LEVÍTICOS
LEVITICO
3:2 - O sangue deveria ser derramado ou aspergido sobre o altar?
PROBLEMA:
Em Levítico 3:2, a
ordem era que os sacerdotes aspergissem "o sangue sobre o altar,
ao
redor". Mas segundo Deuteronômio 12:27, o sangue era para ser
derramado "sobre o altar do
Senhor".
SOLUÇÃO:
O grande erudito
judeu Maimonides disse que parte do sangue era aspergida, de forma
que
respingasse por todo o altar, e o restante era derramado ao pé do
altar. Outros crêem que a
palavra
"derramar"podia significar aspergir. É como hoje. Quando
chove torrencialmente, dizemos
que
derramou um aguaceiro. Seja como for, não há contradição alguma
entre essas duas passagens.
LEVÍTICO
5:18 - O sacrifício deveria ser levado ao sacerdote ou ao Senhor?
PROBLEMA:
Levítico 5:15
instrui que aquele que cometeu ofensa "trará ao Senhor, por
oferta..."
Mas
alguns versículos adiante é dito: "trará ao sacerdote"
(v. 18).
SOLUÇÃO:
O sacrifício era
levado ao sacerdote para ser oferecido ao Senhor. Em Israel, os
sacerdotes
eram os que representavam o povo diante de Deus, assim como os
profetas eram
representantes
de Deus diante do povo.
LEVÍTICO
11:5-6 - Como pode a
Bíblia afirmar que o
arganaz e a lebre ruminam, se hoje a
ciência
sabe que eles não ruminam?
PROBLEMA:
Em Levítico 11:5-6,
dois animais, o arganaz que vive nas rochas e a lebre, foram
dados
como imundos porque, embora ruminem, não têm as unhas fendidas. A
ciência, porém,
descobriu
que estes dois animais não ruminam. Não é então um erro a Bíblia
dizer que eles
ruminam,
quando na verdade não ruminam?
SOLUÇÃO:
Embora estes dois
animais não ruminem, no sentido moderno e técnico desta
expressão,
para um observador, eles de fato têm um comportamento que faz
parecer que estejam
ruminando.
Assim, eles foram relacionados junto com outros animais que de fato
ruminam para que
qualquer
um pudesse distingui-los como imundos, pelo critério da observação.
Os
animais que ruminam são identificados como ruminantes; eles trazem
de volta o
alimento
até a boca para ser novamente mastigado. Os ruminantes normalmente
têm quatro
estômagos.
Nem o arganaz das rochas (traduzido como querogrilo na R-IBB), nem a
lebre são
ruminantes,
e sob o ponto de vista científico realmente não ruminam.
Entretanto, estes dois animais
movem
o queixo de tal maneira, que é como se estivessem ruminando. Este
hábito neles é tão
convincente,
que um grande cientista sueco, Linnaeus, de início os tinha
classificado como
ruminantes.
Sabe-se
agora que as lebres praticam o que se chama "reflexão",
processo em que certos
alimentos
vegetais indigestos absorvem certas bactérias e são engolidos e
depois comidos de novo.
Este
processo permite que a lebre possa digeri-los com maior facilidade e
é muito semelhante à
ruminação.
Assim, a frase hebraica "porque rumina" não deve ser
tomada no sentido científico
moderno,
mas no sentido antigo de haver um movimento que, nas palavras de
hoje, tanto pode ser a
ruminação
como a reflexão.
A
relação de animais puros e imundos destinava-se a ser um meio
prático para os israelitas
distinguirem
o que deveriam ou não comer. O israelita daquela época seguramente
não conhecia os
aspectos
técnicos da ruminação, e poderia então considerar o arganaz e a
lebre como puros por
parecer
ruminar. Em vista disto, foi necessário destacar que, embora
tivessem a aparência de
ruminantes,
estes animais eram imundos por não terem as unhas fendidas.
Hoje
em dia, também agimos de forma semelhante quando falamos com pessoas
que não
têm
familiaridade com certos aspectos técnicos de alguma coisa. Por
exemplo, usamos a linguagem
aparente
do pôr-do-sol e do sol nascente, especialmente quando falamos com
crianças. Para uma
criança,
o ciclo diário do sol é como se ele se levantasse e se pusesse a
cada dia (veja os
comentários
de Josué 10:12-14). A descrição não é tecnicamente correta, mas
é adequada ao nível
de
entendimento da criança.
