quinta-feira, 7 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- João 3

JOÃO 3




JOÃO 11:44 - Como Lázaro pôde sair do túmulo, se ele estava com as mãos e os pés
amarrados?

PROBLEMA: Esse versículo afirma algo aparentemente impossível, ou seja, quando Jesus
ressuscitou Lázaro, "saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras".
SOLUÇÃO: Isso não é impossível. Os corpos dos judeus mortos não eram amarrados de forma
apertada (como as múmias egípcias), a ponto de impedir todo movimento. Quando a vida voltou ao
corpo de Lázaro, ele sem dúvida foi sacudido e forçado a agir. Ele pode ter deslizado da prancha
onde estava deitado, levantando-se e, se necessário, até mesmo pulando para a abertura daquele
túmulo. Nada mais do que isso está implícito na expressão "saiu". Tendo feito o que somente Jesus
poderia fazer (ou seja, ressuscitar Lázaro de entre os mortos), Jesus esperava que Lázaro e os outros
fizessem o que eles poderiam fazer. Por isso Cristo pediu aos demais que o desatassem.

JOÃO 14:2-3 - O céu foi preparado desde a eternidade, ou Jesus ainda o está preparando?

PROBLEMA: Mateus afirma que o céu foi "preparado desde a fundação do mundo" (25:34). Mas
em João 14:2 Jesus disse: "vou preparar-vos lugar", do que se conclui que o céu ainda não estava
preparado, naquela hora.
SOLUÇÃO: O primeiro texto fala da criação do céu e o segundo, da sua preparação. A primeira
passagem fala em geral da preexistência do céu; i última fala especificamente da sua preparação
para cada alma em particular. Há uma dupla preparação: a do céu para cada pessoa e a de ida pessoa
para o céu. Já que cada crente terá uma recompensa diferente e individual (1 Co 3:11-15; 2 Co
5:10), então a recompensa no céu, que já existe, terá de ser adequada à obra particular de cada um.

JOÃO 14:16 - Os muçulmanos estão certos ao dizer que essa promessa ia vinda do
"Consolador" referia-se a Maomé?

PROBLEMA: Eruditos muçulmanos vêem essa referência ao prometido ''Consolador" (em grego,
parakletos) como sendo uma profecia a respeito de Maomé, porque o Corão (Surá 61:6) refere-se a
Maomé como "Ahmad" (periclytos), que eles consideram a forma correta de expressar paraklêtos.
SOLUÇÃO: Não há base alguma para se concluir que o "Consolador" que Jesus mencionou seja
Maomé. Em primeiro lugar, nem um único dos 51366 manuscritos gregos do NT contém a palavra
periclytos ("o que é louvado"), que os muçulmanos dizem ser a expressão correta.
Em segundo lugar, Jesus identifica claramente o "Consolador" como sendo o Espírito Santo,
não Maomé. Cristo referiu-se ao "Conso1ador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará" (Jo 14:26).
Em terceiro lugar, o "Consolador" foi dado aos discípulos de Jesus (''Ele vos dará", v. 16), e
Maomé não foi seu discípulo. Em quarto lugar, o "Consolador" estaria para sempre com eles (v.
16), e Maomé já morreu há 13 séculos!
Em quinto lugar, Jesus disse aos discípulos: "vós o [o Consolador] conheceis" (v. 17), e eles
não conheciam Maomé, que não nasceu senão depois de seis séculos.
Em sexto lugar, Jesus disse a seus apóstolos que o Consolador estaria neles ("em vós", v.
17). Em nenhum sentido Maomé poderia estar "nos" apóstolos de Jesus.
Em sétimo lugar, nosso Senhor afirmou que o Consolador seria enviado em seu nome (de
Jesus, v. 26). Mas nenhum islamita crê que Maomé tenha sido enviado por Jesus, em seu nome.
Em oitavo lugar, o Consolador que Jesus enviaria não iria falar por si mesmo (Jo 16:31), ao
passo que Maomé constantemente testifica de si mesmo no Corão (cf. Surá 33:40).
Em nono lugar, o Consolador iria glorificar Jesus (Jo 16:14), e Maomé declara substituir
Jesus, na condição de um profeta posterior.
Finalmente, Jesus afirmou que o Consolador viria "não muito depois destes dias" (At 1:5),
ao passo que Maomé veio somente depois de seiscentos anos.

