JOSUÉ
JOSUÉ
2:4-5 - Como Deus
pôde abençoar Raabe, tendo ela mentido?
PROBLEMA:
Ao chegar a Jericó,
os espias buscaram refúgio na casa de Raabe. Quando o rei de
Jericó
ordenou que Raabe entregasse os homens, ela mentiu dizendo que eles
já haviam partido e
que
ela não conhecia seu destino. Entretanto, quando Israel finalmente
destruiu Jericó, Raabe e
todos
os da sua família foram poupados. Como pôde Deus abençoar Raabe
por mentir?
SOLUÇÃO:
Alguns argumentam
que não está claro que Deus tenha abençoado Raabe por ter
mentido.
Certamente ele a salvou e abençoou por ter protegido os espias e
ajudado na derrota de
Jericó.
Entretanto, em nenhum lugar a Bíblia declara explicitamente que Deus
abençoou Raabe por
ela
ter mentido. Deus pode tê-la abençoado apesar da sua mentira, e não
por causa disso. Na
verdade
o ato de proteger os espias foi a demonstração de sua grande fé no
Deus de Israel. Raabe
acreditou
firmemente que Deus destruiria Jericó, e demonstrou sua fé ficando
ao lado de Israel
contra
o povo de Jericó, quando protegeu os espias de serem descobertos.
Outros
insistem em dizer que Raabe enfrentou um real conflito de ordem
moral. Era-lhe
impossível
salvar os espias e ao mesmo tempo dizer a verdade aos soldados do
rei. Sendo assim,
Deus
não lhe imputaria a responsabilidade por esse inevitável conflito
moral. Certamente uma
pessoa
não pode ser tida como responsável por não cumprir uma lei menor
de forma a cumprir uma
obrigação
maior. A Bíblia ordena a obediência ao governo de um país (Rm
13:1; Tt 3:l; 1 Pe 2:13),
mas
há muitos exemplos de justificada desobediência civil, quando o
governo atua no sentido de
compelir
a prática da injustiça (Êx 5; Dn 3,6; Ap 13). O caso das parteiras
hebréias, que mentiram
para
salvar a vida dos meninos israelitas é talvez mais claro neste
sentido (veja os comentários de
Êx
1:15-21).
JOSUÉ
3:17 - Israel atravessou o Jordão no tempo em que esta passagem foi
escrita, ou não?
PROBLEMA:
De acordo com Josué
3:17, o povo atravessou o Jordão a pé enxuto. Entretanto, os
versículos
4:5, 10-11 dão a entender que eles não tinham ainda atravessado o
rio. Como conciliar
isso?
SOLUÇÃO:
Josué registra que
os sacerdotes que estavam levando a arca da aliança pararam no
meio
do rio enquanto o povo atravessava a pé enxuto (3:17). O capítulo 4
começa com a afirmação:
"Tendo,
pois, todo o povo passado o Jordão, falou o Senhor a Josué". A
passagem então continua a
descrever
como Josué, seguindo o mandamento do Senhor, ordenou que doze
homens, um de cada
tribo,
voltasse até o lugar onde os sacerdotes ainda permaneciam com a arca
para tomar doze pedras
do
meio do leito do rio.
Os
versículos 10 e 11 descrevem como os sacerdotes, que carregavam a
arca da aliança,
finalmente
deixaram o lugar em que se encontravam no meio do leito do rio,
depois de cumprido
tudo
o que o Senhor havia ordenado a Josué.
JOSUÉ
6:lss - A arqueologia não mostrou que este relato da conquista de
Jerico é incorreto?
PROBLEMA:
Josué 6 narra a
conquista e a destruição da cidade de Jericó. Se esta narrativa é
correta,
então as escavações arqueológicas deveriam ter revelado alguma
evidência daquele
monumental
acontecimento. Entretanto, tais investigações não demonstraram que
o relato de Josué
é
incorreto?
SOLUÇÃO:
Por muitos anos a
posição prevalecente entre os críticos eruditos foi que não houve
uma
cidade de Jericó no tempo em que se admite que Josué entrou em
Canaã. Embora investigações
mais
recentes feitas pela notável arqueóloga britânica Kathleen Kenyon
tenham confirmado a
existência
da antiga cidade de Jericó e sua repentina destruição, suas
descobertas levaram-na a
concluir
que a cidade não poderia ter existido posteriormente ao ano de 1550
a.C. Tal data é muito
anterior
ao tempo em que Josué e os filhos de Israel poderiam tomar parte na
destruição da cidade.