Isto
é o que acontece no texto de Levítico 11:5-6. Embora o arganaz e a
lebre não sejam
animais
ruminantes, esta colocação era adequada para aquele tempo, de forma
a deixar bem claro
que
aqueles dois animais eram considerados imundos.
LEVÍTICO
12:5,7 - Sendo a maternidade uma bênção de Deus, por que depois do
parto as
mães
tinham de trazer um sacrifício a Deus, para se purificarem?
PROBLEMA:
A Bíblia exalta a
maternidade, dizendo: "Tua esposa, no interior de tua casa, será
como
a videira frutífera; teus filhos como rebentos da oliveira" (SI
128:3). Não obstante, é pedido
às
mães que levem um sacrifício ao altar para "purificar-se"
e para que seja feita "expiação" depois
do
nascimento de um filho (Lv 12:5-7).
SOLUÇÃO:
Alguns consideram
que tal sacrifício seria apenas simbólico, porém, mesmo assim ele
teria
de simbolizar algo que fosse literalmente verdadeiro. Parece melhor
fazermos uma distinção
entre
o ofício da maternidade em si e a maternidade num mundo decaído.
Deus criou uma mulher
para
Adão e ordenou que eles tivessem filhos (Gn 1:27-28). Nesse sentido
original e primitivo, a
maternidade
é pura e limpa.
Infelizmente,
desde a queda de Eva (com Adão), a maternidade não é mais isenta
da mácula
do
pecado. Davi confessou: "em pecado me concebeu minha mãe"
(SI 51:5). Já que a maternidade,
como
qualquer outra coisa neste mundo decaído, estava sujeita ao pecado,
ela também necessitava
de
purificação. Afinal de contas, "a lavoura dos ímpios é
pecado" (Pv 21:4, ARC) num mundo
decaído.
Como conseqüência da queda, toda mulher gera filhos em meio às
dores (Gn 3:16). É
conveniente,
então, que as mulheres sejam lembradas da graciosa provisão de Deus
para elas e por
meio
delas, oferecendo um sacrifício pelo nascimento de um filho.
LEVÍTICO
13:47-59 - Como pode a Bíblia dizer que a roupa ficou com lepra?
PROBLEMA:
Levítico 13 fornece
as leis concernentes à lepra. Nos versículos 47-59 encontram-se
as
leis referentes à lepra nas vestimentas. Entretanto, a lepra é uma
enfermidade infecciosa, causada
por
uma bactéria, que não afeta objetos inanimados como vestimentas. A
Bíblia não teria errado, ao
falar
de vestimentas com lepra?
SOLUÇÃO:
É simplesmente uma
confusão de termos. A doença que nos dias de hoje se chama
"lepra",
também conhecida como "mal de Hansen", não é o mesmo
tipo de infecção descrita no AT
e
que foi traduzida como "lepra". A doença hoje identificada
como lepra é causada por uma bactéria
e
não produz os mesmos sintomas descritos em várias passagens do AT.
O
termo hebraico tsaraath,
traduzido por
"lepra", é um termo que tem um sentido mais
amplo,
abrangendo todo tipo de doença da pele e todo sinal de infecção ou
deterioração na
superfície
de objetos inanimados.
A
deterioração nas vestimentas, e nos muros das casas (como em
Levítico 14:33-57)
provavelmente
era devida ao ataque de algum tipo de fungo ou mofo, que age sobre
esses materiais.
As
vestimentas infectadas eram queimadas (Lv 13:52). As casas infectadas
eram limpas. Se a
infecção
não pudesse ser erradicada, as casas eram então demolidas e suas
ruínas levadas para fora
da
cidade (Lv 14:45).
LEVÍTICO
16:6-22 - Por que Deus estabeleceu o procedimento do bode emissário,
e o que isso
representa?
