JUDAS
JUDAS 9 - A disputa entre o arcanjo Miguel e o diabo não é baseada numa história apócrifa?
PROBLEMA: Judas registra um episódio no qual o arcanjo Miguel e o diabo têm uma disputa a
respeito do corpo de Moisés, dizendo: "Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo
e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele;
pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (v. 9). Este episódio não é encontrado no AT e
acontece de ser encontrado num livro apócrifo (falso) intitulado A ascensão de Moisés.
SOLUÇÃO: Somente porque o episódio não é encontrado em nenhuma passagem das Escrituras,
não significa que o evento não tenha ocorrido. A Bíblia com freqüência cita verdades de livros que
não são inspirados, mas que contêm, mesmo assim, afirmações verdadeiras. Um autor bíblico não
se limita a citar apenas as Escrituras. Toda verdade é uma verdade de Deus, onde quer que seja
encontrada.
JUDAS 14 -Judas não cita o não-inspirado Livro de Enoque como tendo autoridade divina?
PROBLEMA: Judas cita o Livro de Enoque, dizendo: "Quanto a estes foi que também profetizou
Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades". (v.
14). Entretanto, Enoque não o é um livro inspirado, mas é considerado apócrifo (falso) pela igreja
cristã.
SOLUÇÃO: Primeiro, não é certo que Judas de fato esteja citando o Livro de Enoque. Ele pode
simplesmente estar mencionando um acontecimento que é encontrado também nesse livro nãoinspirado.
“Vale dizer que Judas não afirma ter Enoque escrito essa afirmação, apenas registra que
Enoque disse" (v. 14). Ele pode ter usado uma tradição oral válida, e não o Livro de Enoque.
Além disso, mesmo que Judas tivesse tomado essa afirmação do Livro de Enoque, ainda
assim ela é verdadeira. Muitas afirmações verdadeiras podem ser encontradas fora das Escrituras; o
simples fato de Judas citar algo de uma fonte não-canônica (extrabíblica) não significa que o que
ele diz seja necessariamente incorreto. Nem tudo no Livro de Enoque está correto, mas isso não nos
permite concluir que tudo esteja errado.
O apóstolo Paulo cita verdades de poetas pagãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12), o que não
implica que esses livros sejam inspirados. Na verdade, até mesmo a jumenta de Balaão proferiu
uma verdade (Nm 22:28). A inspiração do livro de Judas não garante tudo o mais que é dito numa
fonte não inspirada, só por ela ter sido citada. Garante apenas a verdade que foi citada.
Finalmente, a evidência externa a respeito do livro de Judas é muito grande, o tempo de
Irineu (cerca de 170 a.D.) para frente. Ele está no papiro Bodmer (P72) de 250 a.D., e trechos dele
acham-se muito antes em Didakhê (2:7), que provavelmente data do segundo século. Assim, há
evidência para a autenticidade do livro de Judas, que não é diminuída por essa alusão ao que
Enoque disse. A existência de Enoque e a sua comunicação com Deus é um fato estabelecido em
outras partes da Bíblia, tanto no AT (Gn 5:24) como no NT (Hb 11:5).
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