MARCOS
MARCOS
1:1 - Por que Marcos não dá nenhuma genealogia de Jesus, como o
fazem Mateus e
Lucas?
PROBLEMA:
Tanto Mateus
(capítulo 1) como Lucas (capítulo 3) mencionam os ancestrais de
Jesus
(veja Mt 1:1). Entretanto, Marcos não fornece genealogia alguma. Por
que tal omissão?
SOLUÇÃO:
Marcos apresenta
Cristo como um servo, e servos não necessitam de genealogia. O
público
romano, a quem Marcos direcionou o seu Evangelho, não tinha
interesse em saber de
onde
um
servo tinha vindo, mas sim em saber o que
ele poderia fazer.
Diferentemente
do público romano de Marcos, o público-alvo judeu de Mateus
esperava
pelo
Messias, o Rei. Assim, Mateus dá os antecedentes de Jesus, até suas
raízes judaicas como
Filho
do rei Davi (Mt 1:1). Lucas também apresenta Cristo como o homem
perfeito, citando os
ancestrais
de Cristo até o primeiro homem, Adão (Lc 3:38).
João,
por outro lado, apresenta Cristo como o Filho de Deus. Portanto, ele
o aponta para a
eternidade
com o Pai.
Considere
o seguinte quadro comparativo dos quatro Evangelhos, que explica por
que Marcos não
precisava
apresentar a genealogia de Jesus.
Cristo
é
apresentado
como
Rei
Servo Homem Deus
Seus
antecedentes
mostram
Quem
é Rei
(filho
de Davi)
(São
anônimos)
Sua
humanidade
Sua
divindade
MARCOS
1:2 - Como se pode justificar o erro de Marcos na citação dessa
profecia do AT?
PROBLEMA:
Marcos comete alguns
erros ao citar essa profecia de Malaquias, como demonstram
as
palavras em itálico:
MALAQUIAS
3:1
"Eis
que eu envio o meu
mensageiro,
que preparará
o
caminho diante de mim".
MARCOS
1:2
"Eis
aí envio diante
da tua face o
meu
mensageiro, o qual preparará o
teu
caminho."
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
deve-se salientar que, apesar da alteração de palavras, o
sentido
original
é mantido. Em vista
de um dos princípios fundamentais de compreensão dos textos
difíceis
(veja
Introdução), "uma citação
não tem de ser uma
repetição
exata do que está
escrito". Contanto
que
o sentido seja mantido, as palavras podem ser diferentes.
Em
segundo lugar, nesse caso, Marcos simplesmente reforça o sentido
acrescentando
"diante
da tua face". Isso está implícito na passagem original, mas é
explicitado no livro de Marcos.
Em
terceiro lugar, a alteração de "mim" (primeira pessoa)
para "teu" (segunda pessoa) é
necessária
porque é
Deus quem está
falando na passagem de Malaquias, ao passo que Marcos fala
acerca
de Deus. Se ele não tivesse feito esta alteração, ele teria
alterado o significado.
MARCOS
2:26 - Jesus não se enganou, quando se referiu a Abiatar como sendo
sumo
sacerdote,
em lugar de Aimeleque?
PROBLEMA:
Jesus disse que
quando Davi comeu os pães sagrados, Abiatar era o sumo sacerdote;
contudo,
1 Samuel 21:1-6 menciona que o sumo sacerdote naquele tempo era
Aimeleque.
SOLUÇÃO:
O livro de 1 Samuel
está correto quando afirma que o sumo sacerdote era Aimeleque.
Por
outro lado, Jesus também não incidiu em erro. Olhando com maior
cuidado as palavras de
Jesus,
vemos que ele empregou as palavras "no
tempo do sumo
sacerdote Abiatar" (v. 26), o que
não
implica necessariamente que Abiatar fosse o sumo sacerdote no momento
em que Davi comeu
os
pães sagrados.
Depois
que Davi se encontrou com Aimeleque e comeu os pães, o rei Saul fez
com que
matassem
Aimeleque (1 Sm 22:17-19). Abiatar escapou, foi até Davi (v. 20) e
mais tarde tomou o
lugar
do sumo sacerdote. Portanto, mesmo tendo Abiatar sido feito sumo
sacerdote depois do dia
em
que Davi comeu os pães, ainda está correto falar dessa maneira.
Além disso, Abiatar estava vivo
quando
Davi fez aquilo, e logo em seguida, com a morte de seu pai, ele se
tornou o sumo sacerdote.
Foi,
portanto, no tempo de Abiatar, mas não durante o seu exercício
do cargo.
MARCOS
5:1-20 - Quantos endemoninhados havia? Onde se processou a
libertação?
(Veja
os comentários de Mateus 8:28-34.)
