1
SAMUEL
1
SAMUEL 1:1 - Elcana, pai de Samuel, era efraimita ou levita, como
indicado em 1 Crônicas
6:16-30?
PROBLEMA:
Na curta referência
genealógica em 1 Samuel 1:1, é dito que Elcana provinha da
região
montanhosa de Efraim. Entretanto, 1 Crônicas 6:16-23, em que há um
registro genealógico
bem
maior, indica que Elcana era levita. Qual das duas passagens é a
correta?
SOLUÇÃO:
As duas. O fato de
Eli ter levado Samuel para o serviço no templo como um aprendiz,
e
de ter Samuel posteriormente desempenhado as funções do sacerdócio
dá suporte ao registro
genealógico
de que Samuel e seu pai Elcana eram da tribo de Levi. A afirmação
feita em 1 Samuel
1:1
simplesmente destaca que Elcana vivia nas montanhas de Efraim. Todos
os levitas eram
designados
a morar em certas cidades distribuídas pelas diversas tribos de
Israel (Nm 35:6). É bem
provável
que Ramataim-Zofim, a cidade em que Elcana vivia, tenha sido uma
dessas cidades
designadas
para os levitas. Elcana era levita por descendência, e efraimita por
localização
geográfica.
1
SAMUEL 2:30-31 -
Deus mudou de idéia?
(Veja
os comentários de Êxodo 32:14.)
1
SAMUEL 3:13 - Eli
corrigiu os seus filhos, ou não?
PROBLEMA:
Este texto nos
informa de que os filhos de Eli "se fizeram execráveis, e ele
os não
repreendeu".
Entretanto, no capítulo anterior, lê-se que Eli repreendeu os seus
filhos pelo mau
procedimento
deles (2:23 24).
SOLUÇÃO:
Eli deve ter
repreendido os seus filhos muito brandamente, ou não em tempo. De
qualquer
forma, eles tornaram-se tão endurecidos que a tentativa feita foi
inútil. Todo o esforço que
Eli
possa ter feito aqui para discipliná-los não foi eficaz.
1
SAMUEL 6:19 - Como Bete-Semes poderia ter uma população superior a
50.000 homens?
PROBLEMA:
Depois que o povo da
cidade de Bete-Semes recebeu a arca da aliança, alguns
cidadãos
desprezaram o fato de que a arca era sagrada e olharam o seu
interior. O texto diz: "E o
Senhor
feriu os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca
do Senhor; feriu do
povo
cinqüenta mil e setenta homens" (SBTB). Entretanto, uma
população de mais de 50.000
pessoas
parece ser muito grande para uma comunidade como aquela.
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
este é muito provavelmente o caso de erro de transcrição feito por
um
escriba. A numeração na língua hebraica normalmente segue um certo
padrão, pelo qual o
número
maior é escrito em primeiro lugar, vindo em seguida o menor. A forma
usual de escrever tal
número
em hebraico seria "cinqüenta mil homens e setenta homens".
Entretanto, neste caso, os
números
aparecem de forma invertida. Na realidade o texto diz: "setenta
homens cinqüenta mil
homens".
Além disso, as designações numéricas quase sempre são ligadas
pela conjunção "e", de
forma
que a redação normal seria: "cinqüenta mil homens e setenta
homens". Também neste ponto a
passagem
foge da maneira usual por omitir o "e". Tais razões têm
levado muitos a suspeitarem de
que
o texto foi inadvertidamente alterado por erro de cópia.
Em
segundo lugar, é também admissível que se tenha ficado apenas com
explicações para o
tamanho
do grupo de pessoas e que simplesmente se tenha deixado de fazer uma
investigação mais
acurada
até o presente. Pode ser que alguma escavação arqueológica venha
a dar evidências que
expliquem
por que havia de fato uma população tão grande lá, ou pelo menos
envolvida com o juízo
de
Bete-Semes. Embora uma população superior a 50.000 pessoas possa
parecer elevada para uma
comunidade
como a de Bete-Semes, tal população não é de todo incomum no
mundo antigo para
cidades
maiores. Este grande número pode ainda vir a ser justificado de
alguma maneira.
1
SAMUEL 6:19-Por que Deus infligiu sobre o povo de Bete-Semes um juízo
tão severo por
eles
simplesmente terem olhado para dentro da arca?
PROBLEMA:
Quando os filisteus
devolveram a arca do Senhor a Israel eles a colocaram num
carro
puxado por vacas, que foi pelo caminho sem ter um cocheiro. Quando o
carro chegou às
fronteiras
de Bete-Semes, o povo da cidade tirou a arca do carro e a colocou
sobre uma grande
pedra.
Entretanto, alguns deles olharam para dentro da arca, e "feriu o
Senhor os homens de Bete-
Semes".
O texto diz ainda que o povo chorou, "porquanto o Senhor fizera
tão grande morticínio
entre
eles" (v. 19). Mas por que o Senhor infligiu sobre o povo um
juízo assim tão severo,
simplesmente
por eles terem olhado para dentro da arca?
SOLUÇÃO:
O Senhor feriu o
povo com esse juízo por terem eles cometido um terrível sacrilégio
contra
Deus. A arca da aliança era um símbolo da própria presença de
Deus entre o seu povo. A
regulamentação
referente à arca e a como ela deveria ser manejada era de natureza
restrita por causa
da
santidade de Deus e da pecaminosidade do homem (Êx 25:10-22;
26:32-34; 37:1-9). Um ato
assim
tão iníquo, de desrespeito à santidade de Deus, certamente merecia
o repentino e terrível juízo
de
Deus.
