MATEUS
MATEUS
1:8 - Jorão foi pai de Uzias ou de Acazias?
PROBLEMA:
Mateus diz: "Jorão
(gerou) a Uzias". Entretanto, em 1 Crônicas 3:11 temos: "Jorão,
de
quem foi filho Acazias" (R-IBB). Qual dos dois está correto?
SOLUÇÃO:
Acazias foi
aparentemente o filho imediato de Jorão (ou Jeorão), e Uzias foi um
"filho"
distante, ou seja, um descendente. Assim como na Bíblia a palavra
"filho" pode significar
também
"neto", de igual forma o termo "gerou" pode
aplicar-se a um pai ou avô. Em outras
palavras,
"gerou" significa "tornou-se o ancestral de", e o
que foi "gerado" é o "descendente de".
Mateus,
portanto, não está dando uma cronologia
completa, mas uma
genealogia abreviada
dos
antecedentes de Cristo. Uma comparação entre Mateus 1:8 e 1
Crônicas 3:11-12 revela que há
três
gerações entre Jorão e Uzias (Azarias):
MATEUS
1:8
Jorão
.......
.......
.......
Uzias
1
CRÔNICAS 3:11-12
Jorão
Acazias
Joás
Amazias
Uzias
(também chamado Azarias)
MATEUS
1:9 - Mateus errou no que diz respeito ao pai de Jotão?
PROBLEMA:
Em 2 Reis 15:1-7, a
Bíblia menciona Azarias como pai de Jotão e, em 2 Reis 15:32
e
34, ele é chamado de Uzias. Alguns concluíram que a Bíblia cometeu
um erro ao apresentar duas
pessoas
distintas como o pai de Jotão.
SOLUÇÃO:
São dois nomes
diferentes para a mesma pessoa. Por diversas razões, a Bíblia
ocasionalmente
menciona dois nomes diferentes para um mesmo indivíduo. Por exemplo,
Paulo era
também
chamado de Saulo (At 13:9). Também, em Juizes, Gideão recebeu um
segundo nome,
Jerubaal
(6:32; 7:1). Joaquim, filho de Jeoaquim, foi conhecido também como
Jeconias (cf. 2 Rs
24:6
e 1 Cr 3:16). Daniel, Hananias, Misael e Azarias receberam todos eles
novos nomes:
Beltessazar,
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, respectivamente (Dn 1:7). Alguns dos
discípulos de
Jesus
também tiveram dois nomes; por exemplo, Simão (Pedro) e
Lebeu (Tadeu) (Mt
10:2-3,
SBTB).
MATEUS
1:17- Quantas gerações foram contadas entre o exílio e Cristo:
quatorze ou treze?
PROBLEMA:
Mateus diz que
"desde o desterro de Babilônia até Cristo, (são) catorze"
gerações
(1:17).
Entretanto, ele menciona apenas 13 nomes depois do exílio. Então,
qual é o correto, treze ou
quatorze?
SOLUÇÃO:
Ambos estão
corretos. Jeconias é contado nas duas listas, já que ele viveu
tanto antes
como
depois do exílio. Portanto, há literalmente 14 nomes na lista
"desde o exílio na Babilônia até
Cristo",
tal como diz Mateus. Há também literalmente 14 nomes na lista entre
Davi e o exílio, tal
como
afirma Mateus 1:6-12. Não há erro no texto, absolutamente.
MATEUS
2:2 - Por que a
Bíblia não desabonou
os reis magos, por seguirem a estrela, já que
ela
condena a astrologia?
PROBLEMA:
A Bíblia condena o
uso da astrologia (veja Lv 19:26; Dt 18:10; Is 8:19), contudo
Deus
abençoou aqueles homens sábios (os magos) por terem usado uma
estrela como indicação do
nascimento
de Cristo.
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
temos de nos perguntar o que é a astrologia. Astrologia é a crença
de
que o estudo da disposição e do movimento das estrelas pode
capacitar alguém a
prever
acontecimentos
- sejam eles bons ou maus.
Em
segundo lugar, essa estrela apareceu no relato bíblico para anunciar
o nascimento de
Cristo,
não para prever
este acontecimento.
Deus deu a estrela aos magos para proclamar-lhes que
já
era nascida a criança. Sabemos que o menino já tinha nascido,
porque em Mateus 2:16 Herodes
ordenou
matar em Belém e arredores todos os meninos até dois anos, de
acordo com "o tempo do
qual
com precisão se informara dos magos".
Em
terceiro lugar, há outros casos na Bíblia nos quais estrelas e
planetas são usados por
Deus
na revelação de sua vontade. O Salmo 19:1-6 afirma que os céus
proclamam a glória de Deus
e
Rm 1:18-20 nos ensina que a criação revela a existência de Deus.