Entretanto,
um recente reexame dessas descobertas e um estudo mais cuidadoso das
evidências
atuais indicam que não somente houve uma cidade que se enquadra
perfeitamente na
cronologia
bíblica, mas também que suas ruínas coincidem com o relato bíblico
da destruição
daquela
fortaleza murada. Num trabalho publicado na Biblical
Archaeology Review ( Revisão
Arqueológica
Bíblica ), em março/abril de 1990, Bryant G. Wood, professor
visitante do
Departamento
de Estudos do Oriente Próximo da Universidade de Toronto, apresentou
provas de
que
o relato bíblico é correto. Sua investigação detalhada levou às
seguintes conclusões:
1.
A cidade que existia naquele lugar era muito fortificada,
correspondendo ao relato bíblico de
Josué
2:5, 7,15; 6:5, 20.
2.
As ruínas dão evidência de que a cidade foi atacada na primavera,
depois do tempo da colheita, o
que
está de acordo com Josué 2:6; 3:15; 5:10.
3.
Os habitantes não tiveram a oportunidade de fugir do exército
invasor com os gêneros
alimentícios
que tinham armazenados, como registrado em Josué 6:1.
4.
O cerco à cidade teve curta duração, não permitindo que os
habitantes consumissem os alimentos
que
estavam armazenados na cidade, como dá a entender Josué 6:15.
5.
Os muros estavam nivelados de maneira a propiciar o acesso à cidade
pelos invasores, da forma
como
descreve Josué 6:20.
6.
A cidade não foi saqueada pelos invasores, de acordo com as
instruções dadas por Deus a Josué
(6:17-18).
7.
A cidade foi queimada depois da destruição das muralhas, tal como
diz Josué 6:24.
JOSUÉ
6:21 - Como pode a total destruição de Jericó ser moralmente
justificada?
PROBLEMA:
Esta passagem
afirma: "Tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente ao
fio
de
espada, assim o homem como a mulher, assim o menino como o velho,
também o boi, as ovelhas
e
o jumento". Mas como se pode justificar uma destruição tão
cruel de vidas inocentes e de
propriedades?
SOLUÇÃO:
Primeiro, os
cananeus não eram nada "inocentes". A descrição de seus
pecados em
Levítico
18 é impressionante: "E a terra se contaminou; e eu visitei
nela a sua iniqüidade, e ela
vomitou
os seus moradores" (v. 25). Eles estavam totalmente perdidos em
sua imoralidade,
"contaminados"
com todo tipo de "abominações", até mesmo com o
sacrifício de crianças (vv. 21,
24,
26).
Segundo,
não podemos esquecer que Deus tinha dado ao povo da Palestina mais
de 400 anos
para
que se arrependesse de sua impiedade. Ele teve toda oportunidade de
se converter de sua
iniqüidade.
De acordo com Gênesis 15:16, Deus disse a Abraão que em 400 anos os
seus
descendentes
voltariam para herdar aquela terra, mas que a iniqüidade do povo
ainda não se havia
completado.
Essa afirmação profética indica que Deus não destruiria o povo
daquela terra, inclusive
os
que moravam em Jericó, até que seus pecados os fizessem merecedores
de uma completa
destruição
como juízo de Deus.
Terceiro,
quanto à matança de crianças, convém observar o seguinte: (1)
Dado o estado canceroso
da
sociedade em que nasceram, elas não tinham chance alguma de evitar
sua fatal contaminação. (2)
As
crianças que morrem antes da idade em que já são responsáveis vão
para o céu (veja os
comentários
de 2 Sm 12:23). Foi um ato da misericórdia de Deus, tomá-las de um
ambiente tão
pervertido
para sua santa presença. (3) Deus é soberano sobre a vida (Dt
32:39; Jó 1:21) e pode
determinar
o fim dela de acordo com a sua vontade e tendo em vista o bem final
da criatura.
Quarto,
Josué e o povo de Israel estavam agindo de acordo com o comando
direto de Deus,
não
sob sua própria iniciativa. A destruição de Jericó foi realizada
pelo exército de Israel, que foi
usado
pelo justo Juiz de toda a terra como instrumento de juízo sobre os
pecados daqueles povos.
Conseqüentemente,
quem quer que questione a justiça desse ato está na verdade
questionando a
justiça
de Deus.
Quinto,
era necessário exterminar completamente a cidade e o seu povo, sem
deixar nada de
fora.
