quinta-feira, 7 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- Lucas 2

LUCAS 2


LUCAS 9:50 - Jesus se contradisse quando se referiu àqueles que são por ele? (cf. Lc 11:23)

PROBLEMA: Em Lucas 9:50, Jesus diz que "quem não é contra nós é por nós" (SBTB). Contudo,
em Lucas 11:23, ele diz: "quem não é comigo é contra mim" (SBTB). Qual dessas posições é a
correta?
SOLUÇÃO: Primeiramente, a melhor tradução de Lucas 9:50 é a que se encontra na ARA e, com
leves alterações, em outras versões em português (R-IBB, EC, TLH, BJ, NVI), em que no lugar de
"nós" acha-se "vós" [ou "vocês"]: "quem não é contra vós outros é por vós". O original grego é
claro a respeito do pronome empregado. A maioria dos manuscritos gregos anteriores ao século VIII
a. D. não contém a forma "contra nós... por nós". Sendo assim, o problema inexiste.
Segundo, os contextos nos dois casos são diferentes. Nas duas passagens, a expulsão de demônios
está em cena. Em Lucas 9, um certo homem, que não era um dos doze discípulos, estava
expulsando demônios em nome de Jesus, e João quis que ele parasse com isso (9:49). Jesus instruiu
os seus discípulos que não o proibissem, "pois quem não é contra vós outros é por vós".
Em Lucas 11 a situação é diferente. Jesus tinha expulsado um demônio de alguém e algumas
pessoas estavam dizendo que ele expelia demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios
(vv. 14-15). Essas pessoas estavam contra a obra do Senhor, ao passo que o homem de Lucas 9
estava fazendo a obra em nome de Jesus. Um era a favor do Senhor, ao passo que os outros estavam
contra o Senhor. Assim, realmente não há contradição alguma.

LUCAS 9:52-53 - Os samaritanos receberam Cristo ou o rejeitaram?

PROBLEMA: Lucas diz claramente que os samaritanos "não o receberam". Contudo, quando
Jesus falou com a mulher samaritana junto ao poço, uma grande multidão afluiu para encontrar-se
com ele (Jo 4:39-40).
SOLUÇÃO: Essas passagens referem-se a tempos e a lugares diferentes. Antes de mais nada,
Lucas está falando de uma determinada aldeia, e não de todos os samaritanos. Ademais, ele diz que
a rejeição aconteceu "porque o aspecto dele [de Jesus] era de quem, decisivamente, ia para
Jerusalém" (v. 53).
Finalmente, a resposta positiva dos samaritanos no livro de João foi por causa do
testemunho da mulher que contou a seus amigos que ela tinha encontrado um profeta, alguém "que
me disse tudo quanto tenho feito" (Jo 4:29).

LUCAS 9:60 - Como podem os mortos enterrar os seus próprios mortos?
(Veja os comentários de Mateus 8:22.)

LUCAS 10:23 - Quem são abençoados, os que vêem ou os que não vêem?

PROBLEMA: Nessa passagem Jesus diz a seus discípulos: "Bem-aventurados os olhos que vêem
as cousas que vós vedes". Entretanto, mais tarde ele lhes disse: "Bem-aventurados os que não viram
e creram". Qual dessas afirmativas está correta?
SOLUÇÃO: Primeiro, a palavra "bem-aventurados" tem um sentido diferente em cada uma dessas
passagens. No primeiro caso, ela parece significar que eles foram grandemente favorecidos porque
estavam vendo aqueles milagres acontecer (cf. 10:17-19). Na passagem de João, "bemaventurados"
tem o sentido de "dignos de serem aplaudidos", que é uma referência àqueles que
creram em Cristo sem terem tido a oportunidade de pôr o dedo nas feridas do corpo ressurreto de
Jesus.
Além disso, mesmo que a palavra "bem-aventurados" seja entendida com o mesmo sentido,
ainda há uma diferença importante no objeto daquilo a que Jesus se referiu quanto ao que foi visto e
ao que não foi visto. Há uma diferença entre requerer a visão como base para se ter fé, como
aparentemente foi o caso de Tome, e fazer uso da visão no processo do exercício da fé, como
fizeram os discípulos.
Nada há de errado em a evidência ser usada para dar suporte à nossa fé, mas ela não deve
ser usada como tf base para a crença. Apenas Dcus e a revelação que ele nos dá de si mesmo é a
base para crer, e não evidências de milagres. Assim, devemos crer em Deus por causa de quem Ele
é, não meramente por causa das evidências em seu favor. As evidências nos darão no máximo
razões para crermos que Deus existe. Somente o próprio Deus, mediante nossa livre escolha, pode
persuadir-nos a crer nele. Portanto, exigir que tenhamos de "ver" mais evidências antes de crer, isso
diminui o mérito da fé (i.e. a bem-aventurança).

