JOÃO 3
JOÃO
11:44 - Como Lázaro pôde sair do túmulo, se ele estava com as mãos
e os pés
amarrados?
PROBLEMA:
Esse versículo
afirma algo aparentemente impossível, ou seja, quando Jesus
ressuscitou
Lázaro, "saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as
mãos ligados com ataduras".
SOLUÇÃO:
Isso não é
impossível. Os corpos dos judeus mortos não eram amarrados de forma
apertada
(como as múmias egípcias), a ponto de impedir todo movimento.
Quando a vida voltou ao
corpo
de Lázaro, ele sem dúvida foi sacudido e forçado a agir. Ele pode
ter deslizado da prancha
onde
estava deitado, levantando-se e, se necessário, até mesmo pulando
para a abertura daquele
túmulo.
Nada mais do que isso está implícito na expressão "saiu".
Tendo feito o que somente Jesus
poderia
fazer (ou seja, ressuscitar Lázaro de entre os mortos), Jesus
esperava que Lázaro e os outros
fizessem
o que eles poderiam fazer. Por isso Cristo pediu aos demais que o
desatassem.
JOÃO
14:2-3 - O céu foi preparado desde a eternidade, ou Jesus ainda o
está preparando?
PROBLEMA:
Mateus afirma que o
céu foi "preparado desde a fundação do mundo" (25:34).
Mas
em
João 14:2 Jesus disse: "vou preparar-vos lugar", do que se
conclui que o céu ainda não estava
preparado,
naquela hora.
SOLUÇÃO:
O primeiro texto
fala da criação
do céu e o segundo,
da sua preparação.
A primeira
passagem
fala em
geral da preexistência
do céu; i última fala especificamente
da sua preparação
para
cada alma em particular. Há uma dupla preparação: a do céu para
cada pessoa e a de ida pessoa
para
o céu. Já que cada crente terá uma recompensa diferente e
individual (1 Co 3:11-15; 2 Co
5:10),
então a recompensa no céu, que já existe, terá de ser adequada à
obra particular de cada um.
JOÃO
14:16 - Os muçulmanos estão certos ao dizer que essa promessa ia
vinda do
"Consolador"
referia-se a Maomé?
PROBLEMA:
Eruditos muçulmanos
vêem essa referência ao prometido ''Consolador" (em grego,
parakletos)
como sendo uma
profecia a respeito de Maomé, porque o Corão (Surá 61:6) refere-se
a
Maomé
como "Ahmad" (periclytos),
que eles consideram
a forma correta de expressar paraklêtos.
SOLUÇÃO:
Não há base alguma
para se concluir que o "Consolador" que Jesus mencionou
seja
Maomé.
Em primeiro lugar, nem um único dos 51366 manuscritos gregos do NT
contém a palavra
periclytos
("o que é
louvado"), que os muçulmanos dizem ser a expressão correta.
Em
segundo lugar, Jesus identifica claramente o "Consolador"
como sendo o Espírito Santo,
não
Maomé. Cristo referiu-se ao "Conso1ador, o Espírito Santo, a
quem o Pai enviará" (Jo 14:26).
Em
terceiro lugar, o "Consolador" foi dado aos discípulos de
Jesus (''Ele vos dará", v. 16), e
Maomé
não foi seu discípulo. Em quarto lugar, o "Consolador"
estaria para sempre com eles (v.
16),
e Maomé já morreu há 13 séculos!
Em
quinto lugar, Jesus disse aos discípulos: "vós o [o
Consolador] conheceis" (v. 17), e eles
não
conheciam Maomé, que não nasceu senão depois de seis séculos.
Em
sexto lugar, Jesus disse a seus apóstolos que o Consolador estaria
neles ("em vós", v.
17).
Em nenhum sentido Maomé poderia estar "nos" apóstolos de
Jesus.
Em
sétimo lugar, nosso Senhor afirmou que o Consolador seria enviado em
seu nome (de
Jesus,
v. 26). Mas nenhum islamita crê que Maomé tenha sido enviado por
Jesus, em seu nome.
Em
oitavo lugar, o Consolador que Jesus enviaria não iria falar por si
mesmo (Jo 16:31), ao
passo
que Maomé constantemente testifica de si mesmo no Corão (cf. Surá
33:40).
Em
nono lugar, o Consolador iria glorificar Jesus (Jo 16:14), e Maomé
declara substituir
Jesus,
na condição de um profeta posterior.
Finalmente,
Jesus afirmou que o Consolador viria "não muito depois destes
dias" (At 1:5),
ao
passo que Maomé veio somente depois de seiscentos anos.
JOÃO
14:28 - Jesus considerou-se menor do que Deus?
