MATEUS 3
MATEUS
12:40 (cf. Jo 19:14) - Se Jesus foi crucificado na sexta-feira, como
pôde ele passar
três
dias e três noites na sepultura?
PROBLEMA:
Cristo ressuscitou
no domingo (Mt 28:1), mas ele afirmara que "passaria três dias
e
três
noites no coração da terra". Se Cristo foi crucificado na
sexta-feira, como poderia ele passar
três
dias e três noites na terra e ressurgir no domingo, apenas dois dias
depois?
SOLUÇÃO
1: Alguns eruditos
crêem que Jesus permaneceu na sepultura o período completo de
três
dias e três noites (72 horas), tendo sido crucificado na
quarta-feira. Eles oferecem o seguinte,
em
apoio a este ponto de vista:
Primeiro,
insistem em que esse é o significado literal da expressão "três
dias e três noites".
Segundo,
salientam que, se Jesus tivesse sido crucificado na sexta-feira, não
haveria explicação para
o
que ele fez na quarta-feira. Todos os outros dias são explicados.
Terceiro, a Páscoa não era num
dia
fixo (na sexta-feira), mas variava.
SOLUÇÃO
2: A maioria dos
eruditos bíblicos acredita que Jesus foi crucificado na sexta-feira.
Consideram
que a expressão "três dias e três noites" é uma figura
de linguagem hebraica que se
referia
a uma parte desse período. Em defesa de sua posição, eles
apresentam o seguinte:
Primeiro,
a expressão "três dias e três noites" não significa
necessariamente três períodos
completos
de 24 horas. A referência do salmista ao meditar "de dia e de
noite" (SI 1:2) na Palavra
de
Deus não significa ter de ler a Bíblia durante todo o dia e toda a
noite.
Segundo,
está claro no livro de Ester que a expressão "três dias e
três noites" não tem o
sentido
de 72 horas, pois embora eles tenham jejuado por três dias e noites
(4:16), que foi o tempo
desde
que começaram com o jejum até o momento em que Ester se apresentou
perante o rei, a
passagem
afirma que Ester apareceu diante do rei "ao terceiro dia"
(5:1). Se eles começaram o
jejum
na sexta-feira, então o terceiro dia seria o domingo. Portanto,
"três dias e três noites" tem de
se
referir a uma parte do período de três dias e três noites.
Terceiro,
Jesus empregou a expressão "no terceiro dia" para
descrever o tempo da sua
ressurreição,
depois da crucificação (Mt 16:21; 17:23; 20:19; cf. 26:61). "No
terceiro dia",
porém,
não
quer dizer "após três dias", que exige o total de 72
horas, mas pode ser entendida como
referindo-se
a um número de horas dentro do período de três dias e noites.
Quarto,
essa posição encaixa-se melhor com a ordem cronológica dos eventos
tal como
registrada
em Marcos (cf. 14:1), bem como com o fato de ter Jesus morrido no dia
da Páscoa (sextafeira),
para
cumprir com as condições de ser o nosso Cordeiro pascal (1 Co 5:7
cf. Lv 23:5-15). As
duas
posições podem ser comparadas como se segue:
A
ÚLTIMA SEMANA ANTES DA CRUCIFICAÇAO
Sexta
Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Crucificação
na
quartafeira:
“Posição
Reconstruída”
Chegada
em
Betânia
Festa
em
Betânia
Jo
12:1
Dia
em
que
o
Cordeiro
pascal
era
tomado
Êx
12:3
Entrada
triunfal
Amaldiçoando
a
figueira
Censura
os
líderes
judeus
Sermão
do
monte
das
Oliveiras
Jesus
morreu
Dia
da
preparação
da
páscoa
Um
Shabbath
Primeiro
mês
judaico
(março/
abril)
9
de
Nisan
10
de
Nissan
11
de
Nissan
12
de
Nissan
13
de
Nissan
14
de
Nissan
15
de
Nissan
16
de
Nissan
17
de
Nissan
18
de
Nissan
Quinta-feira
dia e noite
Sexta-feira
dia e noite
Sábado
dia e noite
Mt
12:40
O
CORPO DE JESUS NO TÚMULO
Crucificação
na
sextafeira
Posição
tradicional
“6
dias
antes
da
páscoa”
“No
dia
seguinte”
Jo
12:12
“Pela
manhã”
Mc
11:12
“No
dia
seguinte”
Mc
11:20
“Dali
a
dois
dias”
Mc
14:1
“Logo
pela
manhã”
Mc
15:1
“O
sábado
passou”
Mc
16:1
Festa
em
Betânia
Os
judeus
planejam
a
morte
de
Jesus
Jo
12:8-11
Entrada
triunfal
em
Jerusalém.