1
SAMUEL 7:13 - Os
filisteus foram expulsos de uma vez para sempre, ou apenas
temporariamente?
PROBLEMA:
Este versículo diz
que "os filisteus foram abatidos, e nunca mais vieram ao
território
de
Israel". Entretanto, apenas alguns capítulos mais à frente
(9:16; cf. 10:5; 13:5, 17), eles aparecem
repetidas
vezes lutando com Israel.
SOLUÇÃO:
Há três modos de
se explicar esta dificuldade. Um primeiro é que pode ser
simplesmente
uma expressão idiomática muito forte, que não deve ser tomada como
de todo
excludente
de qualquer incursão por parte dos filisteus à terra de Israel. Em
outras palavras, eles
"nunca
mais vieram" por
algum tempo. Ou
simplesmente poderia ser que eles "nunca mais vieram"
naquele
tempo. Uma terceira
possibilidade é que eles "nunca mais vieram" para ocupar e
morar no
território
de Israel, o que não excluiria a vinda deles para lutar vez após
vez.
1
SAMUEL 7:15 - Samuel
julgou Israel durante todos os seus dias ou até quando Saul foi
ungido
rei?
PROBLEMA:
Neste versículo,
somos informados de que "julgou Samuel todos os dias de sua vida
a
Israel". Entretanto, Samuel viveu por algum tempo depois de Saul
ter sido ungido rei (1 Sm 8:5;
12:1;
25:1).
SOLUÇÃO:
Samuel delegou
apenas a sua autoridade civil
a Saul, não sua
autoridade espiritual.
Na
monarquia
de Israel havia uma separação de poderes. Aos reis não era
permitido exercer funções
espirituais
(cf. 2 Cr 26:16-23), e os profetas não mais tinham autoridade
política. Mesmo assim, os
profetas,
com suas revelações recebidas diretamente de Deus, estavam em
permanente vigilância
moral
sobre os que eram detentores do poder político.
1
SAMUEL 8:7-9 - Como pôde Deus condenar o pedido feito por Israel
para que fosse
constituído
um rei, quando em Deuteronômio 17 o Senhor havia dado as regras para
a escolha
de
um rei?
PROBLEMA:
As Escrituras
testificam o fato de que Deus planejara um rei para Israel.
Deuteronômio
17:14-20 estabelece especificamente as regras para a escolha de um
rei em Israel.
Entretanto,
quando o povo de Israel pediu a Samuel que constituísse um rei, o
Senhor disse a
Samuel
que o povo "não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não
reinar sobre ele" (1 Sm 8:7). Como
pôde
então Deus condenar o pedido um rei feito por Israel, quando ele
mesmo já havia dado as
instruções
para a escolha de um rei?
SOLUÇÃO:
O contexto de 1
Samuel 8 mostra-nos que tanto a motivação como o método na busca
de
um rei foram incorretos. Em primeiro lugar, o motivo
pelo qual eles
queriam um rei não era
certo.
No primeiro versículo do capítulo 8 lemos que Samuel já tinha
envelhecido, quando
constituiu
seus filhos por juizes em Israel. Entretanto, os filhos de Samuel não
se comportaram de
forma
correta aos olhos de Deus. Quando o povo foi até Samuel, pedir que
ele lhes constituísse um
rei,
não foi porque quisessem ter um homem de Deus reinando sobre a
nação, mas porque queriam
que
um homem reinasse sobre eles. Eles consideraram erroneamente como
atos de Samuel a
administração
que Deus vinha operando através dele.
No
dia em que Saul foi escolhido, Samuel lembrou o povo de que foi Deus
quem os livrara de todos
os
seus males, e disse-lhes: "Mas vós rejeitastes hoje a vosso
Deus, que vos livrou de todos os
vossos
males e trabalhos..." (1 Sm 10:19). Eles ignoraram completamente
o fato de que era Deus
quem
os protegia e sobre eles reinava, e não Samuel ou qualquer rei
humano que este constituísse.
Conseqüentemente,
não era a Samuel que eles estavam rejeitando, mas sim a Deus.
Em
segundo lugar, eles erraram
não buscando o Senhor no
que diz respeito ao rei que
governaria
Israel. Não se preocuparam em pedir a direção de Deus. Eles
simplesmente pediram a
Samuel
que lhes constituísse um rei. Quando os anciãos de Israel foram até
Samuel, eles disseram:
"Constitui-nos,
pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm
todas as nações (1
Sm
8:5). Entretanto, segundo Deuteronômio 17:15 Deus determinara
especificamente que o povo
estabeleceria
um rei, "aquele que o Senhor... escolher".
O
pedido feito pelo povo denuncia sua total desconsideração quanto à
participação de Deus
no
processo da escolha. Na verdade eles rejeitaram a Deus como seu rei e
ele não se agradou disso
porque
não buscaram um homem de Deus, nem empregaram o método de Deus.
1
SAMUEL 10:1 - As Escrituras dão relatos contraditórios da unção
de Saul?
PROBLEMA:
De acordo com 1
Samuel 10:1, Samuel ungiu Saul nas imediações de Ramá, no
território
de Zufe (cf. 9:5). Entretanto, 1 Samuel 10:17-24 deixa claro que Saul
foi escolhido rei de
Israel
em Mispa. Há contradição nestes dois relatos?