JOÃO 14:28 - Jesus considerou-se menor do que Deus?

PROBLEMA: O cristianismo confessa que Jesus é totalmente homem é totalmente Deus. Contudo,
Jesus disse em João 14:28: "O Pai é maior do que eu". Como pode o Pai ser maior, se Jesus é igual
a Deus?
SOLUÇÃO: O Pai é maior que o Filho por ofício, mas não por natureza, já que ambos são Deus
(veja Jo 1:1; 8:58; 10:30). Tal como um pai terreno, que possui a mesma humanidade que o seu
filho, mas exerce uma função superior à deste, assim também o Pai e o Filho na Trindade são iguais
em essência, mas diferentes em função.
De forma semelhante, dizemos que o presidente do país é maior que os demais cidadãos,
não em virtude de seu caráter, mas em virtude de sua posição. Portanto, não podemos dizer que
Jesus se considerava o mínimo que fosse inferior a Deus em sua natureza. O seguinte sumário
ajuda-nos a destacar as diferenças:


JESUS É IGUAL AO PAI                  O PAI É MAIOR DO QUE
                                                    JESUS
Em essência
Em natureza
Em caráter
                                                                   Em função
                                                                   Em ofício
                                                                    Em posição


JOÃO 15:1 - Jesus era a videira ou a raiz?

PROBLEMA: João descreve Jesus como sendo a videira, da qual os crentes são os ramos. Mas em
outra passagem a Bíblia o chama de "raiz duma terra seca" (Is 53:2).
SOLUÇÃO: Essas são duas apropriadas figuras de Cristo, cada uma descrevendo um aspecto
diferente de seu ministério. No AT, Jesus foi uma raiz (fonte de vida) em relação à videira (Israel).
Mas no NT, ele é a videira em que os crentes permanecem para ter vida espiritual (Jo 15:1,3).

JOÃO 16:12-Jesus revelou tudo a seus discípulos, ou reteve algumas coisas?

PROBLEMA: Jesus deixara os seus discípulos com a impressão de que ele lhes tinha dito tudo o
que queria comunicar-lhes, quando disse: "tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer"
(Jo 15:15). Entretanto, em João 16:12, ele revela: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o
podeis suportar agora". Parece que essas declarações estão em conflito.
SOLUÇÃO: Alguns eruditos crêem que a primeira declaração é proléptica, antevendo no presente
tudo o que ele lhes revelaria também no futuro. Nesse caso, o "muito" (de 16:12) referir-se-ia ao
que o Espírito Santo ainda teria de lhes ensinar (cf. 16:13).
Entretanto, à luz do fato de que essas duas declarações acham-se no mesmo discurso, a
última parece estar qualificando a primeira. Assim, a primeira declaração quer dizer: "tudo o que o
Pai tem determinado para vocês no presente momento eu lhes tenho revelado". Em outras palavras,
Jesus fielmente comunicou o que o Pai queria que eles soubessem, e no tempo em que o Pai queria
que eles tomassem conhecimento.

JOÃO 17:9 - Jesus orou pelos incrédulos?

PROBLEMA: Jesus disse: "É por eles [os discípulos] que eu rogo; não rogo pelo mundo". Mas em
outra ocasião Jesus orou pelos incrédulos, até mesmo por aqueles que o tinham crucificado,
dizendo: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).
SOLUÇÃO: Em sua oração sacerdotal, Jesus estava concentrando a sua atenção em seus
discípulos, não no mundo. Isso não quer dizer que não devemos nunca orar pelo mundo. De fato,
Jesus morreu pelos pecados do mundo (Jo 3:16; 1 Jo 2:1-2; Rm 5:6-8). Ele orou para que o Pai
perdoasse aqueles que o tinham crucificado (Lc 23:34). Ele ainda pediu aos seus discípulos que
orassem para que o Senhor mandasse "trabalhadores para a sua seara" (Lc 10:2). Os seguidores de
Jesus exortaram a que se fizessem "orações ... em favor de todos os homens" (1 Tm 2:1). E o
apóstolo Paulo orou ardentemente pelos que eram judeus como ele, que não eram salvos (Rm 10:1).

JOÃO 18:31 - Era plenamente legal os judeus aplicarem a pena capital?

