ESTER
ESTER
- Como poderia este livro fazer parte das Sagradas Escrituras, se o
nome de Deus nem
mesmo
é mencionado nele?
PROBLEMA:
Embora os rabinos de
Jamnia, por volta do ano 90 a.D., tenham debatido quanto à
permanência
ou não do livro de Ester com os demais livros inspirados das
Escrituras, ele foi
admitido
entre os livros do cânon hebraico por um longo tempo. Contudo, o
livro de Ester é o único
em
toda a Bíblia em que o nome de Deus não é mencionado, sequer uma
vez. Como pode ele então
fazer
parte da Palavra de Deus?
SOLUÇÃO:
Muito embora o nome
de Deus esteja
ausente, é evidente que a mão
de Deus se faz
presente.
O livro todo excede em menções à providência de Deus para com as
situações humanas.
De
tal forma Deus dirigiu a vida das pessoas envolvidas na narração,
que ele colocou a pessoa certa
precisa
e exatamente no lugar e no momento certo. Como Mordecai observou: "e
quem sabe se para
tal
conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" (Et 4:14).
Além
disso, o nome de Deus é encontrado no livro de Ester na forma de um
acróstico. Em
quatro
pontos cruciais da história (1:20; 5:4; 5:13; 7:7),
duas vezes para a
frente e duas vezes em
sentido
inverso, o nome de Deus (YHWH) está presente. O judeu devoto
certamente reconheceria
isto,
ao passo que os persas não. Pode ter sido desta forma que Deus tenha
preservado o seu nome
sagrado
da perversão pagã.
Mesmo
à parte de qualquer menção explícita do nome de Deus, a mão dele
dirigindo as situações
dos
homens é por demais evidente em toda a narrativa. Contudo, o agir
com toda a liberdade moral
por
parte de cada participante é perfeitamente preservado.
Embora
possa, Deus não precisa invadir os processos normais das coisas do
dia-a-dia para
realizar
a sua vontade. A sua providência entremeia-se delicadamente com os
atos e com as decisões
das
pessoas, de forma que ele realiza toda a sua vontade com uma divina
perfeição e precisão, não
violando
a liberdade de escolha humana.
O
livro de Ester, como nenhum outro, revela a invisível providência
sobrenatural de Deus na
direção
de toda a sua criação, de acordo com o bom propósito da sua
vontade. Mesmo com a
explícita
ausência do nome de Deus, Ester nos faz lembrar que Deus está
sempre presente e no
controle
da situação.
ESTER
2:1-18 - Como
Ester pôde participar de um concurso de beleza entre os pagãos?
PROBLEMA:
É evidente que
Ester foi escolhida por Deus como seu instrumento para libertar
Israel
do mal no tempo determinado (Et 4:14). Entretanto, sendo uma judia
devota, como pôde ela
participar
de um espetáculo público pagão e depois entrar no harém do rei
Assuero?
SOLUÇÃO:
Primeiro, não está
claro se Ester tinha liberdade de se recusar a participar, pois ela
foi
colocada
como parte do conjunto das moças "de boa aparência e
formosura" apresentado ao rei. De
acordo
com Ester 2:8, "levaram também Ester à casa do rei". Isso
nos dá a entender que ela não
tinha
alternativa alguma em relação a essa questão, mas foi escolhida
para servir o rei.
Segundo,
nada se diz no texto quanto aos participantes daquele espetáculo
público terem
tido
de praticar qualquer coisa explicitamente imoral para estarem no
concurso. Pelo que sabemos
do
caráter de Ester, podemos estar certos de que ela teria se recusado
a qualquer coisa contrária à lei
de
Deus.
Finalmente,
uma vez que Ester foi a escolhida pelo rei, ela foi compelida a
participar da
corte
dele. Foi a providência de Deus que levou Ester àquele lugar
precisamente no momento certo.
Na
hora certa ela se dispôs a arriscar sua vida pelo povo do seu Deus.
ESTER
4:16 - Ester não teria desobedecido ao governo humano, o que é
contrário à vontade
de
Deus?
PROBLEMA:
Romanos 13:1 nos
informa de que "não há autoridade que não proceda de Deus; e
as
autoridades que existem foram por ele instituídas". E Pedro
acrescenta: "Sujeitai-vos a toda
instituição
humana por causa do Senhor" (1 Pe 2:13; cf. Tt 3:1). Mas Ester
4:16 diz que o que ela
fez
era "contra a lei" (4:16). Dessa forma, Ester não teria
violado leis da Pérsia ordenadas por Deus,
ao
apresentar-se diante do rei?
SOLUÇÃO:
Às vezes é
necessário desobedecer ao governo humano, isto é, quando ele nos
compele
a pecar. Por exemplo, se o governo diz que não podemos orar a Deus
(Dn 6), ou que
devemos
adorar um ídolo (Dn 3), ou que temos de matar bebês inocentes (veja
os comentários de
Êx
1:15-21), então temos de desobedecer.
No
caso de Ester, entretanto, não havia lei alguma que a compelisse a
pecar. Mas nem assim
ela
desobedeceu à lei do país, já que esta permitia que uma pessoa,
não tendo sido chamada, se
apresentasse
perante o rei por seu próprio risco (Et 4:11). Sabendo o que a lei
dispunha, e aceitando
o
risco de sua vida, Ester foi até o rei para salvar a vida do seu
povo. Neste caso não houve
necessidade
de desobedecer à lei, nem houve nada que a tivesse constrangido a
matar alguém ou
cometer
qualquer outro tipo de pecado.
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