JEREMIAS
JEREMIAS
1:5 - Jeremias não está ensinando a reencarnação neste versículo?
PROBLEMA:
Deus disse a
Jeremias: "Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te
conheci,
e,
antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às
nações" (Jr 1:5). Mas se Deus
conheceu
Jeremias antes de ele ter sido formado no ventre de sua mãe, então
ele deve ter existido
anteriormente
como uma alma que foi encarnada num corpo, e é isso que a
reencarnação ensina.
SOLUÇÃO:
Este versículo não
se refere à alma preexistente ao nascimento, mas a Deus chamar e
destacar
pessoas para um ministério muito antes de elas terem nascido. "Eu
te conheci" não se
refere
a uma alma
preexistente, mas ao
ser
pré-natal. A pessoa
foi conhecida por Deus "no ventre
materno"
(Jr 1:5; cf. SI 51:6; 139:13-16). O verbo "conhecer" (yada)
pressupõe um
relacionamento
especial
de compromisso (cf. Am 3:2). Isso se explica pelas palavras "eu
te consagrei" (te separei
dos
demais) e te constituí", o que revela que Deus tinha uma tarefa
especial para Jeremias (e Paulo,
Gl
1:15-16), mesmo antes do nascimento. Portanto, esta passagem não
pressupõe a preexistência da
alma;
pelo contrário, ela afirma a preordenação de uma pessoa a um
ministério especial.
JEREMIAS
2:22 - Os pecados de Israel eram extirpáveis, ou não?
PROBLEMA:
Jeremias parece dar
a entender que nada poderia remover çs pecados de Israel:
"Pelo
que ainda que te laves com salitre, e amontoes potassa, continua a
mácula da tua iniqüidade
perante
mim, diz o Senhor Deus" (Jr 2:22). Entretanto, mais adiante
Jeremias muda de idéia e os
invoca,
dizendo: "Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para
que sejas salva!" (Jr 4:14). Por
que
essa diferença?
SOLUÇÃO:
A solução parece encontrar-se no fato de que a primeira passagem
está falando de uma
lavagem
apenas externa,
que não limpa o
coração. Isto é, nenhum ritual externo
pode purificar um
coração
em pecado. Como o profeta disse também, eles precisavam
"circuncidar" o coração, não
apenas
a sua carne (Jr 4:4; cf. Dt 10:16). O que havia de errado neles
poderia ser purificado tãosomente
por
um verdadeiro arrependimento, e não por práticas não autênticas.
JEREMIAS
6:20 - Os profetas posteriores desabonaram o primitivo sistema de
sacrifícios
estabelecido
por Moisés?
(Veja
os comentários de Oséias 6:6.)
JEREMIAS
12:1 - O ímpio prospera, ou não?
PROBLEMA:
Jeremias queixou-se:
"Por que prospera o caminho dos perversos...?" Ouve-se a
mesma
queixa em outras partes das Escrituras (cf. Jó 12:6; SI 73:7).
Entretanto, outras passagens
bíblicas
afirmam que o ímpio não prospera; que, ao contrário, "a
desventura persegue os pecadores"
(Pv
13:21) e que "o infortúnio matará o ímpio" (SI 34:21).
SOLUÇÃO:
Jeremias está
falando da prosperidade temporária,
de que o ímpio
freqüentemente
desfruta.
A natureza transitória
de sua prosperidade,
entretanto, é devida à longanimidade de Deus,
por
ele protelar o juízo em favor da sua misericórdia, na esperança de
arrependimento (2 Pe 3:9).
Quando
a Bíblia fala que Deus mata o ímpio, não quer dizer que isso
sempre ocorra de imediato,
mas
que por fim
acontecerá. Assim
entendidas, realmente não há conflito entre essas passagens.
JEREMIAS
15:6 - Deus se arrepende?
PROBLEMA:
O profeta diz que
Deus tem se arrependido tantas vezes, que Ele diz: "já estou
cansado
de me arrepender" (SBTB). Contudo, em outros textos a Bíblia
afirma que Deus "não é
homem,
para que se arrependa" (1 Sm 15:29; cf. Ml 3:6).