Cristo refere-se ao que
acontecerá
com o sol, com a lua e com as estrelas na sua segunda vinda (Mt
24:29-30), como o fez
o
profeta Joel (2:31-32). A estrela que guiou os magos não foi usada
para prever,
mas para
proclamar
nascimento
de Cristo.
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
temos de nos perguntar o que é a astrologia. Astrologia é a crença
de
que o estudo da disposição e do movimento das estrelas pode
capacitar alguém a
prever
acontecimentos
- sejam eles bons ou maus.
Em
segundo lugar, essa estrela apareceu no relato bíblico para anunciar
o nascimento de
Cristo,
não para prever
este acontecimento.
Deus deu a estrela aos magos para proclamar-lhes que
já
era nascida a criança. Sabemos que o menino já tinha nascido,
porque em Mateus 2:16 Herodes
ordenou
matar em Belém e arredores todos os meninos até dois anos, de
acordo com "o tempo do
qual
com precisão se informara dos magos".
Em
terceiro lugar, há outros casos na Bíblia nos quais estrelas e
planetas são usados por
Deus
na revelação de sua vontade. O Salmo 19:1-6 afirma que os céus
proclamam a glória de Deus
e
Rm 1:18-20 nos ensina que a criação revela a existência de Deus.
Cristo refere-se ao que
acontecerá
com o sol, com a lua e com as estrelas na sua segunda vinda (Mt
24:29-30), como o fez
o
profeta Joel (2:31-32). A estrela que guiou os magos não foi usada
para prever,
mas para
proclamar
o nascimento de
Cristo.
MATEUS
2:6 - Como podemos explicar a citação aparentemente falha de
Miquéias 5:2 feita
por
Mateus?
PROBLEMA:
Mateus 2:6 cita
Miquéias 5:2. Entretanto, as palavras que Mateus emprega são
diferentes
das que foram usadas por Miquéias.
SOLUÇÃO:
Embora Mateus pareça
ter mudado algumas das palavras da passagem de Miquéias,
não
há um real desvio no sentido do texto. Em alguns pontos, ele parece
estar parafraseando.
Primeiro,
Mateus insere a expressão "terra de Judá" no lugar da
pajlavra "Efrata". Isso na
verdade
não muda o sentido do versículo. Não há diferença entre terra de
Judá e Efrata, exceto que
uma
é mais específica do que a outra. De fato, Efrata refere-se a Belém
na passagem de Miquéias, e
Belém
localiza-se na terra de Judá. Entretanto, isso não altera o sentido
básico deste versículo. Ele
fala
da mesma área de terra. É interessante notar também que, quando
Herodes perguntou aos
principais
sacerdotes e escribas sobre onde o menino deveria nascer, eles
disseram: "em Belém da
Judéia"
(Mt 2:5).
Segundo,
Mateus descreve a terra de Judá como não sendo "de modo algum
a menor", ao
passo
que Miquéias afirma que ela é "pequena demais". O que
Mateus está dizendo é que desde que
o
Messias deva vir dessa região, ela de forma alguma é a menor entre
as outras áreas da terra de
Judá.
A frase de Miquéias diz apenas que Belém é bem pequena, bem
diminuta, quando comparada
às
outras cidades da terra de Judá. O versículo não diz que ela é
a menor entre elas,
apenas que é
muito
pequena. Mateus está dizendo a mesma coisa com outras palavras, ou
seja, que Belém é
pequena
em tamanho,
mas de forma alguma
a menor em importância,
já que dela sairia
o Messias.
Finalmente,
Mateus emprega a frase: "que há de apascentar a meu povo,
Israel", e Miquéias
não
diz nada a respeito disso. Miquéias 5:2 reconhece que haverá aquele
que "há de reinar em
Israel",
e Mateus também reconhece isso, com a expressão "o Guia".
Contudo, a frase que não é dita
por
Miquéias na verdade é tirada de 2 Samuel 5:2.
A
combinação desses versículos não anula o que está sendo dito,
mas reforça o ponto que o
autor
quer salientar. Há outros casos em que isso ocorre também, em que o
autor combina um texto
da
Escritura com outro. Por exemplo, Mateus 27:9-10 pega uma partede
Zacarias 11:12-13 e outra
de
Jeremias 19:2,11 e 32:6-9. Também, Marcos 1:2-3 toma uma parte de
Isaías 40:3 e outra de
Malaquias
3:1; e somente a primeira é mencionada, já que ela é a mais
importante.
Em
resumo, Mateus não apresenta nada deerrado ao citar Miquéias 5:2 e
2 Samuel 5:2. A
citação
é precisa, mesmo tendo ele parafraseado uma parte dela e combinado
com outra porção da
Escritura.