Se alguma coisa tivesse permanecido, exceto o que foi levado à casa
do tesouro do Senhor,
sempre
haveria a ameaça de uma influência pagã para fazer o povo
desviar-se da adoração pura ao
Senhor.
Às vezes, uma cirurgia radical é necessária para exterminar
completamente um câncer
mortal
do corpo de uma pessoa.
JOSUÉ
7:15, 24 - Deus foi justo ao punir a família de Acã junto com ele?
PROBLEMA:
Quando Acã cometeu
um crime passível da pena de morte perante Deus, a Bíblia
diz
que seus filhos foram apedrejados junto com os pais "por todo o
Israel", que, "depois de
apedrejá-los,
queimou-os" (v. 25). Contudo, as Escrituras declaram que Deus
não pune os filhos
pelos
pecados de seus pais (Ez 18:20), nem destrói o justo com o ímpio
(Gn 18:23).
SOLUÇÃO:
Há duas respostas
para este problema.
Alguns
argumentaram que os filhos de Acã não sofreram a pena de morte
junto com ele, mas
simplesmente
foram trazidos até o local da punição, para que o evento lhes
servisse de advertência.
Em
favor disso, várias observações são feitas A primeira é que em
parte alguma do texto é dito que
alguém
mais, além de Acã, tenha também cometido o crime. Deus declara que
será tido como
culpado
"aquele que for achado com a cousa condenada" (v. 15).
Também, somente Acã confessou:
"Verdadeiramente
pequei contra o Senhor" (v. 20) e "cobicei os" (v.
21).
A
segunda é que o texto declara que "Israel o apedrejou" (v.
25). A referência a "queimouos"
(v.
25) refere-se à prata, ao ouro e à capa que ele tinha tomado (veja
vv. 21 e 24).
A
terceira observação feita é que apedrejar toda a família de Acã
por esse crime seria uma clara
violação
da lei do AT, que diz enfaticamente que "o filho não levará a
iniqüidade do pai" (Ez 18:20).
O
problema mais sério com esta posição é que o versículo 25 diz
"e, depois de apedrejá-los,
queimou-os".
Apedrejar objetos sem vida é algo que não faz muito sentido. Pelo
contrário, isso
parece
ser uma referência a Acã e à sua família.
Outra
posição reconhece que a família de Acã foi apedrejada com ele,
mas argumenta que
eles
eram cúmplices no crime, e assim foram punidos por seus próprios
pecados, não pelo de Acã.
Esta
posição observa o seguinte:
Primeiro,
argumenta-se que seria altamente improvável Acã ter feito o que fez
e escondido o
material
roubado na tenda da família sem que os familiares ficassem sabendo.
Segundo,
a culpa da família fica precisamente explícita porque ela toda foi
punida. Como
era
proibido punir alguém pelos pecados de outrem, a família deve ter
pecado junto com ele, pois
em
caso contrário os familiares não teriam sido punidos também.
Terceiro,
Deus tem o direito de tomar a vida, já que foi ele quem a deu (Dt
32:39). Jó
corretamente
declarou: "o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o
nome do Senhor!" (Jó
1:21).
Quarto,
não é feita referência alguma a crianças pequenas na família de
Acã; porém, mesmo
que
houvesse, Deus tem a soberania e o direito de tomá-las, e às vezes
o faz por meio de
enfermidades,
sem que haja qualquer implicação de que elas sejam culpadas. Além
disso, os pais
sendo
mortos, as crianças ficariam sem estes para as cuidarem. Seria um
ato de maior misericórdia,
por
parte de Deus, levá-las para junto de si. Isso porque as crianças
que morrem antes da idade em
que
são responsáveis são salvas (veja os comentários de 2 Samuel
12:23); não há problema quanto
ao
seu destino eterno.
JOSUÉ
8:30 - Como justificar o altar feito por Josué no monte Ebal, se a
Bíblia claramente
condena
a construção de "lugares altos"?
PROBLEMA:
Josué 8:30 registra
que Josué edificou um altar ao Senhor no monte Ebal e ofereceu
ali
holocaustos ao Senhor e apresentou ofertas pacíficas. Entretanto,
muitas passagens indicam que
a
construção de lugares altos era condenada por Deus (1 Rs 12:31;
15:14; etc). Como justificar
então
o altar de Josué à luz da condenação feita por Deus à construção
de lugares altos?