Ele
chorou
pela
cidade.
Lc
19:41
A
figueira
é
amaldiçoada.
Mc
14:11
Purificação
do
templo.
Mc
11:15-18
Recebe
louvor
de
crianças.
Mt
21:14-16
A
figueira
está
morta.
Mc
11:20
Censura
aos
líderes
judeus
Sermão
do
monte
das
oliveiras.
Mc
13:1
Envia
Pedro
à
cidade.
Lc
22:7-
13
Última
ceia.
Mc
14:12
Getsemani.
Mc
14:32
É
preso.
Mc
14:48-52
Julgamento
Crucificação
Sepultamento
Jo
19:38-
42
Ressurreição
O
CORPO DE JESUS NO TÚMULO
MATEUS
13:12 - Deus não é
injusto por dar aos
que já têm?
PROBLEMA:
Deus é apresentado
na Bíblia como justo e imparcial (Rm 2:11; Gn 18:25). Jesus,
sendo
Deus encarnado, foi colocado na posição de ser exemplar, com uma
moral perfeita (Hb 4:15).
Contudo,
nessa passagem, Jesus disse que tiraria de quem "não tem"
e daria "ao que tem". O que
seria
mais injusto?
SOLUÇÃO:
"Dar a quem tem
e tirar de quem não tem" é uma palavra proverbial usada por
Jesus
nesse
contexto que quer dizer que quando ele falou por meio de parábolas
(Mt 13:10), aqueles que
pensavam
que tinham alguma percepção quanto ao reino ficaram com um menor
entendimento,
porque
ficaram mais confusos. A incredulidade deles causou a sua confusão,
de forma que eles
"vendo,
não vêem; e, ouvindo, não ouvem" (v. 13). Por outro lado,
aqueles que receberam as
palavras
de Jesus (ou seja, os seus discípulos) passaram a ter até mesmo um
maior entendimento do
que
tinham antes.
MATEUS
13:31-32 - Jesus não cometeu um erro, quando se referiu ao grão de
mostarda como
sendo
a menor de todas as sementes?
PROBLEMA
1: Jesus disse que a
semente de mostarda é "a menor de todas as sementes".
Contudo,
hoje sabemos que a semente de mostarda não é absolutamente a menor
semente que
existe.
Alguns acham que Jesus estaria falando da semente de mostarda preta.
Porém, ainda essa
não
é a menor de todas as sementes.
SOLUÇÃO
1: Jesus não estava
se referindo a todas as sementes existentes no mundo, mas apenas
àquelas
que os fazendeiros palestinos de então semeavam em seus campos. Isso
está claro pela
frase:
"que um homem tomou e plantou no seu campo". E é um fato
que a semente de mostarda era
a
menor de todas as sementes que o fazendeiro judeu do primeiro século
semeava em
seu campo.
Assim,
não há contradição alguma entre a ciência e as Escrituras. O que
Jesus disse era literalmente
verdadeiro
no contexto em que ele falou.
PROBLEMA
2: Alguns dizem que
um pé de mostarda não pode crescer a ponto de poder aninhar
pássaros,
e muito menos chegar a se tornar uma árvore.
SOLUÇÃO
2: Isso não é
verdade, porque é comprovado que alguns pés de mostarda crescem a
ponto
de se tornarem árvores com cerca de três metros de altura. É certo
que com esse tamanho
uma
árvore tenha espaço suficiente para que aves se aninhem nela (Mt
13:32).
MATEUS
13:34 - Jesus sempre falou por meio de parábolas, ou não?
PROBLEMA:
Esse texto afirma
categoricamente que "sem parábolas nada [Jesus] lhes dizia".
Contudo,
Jesus proferiu todo o Sermão do Monte (Mt 5-7) sem fazer uso de nem
uma única
parábola.