MATEUS
2:23 - Mateus não errou quando citou uma profecia não encontrada no
AT?
PROBLEMA:
Mateus afirma que
Jesus mudou-se para Nazaré, para "que se cumprisse o que fora
dito
por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno" (Mt
2:23). Entretanto, tal profecia
não
é encontrada em nenhum profeta do AT. Será que Mateus cometeu um
erro?
SOLUÇÃO:
Mateus não disse
que algum "profeta" (no singular) do AT tenha afirmado
isso. Ele
simplesmente
afirmou que "profetas" (no plural) que viveram no AT
predisseram que Jesus seria
chamado
Nazareno. Dessa forma, não há por que acharmos que devemos
encontrar um versículo
nesse
sentido; devemos simplesmente considerar como sendo a afirmação de
Mateus uma verdade
geral,
que pode ser encontrada em muitos profetas, no que corresponde ao
tipo característico do
nazareno.
Há várias sugestões de como Jesus teria "cumprido"
(realizado) essa verdade.
Alguns
apontam para o fato de que Jesus cumpriu todos os requisitos de
justiça da Lei do AT (Mt
5:17-18;
Rm 8:3-4), da qual uma parte envolvia o santo compromisso feito no
voto de "Nazireu".
Esse
voto era para "consagrar-se para o Senhor" (Nm 6:2), e
Jesus cumpriu isso perfeitamente.
Entretanto,
a palavra é diferente tanto no hebraico como no grego, e Jesus nunca
fez esse voto em
particular.
Outros
apontam para o fato de que Nazaré provém da palavra básica nctzer
(renovo). E
muitos
profetas falaram do Messias como sendo o "Renovo" (cf. Is
11:1; Jr 23:5; 33:15; Zc 3:8;
6:12).
Ainda
outros observam que a cidade de Nazaré, onde Jesus viveu, era um
lugar desprezado,
"fora
dos bons caminhos". Isso ficou evidente na resposta de Natanael:
"De Nazaré pode sair
alguma
coisa boa?" (Jo 1:46). Considerando isso, "Nazareno"
era um termo de desprezo apropriado
ao
Messias, a respeito de quem os profetas haviam predito que seria
"desprezado e o mais rejeitado
entre
os homens" (Is 53:3; cf. SI 22:6; Dn 9:26; Zc 12:10).
MATEUS
4:5-10 (cf. LUCAS 4:5-12) - Há um erro de Mateus ou de Lucas, no
registro da
tentação
de Cristo no deserto?
PROBLEMA:
De acordo com Mateus
e Lucas, a primeira tentação foi a de transformar pedras em
pão
para satisfazer a fome de Jesus. De acordo com Mateus, a segunda
tentação aconteceu no
pináculo
do templo, e a terceira envolveu todos os reinos do mundo.
Entretanto, embora Lucas
mencione
esses mesmos dois eventos, ele o faz pela ordem inversa - os reinos
do mundo são
mencionados
em segundo lugar e o pináculo do templo, em terceiro. Qual é então
a ordem correta?
SOLUÇÃO:
Pode ser que Mateus
esteja descrevendo essas tentações em ordem cronológica,
ao
passo
que Lucas se ateve à ordem que propiciassem clímax, ou seja,
conforme os tópicos
envolvidos.
Isso para expressar clímax que Lucas desejava enfatizar. Observe que
Mateus 4:5
começa
com a palavra "então", e o versículo 8 tem a palavra
"ainda". No grego, essas palavras
sugerem
uma certa ordem seqüencial dos eventos. Já no relato de Lucas,
porém, o versículo 5
começa
com um simples "e", e o versículo 9 com uma palavra que no
grego corresponde a "e" ou
"também"
(veja SBTB). O grego, no registro de Lucas, não indica
necessariamente uma ordem
seqüencial
dos eventos. Além disso, não há discordância alguma quanto ao
fato de que essas
tentações
realmente c correram.
MATEUS
4:14-16 - Por que Mateus cita Isaías de forma incorreta?
PROBLEMA:
Mateus parece não
citar Isaías 9:1-2 de forma precisa. Pelo contrário, parece que ele
fez
alterações.
SOLUÇÃO:
Para que haja
fidelidade ao texto citado, não é necessário usar exatamente as
mesmas
palavras.
Mateus não distorce o sentido dessa passagem. Ele simplesmente a
condensa ou resume.
Parafrasear
com fidelidade não
é distorcer.
Não fosse assim,
nenhum noticiário, nenhum registro
histórico
teria fidelidade, já que todos eles resumem o que aconteceu; isso é
essencial no registro de
fatos
históricos.
MATEUS
5:14 - Quem
é a luz do mundo, os crentes ou Jesus?