SOLUÇÃO:
Deus na verdade não
muda, mas apenas aparenta mudar quando nós mudamos, assim
como
o vento parece mudar quando nos viramos e vamos em outra direção
(veja os comentários de
Gênesis
6:6 e Êxodo 32:14). Deus não pode mudar o seu caráter nem as suas
promessas
incondicionais
(Hb 6:17-18), porque tudo isso se baseia em sua natureza imutável
(cf. 2 Tm 2:13).
De
fato, é porque Deus é imutável em si mesmo que ele aparenta estar
mudando em relação aos
seres
humanos, que sofrem variações em seu caráter e em sua conduta.
A
imutabilidade de Deus exige que seus sentimentos e suas ações para
com diferentes seres
humanos
sejam diferentes. Como ele sempre sente a mesma repulsa em relação
ao pecado (He
1:13),
o sentimento que o Senhor tem para com uma pessoa que acabou de cair
em pecado não pode
ser
o mesmo que sente em relação a essa mesma pessoa quando ela
confessa o seu erro e invoca a
misericórdia
de Deus para sua salvação. Neste caso, não é o Senhor quem muda,
mas é a pessoa que
muda
em relação a ele.
JEREMIAS
20:7 - Deus enganou Jeremias?
PROBLEMA:
A TLH traduz este
versículo da seguinte maneira: "Ó Deus Eterno, tu me
enganaste,
e
eu fiquei enganado" (Jr 20:7). Mas Deus é um Deus da verdade,
que não pode mentir (Hb 6:18),
nem
tentar outros a pecar (Tg 1:13). Como foi então que ele enganou
Jeremias?
SOLUÇÃO:
A palavra hebraica
(patah)
traduzida nessa
versão como o verbo "enganar" não
pressupõe
um engano moral. Ela pode ser traduzida pelo verbo "seduzir"
(R-IBB) ou "persuadir"
(ARA,
SBTB). O seu sentido é o de que Deus persuadiu ou constrangeu
Jeremias a exercer um
ministério
a respeito do qual ele não tinha plena consciência je todas as
conseqüências. Mas esta é
uma
boa descrição do que ocorre no casamento. E quem, a não ser alguém
muito cínico, iria insistir
na
tese de que todo romance e todo cortejo é moralmente um engano,
simplesmente porque o casal
não
pode antever tudo o que a sua união lhes propiciará?
JEREMIAS
22:30 - Joaquim não teve filhos, ou teve herdeiros?
PROBLEMA:
Jeremias recebeu
esta ordem: "registrai este como se não tivera filhos".
Entretanto
Joaquim
(também chamado Jeconias) tinha um filho, Salatiel, relacionado em
Mateus 1:12.
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar, o
versículo não diz que ele não tinha olhos. Jeremias
simplesmente
recebeu a ordem para escrever o nome dele "como senão tivera
filhos". Ademais, isso
é
explicado na parte final do versículo: "nenhum dos seus filhos
prosperará, para se assentar no
trono
de Davi e ainda reinar em Judá". Isso é verdade em relação a
seus sucessores imediatos. E é
verdade
ainda em relação ao seu sucessor bem posterior, Cristo, que não
foi de fato
um descendente
de
Joaquim, mas apenas um descendente segundo
a lei, por meio de
seu pai, José (veja os
comentários
de Mateus 1:17). Entretanto, Jesus de
fato foi descendente
de Davi, por meio de Maria,
sua
mãe (cf. 2 Sm 7:12ss; Lc 3:23, 31).
JEREMIAS
27:1 - Esta passagem refere-se a Jeoaquim ou a Zedequias?
PROBLEMA:
Em
algumas
versões (como na SBTB) este versículo diz: "No princípio do
reinado de Jeoiaquim...".
Entretanto,
os versículos 3 e 12 identificam Zedequias como o rei de Judá, e
Jeremias 28:1 mostra
que
a profecia do capítulo 27 foi dada durante o tempo do reinado de
Zedequias, e não de Jeoaquim.
Qual
o nome que deveria constar então nesta passagem?