SOLUÇÃO:
Há dois fatores a
respeito desse ponto, que precisam ser considerados: um explícito e
outro
implícito. Primeiro, Mateus 13:34 afirma que Jesus falou essas
coisas "às multidões", sendo
que
o Sermão do Monte foi proferido para os seus "discípulos"(Mt
5:1-2; cf. Lc 6:20), muito
embora
as multidões aparentemente o tenham ouvido também (cf. Mt 7:28).
Além disso, essa
referência
pode aplicar-se apenas ao que Jesus estava fazendo naquela hora, e
não a todas as
ocasiões.
O texto não diz que ele sempre, em todas as ocasiões, somente
falaria às multidões por
parábolas.
Contudo, essa interpretação é possível, já que ternas apenas um
registro limitado do que
Jesus
falou (cf. Jo 21:25).
MATEUS
13:55 - Maria foi sempre virgem, ou teve ela outros filhos depois do
nascimento
virginal
de Jesus?
PROBLEMA:
O Catolicismo Romano
ensina que Maria sempre foi virgem, isto é, que ela nunca
praticou
uma relação sexual, mesmo depois que Jesus nasceu. Quando a Bíblia
se refere então aos
"irmãos
e irmãs" de Jesus (Mt 13:55-56), na verdade ela está se
referindo a primos ou a parentes
próximos?
SOLUÇÃO:
É verdade que as
palavras para irmão e irmã podem referir-se a um parente próximo.
O
sentido, porém, tem de ser determinado pelo contexto e por outros
textos das Escrituras. E no
caso
dos irmãos e irmãs de Jesus, o contexto indica que se trata
realmente dos meios-irmãos e
meias-irmãs
de Jesus.
Primeiro,
em parte alguma a Bíblia afirma a doutrina da perpétua virgindade
de Maria. Tal
como
a doutrina católica de que Maria nunca pecou (veja os comentários
de Lucas 1:46), não há em
toda
a Bíblia nada que suporte esse ensino.
Segundo,
quando o termo "irmãos e irmãs" é empregado em conjunto
com "pai" ou "mãe",
então
o sentido não é o de primos e primas, mas sim de irmãos e irmãs
mesmo (cf. Lc 14:26). Tal é
o
caso a respeito das menções dos irmãos e irmãs de Jesus. Mateus
13:55 diz: "Não é este o filho do
carpinteiro?
Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e
Judas?" (cf. Mc 6:3).
Terceiro,
há outras referências na Bíblia aos irmãos de Jesus. João nos
informa de que "nem
mesmo
os seus irmãos criam nele" (Jo 7:5). E Paulo fala de "Tiago,
o irmão do Senhor" (Gl 1:19).
Em
outra ocasião Marcos refere-se a "sua [de Jesus] mãe e seus
irmãos" (Mc 3:31). João falou de
"sua
mãe, seus irmãos e seus discípulos" (Jo 2:12). Lucas menciona
que estavam no cenáculo
"Maria,
mãe de Jesus, e com os irmãos de e" (At 1:14).
MATEUS
16:16 - Por que esse registro da confissão de Pedro difere dos
registros de Marcos e
Lucas?
PROBLEMA:
A confissão de
Pedro sobre quem é Cristo, feita em Cesaréia de Filipe,
apresenta-se
diferentemente
nos três evangelhos:
Mateus:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."
Marcos:
"Tu és o Cristo" (8:29).
Lucas:
"És o Cristo de Deus"(9:20).
Se
a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, por que há três relatos
diferentes sobre o que Pedro
disse?
O que ele realmente disse?
SOLUÇÃO:
Há várias razões
pelas quais diferem os registros sobre o que Pedro disse, nos
Evangelhos.
Em primeiro lugar, Pedro provavelmente falou em aramaico, ao passo
que os
Evangelhos
foram escritos em grego. Portanto, algumas variações podem vir
naturalmente como
decorrência
da tradução diferente de algumas palavras. Em segundo lugar, os
escritores dos
Evangelhos
às vezes parafraseavam, dando a essência do que tinha sido dito, de
forma semelhante à
dos
jornalistas da atualidade. Em terceiro lugar, o autor pode ter
selecionado e abreviado o que foi
dito
para que isso se enquadrasse melhor no tema do seu livro ou na ênfase
que procurava dar.
O
que é importante observar é que os autores dos Evangelhos nunca
criaram
essas coisas;
antes,
eles as relataram.