PROBLEMA: Nesse versículo, os judeus do tempo de Jesus disseram que "a nós não nos é lícito
matar ninguém". Entretanto, precisamente no capítulo seguinte, eles insistiram dizendo: "Temos
uma lei e, de conformidade com a lei, ele deve morrer"(Jo 19:7). Qual dessas posições estava
correta?
SOLUÇÃO: As duas são corretas. De acordo com a lei judaica de Moisés, quem blasfemasse
contra Deus teria de receber a pena capital (veja Lv 24:16). Entretanto, quando falaram com Pilatos,
que era o governador romano, os judeus observaram corretamente que os romanos não permitiam
que os povos dominados aplicassem a pena capital, mas que tinham retido aquele direito
exclusivamente para si. Assim, os judeus corretamente disseram a Pilatos: "A nós não nos é lícito
matar ninguém" (Jo 18:31).

JOÃO 19:14-Jesus foi crucificado na sexta-feira?
(Veja o que foi exposto acerca de Mateus 12:40.)

JOÃO 19:14 - A que horas Jesus foi crucificado?
(Veja os comentários de Marcos 15:25.)

JOÃO 19:19 - O que realmente estava escrito no título posto no cimo da cruz?
(Veja o que foi apresentado sobre Mateus 27:37.)

JOÃO 20:17 - Se Jesus não tinha ainda ascendido até o Pai, como foi que ele entregou antes o
seu Espírito ao Pai?

PROBLEMA: Jesus disse: "Ainda não subi para meu Pai". Mas anteriormente, na cruz, ele dissera:
"Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!" (Lc 23:46). Se ele já estava com o Pai, então por que
disse que não tinha ainda ascendido ao Pai?
SOLUÇÃO: No dia em que Jesus morreu, o espírito dele foi estar com o Pai (como Lucas 23:43,
46 registra). Dessa forma, o seu espírito tinha ido para o Pai, mas o seu corpo ainda não tinha
ascendido até o céu quando ele falava com Maria. A ascensão corporal ocorreu cerca de quarenta
dias depois (cf. At 1:3, 9-10).

JOÃO 20:19 - Como podia Jesus passar por uma porta fechada tendo um corpo físico?

PROBLEMA: Alguns críticos chegaram à conclusão de que o fato de Jesus ter aparecido dentro de
um quarto que estava com as portas fechadas (Jo 20:19) prova que seu corpo tinha que ter sido
desmaterializado, para que isso fosse possível, e que portanto o seu corpo ressurreto não era
essencial ou continuamente material. Entretanto, muitas outras passagens das Escrituras indicam
que o corpo ressurreto de Jesus era literalmente "carne e ossos"(Lc 24:39), que podia comer
alimentos físicos e que tinha, inclusive, as cicatrizes da crucificação (Lc 24:40-43).
SOLUÇÃO: O corpo ressurreto de Jesus era em essência continuamente material (veja os
comentários de Lucas 24:34). O fato de que Jesus podia entrar num quarto fechado de modo algum
prova que ele tinha que se desmaterializar para poder fazer isso. Isto está claro por várias razões.
Primeira, o texto não diz na verdade que Jesus passou pela porta fechada. Ele simplesmente
diz que: "Ao cair da tarde daquele dia, ... trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos
com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio [deles]" (Jo 20:19). A Bíblia não disse como Jesus
entrou dentro daquela casa.
Segunda, se assim Jesus tivesse desejado, ele poderia ter realizado este mesmo milagre antes
de sua morte, com o seu corpo físico não-ressuscitado. Como Filho de Deus, seus poderes
miraculosos eram de igual forma extraordinários antes da ressurreição.
Terceira, mesmo antes da sua ressurreição Jesus realizou milagres com o seu corpo material
que transcenderam as leis naturais, tais como andar sobre as águas (Jo 6:16-20). Esse ato, porém,
não prova que o seu corpo antes da ressurreição fosse imaterial. De outro modo, o fato de Pedro ter
andado sobre as águas (Mt 14:29) significaria que o seu corpo se desmaterializou por um momento
e depois rapidamente materializou-se!
Quarta, embora físico, o corpo ressurreto de Jesus é por sua própria natureza um corpo
sobrenatural (veja os comentários de 1 Co 15:44), seria de se esperar que ele pudesse fazer coisas
sobrenaturais, tal como aparecer dentro de um quarto trancado.
Quinta, de acordo com a física moderna, não é impossível um objeto material passar por
uma porta; é apenas estatisticamente improvável. Os objetos físicos são mais espaço vazio do que
matéria. Tudo o que é necessário para que um objeto físico passe por outro meio físico é o correto
alinhamento das partículas nos dois objetos. E isto não é problema para aquele que criou o corpo,
em primeiro lugar.