PROBLEMA:
Em Levítico 16 foi
estabelecido o procedimento para o Dia da Expiação,
determinando-se
que um bode fosse morto como oferecimento pelo pecado, para
propiciação no
Lugar
Santo, e que se fizesse a confissão dos pecados de Israel sobre a
cabeça de outro bode, que
seria
enviado para o deserto. Entretanto, isso não constitui uma figura
adequada, devido à
duplicidade
de sacrifícios, pois há apenas um sacrifício por nossos pecados, e
não dois (Hb 10:14).
SOLUÇÃO:
O procedimento com
respeito ao bode emissário não nos fornece uma figura
distorcida
nem descabida da redenção. Cada um dos dois animais mencionados na
descrição dos
procedimentos
a serem feitos no Dia da Expiação representa um aspecto da obra
realizada por
Cristo,
quando ele, de uma vez por todas, fez a expiação de nossos pecados.
O
primeiro bode era morto e o seu sangue, derramado (Lv 16:15),
representando a morte
substitutiva
de Cristo e o derramamento do seu sangue por nossos pecados. O sumo
sacerdote tinha
então
de tomar o bode emissário, confessar os pecados de Israel sobre a
cabeça daquele bode, e
enviá-lo
para o deserto. Isso representava o efeito de levar embora, para
sempre, os pecados de
Israel,
e simbolizava a obra de Cristo, que era levar para sempre os nossos
pecados, como Isaías
profetizou:
"mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos"
(53:6).
Os
vários aspectos da obra de Cristo na redenção são simbolizados
pelo que os dois animais
desempenhavam
no Dia da Expiação, cada um com o seu papel.
LEVÍTICO
18:22 - As leis contra o homossexualismo foram abolidas paralelamente
às leis
que
proibiam comer carne de porco?
PROBLEMA:
A lei contra o
homossexualismo é encontrada na lei levítica (Lv 18:22), ao lado de
leis
que proibiam comer carne de porco e camarão (Lv 11:2-3, 10). Mas
estas leis cerimoniais foram
abolidas
(At 10:15). Sendo este o caso, alguns insistem em dizer que as leis
contra o
homossexualismo
também não mais estão em vigor.
SOLUÇÃO:
As leis contra as
práticas homossexuais não são apenas cerimoniais. Simplesmente
porque
a proibição do homossexualismo encontra-se em Levítico, isso não
significa que essa lei
fizesse
parte da lei cerimonial que perdeu a validade.
Em
primeiro lugar, se a lei contra o homossexualismo fosse uma lei
meramente cerimonial
(e
daí abolida), então o estupro, o incesto e a bestialidade também
não seriam práticas moralmente
erradas,
já que elas são reprovadas no mesmo capítulo da condenação do
homossexualismo (Lv
18:6-14;
22-23).
Em
segundo lugar, os pecados homossexuais entre os gentios foram também
condenados por
Deus
(Rm 1:26), e os gentios não tinham leis cerimoniais (Rm 2:12-15).
Foi precisamente por esta
razão
que Deus trouxe juízo aos cananeus (Gn 19:13,25).
Em
terceiro lugar, mesmo na lei judaica levítica havia uma diferença
na penalidade imposta
a
quem violasse a lei cerimonial de não comer carne de porco nem
camarão (que era alguns dias de
isolamento)
e a quem praticasse o homossexualismo (que era a pena de morte),
conforme Levítico
18:29.
Em
quarto lugar, Jesus alterou as leis alimentares do AT (Mc 7:18; At
10:15), mas as
proibições
morais contra o homossexualismo continuam ainda prescritas para os
crentes no NT (Rm
1:26-27;
1 Co 6:9; 1Tm l:10; Jd7).
LEVÍTICO
18:22-24 - É a maldição da esterilidade a razão pela qual Deus
condenou o
homossexualismo?
PROBLEMA:
De acordo com a
crença judaica, a esterilidade era uma maldição (Gn 16:1; 1 Sm
1:3-7).
Os filhos eram considerados uma bênção do Senhor (Sl 127:3). A
bênção de Deus na terra
dependia
de se ter filhos (Gn 15:5). Em vista do destaque dado à geração de
filhos, alguns têm
argumentado
que não é de se surpreender que a lei do AT tenha ido contra a
atividade homossexual,
por
ela não gerar filhos. Assim, segundo essas pessoas, a Bíblia não
condena a atividade
homossexual
em si, mas apenas o fato de ela não gerar filhos.