Além disso, os seus
relatos estavam de acordo com os procedimentos
normais
dos jornalistas daquela época (e ainda dos de hoje), e, quando há
múltiplos relatórios, todos
eles
dão a essência do que foi dito. Por exemplo, todos os três fazem a
referência de que Pedro
confessou
Jesus como sendo "o Cristo de Deus". Às vezes, todos os
relatos podem ser postos juntos
como
um todo, formando o que podem ter sido as palavras originais do
relato de Pedro. É possível
que
Pedro tenha dito exatamente o que Mateus relatou, e é bem provável
que os outros tenham
relatado
apenas as partes importantes daquela confissão de Pedro, como
ilustrado a seguir:
Mateus:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."
Marcos:
"Tu és o Cristo, [o Filho do Deus vivo]."
Lucas:
"[Tu] és o Cristo, [o Filho] de [o] Deus [vivo]."
MATEUS
16:18 - Pedro
é a rocha sobre a qual a igreja é construída?
PROBLEMA:
Os católicos
romanos usam esta passagem como base da sua crença na supremacia
de
Pedro, isto é, que ele é a rocha sobre a qual a Igreja é
construída. Mas Paulo disse que a igreja é
construída
em Cristo, não em Pedro (1 Co 3:11). Será que Pedro é a "rocha"
nessa passagem?
SOLUÇÃO:
Há diferentes modos
de se entender essa passagem, mas nenhum deles dá suporte à
posição
católica romana quanto a ser a igreja construída sobre São Pedro,
que veio a ser o primeiro
papa
- infalível em todos os seus pronunciamentos oficiais em questões
de fé e de doutrina. Isso é
evidente
por muitas razões. Em primeiro lugar, Pedro era casado (Mt 8:14), e
os papas não se
casam.
Se o primeiro papa pôde ser casado, questiona-se então o
pronunciamento posterior
proibindo
o casamento de todo sacerdote (inclusive do papa).
Em
segundo lugar, Pedro não era infalível em suas visões quanto à v
da cristã. Até mesmo
Paulo
teve de adverti-lo quanto à sua hipocrisia, porque ele não procedia
"corretamente segundo a
verdade
do Evangelho" (Gl 2:14).
Em
terceiro lugar, a Bíblia claramente afirma que Cristo é o
fundamento da igreja cristã,
insistindo
que "ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi
posto, o qual é Jesus
Cristo"
(1 Co 3:11).
Em
quarto lugar, a respeito do único sentido em que Pedro desempenhou
um papel de
fundamento
da igreja, isso ele compartilhou com todos os demais apóstolos, que
também tiveram
esse
papel. Pedro não foi o único. Nesse sentido, Paulo declarou que a
igreja é edificada "sobre o
fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Jesus Cristo, a pedra
angular" (Ef 2:20). De
fato,
a Igreja primitiva perseverou com firmeza na "doutrina dos
apóstolos" [não na de Pedro
somente]
(At 2:42). Até mesmo "as chaves do reino dos céus", que
foram dadas a Pedro (Mt 16:19),
foram
dadas também a todos os discípulos (cf. Mt 18:1,18).
Em
quinto lugar, não há indicação alguma de que Pedro tenha sido o
chefe da igreja
primitiva.
Quando o primeiro concilio reuniu-se em Jerusalém, Pedro apenas teve
a função de
introduzir
o assunto (At 15:6-11). T ago parece ter tido uma posição mais
importante, assumindo a
reunião,
dando o seu parecer e fazendo o pronunciamento final (cf. At
15:13-21). Em nenhum
evento
Pedro é referido como sendo "coluna" da Igreja. Ao
contrário, Paulo fala de "colunas" (no
plural),
tais como "Tiago, Cefas e Jadão" (Gl 2:9). Pedro (aqui
chamado de Cefas) nem mesmo foi
o
primeiro citado entre as colunas.
Em
sexto lugar, muitos intérpretes evangélicos acreditam que a
referencia de Jesus a "esta
pedra"
(Mt 16:18), sobre a qual sua Igreja seria construída, era para o
firme (como uma rocha)
testemunho
de Pedro de que Jesus era "o Cristo, o Filho do Deus vivo"
(Mt 16:16). Mas mesmo que
essa
pedra refira-se a Pedro (Petros,
pedra), o que é
certamente uma possível interpretação, ele seria
apenas
uma pedra
no fundamento apostólico da Igreja (Mt 16:18), não é a rocha. Nem
ainda ele
seria
a única
pedra apostólica.