LUCAS 13:24 - Todos os que buscam a Deus o encontrarão?

PROBLEMA: Jesus disse: "Buscai e achareis". Outras passagens da Escritura reafirmam a mesma
verdade (1 Cr 28:9; Is 55:6; At 10:35). Contudo, de acordo com Jesus, "muitos procurarão entrar e
não poderão" (Lc: 13:24). De igual forma, Ele disse em João: "vós me buscareis, e não me
achareis" (Jo 7:34).
SOLUÇÃO: Todos os que resolutamente buscarem a Deus, o encontrarão, porque ele é
"galardoador dos que o buscam" (Hb 11:6). De fato, Deus é "longânimo para conosco, não
querendo que alguns se percam" (2 Pe 3:9,SBTB).
Naturalmente, há aqueles que buscam a Deus em seus próprios termos (pelas obras
humanas), os quais não se salvarão, já que não "por obras de justiça praticadas por nós, mas
segundo sua misericórdia, ele nos salvou" (Tt 3:5). A Bíblia diz: "Há caminho que ao homem
parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte" (Pv 14:12).
Ainda, há aqueles que buscam tarde demais, ou seja, depois da morte, pois "aos homens está
ordenado morrerem uma vez só, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27). Mas não há quem vá a
Deus nesta vida em, arrependimento, lançando-se sobre a sua misericórdia, que não receba a sua
graciosa dádiva da salvação.
AQUELES QUE, BUSCANDO,            AQUELES QUE, BUSCANDO, NÃO 
ENCONTRARÃO A DEUS                   ENCONTRARÃO A DEUS
Aqueles que tomarem                                 Aqueles que forem por
o caminho de Deus                                     seus próprios caminhos
Aqueles que forem em tempo                     Aqueles que esperarem até 
                                                                   tarde demais
Aqueles que forem em arrependimento      Aqueles que forem em remorso

Judas lamentou-se por seu pecado (Mt 27:4), mas Pedro arrependeu-se de seu pecado.
Conseqüentemente, Judas perdeu-se (Jo 17:12), e Pedro salvou-se.

LUCAS 16:31 - Os milagres provam a missão divina de Jesus?

PROBLEMA: Começando com Moisés, os milagres foram dados como uma prova da divina
missão de cada um dos servos de Deus (cf. Êx 4:1-17). Nicodemos reconheceu que Jesus fora
enviado por Deus porque, conforme ele disse a Jesus: "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes,
se Deus não estiver com ele" (Jo 3:2). Lucas nos diz que Jesus foi "aprovado por Deus diante de
vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre
vós, como vós mesmos sabeis" (At 2:22). O autor de Hebreus declarou que Deus deu "testemunho
juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo,
segundo a sua vontade" (Hb 2:4).
Por outro lado, é evidente que os milagres não operam no sentido de confirmar a mensagem
divina na vida das pessoas que não crêem. O próprio Jesus admitiu isso na passagem em que ele
disse: "tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos" (Lc 16:31).
E, num importante versículo de João, depois de Jesus ter realizado muitos de seus sinais
milagrosos, o evangelista admitiu que "embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não
creram nele" (Jo 12:37).
Assim, com base nesses versículos, tudo indica que os milagres realmente não contribuem
para a confirmação de uma missão divina.
SOLUÇÃO: A razão de tal discrepância não é difícil de ser encontrada. Há uma diferença entre
provar e persuadir. Devido ao contexto teísta, os milagres de Jesus eram uma confirmação de suas
reivindicações, mas isso não significa que todo aquele que os visse seria convencido por esses
milagres. Esses eram uma demonstração objetiva das reivindicações de Jesus, mas nem todos se
convenceram subjetivamente por eles. Até mesmo a melhor evidência só é efetiva havendo vontade,
não a rejeição.
Aqueles que se fecharem para Deus ouvirão apenas o "trovão", ao passo que aqueles que estiverem
abertos ouvirão a própria voz de Deus (cf. Jo 12:27-29).

LUCAS 18:lss - A oração deve ser incessante ou curta?

PROBLEMA: Jesus condenou as longas e repetitivas orações dos fariseus, que pensavam que
"pelo seu muito falar serão ouvidos" (Mt 6:7). Contudo, nessa parábola Jesus encorajou a oração
incessante daqueles "que T ele clamam dia e noite" (Lc 18:7). Essas passagens parecem estar em
conflito.
SOLUÇÃO: O que Jesus condenou não foram as longas orações, mas as orações repetitivas, as
rezas proferidas repetidamente. Ele estava mais preocupado com a força da oração do que com o
seu tamanho. Os intercessores diante de Deus não são ouvidos por suas "muitas palavras", mas por
seu "clamor" sincero.