PROBLEMA:
O cristianismo
confessa que Jesus é totalmente homem é totalmente Deus. Contudo,
Jesus
disse em João 14:28: "O Pai é maior do que eu". Como pode
o Pai ser maior, se Jesus é igual
a
Deus?
SOLUÇÃO:
O Pai é maior que o
Filho por
ofício, mas não
por natureza, já que ambos são Deus
(veja
Jo 1:1; 8:58; 10:30). Tal como um pai terreno, que possui a mesma
humanidade que o seu
filho,
mas exerce uma função superior à deste, assim também o Pai e o
Filho na Trindade são iguais
em
essência, mas
diferentes em
função.
De
forma semelhante, dizemos que o presidente do país é maior que os
demais cidadãos,
não
em virtude de seu caráter,
mas em virtude de
sua posição.
Portanto, não
podemos dizer que
Jesus
se considerava o mínimo que fosse inferior a Deus em sua natureza. O
seguinte sumário
ajuda-nos
a destacar as diferenças:
JESUS
É IGUAL AO PAI O PAI É MAIOR DO QUE
JESUS
Em
essência
Em
natureza
Em
caráter
Em
função
Em
ofício
Em
posição
JOÃO
15:1 - Jesus era a videira ou a raiz?
PROBLEMA:
João descreve Jesus
como sendo a videira, da qual os crentes são os ramos. Mas em
outra
passagem a Bíblia o chama de "raiz duma terra seca" (Is
53:2).
SOLUÇÃO:
Essas são duas
apropriadas figuras de Cristo, cada uma descrevendo um aspecto
diferente
de seu ministério. No AT, Jesus foi uma raiz (fonte de vida) em
relação à videira (Israel).
Mas
no NT, ele é a videira em que os crentes permanecem para ter vida
espiritual (Jo 15:1,3).
JOÃO
16:12-Jesus revelou tudo a seus discípulos, ou reteve algumas
coisas?
PROBLEMA:
Jesus deixara os
seus discípulos com a impressão de que ele lhes tinha dito tudo o
que
queria comunicar-lhes, quando disse: "tudo quanto ouvi de meu
Pai vos tenho dado a conhecer"
(Jo
15:15). Entretanto, em João 16:12, ele revela: "Tenho ainda
muito que vos dizer, mas vós não o
podeis
suportar agora". Parece que essas declarações estão em
conflito.
SOLUÇÃO:
Alguns eruditos
crêem que a primeira declaração é proléptica, antevendo no
presente
tudo
o que ele lhes revelaria também no futuro. Nesse caso, o "muito"
(de 16:12) referir-se-ia ao
que
o Espírito Santo ainda teria de lhes ensinar (cf. 16:13).
Entretanto,
à luz do fato de que essas duas declarações acham-se no mesmo
discurso, a
última
parece estar qualificando a primeira. Assim, a primeira declaração
quer dizer: "tudo o que o
Pai
tem determinado para vocês no
presente momento eu
lhes tenho revelado". Em outras palavras,
Jesus
fielmente comunicou o que o Pai queria que eles soubessem, e no
tempo em que o Pai
queria
que
eles tomassem conhecimento.
JOÃO
17:9 - Jesus orou pelos incrédulos?
PROBLEMA:
Jesus disse: "É
por eles [os discípulos] que eu rogo; não rogo pelo mundo".
Mas em
outra
ocasião Jesus orou pelos incrédulos, até mesmo por aqueles que o
tinham crucificado,
dizendo:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc
23:34).
SOLUÇÃO:
Em sua oração
sacerdotal, Jesus estava concentrando
a sua atenção em
seus
discípulos,
não no mundo. Isso não quer dizer que não devemos nunca orar pelo
mundo. De fato,
Jesus
morreu pelos pecados do
mundo (Jo 3:16; 1 Jo
2:1-2; Rm 5:6-8). Ele orou para que o Pai
perdoasse
aqueles que o tinham crucificado (Lc 23:34). Ele ainda pediu aos seus
discípulos que
orassem
para que o Senhor mandasse "trabalhadores para a sua seara"
(Lc 10:2). Os seguidores de
Jesus
exortaram a que se fizessem "orações ... em favor de todos os
homens" (1 Tm 2:1). E o
apóstolo
Paulo orou ardentemente pelos que eram judeus como ele, que não eram
salvos (Rm 10:1).
JOÃO
18:31 - Era plenamente legal os judeus aplicarem a pena capital?
PROBLEMA:
Nesse versículo, os
judeus do tempo de Jesus disseram que "a nós não nos é lícito
matar
ninguém". Entretanto, precisamente no capítulo seguinte, eles
insistiram dizendo: "Temos
uma
lei e, de conformidade com a lei, ele deve morrer"(Jo 19:7).