Até mesmo o próprio Pedro admitiu que Cristo é "a principal
pedra,
angular"
(1 Pe 2:7), e Paulo observa que os outros apóstolos são todos
partes desse "fundamento"
(Ef
2:20).
MATEUS
16:20 - Por que Jesus instruiu os seus discípulos que não dissessem
a ninguém ser
ele
o Cristo?
PROBLEMA:
Jesus comissionou os
seus discípulos: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações"
(Mt 28:19). Todavia, vez após vez, durante todo o seu ministério,
Jesus insistiu com os seus
seguidores
que "a ninguém dissessem ser ele o Cristo" (cf. Mt 8:4;
16:20; 17:9; Mc 7:36; 8:30; 9:9;
Lc
5:14; 8:56; 9:21). Isso não contradiz sua grande comissão?
SOLUÇÃO:
Esse problema é
facilmente resolvido se certas coisas forem lembradas. Primeiro,
com
freqüência havia uma condição estabelecida ou implícita para
essa ordem de Jesus, de que não
deveriam
falar a ninguém. Em certa ocasião Jesus disse claramente a seus
discípulos "que não
divulgassem...
até ao dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos"
(Mc 9:9; cf. Mt
17:9).
Não há contradição entre isso e o seu pronunciamento para
proclamarem a todo o mundo,
feito
depois que ele ressurgiu dentre os mortos (em Mt 28:19).
Segundo,
às vezes Jesus estava simplesmente tentando manter controle sobre as
multidões,
de
forma a poder continuar com o seu ministério. Marcos escreve: "Mas
lhes ordenou que a
ninguém
dissessem; contudo, quanto mais recomendava, tanto mais eles o
divulgavam" (Mc 7:36).
De
igual modo, Lucas relata que imediatamente depois de Jesus ter
instruído o leproso que fora
curado
que "a ninguém o dissesse" (Lc 5:14), "o que se dizia
a seu respeito cada vez mais se
divulgava
... ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava"(vv.
15-16).
Finalmente,
Jesus não queria exibir em público o que ele dizia ser como
Messias, em
especial
entre os judeus, porque eles tinham uma falsa expectativa: esperavam
um redentor político,
que
os libertaria do jugo de Roma (veja os comentários de João 4:26).
Em certa ocasião, eles até
mesmo
quiseram fazê-lo rei pela força, por causa dos sinais que Jesus
fizera (veja Jo 6:14-15).
Desde
que esse não era o seu propósito, ele se retirava do meio deles,
pois o seu propósito era
morrer
na cruz (Mc 10:45 ejo 10:10,15).
MATEUS
16:28-Jesus não cometeu um erro a respeito dos discípulos, ao dizer
que o reino
viria
durante o período de suas vidas?
PROBLEMA:
Jesus disse a seus
discípulos que alguns deles não veriam a morte até que o vissem
vindo
no seu reino. Contudo, durante a vida dos apóstolos, Jesus nunca
retornou para estabelecer o
seu
reino.
SOLUÇÃO:
Essa é uma questão
de quando o
fato iria acontecer, não de que se iria acontecer ou
não.
Há três soluções possíveis.
Alguns
sugeriram que essa poderia ser uma referência ao dia de Pentecostes,
quando o
Consolador
de Cristo, o Espírito Santo, descesse sobre os apóstolos. No
Evangelho de João (14:26),
Jesus
promete enviar o Espírito Santo e, no início de Atos (1:4-8), ele
os conclama a não deixarem
Jerusalém
até que recebam o Espírito Santo. Mas isso dificilmente se enquadra
com a descrição de
ver
Cristo vindo em seu reino (Mt 16:28).
Outros
crêem que isso poderia ser uma referência à destruição de
Jerusalém e do templo, o
que
ocorreu no ano 70 a.D. Isso significaria que Ele voltaria para trazer
juízo sobre a cidade que o
rejeitara
e que o crucificara. Embora essa seja uma explicação possível, ela
parece não levar em
conta
o fato de que a volta de Jesus é para os crentes (os "que aqui
se encontram"), não
simplesmente
uma volta em juízo sobre os incrédulos. Nem ainda o juízo sobre
Jerusalém no ano
70
a.D. corresponde adequadamente à expressão "até que vejam vir
o Filho do Homem no seu
reino"
(v. 28), que é uma frase que tem algo que ver com a sua segunda
vinda (cf. 26:64). Também
não
explica por que Jesus não apareceu no ano 70.
