LUCAS 2
LUCAS
9:50 - Jesus se contradisse quando se referiu àqueles que são por
ele? (cf. Lc 11:23)
PROBLEMA:
Em Lucas 9:50, Jesus
diz que "quem não é contra nós é por nós" (SBTB).
Contudo,
em
Lucas 11:23, ele diz: "quem não é comigo é contra mim"
(SBTB). Qual dessas posições é
a
correta?
SOLUÇÃO:
Primeiramente, a
melhor tradução de Lucas 9:50 é
a que se encontra na
ARA e, com
leves
alterações, em outras versões em português (R-IBB, EC, TLH, BJ,
NVI), em que no lugar de
"nós"
acha-se "vós"
[ou "vocês"]:
"quem não é contra vós outros é por vós". O original
grego é
claro
a respeito do pronome empregado. A maioria dos manuscritos gregos
anteriores ao século VIII
a.
D. não contém a forma "contra nós... por nós". Sendo
assim, o problema inexiste.
Segundo,
os contextos nos dois casos são diferentes. Nas duas passagens, a
expulsão de demônios
está
em cena. Em Lucas 9, um certo homem, que não era um dos doze
discípulos, estava
expulsando
demônios em nome de Jesus, e João quis que ele parasse com isso
(9:49). Jesus instruiu
os
seus discípulos que não o proibissem, "pois quem não é
contra vós outros é por vós".
Em
Lucas 11 a situação é diferente. Jesus tinha expulsado um demônio
de alguém e algumas
pessoas
estavam dizendo que ele expelia demônios pelo poder de Belzebu, o
maioral dos demônios
(vv.
14-15). Essas pessoas estavam contra
a obra do Senhor, ao
passo que o homem de Lucas 9
estava
fazendo a
obra em nome de Jesus. Um era a
favor do Senhor, ao
passo que os outros estavam
contra
o Senhor. Assim,
realmente não há contradição alguma.
LUCAS
9:52-53 - Os
samaritanos receberam Cristo ou o rejeitaram?
PROBLEMA:
Lucas diz claramente
que os samaritanos "não o receberam". Contudo, quando
Jesus
falou com a mulher samaritana junto ao poço, uma grande multidão
afluiu para encontrar-se
com
ele (Jo 4:39-40).
SOLUÇÃO:
Essas passagens
referem-se a tempos e a lugares diferentes. Antes de mais nada,
Lucas
está falando de uma determinada aldeia, e não de todos os
samaritanos. Ademais, ele diz que
a
rejeição aconteceu "porque o aspecto dele [de Jesus] era de
quem, decisivamente, ia para
Jerusalém"
(v. 53).
Finalmente,
a resposta positiva dos samaritanos no livro de João foi por causa
do
testemunho
da mulher que contou a seus amigos que ela tinha encontrado um
profeta, alguém "que
me
disse tudo quanto tenho feito" (Jo 4:29).
LUCAS
9:60 - Como
podem os mortos enterrar os seus próprios mortos?
(Veja
os comentários de Mateus 8:22.)
LUCAS
10:23 - Quem
são abençoados, os que vêem ou os que não vêem?
PROBLEMA:
Nessa passagem Jesus
diz a seus discípulos: "Bem-aventurados os olhos que vêem
as
cousas que vós vedes". Entretanto, mais tarde ele lhes disse:
"Bem-aventurados os que não viram
e
creram". Qual dessas afirmativas está correta?
SOLUÇÃO:
Primeiro, a palavra
"bem-aventurados" tem um sentido diferente em cada uma
dessas
passagens.
No primeiro caso, ela parece significar que eles foram grandemente
favorecidos porque
estavam
vendo aqueles milagres acontecer (cf. 10:17-19). Na passagem de João,
"bemaventurados"
tem
o sentido de "dignos de serem aplaudidos", que é uma
referência àqueles que
creram
em Cristo sem terem tido a oportunidade de pôr o dedo nas feridas do
corpo ressurreto de
Jesus.
Além
disso, mesmo que a palavra "bem-aventurados" seja entendida
com o mesmo sentido,
ainda
há uma diferença importante no objeto daquilo a que Jesus se
referiu quanto ao que foi visto e
ao
que não foi visto. Há uma diferença entre requerer a visão como
base para se ter fé,
como
aparentemente
foi o caso de Tome, e fazer uso da visão no
processo do
exercício da fé, como
fizeram
os discípulos.
Nada
há de errado em a evidência ser usada para dar
suporte à nossa fé,
mas ela não deve
ser
usada como tf base
para a crença.
Apenas Dcus e a revelação que ele nos dá de si mesmo é a
base
para crer, e não evidências de milagres. Assim, devemos crer em
Deus por causa de quem Ele
é,
não meramente por causa das evidências em seu favor. As evidências
nos darão no máximo
razões
para crermos que
Deus existe. Somente
o próprio Deus, mediante nossa livre escolha, pode
persuadir-nos
a crer nele. Portanto, exigir que tenhamos de "ver" mais
evidências antes de crer, isso
diminui
o mérito da fé (i.e. a bem-aventurança).
