RUTE
RUTE
3:7 - Este versículo não dá a entender que Rute manteve uma
relação sexual com Boaz,
depois
de ele embriagar-se, a fim de obrigá-lo a resgatá-la?
PROBLEMA:
Depois de Boaz ter
comido e bebido, ele foi deitar-se, após o que Rute veio
mansamente
e descobriu os pés de Boaz, e deitou-se com ele. Isso quer dizer que
Rute teve uma
relação
com Boaz para obrigá-lo a resgatá-la?
SOLUÇÃO:
Não! Nada há no
texto de Rute que indique alguma impropriedade moral tanto por
parte
de Boaz como de Rute. Primeiro, Rute não foi à noite para esconder
um ato imoral com Boaz.
Não,
ela foi à noite para que Boaz não sofresse a pressão de passar por
um escrutínio por parte do
povo.
Boaz teria a oportunidade de declinar da proposta de resgatar Noemi e
casar-se com Rute sem
ter
de enfrentar qualquer tipo de constrangimento diante das pessoas.
Segundo,
a menção de que ela "lhe descobriu os pés" não é um
eufemismo com o fim de
suavizar
a informação de que Rute mantivera uma relação com Boaz. Não,
esta é a descrição literal
de
uma prática comum naquela época para demonstrar submissão e
sujeição. Rute simplesmente
descobriu
os pés dele como um símbolo de sua submissão a Boaz e de seu
desejo de tornar-se sua
esposa.
Terceiro,
a passagem relata que depois de ter descoberto os pés de Boaz, Rute
"se deitou".
Entretanto,
esta não é uma maneira de se dizer que houve um ato sexual. A
expressão que
usualmente
é empregada neste sentido é: "ele se deitou com ela". Sem
esta expressão "com
Alguém",
a frase denota simplesmente o ato de se reclinar.
Quarto,
o fato de Boaz ter estendido a sua capa sobre Rute foi também um ato
simbólico.
Isto
refere-se à prática de um homem estender sobre sua esposa a sua
coberta. Rute lembra Boaz da
responsabilidade
que ele tinha de acordo com a lei do levirato (Dt 25:5-10). Em Rute
3:10 há um
paralelo
com o que aconteceu no primeiro encontro de Rute com Boaz (2:12).
Neste versículo é dito
que
Rute tinha ido buscar refúgio "sob as asas" do Deus de
Israel; agora ela está buscando refúgio
sob
a asa de Boaz.
RUTE
4:3-8 - O procedimento de Boaz e Rute não estaria em desacordo com a
lei do levirato?
PROBLEMA:
Deuteronômio
25:5-10 delineia o que é conhecido como a lei do levirato. Se um
homem
morria e deixava sua esposa sem filhos, o irmão daquele homem era
moralmente obrigado a
casar-se
com a mulher de seu irmão e gerar filhos no nome de seu irmão
falecido. Essa prática
assegurava
que o nome de quem morria sem gerar filhos não ficaria sem
descendência. Entretanto,
Boaz
não era irmão de quem tinha sido marido de Rute, e que falecera.
Assim, o procedimento deles
não
estaria em desacordo com a lei do levirato?
SOLUÇÃO:
Embora tenha sido um
caso um pouco mais complicado, o procedimento de Boaz,
Noemi
e Rute certamente não estava em desacordo com o que a lei do
levirato estabelecia. O
primeiro
propósito do casamento pelo levirato era perpetuar a linha familiar
daquele que morreu.
Alguns
fatores indicam que no tempo de Boaz e Rute já eram comuns alguns
acréscimos ao que a
lei
do levirato originalmente estabelecera . Primeiro, se não havia um
irmão vivo na família, então a
obrigação
do casamento ficava com o parente do sexo masculino mais próximo do
falecido.
No
caso em questão, havia um parente mais próximo do que Boaz da
família de Noemi.
Entretanto,
quando ele não aceitou o convite, Boaz tornou-se o homem com grau de
parentesco
mais
próximo, enquadrando-se na condição de ser aquele que legalmente
teria de cumprir aquela
obrigação
moral.
Segundo,
junto com a responsabilidade de gerar filhos no nome do falecido,
havia ainda a
responsabilidade
de resgatar qualquer propriedade que pertencia ao que morrera e que
tivesse sido
vendida
ou confiscada (Lv 25:25). Como o parente mais próximo não estava em
condições de
assumir
tal responsabilidade (Rt 4:6), ele declinou desse direito e dessa
responsabilidade de resgatar
Noemi
e casar-se com Rute, passando tais obrigações a Boaz. Nada há no
resgate de Noemi nem no
casamento
de Boaz com Rute que esteja em desacordo com a lei do levirato.
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