Uma
terceira e mais plausível explicação é que essa é
uma referência à
aparição de Cristo
em
sua glória no Monte da Transfiguração, cujo relato começa
precisamente no versículo seguinte
(17:1).
Nessa passagem Cristo aparece literalmente numa forma glorificada, e
alguns dos seus
apóstolos
lá estão para testemunhar o que aconteceu, a saber, Pedro, Tiago e
João. Essa experiência
da
transfiguração certamente foi apenas um antegozo da sua segunda
vinda, quando todos os
crentes
o verão, vindo em poder e grande glória (cf. At 1:11; Ap 1:7).
MATEUS
19:16-30 (cf. Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) - Já que Jesus era Deus, por
que ele parece
ter
admoestado o jovem rico por este tê-lo chamado de bom?
PROBLEMA:
O jovem rico chamou
Jesus de "Bom Mestre" (Mt 19:16, SBTB; Mc 10:17; Lc
18:18),
e Jesus o admoestou, dizendo: "Por que mç chamas bom? Não há
bom senão um só, que é
Deus"
(v. 17, SBTB). Contudo, em outras ocasiões Jesus não apenas
reivindicou ser Deus (Mc 2:8-
10;
Jo 8:58; 10:30), mas também aceitou a declaração que outros
fizeram de ser ele Deus (Jo 20:28-
29).
Por que ele parece estar negando ser Deus ao jovem rico?
SOLUÇÃO:
Jesus não negou ser
Deus ao jovem rico. Ele simplesmente pediu-lhe que examinasse
as
implicações do que estava dizendo. Com efeito, Jesus estava
dizendo-lhe: "Você percebe o que
está
implícito quando você me chama de bom? Você está dizendo que eu
sou Deus?"
O
jovem não percebeu as implicações do que ele estava dizendo. Dessa
forma Jesus o estava
forçando
a um dilema bastante desconfortável. Ou Jesus era bom e Deus, ou ele
era mau e homem.
Um
bom Deus ou um mau homem, mas não simplesmente um bom homem. Essas
são as reais
alternativas
a respeito de Cristo. Pois nenhum homem bom declararia ser Deus, não
o sendo.
Aquele
Cristo liberal, que era apenas um bom mestre da moral, mas não Deus,
não passa de uma
ficção
criada pela imaginação humana.
MATEUS
19:21 - Devem então os crentes vender tudo o que têm, e distribuir
o dinheiro?
(Veja
os comentários de 1 Timóteo 6:17-18.)
MATEUS
19:26 - Há alguma coisa impossível para Deus?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, "para Deus tudo é possível". Contudo, Hebreus
6:18
declara
que "é
impossível que Deus
minta".
SOLUÇÃO:
O contexto em Mateus
indica que Jesus está falando sobre o que é
humanamente
impossível,
ao passo que Hebreus nos informa de que algumas coisas (como, por
exemplo, mentir)
são
realmente
impossíveis para
Deus. Observe que, na frase precedente, Jesus disse: "isto é
impossível
aos homens",
indicando que ele
estava falando acerca do que é humanamente
impossível,
mas possível para Deus. Entretanto, há algumas coisas que Deus
mesmo não pode
fazer.
Por exemplo, ele não pode fazer nada que esteja em contradição com
a sua natureza, como
por
exemplo cessar de ser Deus, ou deixar de ser santo, ou fazer algo que
seja logicamente
impossível
(como fazer um círculo quadrado ou
forçar alguém a
amá-lo por sua livre vontade).
Deus
não pode fazer uma pedra tão grande que ele não consiga
levantá-la, pois o que é criado não
pode
ser maior do que o Criador. Entretanto, Deus pode fazer qualquer
coisa que seja possível fazer.
Ele
é todo-poderoso (onipotente), o "El Shadai" (cf.Jó 5:17;
6:14; 42:2).
MATEUS
20:lss - Os galardões são iguais para todos, ou diferem em grau?
PROBLEMA:
Jesus contou uma
parábola do seu reino, na qual cada servo recebeu o mesmo
pagamento,
ainda que cada um tivesse trabalhado um número diferente de horas.
Todavia, em
outras
partes, a Bíblia fala de diferentes graus de recompensa pelo
trabalho no reino de Deus (cf. 1
Co
3:11-15; 2 Co 5:10; Ap 22:12).