SOLUÇÃO:
Não. A única
passagem que descreve a unção de Saul é 1 Samuel 10:1. Em 1 Samuel
10:17-24
temos a indicação pública de Saul, perante toda a nação. Não há
afirmação alguma de que
tenha
havido unção nesse dia. Também, em 1 Samuel 12, encontramos a
cerimônia de confirmação
da
escolha de Saul como rei de Israel, e a palavra de despedida que
Samuel deu à nação. Também
nesta
passagem não há referência alguma à unção. De acordo com o
relato bíblico, Saul foi ungido
apenas
uma vez, e não há contradição alguma entre estas três passagens.
1
SAMUEL 10:20-21 - Afinal Saul foi escolhido por Deus, pelo povo ou
pela sorte que fora
lançada?
PROBLEMA:
A Bíblia diz que
Saul foi escolhido pelo povo (1 Sm 8:19), pelo Senhor (1 Sm 9:17;
10:24)
e "por sorte" (1 Sm 10:20-21). Quem o escolheu?
SOLUÇÃO:
As três afirmativas
bíblicas são verdadeiras. Como o povo tinha pedido a Deus um rei,
ele
atendeu-os e guiou-os na escolha de Saul por meio da sorte lançada.
Provérbios 16:33 declara
que
"a sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda
decisão" (cf. At 1:26).
1
SAMUEL 13:1 - Qual é o número correto neste versículo?
PROBLEMA:
As diversas versões
deste versículo divergem entre si. Na ARA, por exemplo,
lemos:
"Um ano reinara Saul em Israel. No segundo ano de seu reinado
sobre o povo,...". Já na RIBB
é:
"Saul tinha... anos de idade quando começou a reinar; e tendo
reinado dois anos sobre
Israel...".
A BJ, por sua vez, diz: "Saul tinha... anos quando subiu ao
trono, e reinou... anos sobre
Israel".
A TLH diz também: "Saul tinha... anos de idade quando se tornou
rei e governou o povo de
Israel
dois anos". Qual é a tradução correta?
SOLUÇÃO:
O problema surge do
fato de que os números não constam nos manuscritos
massoréticos.
É tal como está na BJ. A TLH esclarece, em nota de rodapé, que "o
texto hebraico
deste
versículo omite a idade de Saul e também não indica exatamente o
número de anos que ele
governou
o povo de Israel". Assim, as traduções que inserem números
neste versículo na realidade
fazem
isso numa tentativa de preencher os números que faltam tomando como
base outros dados.
1
SAMUEL 13:5 - Como é que os filisteus poderiam ter um exército de
30.000 carros?
PROBLEMA:
De acordo com esta
passagem, os filisteus reuniram 30.000 carros e 6.000
cavaleiros.
Entretanto, não se tem notícia de ter havido um exército com
30.000 carros em toda a
história
da antigüidade, mesmo nos impérios mais poderosos. Como foi que os
filisteus
conseguiram
juntar tal quantidade de carros?
SOLUÇÃO:
Trata-se de um
provável erro introduzido nos manuscritos pelos copistas. E
realmente
bastante
improvável que a relação entre cavaleiros e carros tenha sido
esta: de 6.000 cavaleiros para
30.000
carros. E bem mais provável que os manuscritos originais tenham
registrado um número de
3.000
carros. Isso faria com que a relação se tornasse bem mais razoável,
ou seja, 6.000 cavaleiros
para
3.000 carros, ou dois cavaleiros para cada carro. O fato é que no
hebraico os números 30.000 e
3.000
são muito parecidos e, por isso, é bastante provável que algum
copista simplesmente tenha se
equivocado.
Daí a dificuldade de se ter o número correto.
1
SAMUEL 13:12-13 - Saul foi rejeitado por Deus por ter oferecido um
sacrifício ilegal (1 Sm
13:12-13),
por ter sido desobediente a Deus (1 Sm 28:18) ou por ter consultado a
feiticeira de
En-Dor
(1 Cr 10:13)?
Pelas
três razões acima. (Veja os comentários de Gênesis 27:42-44.)
1
SAMUEL 13:13 - Como
pôde Deus ter prometido a Saul uma dinastia perpétua, se isso já
havia
sido profetizado para Davi?
PROBLEMA:
Depois que Saul
profanou o sacrifício, Samuel o repreendeu e disse-lhe que, se ele
não
tivesse pecado, Deus o teria estabelecido no trono de Israel para
sempre. Entretanto, em
Gênesis
49:10 vemos a promessa de que o trono seria dado à tribo de Judá
para sempre. Como
poderia
então Deus prometer a Saul uma dinastia eterna, se isso já havia
sido prometido para Judá?
SOLUÇÃO:
A afirmação feita
por Samuel não foi uma promessa, mas apenas certificou Saul que
ele
perdera pelo seu ato de impiedade. Deus sabia desde o princípio que
Saul se mostraria indigno
de
sentar-se no trono de Israel. Entretanto, como um ser moralmente
livre, Saul teria de cometer os
atos
de impiedade, que Deus sabia de antemão que ele ia cometer. A
afirmativa de que Deus teria
estabelecido
Saul sobre o trono era sincera e legítima, embora hipotética.
Porque Deus sabia
também
que Saul se desqualificaria, Ele profetizou que por fim o trono
ficaria com a tribo de Judá,
e
que a linhagem de Davi se estabeleceria em Israel para sempre,
1
SAMUEL 15:2-3 - Por que Deus destruiu os amalequitas?