MARCOS
6:5 - Se Jesus é
Deus, por que não
pôde fazer milagres nessa ocasião?
PROBLEMA:
Antes de mais nada,
a Bíblia descreve Jesus como sendo Deus (Jo 1:1), que tem
com
o Pai "toda a autoridade... no céu e na terra" (Mt 28:18).
Contudo, nesta ocasião, Jesus "não
pôde
fazer ali nenhum milagre" (v. 5). Por que não pôde, se ele tem
todo o poder?
SOLUÇÃO:
Jesus é
todo-poderoso como Deus, mas não todo-poderoso como homem. Na
condição
de Deus-homem, Jesus tem tanto a natureza divina como a humana. O que
ele pode fazer
numa
natureza não é necessariamente o que pode fazer na outra. Por
exemplo, como Deus, Jesus
nunca
se cansou (Sl 121:4); mas como homem ele se cansou, sim cf. Jo 4:6).
Além
disso, só pelo fato de possuir todo o poder, isso não significa que
ele sempre quis
exercê-lo.
O "não pôde"
de Marcos 6:5 possui o significado "moral" e não "real",
isto é, ele decidiu
não
realizar milagres por causa da incredulidade deles" (Mc 6:6; Mt
13:58). Jesus não era alguém
que
fazia espetáculos, nem ainda lançava pérolas aos porcos.
Assim,
a necessidade nesse caso é moral, não metafísica. Ele tinha a
capacidade de fazer
milagres
lá, e de fato fez alguns (v. 5); mas recusou-se tão-somente a fazer
mais, porque
considerava
que seria um esforço em vão.
MARCOS
6:8 - Jesus ordenou aos discípulos que levassem um bordão, ou não?
(Veja
a abordagem de Mateus 10:10.)
MARCOS
8:11-12 - Jesus se contradisse ao dizer que nenhum sinal seria dado?
(Cf. Mt 12:38-
39.)
PROBLEMA:
Em Marcos, os
fariseus pediram um sinal a Jesus, mas ele disse que àquela geração
não
seria dado sinal algum. Mas o relato de Mateus diz que Cristo
respondeu afirmando que o sinal
do
profeta Jonas lhe seria dado (a saber, a ressurreição de Jesus).
SOLUÇÃO:
Primeiramente, o
ponto principal nessa questão é que Cristo não quis atender o
pedido
que eles fizeram de um sinal imediato.
Jesus não disse em
Mateus que o sinal do profeta
Jonas
seria dado de imediato. Esse sinal (de sua morte e ressurreição)
ocorreria mais
tarde. Assim,
mesmo
em Mateus ele não atendeu ao pedido dos fariseus.
Jesus
recusava-se a fazer milagres apenas como espetáculo (Lc 23:8). Ele
não lançava
"pérolas
aos porcos". Entretanto, realizou milagres para confirmar que
era o Messias (Jo 20:31), e a
ressurreição
foi o milagre que coroou tal condição (cf. At 2:22-32).
Em
segundo lugar, é evidente que em mais de uma ocasião Jesus foi
solicitado a dar um
sinal.
Lucas 11:16, 29-30 afirma que outros pediam dele um sinal do céu.
Aqui em Lucas, Jesus
responde
de forma semelhante à de Mateus 12. Novamente em Mateus 16:1-4, os
fariseus pediram
um
sinal de Jesus, ao que ele respondeu que sinal algum seria dado, a
não ser o de Jonas, tal como
ele
o fez no capítulo 12.
Assim,
está claro que em outras ocasiões pediram a Jesus para dar um sinal
e, a cada vez,
Jesus
recusou-se a atender os pedidos imediatos deles. Os milagres são
realizados segundo a
vontade
de Deus, não de acordo com o querer dos homens (cf. Hb 2:4; 1 Co
12:11).
MARCOS
9:48 - Por que Jesus disse que no inferno os vermes não morreriam?
PROBLEMA:
Jesus disse que o
inferno é um lugar "onde não lhes morre o verme, nem o fogo se
apaga"
(Mc 9:48). Mas o que vermes eternos têm que ver com o inferno?
SOLUÇÃO:
Jesus não está
falando de vermes da terra, nem de nenhum outro tipo de animal. Ele
está
falando sobre o corpo humano. Observe que ele não diz: "onde o
verme não morre", mas diz:
"onde
não lhes
morre o verme".
O termo "lhes" refere-se aos homens que pecaram e morreram
sem
arrependimento
(cf. 9:42-47). "Verme" é simplesmente um modo de
referir-se ao "verme humano",
ou
a esta carcaça, conhecida como corpo.