SOLUÇÃO:
Os lugares altos que
foram mais tarde condenados por Deus não eram altares
construídos
para o Senhor, nem construídos de acordo com os requisitos
estabelecidos em
Deuteronômio
27:5-6. Tais lugares altos eram geralmente lugares elevados que eram
usados para a
adoração
de falsos deuses. Em contraste, Josué 8 estabelece que o altar foi
construído "como
Moisés,
servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel" (Js 8:31). De
fato, Deuteronômio 27:2-8
registra
que Moisés ordenou que o povo de Israel construísse um altar no
monte Ebal, como sinal de
seu
compromisso com a aliança e com os mandamentos do Senhor. A
construção desse altar por
Josué
não apenas seguiu tudo o que havia sido estabelecido quanto a como
ele deveria ser
construído,
mas foi realizado de fato em obediência ao que Moisés havia
ordenado.
JOSUÉ
9:lss - Por que os filhos de Israel honraram a aliança que tinham
feito com os
gibeonitas,
mesmo depois de descobrirem que tinham sido enganados?
PROBLEMA:
Josué 9 registra
como os gibeonitas enganaram Israel, fazendo-os pensar que esse
povo
era de uma terra distante, e não uma nação da terra que Deus tinha
ordenado que destruíssem.
Assim,
Josué e todo o Israel entraram em aliança com eles para não
destruí-los. Entretanto, ao
descobrirem
que os gibeonitas os tinham enganado e que eles eram na verdade uma
nação que Deus
tinha
mandado que fosse destruída, por que Israel não ignorou aquela
aliança, exterminando os
gibeonitas
como Deus ordenara originalmente?
SOLUÇÃO:
Talvez, sob outras
circunstâncias, a aliança feita por Josué e Israel poderia ser
anulada,
devido à descoberta da fraude. Entretanto, tal aliança havia sido
celebrada com base num
solene
ato de juramento, feito no nome do Senhor Deus de Israel (v. 18).
Essa infeliz situação
aconteceu
com Israel porque eles "não pediram conselho ao Senhor"
(v.14). Por terem se amarrado
com
o juramento que fizeram no nome do Senhor, eles não puderam romper a
aliança com os
gibeonitas.
Embora eles tenham se tornado servos do povo de Israel, sempre foram
uma permanente
fonte
de problemas na história de Israel.
JOSUÉ
10:12-14 - Como poderia o sol ficar parado durante um dia inteiro?
PROBLEMA:
Durante a batalha
com os reis da terra, Deus deu a Israel o poder de vencer seus
inimigos.
Como os exércitos dos povos da terra fugiam de Israel, Josué foi
até o Senhor, pedindolhe
que
fizesse com que o sol permanecesse parado de forma que assim eles
pudessem ter luz do dia
suficiente
para completar a destruição de seus inimigos. Mas como o sol
poderia ficar parado no céu
por
um dia inteiro?
SOLUÇÃO:
Primeiro, não é
necessário concluir que a rotação da terra tenha ficado totalmente
parada.
O versículo 13 estabelece que o sol "não se apressou a pôr-se,
quase um dia inteiro". Isto
pode
indicar que a rotação da terra não parou completamente, mas que
foi retardada a uma
velocidade
tal que o sol não se pôs senão depois de quase um dia inteiro. Ou
é possível que Deus
tenha
feito com que a luz do sol se refletisse por meio de algum "espelho"
cósmico, de forma que
isso
resultasse num dia bem mais longo.
Mesmo
que a rotação da terra tenha parado totalmente, temos de lembrar
que Deus não é
capaz
apenas de interromper a rotação da terra por um dia todo, como
também de anular quaisquer
possíveis
efeitos catastróficos que eventualmente disso resultassem. Embora
não seja necessário
nem
mesmo que saibamos como foi que Deus fez acontecer tal evento
miraculoso, o fato é que
sabemos
que Ele fez isso.
Finalmente,
a Bíblia emprega uma linguagem comum, referindo-se às coisas como
um
observador
as descreveria. Assim, na realidade
não foi o sol que
parou; foi isso, porém, o que
aparentou
a quem tenha
observado o evento (veja na Introdução, "Erro Número 12").
JOSUÉ
11:18 - Canaã foi conquistada rapidamente, ou apenas de maneira
gradual?
PROBLEMA:
Este versículo
declara que "por muito tempo Josué fez guerra contra todos
estes
reis".
Mas anteriormente (Js 10:42) é dito: "E duma vez tomou Josué
todos estes reis e as suas
terras".
