão restabelecidos nas
promessas do pacto de Deus com eles (Rm 11:11-26).
A resposta de Jesus à última pergunta de seus discípulos levava em conta que haveria um futuro
reino para Israel, quando eles perguntaram: "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a
Israel?" Em vez de repreendê-los por falta de compreensão, Jesus respondeu: "Não vos compete
conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade" (At 1:6-7).
Segundo, "geração" poderia referir-se também a uma geração em seu sentido usual, de
pessoas vivendo no tempo indicado. Nesse caso, a palavra se referiria às pessoas que estarão vivas
quando essas coisas acontecerem no futuro. Em outras palavras, a geração que estiver viva quando
essas coisas começarem a acontecer (o abominável da desolação [v. 15], a grande tributação, tal
como nunca houve antes [v. 21], o sinal do Filho do Homem no céu [v. 30] etc.) permanecerá viva
até quando esses juízos se completarem. Portanto, já que comumente se crê que, no fim dos tempos,
a tribulação terá a duração de sete anos (Dn 9:27; cf. Ap 11:2), Jesus estaria dizendo que "esta
geração" que estiver vivendo a tribulação ainda estará viva no seu final.
Sob qualquer hipótese, não há razão alguma para se considerar que Jesus tivesse feito a
afirmação, obviamente falsa, de que o mundo terminaria dentro do período de vida dos seus
contemporâneos.

MATEUS 26:11-Jesus estava sempre presente com os seus discípulos?

PROBLEMA: De acordo com a afirmação de Jesus, ele nem sempre estaria com os seus
discípulos, pois disse: "mas a mim nem sempre me tendes". Por outro lado, mais adiante, Jesus
disse: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século" (Mt 28:20).
SOLUÇÃO: Na primeira passagem, Jesus estava falando de sua presença física (que não estaria
com eles no período de sua ascensão até a sua segunda vinda) e, na outra passagem, ele está se
referindo à sua presença espiritual com eles, enquanto estivessem pregando o Evangelho por todo o
mundo. Não há contradição alguma, absolutamente.

MATEUS 26:34 (cf. Mc 14:30) - Quando Pedro negou a Cristo, o galo cantou uma ou duas
vezes?

PROBLEMA: Mateus e João (13:38) dizem que antes que o galo cantasse uma vez, Pedro negaria
o Senhor três vezes. Marcos, porém, afirma que Pedro o negaria por três vezes antes de o galo
cantar duas vezes. Qual dos relatos está correto?
SOLUÇÃO: Não há contradição entre os dois relatos porque, conforme as palavras realmente
expressas nos textos, Mateus e João não afirmam quantas vezes o galo cantaria. Eles apenas dizem
que Pedro negaria Cristo três vezes "antes que o galo cante", sem dizer quantas vezes o galo
cantaria. Marcos possivelmente esteja sendo mais específico, afirmando com exatidão quantas
vezes o galo cantaria.
É também possível que a diferença entre os relatos seja devida a um erro de um copista no
livro de Marcos, que resultou na inserção de "duas vezes" em manuscritos antigos (em Mc
14:30,72). Isso explicaria por que alguns manuscritos importantes de Marcos mencionam apenas u
m canto do galo, tal como em Mateus e João, e por que aparece a expressão "duas vezes" em
diferentes lugares, em alguns manuscritos.

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