JOÃO 20:22 - O Espírito Santo foi dado aos discípulos antes do Pentecostes?

PROBLEMA: Em Atos, os apóstolos foram informados de que deveriam esperar até que
recebessem o Espírito Santo, o que aconteceu no dia de Pentecostes (At 1:4-8; cf. 2:1-2). Contudo,
mesmo antes de sua ascensão, Jesus soprou sobre os seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito
Santo"(Jo 20:22). Foi então que eles receberam o Espírito Santo, e não nb dia de Pentecostes?
SOLUÇÃO: Primeiro, a passagem de João é uma daquelas difíceis, que não possui outras
paralelas, e não é fácil saber exatamente o seu significado. Como deve ser com toda passagem
obscura, não devemos basear nela nenhum ensino importante.
Segundo, alguns eruditos acreditam que o imperativo "recebei" tem a intenção de denotar
um futuro "recebereis". Sendo assim, não há conflito algum.
Terceiro, mesmo que Jesus estivesse dizendo que eles estariam recebendo o Espírito Santo
naquele momento (em João 20:22), aparentemente havia um sentido diferente nesse recebimento. O
Espírito estava sendo dado para que eles perdoassem os pecados (cf. v. 23). Mas depois o Espírito
seria dado para capacitá-los com "poder", para serem "testemunhas" de Jesus "até os confins da
terra" (At 1:8).
Quarto, a promessa em João era de que o Espírito viria habitar neles (cf. Jo 14:16), não que
os estivesse batizando (At 1:5; cf. 1 Co 12:13), que é um ato diferente do Espírito Santo. Nesse
sentido, então não há conflito algum entre as duas passagens, já que elas falam de diferentes
atividades do Espírito, que os discípulos receberam em tempos diferentes.

JOÃO 20:22-23 - Essa passagem dá suporte à posição católica de que os seus sacerdotes têm o
poder de perdoar pecados?

PROBLEMA: Os católicos romanos declaram que Jesus deu aos seus discípulos o poder de
perdoar pecados, e que esse poder passou para os sacerdotes católicos através dos séculos. Esse
texto dá suporte a tal posição?
SOLUÇÃO: Jesus de fato deu aos seus discípulos o poder para perdoar pecados, e esse poder ainda
permanece até hoje. Entretanto, ele não é exclusivo dos sacerdotes católicos. Todo crente em Jesus
possui o mesmo poder com base em sua confiança na obra completa realizada por Cristo. Observe o
contexto da passagem.
Primeiro, muitos vêem isso como uma extensão do poder prometido em Mateus 18:18 de
ligar e desligar com "as chaves do reino dos céus" (Mt 16:19). Esse poder é dado a todos os
apóstolos, e não somente a Pedro (veja os comentários de Mateus 16:19). À medida que a missão da
Igreja se estende "até a consumação do século" (Mt 28:20), Cristo está "presente" para perdoar
pecados com todos aqueles que pregarem o Evangelho, em qualquer tempo ou lugar.
Além disso, é nesse versículo que está a passagem paralela de João à respeito da grande
comissão. Jesus a introduz com as palavras: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos
envio"(Jo 20:21). Mas não são apenas os clérigos (oficiais da igreja) que são comissionados a servir
a Cristo; cada crente é chamado para ser uma testemunha (cf. Mt 28:18-20; 2Co4:lss).
Finalmente, esse poder está presente somente pelo Espírito Santo. Jesus disse em João
20:22: "Recebei o Espírito Santo" e novamente em Atos 1:8: disse depois: "Recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até aos confins da terra". Todos os crentes, portanto, têm esse mesmo poder de
pronunciar o perdão de pecados, como testemunhas das boas novas de Cristo por todo o mundo.
Nesse versículo não há absolutamente nenhuma menção de que esse poder fosse ficar residente em
apenas um grupo sacerdotal ou num determinado grupo de clérigos. É apenas o equivalente da
passagem de João que se refere à grande comissão, dada a todos os crentes, para que proclamem a
mensagem do perdão de Jesus Cristo a todo o mundo (cf. Lc 24:47).

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