SOLUÇÃO:
Estes dois textos
referem-se a diferentes reis em tempos diferentes. A primeira
passagem
fala da campanha ao sul, que não demorou muito. Mas o outro
versículo refere-se às
batalhas
ao norte, que duraram muito mais tempo.
JOSUÉ
12:1-24- Esses reis foram vencidos quando esta passagem foi escrita,
ou somente num
tempo
posterior?
PROBLEMA:
O texto declara:
"São estes os reis da terra aos quais Josué e os filhos de
Israel
feriram"
(v. 7). Entretanto, muitas dessas cidades não foram capturadas senão
bem mais tarde (cf.
Josué
15:63; 17:12; Jz 1:22, 29).
SOLUÇÃO:
Há uma diferença
entre ferir
o exército de um rei no
campo de batalha e
posteriormente
destruir a
sua cidade principal.
Uma vez derrotados numa batalha, o rei e suas
tropas
remanescentes se retiravam indo para a sua fortaleza, onde era muito
mais difícil destruí-los.
Uma
vitória
imediata e uma
conquista
permanente são duas
coisas bem diferentes. Assim
entendido,
não há absolutamente contradição alguma entre os textos em
questão.
JOSUÉ
13:9-12 - Qual era realmente a fronteira oriental da Terra Prometida?
PROBLEMA:
Deus prometeu a
Abraão: "A tua descendência dei esta terra, desde o rio do
Egito
até
ao grande rio Eufrates" (Gn 15:18; cf. Dt 11:24). Entretanto,
quando Josué dividiu a terra que
Israel
herdou, as suas fronteiras não se referiam ao rio Eufrates, mas a
cidades ao seu oeste (Js 13:9-
12).
SOLUÇÃO:
Josué simplesmente
estava dividindo a terra que tinha sido tomada
pelos israelitas,
não
toda a terra que lhes havia sido dada
por Deus. Muito
embora as forças de Josué tenham
conquistado
a terra como um todo (Js 11:23), obviamente eles não ocuparam a
terra integralmente
(cf.
Jz 1:27-36). Bem mais tarde, nos dias de Davi, eles ainda estavam
expandindo as fronteiras em
direção
ao Eufrates (2 Sm 8:3). Isso revela que eles tinham ciência dessa
repetida promessa (cf. Gn
15:18;
Dt 1:7; 11:24) de que sua terra abrangeria toda a extensão até o
Eufrates, no Oriente. Com
efeito,
até mesmo Josué menciona esta fronteira ao repetir a promessa a
Israel (Js 1:4).
JOSUÉ
18:28 - Jerusalém ficava no território de Benjamim ou no de Judá?
PROBLEMA:
Josué 15:8 menciona
Jerusalém como estando em Judá, mas segundo Josué 18:28
ela
pertencia a Benjamim.
SOLUÇÃO:
Pode-se dizer que as
duas colocações estão corretas. Alguns eruditos apontam para
uma
tradição judaica que afirma que os altares e o santuário estavam
em Benjamim, enquanto que
os
pátios do templo permaneciam em Judá. Seja como for, a cidade
ficava realmente dentro dos
limites
do território de Benjamim, mas ficava também na fronteira de Judá.
Assim, pode-se dizer
que
Jerusalém ficava nas duas tribos.
JOSUÉ
19:2-7 - As cidades relacionadas nesta passagem ficavam no território
de Judá ou no
de
Simeão?
PROBLEMA:
Segundo Josué
19:2-7, essas cidades ficavam na terra de Simeão; mas de acordo
com
Josué 15:26-32, elas se localizavam em Judá.
SOLUÇÃO:
A herança de Simeão
caía dentro dos limites de Judá (Js 19:1, 9). Assim, não é
incorreto
falar dessas cidades como estando em qualquer uma dessas duas tribos.
JOSUÉ
23:16 - A promessa da terra feita por Deus a Israel era uma promessa
condicional ou
incondicional?
PROBLEMA:
Quando Deus deu a
Terra Prometida a Abraão (Gn 12-15), a Isaque (Gn 26) e a Jacó
(Gn
46), não havia condições. Foi uma aliança incondicional ("eu
os abençoarei"), sem condições
(do
tipo "se vocês fizerem isso e isso"), pelo que Deus jurou
com toda a sua natureza imutável (cf.
Hb
6:13-18). Entretanto, posteriormente, tanto Moisés (Dt 31:16-17)
como Josué (23:16) falam que
Deus
tiraria Israel da terra se eles pecassem contra ele.