PROBLEMA:
Deus é
caracterizado na Bíblia como um Deus de misericórdia e compaixão,
perdoando
graciosamente aqueles que se voltam a ele (Sl 94:18-19; Lm 3:22; Tg
5:11; 2 Pe 3:9).
Num
gritante contraste, 1 Samuel 15:2-3 nos informa de que Deus,
aparentemente sem misericórdia
alguma,
ordenou a morte de amalequitas inocentes -homens, mulheres e
crianças. Por quê?
SOLUÇÃO:
Os amalequitas
estavam longe de ser inocentes. De fato, eles eram totalmente
depravados,
além do que desejavam destruir Israel (v. 2), que era o povo
escolhido de Deus, o canal
de
seus planos redentores para toda a humanidade (Gn 12:1-3). A
destruição deles se fazia
necessária
pela gravidade do seu pecado. Em caso contrário, algum remanescente
de coração
endurecido
poderia surgir e retomar a sua odiosa disposição contra o povo e os
planos de Deus.
Quanto
à questão das crianças inocentes, algumas observações são
relevantes. Primeiro,
todos
nós nascemos em pecado (Sl 51:5) e merecemos a morte (Rm 5:12). Um
dia, todos seremos
tomados
por Deus através da morte - é apenas uma questão de tempo (Hb
9:27). Segundo, Deus é
soberano
sobre a vida e reserva para si o direito de tomá-la quando quiser
(Dt 32:39; Jó 1:21).
Terceiro,
todas as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade são
salvas (veja os
comentários
de 2 Sm 12:23). Portanto, o ato pelo qual Deus tirou a vida das
crianças está longe de
ser
um ato caracterizado por falta de misericórdia (veja ainda os
comentários de Josué 6:21).
1
SAMUEL 15:11 - Como Deus pôde dizer que se arrependeu de ter
constituído Saul rei sobre
Israel?
PROBLEMA:
Depois que Saul
deixou de cumprir a ordem dada por Deus de destruir totalmente os
amalequitas,
Deus disse a Samuel: "Arrependo-me de haver constituído rei a
Saul" (1 Sm 15:11).
Entretanto,
em 1 Samuel 15:29, Samuel declara que Deus não é homem, para que se
arrependa.
Como
pôde então Deus dizer que se arrependeu de ter estabelecido Saul
como rei, se outras
passagens
afirmam que Deus não se arrepende nem muda de idéia?
SOLUÇÃO:
A afirmação que
Deus fez a Samuel não significa que o Senhor tenha cedido a alguma
coisa
ou mudado de idéia. Ele estava expressando um profundo e emotivo
pesar pelo fracasso de
Saul
e pelo problema que viria sobre Israel. Deus escolheu Saul como rei
de Israel para realizar
certas
tarefas para as quais ele possuía todas as condições. Lamentar
alguma ação que deve ser
tomada
é uma experiência que todos nós já tivemos. Deus na verdade não
muda de idéia (veja os
comentários
de Êxodo 32:14), mas sente profunda tristeza pelas coisas erradas
que as pessoas
fazem.
1
SAMUEL 16:lss - Deus compeliu Samuel a mentir?
PROBLEMA:
Abraão recebeu o
juízo de Deus por dizer uma meia-verdade, declarando que Sara
era
sua irmã (ela era sua meia-irmã), quando na realidade era sua
mulher (ver os comentários de
Gênesis
12:10-20). Entretanto, em 1 Samuel 16:lss Deus de fato compele Samuel
a dizer apenas a
metade
da verdade, ou seja, que ele viera para oferecer um sacrifício,
quando ele tinha vindo
também
para ungir Davi como rei. Dois problemas surgem aqui. Primeiro, Deus
não estaria
incentivando
uma mentira? Segundo, por que Deus condenou Abraão pela mesma coisa
que ele
mandou
Samuel fazer?
SOLUÇÃO:
O que primeiro temos
a observar em resposta a este problema é que as duas situações
não
são iguais. No caso de Abraão, a assim chamada "meia-verdade"
era uma mentira por inteiro,
porque
a pergunta que lhe fizeram foi: "Sara é sua mulher?" E a
resposta que ele realmente deu foi:
"Não.
Ela é minha irmã". Com esta resposta, Abraão distorceu
intencionalmente os fatos da
situação,
o que é uma mentira.
O
caso de Samuel foi diferente. A pergunta que lhe fizeram foi: "Por
que você veio a
Belém?"
E sua resposta: "Vim para sacrificar ao Senhor" (1 Sm
16:2). Isto era verdade no que diz
respeito
aos fatos, ou seja, ele estava ali por aquele motivo, e foi isso que
ele fez. O fato de que ele
tinha
outro propósito na sua ida àquele lugar não está diretamente
relacionado com a pergunta que
lhe
foi feita nem com a resposta que ele deu, como no caso de Abraão. E
claro que, se lhe tivessem
perguntado:
"Você tem algum outro propósito nesta sua vinda aqui?",
então ele teria tido que
render-se
à verdade. Se em resposta ele dissesse: "Não", isso seria
uma falsidade.
Em
segundo lugar, a dissimulação e o engano não são a mesma coisa.