PROBLEMA:
Nessa passagem,
Jesus disse a seus discípulos: "Vós sois a luz do mundo".
Entretanto,
em João 9:5, Jesus declarou: "Sou a luz do mundo". Quem é
então a luz do mundo,
Jesus
ou os seus discípulos?
SOLUÇÃO:
Tanto Jesus como os
discípulos são a luz do mundo. Jesus é a luz primária,
e nós,
seus
discípulos, somos a luz secundária.
Assim como a luz do
sol é para a lua, Jesus é a
fonte da
luz,
e nós somos os refletores
dessa luz. Jesus
disse: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do
mundo"
(Jo 9:5). Agora que ele não mais está aqui, nós somos sua luz,
refletida para o mundo.
MATEUS
5:17-18 - Jesus veio para pôr um fim na Lei de Moisés?
PROBLEMA:
Jesus disse muito
explicitamente: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas;
não vim para revogar, vim para cumprir." Entretanto, certa
ocasião Jesus aprovou seus
discípulos
quando eles quebraram a lei dos judeus quanto ao trabalho no sábado
(Mc 2:24), e o
próprio
Jesus aparentemente aboliu a lei cerimonial ao considerar puros todos
os alimentos (Mc
7:19).
Os
discípulos de Jesus rejeitaram claramente muito do que era da lei do
AT, inclusive a
circuncisão
(At 15; Gl 5:6; 6:15). De fato, Paulo declarou: "Não estais
debaixo da lei e sim da
graça"
(Rm 6:14), e afirmou, também, que os Dez Mandamentos, gravados em
pedra, tinham sido
removidos
em Cristo (2 Co 3:7,14).
SOLUÇÃO:
Na questão quanto a
se a Lei de Moisés foi abolida por Cristo, a confusão se
estabelece
por se deixar de fazer distinção entre várias coisas.
Em
primeiro lugar, há a confusão do tempo.
Durante sua vida
terrena, Jesus sempre guardou
pessoalmente
a Lei de Moisés, inclusive oferecendo sacrifícios aos sacerdotes
judeus (Mt 8:4),
participando
das festas judias (Jo 7:10) e comendo o cordeiro pascal (Mt 26:19).
De vez em quando
ele
violava as tradições falsas dos fariseus, que tinham sido
levantadas em torno da Lei (cf. Mt
5:43-44),
repreendendo-os: "Invalidastes a palavra de Deus, por causa da
vossa tradição" (Mt 15:6).
Os
versículos que indicam que a Lei foi cumprida referem-se à situação
depois da
cruz, quando não
há
"nem judeu nem grego... porque todos vós sois um em Cristo
Jesus" (Gl 3:28).
Em
segundo lugar, há uma confusão quanto a certos aspectos.
Pelo menos algumas
das
referências
(se não todas) à Lei, a respeito de elas terem sido abolidas no NT,
referem-se a
cerimônias
e tipos do AT. Esses aspectos cerimoniais e tipológicos da Lei de
Moisés foram de forma
clara
abolidos quando Jesus, o nosso cordeiro pascal (1 Co 5:7), cumpriu os
tipos e predições da Lei
quanto
à sua primeira vinda (cf. Hb 7-10). Nesse sentido, Jesus claramente
aboliu os aspectos
cerimoniais
e tipológicos da Lei, não destruindo-a, mas cumprindo-a.
Finalmente,
há uma confusão quanto a contexto,
mesmo quando as
dimensões morais da Lei
são
discutidas. Jesus, por exemplo, não apenas cumpriu as exigências
morais da Lei por nós (Rm
8:2-3),
mas também o contexto nacional e teocrático no qual os princípios
morais de Deus foram
expressos
no AT não mais se aplica aos cristãos nos dias de hoje. Por
exemplo, não estamos debaixo
dos
mandamentos como Moisés os expressou para o povo de Israel, porque,
ao serem expressos ao
povo
nos Dez Mandamentos, eles traziam a recompensa de que os judeus
viveriam uma longa vida
"na
terra [da Palestina] que o Senhor, teu Deus, te dá [aos israelitas]"
(Êx 20:12). Quando o
princípio
moral contido nesse mandamento do AT é estabelecido no NT, ele se
expressa num
contexto
diferente, a saber,
num contexto que não é nacional nem teocrático, mas pessoal e
universal.