SOLUÇÃO:
O mais provável é
que este seja o caso de um copista ter inadvertidamente cometido o
erro
de colocar o início do capítulo 26 no início do capítulo 27. Há
uma boa evidência dada pelos
textos,
a partir das versões do AT do siríaco e do grego, de que tenha
ocorrido um erro de escriba
nesta
passagem. Enquanto as versões do siríaco trazem "Zedequias",
a versão grega omite
totalmente
este versículo. Isso pode ser um indício de que tenha havido algum
problema nos
primeiros
estágios da transmissão desta porção do texto de Jeremias, e os
tradutores gregos, não
podendo
decifrar o versículo, simplesmente o deixaram fora do texto. O
contexto e a situação
histórica
mostram que no original deveria constar "Zedequias", e não
"Jeoaquim", como assim
entende
a maioria de nossas versões (ARA, R-IBB, EC, TLH, etc).
JEREMIAS
32:31 - Deus teve prazer em relação a Sião (Jerusalém), ou ela
provocou a sua
ira?
PROBLEMA:
O salmista declarou
que "o Senhor ama as portas de Sião" (SI 87:2). De fato,
"o
Senhor
escolheu a Sião... [como o seu lugar de repouso para sempre]"
(SI 132:13-14). Mas,
segundo
este texto, Deus está dizendo: "para minha ira e para meu furor
me tem sido esta cidade,
desde
o dia em que a edificaram e até ao dia de hoje" (Jr 32:31).
Então, Deus tem o seu prazer em
Sião
para sempre, ou foi ele provocado por Sião desde o princípio?
SOLUÇÃO:
Na verdade as duas
situações são verdadeiras, quer sejam consideradas espiritual ou
literalmente.
Alguns eruditos tomam essas declarações de
modo espiritual, como
uma referência à
bênção
eterna de Deus sobre a Sião celestial, a Igreja (cf. Hb 12:22; Ap
21-22).
Outros
estudiosos da Bíblia tomam essas declarações literalmente, ou
seja, elas se cumprirão
quando
Israel for restaurada à sua terra para sempre, como Deus prometeu
(veja os comentários de
Romanos
11:26).
Conseqüentemente,
a cidade de Jerusalém, que foi escolhida por Deus como a capital do
seu povo
Israel,
sempre foi um motivo de dor para Deus. Contudo, quando o Messias
retornar para
estabelecer
o seu trono e ali reinar (cf. Zc 13-14; Mt 19:28), Sião será uma
eterna fonte de prazer
para
Deus.
JEREMIAS
34:3 - Zedequias viu o rei da Babilônia, ou não?
PROBLEMA:
Jeremias declarou ao
rei Zedequias: "...tu verás o rei da Babilônia face a face,...
e
entrarás
na Babilônia". Entretanto, 2 Reis 25:7 diz que os invasores
babilônicos "a ele vazaram os
olhos;
ataram-no com duas cadeias de bronze e o levaram para a Babilônia".
Como poderia então
ele
ter visto o rei da Babilônia, se ficara cego?
SOLUÇÃO:
Estas passagens
estão em perfeita harmonia, se considerados todos os fatores.
Primeiro,
o rei da Babilônia mandou chamar o rei Zedequias, que estava preso,
para que ele fosse
levado
aos seus quartéis generais em Ribla (cf. 2 Rs 25:6). Ali, depois de
ter visto o rei da Babilônia
"face
a face" (Jr 34:3), Zedequias teve os olhos vazados. Então ele
foi atado em cadeias e levado à
Babilônia.
Assim Zedequias viu o rei
da Babilônia, mas
não a cidade
da Babilônia.
JEREMIAS
36:28 - Como pode este livro ser inspirado, se o manuscrito original
de Jeremias
foi
perdido?
PROBLEMA:
De acordo com
eruditos evangélicos, apenas os manuscritos (Redigidos pela mão do
autor)
eram inspirados e sem erro, e não as cópias, uma vez que ocorrem
pequenos erros nelas. Mas,
de
acordo com esta passagem, o rei destruiu o manuscrito original no
fogo.
SOLUÇÃO:
Quando os
evangélicos referem-se aos "manuscritos originais" como
sendo os únicos
totalmente
inspirados (os escritos pela mão do autor), não querem excluir o
fato de que um autor
bíblico
possa ter feito uma "segunda edição" com um novo
manuscrito original. Nem excluem o
fato
de que se o original foi destruído, Deus pôde inspirar um outro
igual ao anterior. De fato, foi
dito
a Jeremias: "Toma outro rolo e escreve nele todas as palavras
que estavam no original" (v. 28).