Samuel certamente
encobriu
um dos propósitos da sua missão para assim salvar a sua vida (1 Sm
16:2). Nem sempre é
necessário
(e até mesmo possível) dizer toda a verdade. O fato de Deus ter
dito a Samuel que
ocultasse
para um dos propósitos da sua visita, para evitar que o matassem,
não quer dizer
necessariamente
que ele tivesse de mentir. Não contar uma parte da verdade e contar
uma inverdade
não
são necessariamente a mesma coisa. Segredo e ocultação não são o
mesmo que engano e
falsidade.
1
SAMUEL 16:9 - Qual a forma correta de se escrever o nome de um dos
irmãos de Davi?
PROBLEMA:
De acordo com 1
Samuel 16:9, um dos irmãos de Davi é
"Samá".
Entretanto, em 1
Crônicas
2:13 o seu nome consta como "Siméia". Qual é a forma
correta deste nome?
SOLUÇÃO:
Não é incomum que
nomes próprios tenham grafias diferentes, devido a padrões de
pronúncia
regionais diferentes. Segundo 1 Samuel 16:9, o nome, no hebraico, tem
a repetição da
letra
correspondente ao "m". Isso pode indicar que na região de
Judá a tendência era de não se
pronunciar
a consoante gutural "ayin", que aparece na grafia desse
nome em 1 Crônicas, e que esse
fato
era compensado dobrando-se o "m". Talvez isto nos indique
que a redação dada em 1 Crônicas
seja
a correta, e que a grafia de 1 Samuel seja apenas a reprodução do
padrão da pronúncia daquela
região.
(Veja o Apêndice 2.)
1
SAMUEL 16:10 - Jessé teve oito filhos, como indicado neste
versículo, ou apenas sete, como
em
1 Crônicas 2:13-15?
PROBLEMA:
Embora 1 Samuel 16
apenas mencione os nomes dos três irmãos mais velhos de
Davi,
o versículo 10 afirma que Jessé fez com que sete de seus filhos
passassem diante de Samuel,
antes
de ter trazido Davi. Entretanto, 1 Crônicas 2:13-15 diz que Davi era
o sétimo filho de Jessé.
Quantos
filhos teve então Jessé?
SOLUÇÃO:
A passagem de 1
Crônicas registra os nomes de sete filhos de Jessé, talvez porque
um
dos
irmãos de Davi tivesse morrido e o seu nome não tivesse sido
preservado até a época posterior
em
que 1 Crônicas foi escrito. Não é uma prática incomum os filhos
sobreviventes falarem de sua
família
em termos do número remanescente, referindo-se qualquer um deles
como sendo
participante
de uma família de sete irmãos, que no passado havia sido de oito. E
bem provável que
tenha
sido isso o que aconteceu neste caso da família de Davi caso tivesse
morrido um dos irmãos
antes
de casar-se, não deixando posteridade, e não tendo dado nenhuma
contribuição significativa
durante
ou após o estabelecimento do reinado de Davi. Não haveria razão
para manter o seu nome
no
registro genealógico dos filhos de Jessé.
1
SAMUEL 17:50 - Por que este versículo diz que Davi matou Golias, e 2
Samuel 21:19 diz
que
foi Elanã que o matou?
PROBLEMA:
Em 1 Samuel
17:50-51, Davi é descrito como aquele que cortou a cabeça de
Golias,
depois
de tê-lo atingido com uma pedra de sua funda. Entretanto, de acordo
com 2 Samuel 21:19,
foi
Elanã, filho de Jaaré-Oregim, quem matou Golias. Por que uma
passagem credita a Davi a morte
de
Golias e a outra, a Elanã?
SOLUÇÃO:
A passagemde 2
Samuel 21:19, que diz: "Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o
belemita,
feriu
Golias, o geteu, cuja lança tinha a haste como eixo do tecelão",
apresenta obviamente um erro
de
copista. Isso é reforçado pelo fato de que há uma passagem
paralela em 1 Crônicas 20:5, que diz:
"Elanã,
filho de Jair, feriu a Lami, irmão de Golias, o geteu, cuja lança
tinha a haste como eixo de
tecelão".
A falha ocorrida na passagem de 2 Samuel 21:19 pode ser delineada
admitindo-se a
confusão
feita por um copista com as palavras e letras hebraicas que, quando
combinadas de certa
maneira,
deram a redação encontrada em 2 Samuel.
1
SAMUEL 17:54 - Como a cabeça de Golias poderia ter sido carregada
até Jerusalém, se ela
tinha
sido retida então pelos jebuseus?
PROBLEMA:
Quando Davi matou
Golias e cortou a cabeça dele, a cidade de Jerusalém estava
ainda
nas mãos dos jebuseus. Foi só bem mais tarde que Jerusalém foi
conquistada por Davi (2 Sm
5:6-9).
Não
é dito que a cabeça de Golias foi levada imediatamente
a Jerusalém. Mas
Davi levou para lá o
seu
troféu mais
tarde, quando ele
fez de Jerusalém a sede do seu trono.
1
SAMUEL 17:57-58 - Por que Saul não reconheceu Davi - que lhe tocava
harpa - como
aquele
que matou Golias?
PROBLEMA:
Em 1 Samuel 16, Saul
contratou Davi para que lhe tocasse harpa, mas no capítulo
17,
depois de Davi ter matado o gigante Golias, Saul parece não
reconhecê-lo.