SOLUÇÃO:
Há duas maneiras
pelas quais os eruditos procuram responder a esta questão levantada
pelos
críticos: uma espiritual e outra literal.
Cumprimento
Espiritual na Igreja. Alguns
declaram que a promessa de Deus não se cumpre
literalmente
em Israel, mas sim na Israel espiritual, ou seja, na igreja. Apelam
aos versículos que
chamam
os crentes de "Israel de Deus" (Gl 6:16) e "descendentes
de Abraão" (Gl 3:29). Apontam
para
Romanos 11, que diz que Israel, como uma oliveira, teve seus ramos
"quebrados" por causa de
sua
rejeição ao Messias (v. 17). Assim, embora o Israel literal tenha
pecado, Deus não obstante
manterá
sua aliança com Abraão através dos crentes do NT, que
incondicionalmente foram eleitos
em
Cristo (Ef 1:4).
Futuro
Cumprimento Literal em Israel. Outros
eruditos bíblicos consideram que as
promessas
feitas aos descendentes de Abraão quanto à possessão eterna
daquela terra são de
cumprimento
literal, apontando para um futuro cumprimento, que se dará quando
Cristo retornar à
terra
para reinar (cf. Mt 19:28; Ap 19-20). Em apoio a esta posição,
observam-se os seguintes
pontos:
Primeiro,
as promessas de possessão da terra "para sempre" (veja (Gn
13:15) até hoje não se
cumpriram.
Segundo,
diferentemente da aliança feita com Moisés (Êx 19:1-8), esta foi
uma aliança
incondicional,
baseada no caráter imutável de Deus (cf. Gl 3;18; Hb 6:17-18).
Assim, Deus tem de
cumpri-la
literalmente, com o povo com o qual ela foi estabelecida, ou então
Deus estaria
quebrando
sua promessa incondicional - e neste caso ele não seria Deus.
Terceiro,
não é na igreja do NT que se cumpre a
promessa de uma terra permanente
feita a
Israel
(literalmente), nela se cumprem apenas as promessas de receber as
bênçãos da salvação por
meio
da semente de Abraão, que é Jesus (cf. Gl 3:16, 29).
Quarto,
o NT não poderia ser o cumprimento dessas promessas incondicionais
feitas aos
descendentes
de Abraão, porque ele fala delas como sendo ainda para o futuro.
Paulo não falou
somente
com respeito aos ramos da nação de Israel sendo quebrados, mas
falou também de que eles
serão
"enxertados... de novo" e assim todo o Israel "será
salvo" ( Rm 11:23, 26), Com efeito, o livro
do
Apocalipse fala de "cento e quarenta e quatro mil, de todas as
tribos... de Israel" (Ap 7:4). Os que
advogam
esta posição observam também que a palavra "tribo" nunca
é empregada com um sentido
espiritual
nas Escrituras.
Finalmente,
as Escrituras fazem uma clara distinção entre as alianças
incondicionais (por
exemplo,
a que foi feita com Abraão), e as que são condicionais (por
exemplo, a lei de Moisés).
Paulo
disse aos gálatas com clareza: "Porque, se a herança provém
de lei, já não decorre de
promessa;
mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão"
(Gl 3:18). Em vista
dessa
interpretação literal, toda palavra de não-cumprimento de uma
aliança refere-se à aliança
condicional
feita com Moisés (Êx 19), ou então é uma mera exortação,
relacionada com a
temporária
demora do cumprimento da aliança feita com Abraão (Js 23:16).
JOSUÉ
24:26 - O santuário originalmente ficava em Siquém ou em Silo?
PROBLEMA:
De acordo com Josué
24:25-26 (cf. v. 1), em Siquém "Josué tomou uma grande
pedra,
e a erigiu ali debaixo do carvalho, que estava em lugar santo do
Senhor" (v. 26), mostrando
que
o santuário estava em Siquém. Mas anteriormente, em Josué 19:51 (e
também em 1 Samuel
3:21
e 4:3), é dito que ele estava em Silo.
SOLUÇÃO:
O termo "santuário"
(miqdash)
significa
simplesmente "lugar santo". Não é uma
referência
ao "tabernáculo"(mishkan),
onde a arca da
aliança permanecia, mas apenas a um local
sagrado,
como foram os lugares consagrados por Abraão (cf. Gn 12:6-7) e por
Jacó (Gn 33:19-20;
35:2-3).
O tabernáculo ficava em Silo, como o próprio Josué confirmara
anteriormente neste mesmo
livro
(Js 18:1).
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