SOLUÇÃO:
Há diferentes graus
de recompensa no céu, dependendo de nossa fidelidade a Cristo
na
terra. Jesus disse: "E eis que venho sem demora, e comigo está
o galardão que tenho para
retribuir
a cada um segundo
as suas obras" (Ap
22:12). Paulo disse que a obra de cada crente vai
ser
provada pelo fogo e, "se permanecer a obra de alguém que sobre
o fundamento edificou, esse
receberá
galardão" (1 Co 3:14). Em 2 Coríntios 5 está escrito que
todos nós haveremos de aparecer
perante
o tribunal de Cristo, "para que cada um receba segundo
o bem ou o mal que tiver feito" (v.
10,
grifos do autor).
Na
parábola de Mateus 20, a questão não é que todos os galardões
serão o mesmo, mas que
todas
as recompensas são pela
graça. E para
mostrar que Deus recompensa com base na
oportunidade,
não simplesmente de
acordo com a realização. Nem todos os servos tiveram igual
oportunidade
para trabalhar para o senhor o mesmo número de horas; entretanto,
todos receberam o
mesmo
pagamento. Deus olha para a nossa disposição assim como para as
nossas ações, e nos julga
segundo
esses dois aspectos.
MATEUS
20:20 (cf. Mc 10:35) - Quem veio falar com Jesus: a mãe de Tiago e
João ou eles
mesmos?
PROBLEMA:
Segundo Mateus, a
mãe de Tiago e João fez um pedido a Jesus. Contudo, Marcos
afirma
que Tiago e João foram os que vieram a Jesus para fazer o pedido.
SOLUÇÃO:
Está claro que
tanto a mãe como os seus dois filhos vieram a Jesus para fazer
aquele
pedido,
pois o texto declara "chegou a ele a mulher... com seus filhos"
(v. 20). É possível que a mãe
tenha
falado em primeiro lugar, e que os dois filhos logo em seguida tenham
confirmado o pedido.
Isso
tem respaldo no relato de Mateus por ele dizer que, quando Jesus
respondeu, perguntando:
"podeis
vós beber o cálice que ei| estou para beber?", a resposta foi
"[nós]
podemos" (v.
22). Assim,
não
há um conflito insolúvel. Os dois relatos são harmônicos.
MATEUS
20:29-34 (cf. Mc 10:46-52; Lc 18:35-43) - Jesus curou dois cegos, ou
foi apenas um?
PROBLEMA:
Mateus diz que
Cristo curou dois homens, mas Marcos refere-se a apenas um cego
sendo
curado (10:46). Isso parece ser uma clara contradição.
SOLUÇÃO:
Embora Marcos
registre que uma pessoa foi curada, isso não significa que não
foram
dois,
como Mateus diz. Antes de mais nada, Marcos não declara que
apenas um cego foi
curado.
Mateus
disse que foram dois, e onde há dois, sempre há um, sem exceção!
Mateus anteriormente
mencionara
dois endemoninhados, e Marcos e Lucas fazem menção a apenas um (Mt
8:28-34).
Nesse
relato também Mateus menciona dois cegos, sendo que Marcos menciona
um.
O
fato de Marcos mencionar o nome de um dos cegos, Bartimeu, e o nome
de seu pai, Timeu
(10:46),
indica que ele se concentrou naquele que conhecia pessoalmente. Se
duas pessoas viessem
a
receber uma medalha de honra do presidente do país, e se uma dessas
pessoas fosse um amigo
seu,
é compreensível que, quando você relatasse a história, você se
referisse simplesmente àquele
seu
conhecido como tendo recebido a medalha.
Solução 3 para (cf. Jo 19:14) -
ResponderExcluirEsta história de ressuscitação é uma lenda implanta pelos próprios discípulos ou por José de Arimatéia a fim de dar sumiço no corpo de um homem morto.
A sequencia é igualmente falsa, pois quando as mulheres vão ao sepulcro, uma hora um anjo avisa que o 'senhor' não está mais lá; outra hora há um anjo sentado na pedra.
O certo é que esta lenda permanece até hoje influenciando algumas vezes de modo positivo e na maioria das vezes de modo negativo para a humanidade.
É incrível que até hoje uma lenda como esta permaneça viva devido ao fanatismo arraigado de alguns.