SOLUÇÃO:
Há duas
possibilidades neste caso. Primeiro, não seria nada fora do comum um
rei tão
ocupado
não ter prestado suficiente atenção àquele humilde músico que
havia sido contratado, para
reconhecê-lo
como a mesma pessoa que matou Golias. Entretanto, uma vez tendo Davi
realizado a
proeza
de matar o gigante, o rei não pôde deixar de notá-lo e de
perguntar quem era ele.
Por
outro lado, é possível que Saul soubesse quem era Davi, mas, depois
de ter ele realizado
aquela
proeza, o rei estivesse apenas querendo saber quem era o pai de Davi.
Isso está de acordo
com
a natureza da pergunta feita por Saul: "De quem és filho,
jovem?" (1 Sm 17:58). Não tivesse
ele
reconhecido Davi, ele teria perguntado: "Qual é o seu nome?"
Saul era conhecido por colocar
em
sua guarda pessoal os homens mais valentes (14:52). Ele pode ter
cogitado a possibilidade de
Davi
ter irmãos ainda mais valentes. Ou talvez, Saul quisesse obter uma
identificação mais
completa
desse bravo jovem, para poder recompensá-lo pelo seu extraordinário
feito. Em qualquer
das
hipóteses, não há problema algum com o fato.
1
SAMUEL 18:1-4- Davi e Jônatas eram homossexuais?
PROBLEMA:
As Escrituras
registram o intenso amor que Davi e Jônatas tinham um pelo outro.
Há
quem tenha dito que isso é uma indicação de que eles eram
homossexuais. Isso é deduzido a
partir
do fato de que está escrito que "Jônatas o amava" (18:3);
que Jônatas se despia na frente de
Davi
(18:4); também que eles "beijaram-se um ao outro" com
grande emoção (20:41). Os que
alegam
isso dizem ainda que as tendências homossexuais de Davi podem ser
inferidas pelo fato de
ele
não ter
muito sucesso em seus relacionamentos com mulheres. A conclusão
tirada desses textos
é
válida?
SOLUÇÃO:
Não há indicação
alguma nas Escrituras de que Davi e Jônatas tenham sido
homossexuais.
Pelo contrário, há uma forte evidência de que não eram. Antes de
mais nada, a
atração
de Davi por Bate-Seba (2 Sm 11) revela que sua orientação sexual
era heterossexual, não
homossexual.
Com efeito, a julgar pelo número de mulheres que Davi teve, ele
parecia ser
heterossexual
até demais.
Depois,
o "amor" de Davi por Jônatas não era o amor sexual
(erótico), mas sim o amor da
amizade
(o amor "phileo").
É comum nas
culturas orientais homens heterossexuais expressarem
amor
e afeição um para com o outro.
Ainda,
Jônatas não se despiu completamente na presença de Davi. O texto
diz que ele
apenas
tirou a armadura e a capa que vestia (1 Sm 18:4) para dá-las a Davi,
como um símbolo de
seu
profundo respeito e compromisso com ele.
Podemos
acrescentar também que o "beijo" era uma forma usual de os
homens se
cumprimentarem
naqueles dias. E ainda, o fato de eles se cumprimentarem beijando-se
um ao outro
(1
Sm 20:41) é descrito dois capítulos e meio depois daquele que
relata que Jônatas deu a capa e a
armadura
a Davi.
Finalmente,
a emoção que expressaram foi o choro, e não o orgasmo. O texto
diz: "beijaramse
um
ao outro e choraram juntos, Davi, porém, muito mais" (1 Sm
20:41).
1
SAMUEL 18:10 - Como Deus, sendo bom, poderia enviar um espírito
maligno a Saul?
PROBLEMA:
De acordo com esta
passagem, "um espírito maligno" ("Atormentador"
—BV) veio
sobre
Saul, que entrava numa "crise de raiva em sua casa", e
então procurava matar Davi com sua
lança.
Entretanto, o versículo afirma claramente que o espírito tinha
vindo "da parte de Deus".
Como
um Deus bom poderia enviar um espírito maligno para atormentar Saul?
SOLUÇÃO:
Por ser Deus
absolutamente soberano, as ações de qualquer espírito maligno
estariam
sujeitas
à autoridade dele. Portanto, foi sob a permissão sua que o espírito
atormentou Saul. Este
havia
rejeitado a Deus, e o Senhor o rejeitara como rei. Deus tinha uma
razão especial para permitir
que
aquele espírito incitasse a agir contra Davi. Ao tentar matá-lo, o
rei percebeu que o Senhor
estava
com Davi. Por fazê-lo ir à guerra contra os filisteus, Saul
inadvertidamente fez com que a
popularidade
de Davi crescesse entre o povo, o que apressou sua própria queda. O
envio do espírito
maligno
sobre Saul é semelhante ao caso de Jó, em que Deus permitiu que
Satanás fosse afligi-lo
com
todos aqueles males. O Senhor permite o mal, mas sempre o usa para
realizar seus bons
propósitos
(ver os comentários de 1 Reis 22:22).
1
SAMUEL 19:23-24 - Como o texto poderia dizer que o Espírito de Deus
estava sobre Saul, se
Ele
já o havia rejeitado?
PROBLEMA:
Quando Saul foi a
Naiote, em Ramá, capturar Davi, enviou soldados para que
capturassem
e trouxessem Davi preso em correntes. Mas tendo eles voltado com as
mãos vazias,
Saul
decidiu ir ele mesmo até lá. Entretanto, ao chegar perto de Naiote,
o Espírito do Senhor veio
sobre
Saul e ele dançou e profetizou diante de Samuel. Como seria possível
dizer que o Espírito de
Deus
estava sobre Saul, se ele já havia sido rejeitado por Deus?