Para
todas as pessoas que honram seus pais, Paulo declara que eles terão
"longa vida sobre a
terra"
(Ef 6:3). De igual forma, os cristãos não mais estão debaixo do
mandamento de Moisés para
cultuarem
no sábado (Êx 20:8-11), já que, depois da ressurreição, das
aparições e da ascensão (as
quais
ocorreram todas no domingo), os cristãos cultuam no domingo em vez
de no sábado (veja At
20:7;
1 Co 16:2).
O
culto do Shabbath, declarou Paulo, era no AT apenas uma "sombra"
da realidade nova que
foi
inaugurada por Cristo (Cl 2:16-17). Já que até mesmo os Dez
Mandamentos, como
tais, foram
expressos
dentro de um contexto nacional, judeu, teocrático, então o NT pode
falar corretamente
que
o que estava "gravado em pedras" foi, "em Cristo,
removido" (2 Co 3:7,13-14).
Entretanto,
isso não significa que os princípios morais contidos nos Dez
Mandamentos, que
refletem
a verdadeira natureza de um Deus imutável, não são mais
pertinentes aos crentes nos dias
de
hoje. De fato, cada um dos princípios contidos nos Dez Mandamentos é
restabelecido num
outro
contexto
no NT, exceto, é
claro, o mandamento para descansar e cultuar no sábado.
Os
cristãos hoje não mais se acham debaixo dos Dez Mandamentos tais
como foram dados
por
Moisés, da mesma forma como não estamos debaixo dos requisitos da
Lei Mosaica de sermos
circuncidados
(veja At 15; Gl 3) ou de levarmos um cordeiro ao templo em Jerusalém
para ser
sacrificado.
O fato de estarmos presos a leis morais semelhantes confia o
adultério, contra a
mentira,
contra o roubo e contra o assassinato não prova que estamos ainda
debaixo dos Dez
Mandamentos,
assim como o fato de haver leis de trânsito semelhantes nos diversos
estados de um
país
não implica que um infrator da lei no estado "A" esteja
sujeito à lei do estado "B".
A
verdade é que aquele que violou uma lei no estado "A" não
violou lei alguma do estado
"B",
nem muito menos está sujeito às penalidades impostas neste estado.
Da mesma maneira,
embora
tanto o AT como o NT se pronunciem contra o adultério, a punição
no entanto é diferente -
a
pena capital no AT (Lv 20:10) e somente a excomunhão da igreja no NT
(1 Co 5:1-13), com a
esperança
de uma reintegração mediante o arrependimento (cf. 2 Co 2:6-8).
MATEUS
5:29 - O inferno é a sepultura ou um lugar de tormento consciente?
PROBLEMA:
Em Mateus 5:29 Jesus
refere-se ao "corpo" sendo "lançado no inferno",
e o salmista
fala
de "ossos" sendo "espalhados à boca do Seol
[inferno]" (SI 141:7, R-IBB). Jacó falou que suas
"cãs"
desceriam ao inferno [Seol] (Gn 42:38; cf. 44:29,31, R-IBB).
Entretanto, Jesus referiu-se ao
inferno
como um lugar para o qual a alma vai depois da morte, ficando
conscientemente em
tormentos
(Lc 16:22-23). O "inferno" é apenas a sepultura, como as
Testemunhas de Jeová e
algumas
outras seitas ensinam?
SOLUÇÃO:
A palavra hebraica
sheol,
traduzida em algumas
versões como inferno, ou
transliterada
como Seol (R-IBB) ou Xeol (BJ), é traduzida também como "sepultura"
(como na
ARA,
na EC e na SBTB) ou "cova". Ela significa apenas "o
mundo invisível" e pode referir-se tanto
à
sepultura, onde o corpo fica fora da visão depois do enterro, como
ao mundo espiritual, que é
invisível
aos olhos mortais.
No
AT, sheol é
usada freqüentemente significando sepultura, já que indica o lugar
para onde
"ossos"
(SI 141:7) e "cãs" (Gn 42:38) vão após a morte. Até
mesmo a ressurreição do corpo de
Jesus
é dita como sendo do "hades" [inferno] (isto é, da
sepultura) (At 2:30-31, R-IBB), onde sua
carne
não viu a corrupção.
Conquanto
possa haver no AT algumas alusões ao "inferno" como um
mundo espiritual (cf.
Pv
9:18; Is 14:9, R-IBB), o "inferno" (em grego: hades)
é descrito
claramente no NT como um
lugar
de espíritos que já partiram (almas). Anjos lá estão (2 Pe 2:4),
e eles não têm corpos. Seres
humanos
que não se arrependeram estão lá em conscientes tormentos após
sua morte, e os seus
corpos
estão enterrados (Lc 16:22-25).
No
fim aqueles que estiverem no inferno serão lançados no lago de fogo
com o diabo, onde
"serão
atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos" (Ap
20:10,14-15). Jesus falou
muitas
vezes do inferno como sendo um lugar de tormentos conscientes e
eternos (cf. Mt 10:28;
11:23;
18:9; 23:15; Mc 9:43,45,47; Lc 12:5; 16:23).