LUCAS 18:18-30 - Se Jesus é Deus, por que ele admoestou o jovem rico por este ter-lhe
chamado de bom?
(Veja o que foi dito sobre Mateus 19:16-30.)

LUCAS 18:35-43 -Jesus curou dois cegos ou apenas um?
(Veja os comentários de Mateus 20:29-34.)

LUCAS 19:30 - Na entrada triunfal de Jesus foram envolvidos dois jumentos ou apenas um?
(Veja o exposto sobre Mateus 21:2.)

LUCAS 22:19 - O que Jesus quis dizer quando afirmou: "Isto é o meu corpo"? Devemos
tomar isso literalmente?

PROBLEMA: Evangélicos ortodoxos crêem na interpretação literal da Bíblia. Mas se essa
afirmação de Jesus for tomada literalmente, então ela parecerá estar respaldando o ensino católico
da transubstanciação, ou seja, que, quando consagrado, o pão da comunhão transforma-se no real
corpo de Cristo.
SOLUÇÃO: Jesus não tinha a intenção de que sua afirmação "Isto é o meu corpo" fosse entendida
literalmente, da mesma forma como a declaração: "Eu sou a videira verdadeira" (Jo 15:1). A
doutrina católica romana da transubstanciação (que o pão se transforma no corpo real de Jesus) não
tem base bíblica nem racional, por muitas razões:
Primeiro, o contexto está em oposição a tomar isso literalmente. Todos concordam que
quando Jesus fez essa afirmativa, ele estava referindo-se ao pão. Lucas diz: "Tomando o pão, tendo
dado graças, o partiu dizendo: 'Isto é o meu corpo' " (Lc 22:19). Mas era óbvio para todos que o
corpo real de Jesus estava segurando o pão em suas mãos. Assim, nenhum dos discípulos presentes
jamais iria pensar ou entender que ele estivesse dizendo que aquele pão era o seu corpo real.
Segundo, o bom senso se opõe a que tomemos isso literalmente. Deus criou os sentidos, e
tudo na vida depende da confiança que temos nas informações que nos são passadas por eles quanto
a este mundo. Mas aqueles que crêem na transubstanciação admitem que o pão consagrado (a
hóstia) tem aparência, cheiro e sabor de um pão real. Por que então Deus exigiria de nós que
deixássemos de confiar nos próprios sentidos, que ele mesmo criou para que neles confiássemos
continuamente em toda a nossa vida?
Terceiro, afirmações paralelas feitas por Jesus são contrárias a que tomemos isso
literalmente. Jesus costumava falar empregando uma linguagem figurada. Ele disse: "Eu sou a
porta" (Jo 10:9). Disse também que deveríamos comer "a carne do Filho do Homem". Mas nem
católicos nem evangélicos tomam essas expressões literalmente (veja os comentários de João 6:53-
54). Por que então deveríamos tomar literalmente essa sua afirmação sobre o pão da comunhão
("Isto é o meu corpo")?

 
LUCAS 23:38 - O que de fato estava escrito no sinal posto sobre a cruz?
(Veja os comentários de Mateus 27:37.)

LUCAS 23:43 - Cristo não se enganou quando disse ao ladrão na cruz que ele estaria no
paraíso naquele mesmo dia em que Jesus morreu?
PROBLEMA: Se Cristo não foi ao céu senão pelo menos três dias após a sua morte, como poderia
o ladrão estar no paraíso naquele mesmo dia em que Jesus morreu?
SOLUÇÃO: A alma de Cristo foi imediatamente ao paraíso, que é o terceiro céu (2 Co 12:2-4),
mas o seu corpo foi para o túmulo, lá permanecendo por três dias. Jesus disse na cruz: "Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito!" (Lc 23:46), o que indica que sua alma foi para estar com o Pai no céu
naquele mesmo instante em que ele morreu.
Quando Jesus disse a Maria, depois da ressurreição: "ainda não subi para meu Pai", ele
estava se referindo à ascensão de seu corpo ao céu quarenta dias após a ressurreição (Atos 1), não à
ida de sua alma ao céu durante o período entre sua morte e ressurreição.
A frase "desceu ao inferno" não consta no primitivo Credo dos Apóstolos, mas foi
acrescentada bem mais tarde. (Veja os comentários deEfésios4:8.)

LUCAS 23:47 - O que o centurião disse a respeito de Jesus foi corretamente registrado?
(Veja os comentários de Mateus 27:54.)

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