SOLUÇÃO:
Desta vez, o
Espírito do Senhor não estava sobre Saul da mesma maneira como
esteve
antes
de ter sido ele rejeitado. Originalmente, o Espírito veio sobre Saul
para ministrar
através dele.
Agora,
porém, o Espírito vinha para resistir
às suas más intenções.
Neste
incidente, o propósito de Saul era capturar e até mesmo matar Davi,
mas o rei não desejava
ter
um encontro face a face com o profeta Samuel. Por duas vezes Saul
enviou mensageiros para
capturar
Davi e trazê-lo preso em correntes, mas a cada vez o Espírito do
Senhor os tomou, de
forma
que eles foram impossibilitados de cumprir a tarefa que lhes fora
designada.
Finalmente,
o próprio Saul foi até lá. Entretanto, quando ele chegou perto de
Naiote, em
Ramá,
o Espírito do Senhor o tomou também, de forma que ele também
perdeu o controle de si
mesmo.
Dançou e profetizou até sentir-se exausto e cair no chão. O
Espírito do Senhor venceu Saul
e
frustrou os seus esforços para capturar Davi.
1
SAMUEL 19:24-Por que Saul tirou suas roupas ao dançar e profetizar
diante de Samuel?
PROBLEMA:
Samuel estava
dirigindo um culto a Deus, no qual os profetas estavam profetizando
Quando
os homens de Saul saíram para capturar Davi, foram tomados pelo
Espírito do Senhor e
também
profetizaram. Entretanto, Saul, ao chegar, profetizou, dançou e
tirou as roupas. Por que
Saul
agiu assim, sendo que os outros aparentemente não tiveram essa
conduta?
SOLUÇÃO:
Alguns comentaristas
dizem que o que ocorreu aparentemente foi um ato de juízo
sobre
Saul, tendo ele sido humilhado na presença de Samuel e dos profetas.
Saul apresentava
drásticas
mudanças de temperamento (cf. 1 Sm 16:14-23; 18:10-11; 19:9). O rei
deixou-se levar de
tal
maneira pelo seu entusiasmo que se despiu e dançou até cair no chão
totalmente exausto, ali
permanecendo
a noite toda.
Outros
afirmam que o Espírito de Deus tomou Saul com mais intensidade do
que no caso
dos
outros, procurando abrandar o seu duro coração. Se Saul continuasse
com seu procedimento
obstinado
depois dessa poderosa experiência da graça divina, acabaria sendo
destruído.
1
SAMUEL 21:9 - A armadura de Golias foi guardada na tenda de Davi ou
em Nobe?
PROBLEMA:
Neste texto, a
espada de Golias é mencionada como estando em Nobe (cf. v.1).
Entretanto,
1 Samuel 17:54 diz: "Tomou Davi a cabeça do filisteu, e a
trouxe a Jerusalém; porém as
armas
dele pô-las Davi na sua tenda".
SOLUÇÃO:
Primeiramente a
armadura foi posta na tenda de Davi, mas depois foi levada a Nobe.
Os
dois versículos referem-se a tempos diferentes.
1
SAMUEL 28:7ss - Como Deus pôde permitir que a feiticeira de En-Dor
tenha feito Samuel
subir
de entre os mortos, já que Deus condena a necromancia?
PROBLEMA:
A Bíblia condena
com severidade toda feitiçaria e comunicação com os mortos (Êx
22:18;
Lv 20:6, 27; Dt 18:9-12; Is 8:19). No AT, os que praticassem essas
coisas receberiam a pena
de
morte. O rei Saul sabia disso e até mesmo expulsou todas as
feiticeiras da terra de Israel (1 Sm
28:3).
O problema é que parece que ela teve sucesso no contato com Samuel,
o que dá validade aos
poderes
da feitiçaria, que a Bíblia de forma tão severa condena.
SOLUÇÃO:
Várias possíveis
soluções têm sido apresentadas a este caso de En-Dor. Três delas
são
aqui
apresentadas, resumidamente.
Primeiro,
alguns crêem que a feiticeira operou um milagre por meio de poderes
demoníacos
e
de fato trouxe Samuel dos mortos. Como justificativa, citam passagens
que indicam que os
demônios
têm o poder de realizar milagres (Mt 7:22; 2 Co 11:14; 2 Ts 2:9-10;
Ap 16:14). As
objeções
a essa posição incluem o fato de que a morte é o fim (Hb 9:27);
que os mortos não podem
retornar
(2 Sm 12:23) porque há um grande abismo colocado por Deus (Lc
16:24-27), e que os
demônios
não podem usurpar a autoridade de Deus sobre a vida e a morte (Jó
1:10-12).
Segundo,
outros têm sugerido que na verdade a feiticeira não fez subir
Samuel de entre os
mortos,
mas que foi simplesmente uma fraude. Para explicar isso, referem-se
aos demônios que
enganam
as pessoas que tentam estabelecer contato com os mortos (Lv 19:31; Dt
18:11; 1 Cr 10:13)
e
argumentam que os demônios às vezes proferem o que é verdade (cf .
At 16:17). As Objeções a
essa
posição incluem o fato de que a passagem parece dizer que Samuel
realmente voltou dos
mortos,
que a profecia de Samuel foi algo que veio a acontecer e que é
improvável que demônios
tenham
proferido verdades de Deus, já que o diabo é o "pai da
mentira" (Jo 8:44).