LUCAS
13:24 - Todos os que buscam a Deus o encontrarão?
PROBLEMA:
Jesus disse: "Buscai
e achareis". Outras passagens da Escritura reafirmam a mesma
verdade
(1 Cr 28:9; Is 55:6; At 10:35). Contudo, de acordo com Jesus, "muitos
procurarão entrar e
não
poderão" (Lc: 13:24). De igual forma, Ele disse em João: "vós
me buscareis, e não me
achareis"
(Jo 7:34).
SOLUÇÃO:
Todos os que
resolutamente buscarem a Deus, o encontrarão, porque ele é
"galardoador
dos que o buscam" (Hb 11:6). De fato, Deus é "longânimo
para conosco, não
querendo
que alguns se percam" (2 Pe 3:9,SBTB).
Naturalmente,
há aqueles que buscam a Deus em
seus próprios termos (pelas
obras
humanas),
os quais não se salvarão, já que não "por obras de justiça
praticadas por nós, mas
segundo
sua misericórdia, ele nos salvou" (Tt 3:5). A Bíblia diz: "Há
caminho que ao homem
parece
direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte" (Pv 14:12).
Ainda,
há aqueles que buscam tarde
demais, ou seja,
depois da morte, pois "aos homens está
ordenado
morrerem uma vez só, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27).
Mas não há quem vá a
Deus
nesta vida em, arrependimento, lançando-se sobre a sua misericórdia,
que não receba a sua
graciosa
dádiva da salvação.
AQUELES
QUE, BUSCANDO, AQUELES
QUE, BUSCANDO, NÃO
ENCONTRARÃO
A DEUS ENCONTRARÃO
A DEUS
Aqueles
que tomarem Aqueles
que forem por
o
caminho de Deus seus
próprios caminhos
Aqueles
que forem em tempo Aqueles
que esperarem até
tarde demais
Aqueles
que forem em arrependimento Aqueles
que forem em remorso
Judas
lamentou-se por seu pecado (Mt 27:4), mas Pedro arrependeu-se de seu
pecado.
Conseqüentemente,
Judas perdeu-se (Jo 17:12), e Pedro salvou-se.
LUCAS
16:31 - Os milagres provam a
missão divina de
Jesus?
PROBLEMA:
Começando com
Moisés, os milagres foram dados como uma prova da divina
missão
de cada um dos servos de Deus (cf. Êx 4:1-17). Nicodemos reconheceu
que Jesus fora
enviado
por Deus porque, conforme ele disse a Jesus: "ninguém pode
fazer estes sinais que tu fazes,
se
Deus não estiver com ele" (Jo 3:2). Lucas nos diz que Jesus foi
"aprovado por Deus diante de
vós
com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou
por intermédio dele entre
vós,
como vós mesmos sabeis" (At 2:22). O autor de Hebreus declarou
que Deus deu "testemunho
juntamente
com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por
distribuições do Espírito Santo,
segundo
a sua vontade" (Hb 2:4).
Por
outro lado, é evidente que os milagres não operam no sentido de
confirmar a mensagem
divina
na vida das pessoas que não crêem. O próprio Jesus admitiu isso na
passagem em que ele
disse:
"tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém
dentre os mortos" (Lc 16:31).
E,
num importante versículo de João, depois de Jesus ter realizado
muitos de seus sinais
milagrosos,
o evangelista admitiu que "embora tivesse feito tantos sinais na
sua presença, não
creram
nele" (Jo 12:37).
Assim,
com base nesses versículos, tudo indica que os milagres realmente
não contribuem
para
a confirmação de uma missão divina.
SOLUÇÃO:
A razão de tal
discrepância não é difícil de ser encontrada. Há uma diferença
entre
provar
e persuadir.
Devido ao contexto
teísta, os milagres de Jesus eram uma confirmação
de suas
reivindicações,
mas isso não significa que todo aquele que os visse seria convencido
por esses
milagres.
Esses eram uma demonstração objetiva
das reivindicações
de Jesus, mas nem todos se
convenceram
subjetivamente
por eles. Até mesmo
a melhor evidência só é efetiva havendo vontade,
não
a rejeição.
Aqueles
que se fecharem para Deus ouvirão apenas o "trovão", ao
passo que aqueles que estiverem
abertos
ouvirão a própria voz de Deus (cf. Jo 12:27-29).
LUCAS
18:lss - A oração deve ser incessante ou curta?
PROBLEMA:
Jesus condenou as
longas e repetitivas orações dos fariseus, que pensavam que
"pelo
seu muito falar serão ouvidos" (Mt 6:7). Contudo, nessa
parábola Jesus encorajou a oração
incessante
daqueles "que T ele
clamam dia e noite" (Lc 18:7). Essas passagens parecem estar em
conflito.