Qual dessas posições estava
correta?
SOLUÇÃO:
As duas são
corretas. De acordo com a lei judaica de Moisés, quem blasfemasse
contra
Deus teria de receber a pena capital (veja Lv 24:16). Entretanto,
quando falaram com Pilatos,
que
era o governador romano, os judeus observaram corretamente que os
romanos não permitiam
que
os povos dominados aplicassem a pena capital, mas que tinham retido
aquele direito
exclusivamente
para si. Assim, os judeus corretamente disseram a Pilatos: "A
nós não nos é lícito
matar
ninguém" (Jo 18:31).
JOÃO
19:14-Jesus foi crucificado na sexta-feira?
(Veja
o que foi exposto acerca de Mateus 12:40.)
JOÃO
19:14 - A
que horas Jesus foi crucificado?
(Veja
os comentários de Marcos 15:25.)
JOÃO
19:19 - O que realmente estava escrito no título posto no cimo da
cruz?
(Veja
o que foi apresentado sobre Mateus 27:37.)
JOÃO
20:17 - Se Jesus não tinha ainda ascendido até o Pai, como foi que
ele entregou antes o
seu
Espírito ao Pai?
PROBLEMA:
Jesus disse: "Ainda
não subi para meu Pai". Mas anteriormente, na cruz, ele
dissera:
"Pai,
nas tuas mãos entrego o meu espírito!" (Lc 23:46). Se ele já
estava com o Pai, então por que
disse
que não tinha ainda ascendido ao Pai?
SOLUÇÃO:
No dia em que Jesus
morreu, o espírito dele foi estar com o Pai (como Lucas 23:43,
46
registra). Dessa forma, o seu espírito
tinha ido para o
Pai, mas o seu corpo
ainda não tinha
ascendido
até o céu quando ele falava com Maria. A ascensão corporal ocorreu
cerca de quarenta
dias
depois (cf. At 1:3, 9-10).
JOÃO
20:19 - Como podia Jesus passar por uma porta fechada tendo um corpo
físico?
PROBLEMA:
Alguns críticos
chegaram à conclusão de que o fato de Jesus ter aparecido dentro de
um
quarto que estava com as portas fechadas (Jo 20:19) prova que seu
corpo tinha que ter sido
desmaterializado,
para que isso fosse possível, e que portanto o seu corpo ressurreto
não era
essencial
ou continuamente material. Entretanto, muitas outras passagens das
Escrituras indicam
que
o corpo ressurreto de Jesus era literalmente "carne e ossos"(Lc
24:39), que podia comer
alimentos
físicos e que tinha, inclusive, as cicatrizes da crucificação (Lc
24:40-43).
SOLUÇÃO:
O corpo ressurreto
de Jesus era em essência continuamente material (veja os
comentários
de Lucas 24:34). O fato de que Jesus podia entrar num quarto fechado
de modo algum
prova
que ele tinha que se desmaterializar para poder fazer isso. Isto está
claro por várias razões.
Primeira,
o texto não diz na verdade que Jesus passou pela porta fechada. Ele
simplesmente
diz
que: "Ao cair da tarde daquele dia, ... trancadas as portas da
casa onde estavam os discípulos
com
medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio [deles]" (Jo
20:19). A Bíblia não disse como
Jesus
entrou
dentro daquela casa.
Segunda,
se assim Jesus tivesse desejado, ele poderia ter realizado este mesmo
milagre antes
de
sua morte, com o seu corpo físico não-ressuscitado. Como Filho de
Deus, seus poderes
miraculosos
eram de igual forma extraordinários antes da ressurreição.
Terceira,
mesmo antes da sua ressurreição Jesus realizou milagres com o seu
corpo material
que
transcenderam as leis naturais, tais como andar sobre as águas (Jo
6:16-20). Esse ato, porém,
não
prova que o seu corpo antes da ressurreição fosse imaterial. De
outro modo, o fato de Pedro ter
andado
sobre as águas (Mt 14:29) significaria que o
seu corpo se
desmaterializou por um momento
e
depois rapidamente materializou-se!
Quarta,
embora físico, o corpo ressurreto de Jesus é por sua própria
natureza um corpo
sobrenatural
(veja os comentários de 1 Co 15:44), seria de se esperar que ele
pudesse fazer coisas
sobrenaturais,
tal como aparecer dentro de um quarto trancado.
Quinta,
de acordo com a física moderna, não é impossível um objeto
material passar por
uma
porta; é apenas estatisticamente improvável. Os objetos físicos
são mais espaço vazio do que
matéria.