MATEUS
5:33-37-Jesus condenou todo juramento, até mesmo nos tribunais?
(Veja
os comentários de Tiago 5:12.)
MATEUS
5:42 - Devemos literalmente dar qualquer coisa a
quem nos pedir?
PROBLEMA:
Nesse versículo
Jesus com toda a clareza disse: "Dá a quem te pede e não
voltes as
costas
ao que deseja que lhe emprestes" (cf. Lc 6:30). Mas, se
tomássemos isso literalmente,
acabaríamos
sem ter o que prover para a nossa própria família. E por outro lado
Paulo disse que
aqueles
que não cuidam de suas famílias são piores do que o descrente (1
Tm 5:8).
SOLUÇÃO:
Um texto fora de
contexto é meramente um pretexto. Temos |e entender o contexto no
qual
Jesus disse "dá a quem te pede". Antes ie mais nada, pelo
que sabemos de outras coisas que
Jesus
disse e praticou, isso não quer dizer que devemos dar às pessoas o
que lhes fará mal. Como
Jesus
disse, nenhum bom pai daria uma serpente ao seu filho (Mt 7:10). Além
disso, essa palavra de
Jesus
não quer dizer dar a quem, podendo trabalhar, recusa-se a isso.
Paulo disse com determinação:
"se
alguém não quer trabalhar, também não coma" (2 Ts 3:10).
Finalmente,
todo o contexto das afirmações de Jesus nesse caso é ara confirmar
o espírito da
lei,
que ele veio cumprir (Mt 5:17-18), em oposição ao que eles tinham
"ouvido" (cf. Mt
5:21,27,33,38,43)
- o que tinha sido distorcido e dito por tradição oral (cf. Mt
15:3-6).
Jesus
está abordando explicitamente a distorção legalista do AT, que diz
que vinguemos
nossos
inimigos "olho por olho, dente por dente" (Mt 5:38). Jesus
diz, ao contrário, que não
devemos
retaliar os nossos inimigos; devemos amá-los, ajudá-los (cf. v.
44). Mas ele não esperava
que
seus ouvintes tomassem de forma literal o mandamento "dá a quem
te ide",
da mesma maneira
como
não pretendia também que cortassem literalmente suas mãos e
arrancassem seus olhos, se
estes
os fizessem tropeçar! (vv. 29-30).
MATEUS
5:43 - Por
que o AT prescreveu que se poderia odiar os inimigos?
PROBLEMA:
Jesus disse quanto
ao AT: "Ouvistes o que foi dito: Amarás ò teu próximo e
odiarás
o
teu inimigo" (Mt 5:43). Como poderia um Deus de amor (Êx
20:2,6; 1 Jo 4:16) ordenar que eles
odiassem
seus inimigos?
SOLUÇÃO:
Deus nunca ordenou a
seu povo, em qualquer época, que odiasse seus inimigos (ver
comentários
de Malaquias 1:3). Deus é um Deus de amor, que não muda (cf. 1 Jo
4:16; Ml 3:6), e
não
pode odiar a quem quer que seja, nem pode ordenar a ninguém que faça
isso. Jesus disse que os
maiores
mandamentos são: amar a Deus e amar o próximo como a si mesmo (Mt
22:36-37, 39). Na
verdade
Jesus tomou esse mandamento do AT. Levítico 19:18 declara: "Amarás
o teu próximo como
a
ti mesmo"!
Por
que então Jesus citou o ensino do AT, de que devemos odiar o nosso
inimigo? (Mt 5:43).
Mas
ele não disse isso, e por uma razão muito boa. Um versículo com
essas palavras não é
encontrado
em parte alguma no AT. Na verdade, Jesus não citou o AT, mas sim os
ensinos
distorcidos
dos fariseus, que não interpretaram corretamente o AT. Veja que
Jesus não disse: "está
escrito",
como o fazia com freqüência quando citava o AT (cf. Mt 4:4, 7, 10),
mas disse: "Ouvistes
que
foi dito", referindo-se com isso à "tradição" que
se implantara em torno do AT e que anulara os
mandamentos
de Deus (cf. Mt 15:3, 6). A verdade é que o Deus de amor sempre deu
o mandamento
de
que amássemos, tanto no AT como no NT, e nunca, em tempo algum, deu
o mandamento de que
odiássemos
outras pessoas.
MATEUS
6:6 - Se Jesus ensinou que a oração deve ser em secreto, por que a
Bíblia preconiza
a
oração em público?
PROBLEMA:
Nesse texto, Jesus
instou seus discípulos a orar em secreto, dizendo: "Tu, porém,
quando
orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai,
que está em secreto" (Mt
6:6).