Uma
terceira posição é que a feiticeira não fez subir Samuel de entre
os mortos, mas Deus
mesmo
interveio na tenda para repreender Saul pelo seu pecado. As razões
dessa posição são: (a)
Samuel
parece ter realmente voltado dos mortos (v. 14), mas (b) nem os
homens nem demônios têm
o
poder de trazer pessoas mortas (Lc 16:24-27; Hb 9:27); (c) até mesmo
a feiticeira parece
surpreender-se
com o aparecimento de Samuel, provindo dos mortos (v.12); (d) esta
passagem
condena
diretamente a feitiçaria (v. 9), portanto é bem improvável que ela
lhe desse crédito
declarando
que feiticeiros podem realmente trazer de volta pessoas mortas; (e)
Deus às vezes fala
em
lugares insuspeitos por meios fora do comum (cf. a jumenta de Balaão,
Nm 22); (f) o milagre
não
foi realizado pela feiticeira, mas apesar
dela; (g) Samuel
parece realmente aparecer provindo
dos
mortos, censurar Saul e proferir uma profecia verdadeira (v. 19); (h)
Deus condenou explícita e
repetidamente
o contato com os mortos (veja acima) e não contradiria isso, dando
crédito à
feitiçaria.
As
maiores Objeções a esta posição baseiam-se no fato de que o texto
não diz
explicitamente
que foi Deus quem realizou aquele ato sobrenatural e que a tenda de
uma feiticeira
seria
um lugar bem estranho para ele operar algo assim.
1
SAMUEL 31 - O
relato da morte de Saul nesta passagem contradiz o que é dito no
capítulo
seguinte
(2 Sm 1).
PROBLEMA:
O texto de 1 Samuel
31 diz que o rei Saul suicidou-se, caindo sobre a sua espada,
mas
2 Samuel 1 registra que ele foi morto por um amalequita.
SOLUÇÃO:
Alguns afirmam que
os dois relatos são verdadeiros, considerando a história do
amalequita
como suplementar. Dizem que Saul tentou cometer suicídio, rnas ainda
não estava morto
quando
o amalequita chegou e completou a obra. Apontam para dois fatos que
esse homem levava
consigo
a Coroa e o bracelete de Saul como prova do seu relato e também que
Davi puniu o
amalequita
com a morte por ter matado o rei. As Objeções a este ponto de vista
são que ele
contradiz
as afirmações de 1 Samuel 31, de que "Saul tomou da espada, e
se lançou sobre ela" e que
o
seu escudeiro viu "que Saul já era morto", bem como o
registro fiel de que "morreu, pois, Saul"
(v.
6).
Outros
vêem a história de 1 Samuel como correta e consideram o relato de 2
Samuel como
pura
imaginação do amalequita que, tendo ido até Saul já morto,
considerou que poderia lucrar com
Davi,
tomando para si o crédito dessa morte. Mencionam o fato de que esta
história contradiz o
relato
de 1 Samuel 31 e que o amalequita parece não saber que Saul morreu
por meio de uma
espada,
e não por meio de uma lança, como disse. Alegam ainda que 1
Crônicas 10 repete a história
como
registrada em 1 Samuel, mas não inclui o que o amalequita teria
inventado. As maiores
Objeções
a esta posição revidem no fato de que 2 Samuel não diz que a
história do amalequita é
falsa,
e que Davi o matou por seu ato. Em resposta, ele pode ter sido morto
com base em sua
própria
confissão (2 Sm 1:16). O fato de sua história contradizer o relato
de 1 Samuel pode ser
considerado
prova suficiente de que foi obra de sua imaginação.
1
SAMUEL 31:4 - O suicídio de Saul é justificável?
PROBLEMA:
O rei Saul estava
mortalmente ferido, e pediu ao seu escudeiro que o ajudasse a
cometer
suicídio. Isto é justificável?
SOLUÇÃO:
Suicídio é um
assassinato, e a Bíblia nos diz: "Não matarás" (Êx
20:13). Não importa
que
a vida tomada seja a própria vida. Toda vida pertence a Deus, e
apenas ele tem o direito de
tomá-la
(Dt 32:39; Jo 1:21).
Até
mesmo os mais desesperados crentes na Bíblia que desejaram a morte
nunca
consideraram
o suicídio como uma alternativa moralmente viável. Pelo contrário,
reconhecendo a
soberania
de Deus sobre a vida humana, eles oraram, como Jonas: "Peço-te,
pois, ó Senhor, tira-me
a
vida, porque melhor me é morrer do que viver" (Jn 4:3). Embora
tenham desejado que Deus
tomasse
suas vidas, nunca consideraram correto fazê-lo por si mesmo.
Além
disso, exceto Sansão (veja os comentários de Juizes 16:26-27), há
pelo menos cinco
casos
de suicídio registrados na Bíblia, e nenhum deles conta com a
aprovação de Deus:
Abimeleque
(Jz 9:50-56); Saul (1 Sm 31:1-6); Zinri (1 Rs 16:18-19); Aitofel (2
Sm 17:23), e Judas,
aquele
que traiu a Cristo (Mt 27:3-10). Cada um deles teve uma morte
trágica, e nenhum contou
com
a aprovação de Deus. O suicídio é um ataque à imagem de Deus no
homem (Gn 1:27) e uma
tentativa
de usurpar a soberania de Deus sobre a vida humana.
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