SOLUÇÃO:
Não há indicação
alguma nas Escrituras de que o homossexualismo era considerado
pecado
por não gerar filhos. Antes de mais nada, em parte alguma da Bíblia
tal correlação é feita.
Segundo,
se os homossexuais eram punidos por praticarem um relacionamento
estéril, então
por
que recebiam a pena de morte? Os mortos também não geram filhos!
Como vai de encontro ao
desejo
dos homossexuais, a pena de obrigá-los a um casamento heterossexual
teria sido bem mais
apropriada!
Terceiro,
a proibição do homossexualismo não era apenas para judeus, mas
para gentios
também
(Lv 18:24). Porém, as bênçãos para os gentios não tinham nada
que ver com o fato de
terem
eles herdeiros na terra de Israel.
Finalmente,
se não ter filhos fosse uma maldição divina, então permanecer
solteiro também
seria
um pecado. Mas tanto o Senhor (Mt 19:11-12) como o apóstolo Paulo (1
Co 7:8) sancionaram
o
celibato como sendo bom, tanto por preceito como pela prática em
suas próprias vidas.
LEVÍTICO
23:32 - A festa era realizada no nono, ou no décimo dia?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, o jejum associado com o Dia da Expiação deveria
começar
"aos nove do mês". Mas anteriormente, em Levítico 16:29,
é dito que deveriam começar a
jejuar
"aos dez dias domes".
SOLUÇÃO:
Esse jejum começava
no nono dia e prosseguia até o décimo dia (cf. Lv 23:27). Por
isso,
era apropriado falar dele como acontecendo nesses dois dias. Há
muitos outros casos
semelhantes
na Bíblia. Por exemplo, de igual modo a festa era feita tanto em
sete dias (Êx 12:15)
como
em seis dias (Dt 16:8). Deus terminou o seu trabalho de criação no
sétimo dia (Gn 2:2) e,
contudo,
o fez em seis dias (Êx 20:11). Ainda, "passados oito dias"
significa no domingo seguinte
(Jo
20:26; cf. 20:19).
LEVÍTICO
23:42-43 - Israel vivia em tendas de ramos ou em tendas comuns?
PROBLEMA:
O povo de Israel
recebe a ordem de habitar "em tendas de ramos" (Lv 23:42).
Mas
anteriormente
Êxodo 16:16 fala de cada um vivendo "na sua tenda", que
era uma tenda comum.
SOLUÇÃO:
Como o povo andou
pelo deserto por 40 anos, suas habitações eram tendas comuns.
Entretanto,
a passagem de Levítico não está falando de suas habitações do
período em que estavam
no
deserto. É uma instrução posterior a respeito da celebração da
Festa dos Tabernáculos (das
tendas)
em Jerusalém. Como essa festa era para ser comemorada durante apenas
uma semana, eles
receberam
a instrução de fazer tendas temporárias com ramos, para nelas
estarem durante a festa.
Não
havia, é claro, outra alternativa.
LEVÍTICO
26:30 - Deus abominou Israel?
PROBLEMA:
Vez por outra, Deus
lembrava Israel que ela era "a menina do seu olho" (Zc2:8)
e
que
seria o objeto especial de sua bênção (Gn 12:1-3). Contudo, em
Levítico 26:30 Deus diz: "n
minha
alma se aborrecerá de vou".
SOLUÇÃO:
Uns poucos
versículos mais à frente (v. 44), Deus diz: "não os
rejeitarei nem me
aborrecerei
deles". A diferença é devida ao fato de que Deus está falando
de duas épocas diferentes,
em
que Israel vive situações distintas. Quando eles forem fiéis a
Deus, ele não os abominará. Mas,
quando
eles adorarem outros deuses, o Senhor promete lançar os seus
"cadáveres sobre os
cadáveres
de vossos deuses" (v. 30). Deus odeia a prática da idolatria,
seja por parte de seu povo,
seja
pelos pagãos.
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