Tudo o que é necessário para que um objeto físico passe por outro
meio físico é o correto
alinhamento
das partículas nos dois objetos. E isto não é problema para aquele
que criou o corpo,
em
primeiro lugar.
JOÃO
20:22 - O Espírito Santo foi dado aos discípulos antes do
Pentecostes?
PROBLEMA:
Em Atos, os
apóstolos foram informados de que deveriam esperar até que
recebessem
o Espírito Santo, o que aconteceu no dia de Pentecostes (At 1:4-8;
cf. 2:1-2). Contudo,
mesmo
antes de sua ascensão, Jesus soprou sobre os seus discípulos e
disse: "Recebei o Espírito
Santo"(Jo
20:22). Foi então que eles receberam o Espírito Santo, e não nb
dia de Pentecostes?
SOLUÇÃO:
Primeiro, a passagem
de João é uma daquelas difíceis, que não possui outras
paralelas,
e não é
fácil saber
exatamente o seu significado. Como deve ser com toda passagem
obscura,
não devemos basear nela nenhum ensino importante.
Segundo,
alguns eruditos acreditam que o imperativo "recebei" tem a
intenção de denotar
um
futuro "recebereis". Sendo assim, não há conflito algum.
Terceiro,
mesmo que Jesus estivesse dizendo que eles estariam recebendo o
Espírito Santo
naquele
momento (em João 20:22), aparentemente havia um
sentido diferente nesse
recebimento. O
Espírito
estava sendo dado para que eles perdoassem os pecados (cf. v. 23).
Mas depois o Espírito
seria
dado para capacitá-los com "poder", para serem
"testemunhas" de Jesus "até os confins da
terra"
(At 1:8).
Quarto,
a promessa em João era de que o Espírito viria
habitar neles (cf.
Jo 14:16), não que
os
estivesse batizando (At 1:5; cf. 1 Co 12:13), que é um ato diferente
do Espírito Santo. Nesse
sentido,
então não há conflito algum entre as duas passagens, já que elas
falam de diferentes
atividades
do Espírito, que os discípulos receberam em tempos diferentes.
JOÃO
20:22-23 - Essa passagem dá suporte à posição católica de que os
seus sacerdotes têm o
poder
de perdoar pecados?
PROBLEMA:
Os católicos
romanos declaram que Jesus deu aos seus discípulos o poder de
perdoar
pecados, e que esse poder passou para os sacerdotes católicos
através dos séculos. Esse
texto
dá suporte a tal posição?
SOLUÇÃO:
Jesus de fato deu
aos seus discípulos o poder para perdoar pecados, e esse poder ainda
permanece
até hoje. Entretanto, ele não é exclusivo dos sacerdotes
católicos. Todo crente em Jesus
possui
o mesmo poder com base em sua confiança na obra completa realizada
por Cristo. Observe o
contexto
da passagem.
Primeiro,
muitos vêem isso como uma extensão do poder prometido em Mateus
18:18 de
ligar
e desligar com "as chaves do reino dos céus" (Mt 16:19).
Esse poder é dado a todos os
apóstolos,
e não somente a Pedro (veja os comentários de Mateus 16:19). À
medida que a missão da
Igreja
se estende "até a consumação do século" (Mt 28:20),
Cristo está "presente" para perdoar
pecados
com todos aqueles que pregarem o Evangelho, em qualquer tempo ou
lugar.
Além
disso, é nesse versículo que está a passagem paralela de João à
respeito da grande
comissão.
Jesus a introduz com as palavras: "Assim como o Pai me enviou,
eu também vos
envio"(Jo
20:21). Mas não são apenas os clérigos (oficiais da igreja) que
são comissionados a servir
a
Cristo; cada crente é chamado para ser uma testemunha (cf. Mt
28:18-20; 2Co4:lss).
Finalmente,
esse poder está presente somente pelo Espírito Santo. Jesus disse
em João
20:22:
"Recebei o Espírito Santo" e novamente em Atos 1:8: disse
depois: "Recebereis poder, ao
descer
sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a
Judéia
e Samaria e até aos confins da terra". Todos os crentes,
portanto, têm esse mesmo poder de
pronunciar
o perdão de pecados, como testemunhas das boas novas de Cristo por
todo o mundo.
Nesse
versículo não há absolutamente nenhuma menção de que esse poder
fosse ficar residente em
apenas
um grupo sacerdotal ou num determinado grupo de clérigos. É apenas
o equivalente da
passagem
de João que se refere à grande comissão, dada a todos os crentes,
para que proclamem a
mensagem
do perdão de Jesus Cristo a todo o mundo (cf. Lc 24:47).
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