Isso
está de acordo com o contexto, em que Jesus está falando das partes
do corpo, tais
como
"mãos" e "pés" (9:43-45). Ele disse que não
deveríamos temer os que podem matar o corpo
(os
homens), mas não a alma; mas que, antes, temêssemos aquele (Deus)
que tem poder para lançar
corpo
e alma no inferno eterno (Lc 12:4-5; cf. Mc 9:34-48).
MARCOS
10:17-31 -Jesus negou que era Deus ao jovem rico?
(Veja
os comentários de Mateus 19:16-30.)
MARCOS
10:35 - Quem veio falar com Jesus: a mãe de Tiago e João ou
eles mesmos?
(Veja
o que foi comentado sobre Mateus 20:20.)
MARCOS
10:46-52 - Jesus curou dois cegos ou apenas um?
(Veja
os comentários de Mateus 20:29-34.)
MARCOS
11:2 - Foram dois os jumentos utilizados na entrada triunfal, ou foi
apenas um?
(Veja
o que foi comentado sobre Mateus 21:2.)
MARCOS
11:12-14,20-24 - Quando a figueira foi amaldiçoada por Jesus?
(Veja
os comentários de Mateus 21:12-19.)
MARCOS
11:23-24 - Jesus prometeu dar-nos literalmente qualquer coisa que lhe
pedirmos
com
fé?
PROBLEMA:
À primeira vista
esse versículo parece estar dizendo que, se crermos, Deus nos
atenderá
em qualquer pedido que lhe fizermos. Por outro lado, Paulo pediu a
Deus por três vezes
que
lhe fosse afastado aquele espinho da carne, e Deus recusou (2 Co
12:8-9).
SOLUÇÃO:
Há limitações
sobre o que Deus dará, indicadas tanto pelo contexto como por outros
textos
e pelas leis da própria natureza de Deus e do universo.
Primeiro
Deus não pode nos dar qualquer coisa. Há coisas que são realmente
impossíveis.
Por
exemplo, Deus não atenderá ao pedido de uma criatura para ser Deus.
Nem pode atender a
quem
peça que aprove um pecado que tenha cometido. Deus não nos dará
uma pedra se lhe
pedirmos
pão, nem nos dará uma serpente se lhe pedirmos um peixe (cf.Mt
7:9-10).
Segundo,
o contexto da promessa de Jesus em Marcos 11 indica que ela não foi
incondicional,
pois o versículo seguinte logo diz: "perdoai,... para que vosso
Pai vos perdoe... mas,
se
não perdoares,
também vosso Pai... não vos perdoará". Assim, não há razão
para acreditar que
Jesus
pretendia que tomássemos a sua promessa ao pé da letra, de nos dar
"tudo" que pedíssemos,
sem
condição alguma.
Terceiro,
todas as passagens difíceis devem ser interpretadas em harmonia com
outras
passagens
claras das Escrituras. E está claro que Deus não promete, por
exemplo, curar todas as
pessoas
por quem orarmos com fé. Paulo não foi curado, embora tenha orado
ardentemente e com
fé
(2 Co 12:8-9). Jesus ensinou que não foi a falta de fé daquele cego
que impediu a sua cura, mas
explicou
que ele tinha nascido cego "para que se manifestem nele as obras
de Deus" (Jo 9:3).
Apesar
da capacidade dada por Deus ao apóstolo Paulo para curar outros (At
28:9),
aparentemente
ele não pôde curar, mais tarde, Epafrodito (Fp 2:25ss) nem Trófimo
(2 Tm 4:20).
Com
certeza não foi a falta de fé que trouxe a doença a Jó (Jó 1:1).
Além disso, se a fé do recebedor
fosse
a condição para que um milagre fosse recebido, então nenhum dos
mortos que Jesus
ressuscitou
teria voltado à vida, pois os mortos não podem crer!
Finalmente,
quando se considera o restante das Escrituras, além da fé há
muitas condições
colocadas
na promessa de Deus para a resposta a uma oração. Temos de
"permanecer nele" e
permitir
que a sua Palavra permaneça em nós (Jo 15:7). Não podemos "pedir
mal", segundo o nosso
egoísmo
(Tg 4:3). Além disso, temos de pedir "segundo a sua vontade"
(1 Jo 5:14). Até mesmo
Jesus
orou: "Meu Pai, se possível,
passe de mim este
cálice! (Mt 26:39).
Com
efeito, sempre essa condição - "se for da tua vontade" -
tem de ser afirmada ou estar
implícita,
exceto nas promessas incondicionais de Deus. Porque a oração não é
um recurso
mediante
o qual Deus nos serve. A oração não é um meio pelo qual
conseguimos que toda a nossa
vontade
se faça nos céus, mas um meio pelo qual Deus faz com que a sua
vontade se faça na terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem-vindo! Por favor, nada de ofensas, zombaria, blasfêmias, sejamos civilizados :)