Entretanto, em outras partes, a Bíblia preconiza a oração em
público. Por exemplo, Daniel
orava
com a janela do seu quarto aberta, para que pudesse ser visto orando
(Dn 6:10). Salomão fez
aquela
grande oração de consagração do templo em público (1 Rs 8:22). E
Paulo instou a que
orassem
em público, "em todo lugar" (1 Tm 2:8).
SOLUÇÃO:
Não foi a oração
em público
que Jesus condenou,
mas a oração com ostentação.
Ele
não
se opôs à oração em público feita em lugares adequados,
mas condenou as
orações feitas em
lugares
onde a pessoa seria notada.
E nem era tanto o
lugar em si da oração, mas sim o propósito da
oração
que Jesus censurou, ou seja, "para serem vistos dos homens"
(Mt 6:5).
MATEUS
6:13 - Por que devemos orar para que Deus não nos deixe cair em
tentação, já que
ele
não pode tentar ninguém?
PROBLEMA:
A Bíblia diz
enfaticamente: "Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo
a
ninguém
tenta" (Tg 1:13). Por que, então, Jesus nos pede para que
oremos: "e não nos deixes cair
em
tentação"?
SOLUÇÃO:
Deus pode nos pôr à
prova, mas ele não pode nos tentar
a pecar. Quando
somos
tentados,
somos nós que nos desviamos por nossa própria concupiscência (veja
os comentários de
Tiago
1:2). Assim, Deus deve ser invocado para pôr em ordem nossas vidas
de um modo tal que não
sejamos
levados a situações em que venhamos a ser tentados. Em outras
palavras, esse é um pedido
para
que Deus nos guie no campo minado pelo pecado, em nossa temporária
permanência na carne.
E
um pedido a Deus para que nos ajude a nada dispormos "para a
carne" (Rm 13:14).
MATEUS
8:5-13 (cf. Lc 7:2-10) - Há um erro nos relatos a respeito de Jesus
e o centurião?
PROBLEMA:
Mateus parece
apresentar o centurião como aquele que pessoalmente foi buscar
ajuda
de Jesus (Mt 8:5); mas Lucas parece dizer que o centurião enviou
anciãos, como seus
representantes,
até Jesus .c 7:3).
SOLUÇÃO:
Tanto Mateus como
Lucas estão corretos. No século I entendia-se que, quando um
representante
era enviado para falar por seu Senhor, era como se o senhor estivesse
falando
pessoalmente.
Mesmo em nossos dias ainda é assim. Quando um ministro de Estado
encontra-se
com
representantes de outros países, ele vai em nome do presidente do
país. Em outras palavras, o
que
o ministro diz é como se tivesse sido dito pelo presidente.
Portanto, Mateus afirma que um
centurião
foi implorar em favor de seu servo enfermo, quando de fato ele enviou
Outros em seu
nome.
Assim, quando Mateus declara que o centurião estava falando, isso
era verdade, muito
embora
ele estivesse falando por intermédio de seus representantes oficiais
(como Lucas esclarece).
MATEUS
8:12 - O inferno é um lugar de trevas, ou há luz lá?
PROBLEMA:
Jesus descreveu o
inferno como um lugar "para fora, nas trevas" (Mt 8:12; cf.
22:13
e
25:30). Ao invés disso, a Bíblia diz que o inferno é um lugar em
que há "fogo" (Ap 20:14), e um
fogo
que não "se apaga" (Mc 9:48). Ora, o fogo gera luz. Como
pode então o inferno ser
completamente
escuro, em trevas, se há luz lá?
SOLUÇÃO:
Tanto o "fogo"
como as "trevas" são poderosas figuras de linguagem que
apropriadamente
descrevem a realidade inimaginável do inferno. Ele é como o fogo
porque é um
lugar
de destruição e de tormento. Ainda assim, é um lugar separado, em
trevas, porque lá as
pessoas
estão perdidas para sempre. Embora o inferno seja um lugar no
sentido exato da palavra,
nem
toda descrição dele feita deve ser tomada literalmente.
Para
fornecer uma imagem desse lugar, são empregadas figuras de linguagem
fortes e de
impacto.
Trata-se de uma terrível realidade, onde corpo e alma sofrerão
eternamente, e, portanto,
não
há figura de linguagem que possa descrevê-lo de maneira adequada.
Constitui um grave erro,
porém,
tomar literalmente uma figura de linguagem. Quem faz isso pode
concluir que Deus tem
penas,
já que ele é descrito como tendo asas e penas com as quais pode nos
cobrir! (SI 91:4).
Há
outras figuras de linguagem empregadas para descrever o destino
eterno dos perdidos
que,
se tomadas literalmente, se contradizem entre si. Por exemplo, o
inferno é pintado como sendo
um
eterno depósito de lixo (Mc 9:43-48), que tem um fundo, onde o verme
atua. Mas é também
descrito
como sendo um profundo abismo (Ap 20:3). Cada uma dessas é uma
vivida descrição desse
lugar
de castigo eterno.