SOLUÇÃO:
O que Jesus condenou
não foram as longas
orações, mas as
orações repetitivas,
as
rezas
proferidas repetidamente. Ele estava mais preocupado com a
força da oração
do que com o
seu
tamanho. Os
intercessores diante de Deus não são ouvidos por suas "muitas
palavras", mas por
seu
"clamor" sincero.
LUCAS
18:18-30 - Se
Jesus é Deus, por que ele admoestou o jovem rico por este ter-lhe
chamado
de bom?
(Veja
o que foi dito sobre Mateus 19:16-30.)
LUCAS
18:35-43 -Jesus curou dois cegos ou apenas um?
(Veja
os comentários de Mateus 20:29-34.)
LUCAS
19:30 - Na
entrada triunfal de Jesus foram envolvidos dois jumentos ou apenas
um?
(Veja
o exposto sobre Mateus 21:2.)
LUCAS
22:19 - O
que Jesus quis dizer quando afirmou: "Isto é o meu corpo"?
Devemos
tomar
isso literalmente?
PROBLEMA:
Evangélicos
ortodoxos crêem na interpretação literal da Bíblia. Mas se essa
afirmação
de Jesus for tomada literalmente, então ela parecerá estar
respaldando o ensino católico
da
transubstanciação, ou seja, que, quando consagrado, o pão da
comunhão transforma-se no real
corpo
de Cristo.
SOLUÇÃO:
Jesus não tinha a
intenção de que sua afirmação "Isto é o meu corpo"
fosse entendida
literalmente,
da mesma forma como a declaração: "Eu sou a videira
verdadeira" (Jo 15:1). A
doutrina
católica romana da transubstanciação (que o pão se transforma no
corpo real de Jesus) não
tem
base bíblica nem racional, por muitas razões:
Primeiro,
o contexto
está em oposição
a tomar isso literalmente. Todos concordam que
quando
Jesus fez essa afirmativa, ele estava referindo-se ao pão. Lucas
diz: "Tomando o pão, tendo
dado
graças, o partiu dizendo: 'Isto é o meu corpo' " (Lc 22:19).
Mas era óbvio para todos que o
corpo
real de Jesus estava segurando o pão em suas mãos. Assim, nenhum
dos discípulos presentes
jamais
iria pensar ou entender que ele estivesse dizendo que aquele pão era
o seu corpo real.
Segundo,
o bom senso
se opõe a que
tomemos isso literalmente. Deus criou os sentidos, e
tudo
na vida depende da confiança que temos nas informações que nos são
passadas por eles quanto
a
este mundo. Mas aqueles que crêem na transubstanciação admitem que
o pão consagrado (a
hóstia)
tem aparência, cheiro e sabor de um pão real. Por que então Deus
exigiria de nós que
deixássemos
de confiar nos próprios sentidos, que ele mesmo criou para que neles
confiássemos
continuamente
em toda a nossa vida?
Terceiro,
afirmações
paralelas feitas por Jesus são
contrárias a que tomemos isso
literalmente.
Jesus costumava falar empregando uma linguagem figurada. Ele disse:
"Eu sou a
porta"
(Jo 10:9). Disse também que deveríamos comer "a carne do Filho
do Homem". Mas nem
católicos
nem evangélicos tomam essas expressões literalmente (veja os
comentários de João 6:53-
54).
Por que então deveríamos tomar literalmente essa sua afirmação
sobre o pão da comunhão
("Isto
é o meu corpo")?
LUCAS
23:38 - O que de fato estava escrito no sinal posto sobre a cruz?
(Veja
os comentários de Mateus 27:37.)
LUCAS
23:43 - Cristo não se enganou quando disse ao ladrão na cruz que
ele estaria no
paraíso
naquele mesmo dia em que Jesus morreu?
PROBLEMA:
Se Cristo não foi
ao céu senão pelo menos três dias após a sua morte, como poderia
o
ladrão estar no paraíso naquele mesmo dia em que Jesus morreu?
SOLUÇÃO:
A alma
de Cristo foi
imediatamente ao paraíso, que é o terceiro céu (2 Co 12:2-4),
mas
o seu corpo
foi para o túmulo,
lá permanecendo por três dias. Jesus disse na cruz: "Pai, nas
tuas
mãos
entrego o meu espírito!" (Lc 23:46), o que indica que sua alma
foi para estar com o Pai no céu
naquele
mesmo instante em que ele morreu.
Quando
Jesus disse a Maria, depois da ressurreição: "ainda não subi
para meu Pai", ele
estava
se referindo à ascensão de seu corpo
ao céu quarenta
dias após a ressurreição (Atos 1), não à
ida
de sua alma
ao céu durante o
período entre sua morte e ressurreição.
A
frase "desceu ao inferno" não consta no primitivo Credo
dos Apóstolos, mas foi
acrescentada
bem mais tarde. (Veja os comentários deEfésios4:8.)
LUCAS
23:47 - O que o centurião disse a respeito de Jesus foi corretamente
registrado?
(Veja
os comentários de Mateus 27:54.)
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