Assim,
os dois manuscritos foram inspirados, sendo que apenas o primeiro foi
destruído, sem deixar
cópias.
Dessa forma, o segundo é considerado agora o "original".
Tecnicamente
não deveríamos dizer que apenas os manuscritos
originais eram
inspirados,
mas
sim que o texto
original é que era
inspirado. Por exemplo, uma cópia perfeita (como uma
fotocópia)
de um manuscrito original é tão inspirada como o manuscrito
original. De igual modo,
todas
as cópias do original, que existem hoje, são igualmente inspiradas,
à medida que reproduzem
fielmente
o manuscrito original. Deus em sua sabedoria não achou conveniente
preservar os
manuscritos
originais das Escrituras. Alguns crêem que se isso tivesse
acontecido, os homens teriam
feito
deles ídolos (cf. 2 Rs 18:4). Outros declaram que foi este o modo
pelo qual se evitou
distorções
pelos homens, já que, espalhando muitas cópias, isso fez com que se
tornasse impossível
distorcer
todas elas. Seja como for, as cópias que temos são anteriores, mais
numerosas e mais
precisas
do que as de qualquer outro livro do mundo antigo. Elas trazem até
nós a verdade do texto
original,
e as pequenas diferenças não afetam em nada nenhuma das doutrinas
aja fé cristã.
JEREMIAS
36:30 - Como pode este versículo dizer que Jeoaquim não terá quem
se assente no
trono,
se o seu filho reinou depois dele?
PROBLEMA:
Pelo fato de
Jeoaquim ter queimado o livro da profecia de Jeremias, Deus disse a
Jeremias
que profetizasse de novo a Jeoaquim dizendo: "não terá quem se
assente no trono de Davi"
(Jr
36:30). Entretanto, de acordo com 2 Reis 24:6, Joaquim, filho de
Jeoaquim, "reinou em seu
lugar".
Não há uma contradição?
SOLUÇÃO:
Não se trata de uma
contradição. Embora Joaquim tenha assumido o reinado depois
da
morte de seu pai, ele permaneceu em Jerusalém apenas três meses,
quando então a cidade caiu
nas
mãos dos exércitos invasores de Nabucodonosor. Tendo reinado em
Israel apenas três meses,
Joaquim
foi levado em cativeiro, e Zedequias foi posto no trono em seu lugar.
O sentido hebraico da
frase
"não terá quem se assente no trono" é de uma permanência
mais duradoura. Deus estava
dizendo
a Jeoaquim que o seu nome de família não mais continuaria num posto
de liderança, e que
não
continuaria uma dinastia com o seu nome. O reinado extremamente curto
de Joaquim e a sua
quase
que imediata remoção e cativeiro foram o cumprimento daquela
profecia.
JEREMIAS
43:8-13 - Como estes versículos falam da invasão de Nabucodonosor,
se não há
evidências
de que ela de fato tenha ocorrido?
PROBLEMA:
De acordo com esta
profecia de Jeremias, Nabucodonosor atacaria e devastaria o
Egito.
Entretanto, os historiadores gregos não fizeram menção alguma a
esse evento, e parece não
haver
suficiente prova histórica que suporte a declaração de que houve
tal invasão- Não será este
um
erro do registro bíblico da história?
SOLUÇÃO:
Não. Não há erro
histórico. Até recentemente, o único testemunho dos antigos
historiadores
era o registro de Josefo, o historiador judeu. Eruditos da atualidade
rejeitaram o
testemunho
de Josefo alegando ter sido algo inventado para dar respaldo às
Escrituras hebraicas.
Entretanto,
um pequeno fragmento de uma crônica babilônica de cerca de 567 a.C.
confirma tanto o
registro
de Josefo como o relato bíblico referente à invasão do Egito por
Nabucodonosor. Há ainda
uma
confirmação provinda da inscrição na estátua de Nes-hor,
governador do Egito meridional sob
Hofra.
Nabucodonosor realmente invadiu e devastou o Egito, como Jeremias
tinha profetizado.
JEREMIAS
46:2 - A data relativa à derrota dos exércitos egípcios imposta
por
Nabucodonosor
contradiz aquela citada em Daniel 1:1?
(Para
uma consideração quanto à precisão histórica deste versículo,
veja os comentários de
Daniel
1:1.)
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