MATEUS
8:20 (cf. 20:18;
24:30 etc.) - Se Jesus é o Filho de Deus, por que ele chamava a si
mesmo
de o Filho do Homem?
PROBLEMA:
Jesus referiu-se a
si mesmo muitas vezes como o Filho do Homem. Isso parece
apontar
mais para a sua humanidade do que para a sua deidade. Se ele é
realmente o Messias, o
Filho
de Deus, por que empregou a expressão "Filho do Homem" ao
referir-se a si mesmo?
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
mesmo que a expressão "Filho do Homem" seja uma referência
à
humanidade
de Jesus, ela não constitui uma negação de sua divindade. Por
tornar-se homem, Jesus
não
deixou de ser Deus. A encarnação de Cristo não envolveu a perda da
divindade, mas sim o
acréscimo
da humanidade. Jesus com toda clareza reivindicou ser Deus em muitas
ocasiões (Mt
16:16-17;
Jo 8:58; 10:30). Mas, além de ser divino, ele foi também humano.
Ele tinha duas
naturezas
coexistentes numa só pessoa.
Jesus
não estava negando a sua divindade quando se referia a si mesmo como
o Filho do
Homem,
pois essa expressão é usada também para descrever a deidade de
Cristo. A Bíblia diz que
somente
Deus pode perdoar pecados (Is 43:25; Mc 2:7), e Jesus, na condição
de "Filho do Homem",
tem
o poder para perdoar pecados (Mc 2:10). De igual modo, Cristo
retornará à terra como "Filho
do
Homem" nas nuvens de glória, para reinar sobre a terra (Mt
26:63-64). Nessa passagem Jesus
está
citando Daniel 7:13, em que o Messias é descrito como o "Ancião
de dias", uma expressão
usada
para indicar a sua divindade (cf. Dn 7:9).
Além
disso, quando Jesus foi questionado pelo sumo sacerdote se ele era o
"Filho de Deus"
(Mt
26:63), ele respondeu afirmativamente, declarando que era o "Filho
do Homem", que viria em
poder
e grande glória (v. 64). Isso nos mostra que o próprio Jesus
empregou a expressão "Filho do
Homem"
para indicar sua divindade como Filho de Deus.
Finalmente,
a expressão "Filho do Homem" enfatiza quem Jesus é em
relação à sua
encarnação
e à sua obra de salvação. No AT (veja Lv 25:25-26,48-49; Rt 2:20),
o resgatador era um
parente
próximo da pessoa que necessitava da redenção. Da mesma forma
Jesus, como nosso
Parente
e Resgatador, identificou-se com o gênero humano como seu Salvador e
Redentor.
Aqueles
que conheciam a verdade do AT sobre o Messias ser o Filho do Homem
entenderam
as
reivindicações implícitas de Jesus quanto à sua divindade.
Aqueles que não conheciam essa
verdade,
também não reconheceriam isso. Jesus com freqüência falava coisas
dessa maneira, de
modo
a testar a sua audiência e separar os crentes dos descrentes (cf. Mt
13:10-17).
MATEUS
8:22 (cf. Lc 9:60) - Não foi um absurdo Jesus ter dito que os mortos
sepultassem os
seus
próprios mortos?
PROBLEMA:
Um certo homem
queria seguir Jesus, mas pediu-lhe permissão para primeiro ir
enterrar
seu pai. Jesus respondeu-lhe: "Deixa aos mortos o sepultar os
seus próprios mortos" (Mt
8:22).
Mas os mortos não podem enterrar ninguém. Isso parece não fazer
sentido.
SOLUÇÃO:
Jesus não estava
falando daqueles que estão fisicamente
mortos, mas daqueles
que
estão
espiritualmente
mortos (Ef 2:1). Ele
pediu que o homem o seguisse (Lc 9:59) e este
respondeu-lhe
dizendo que desejava primeiro dar assistência à sua família.
A
questão então é: o que está em primeiro lugar - a família de
alguém ou Jesus Cristo. A
resposta
de Jesus indica o estado espiritual da família daquele homem.
Aparentemente eles não
eram
crentes, e a Bíblia diz que aqueles que não são crentes estão
"mortos em seus delitos e
pecados"
(Ef 2:1,5). Jesus estava dizendo ao homem que a sua família, que
estava morta
espiritualmente,
cuidaria do enterro. Jesus queria que ele o seguisse. O discipulado
cristão requer
uma
forte disposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem-vindo! Por favor, nada de ofensas, zombaria, blasfêmias, sejamos civilizados :)