1
REIS
1
REIS 4:26 - Como pode este versículo dizer que Salomão tinha 40.000
cavalos em
estrebarias,
se 2 Crônicas 9:25 diz que eram apenas 4.000?
PROBLEMA:
Ao registrar a
prosperidade de Salomão, esta passagem declara que ele possuía
40.000
cavalos em estrebarias, para os seus carros. Entretanto, 2 Crônicas
9:25 afirma que Salomão
tinha
apenas 4.000 cavalos. Qual é o registro correto?
SOLUÇÃO:
Este é, sem dúvida
alguma, um erro de copista. A razão de 4.000 cavalos para 1.400
carros,
como encontrada na passagem de 2 Crônicas, é muito mais razoável
do que uma relação de
40.000
para 1.400 como está no texto de 1 Reis. No hebraico, a diferença
visual entre os dois
números
é muito pequena. As consoantes do número 40 são rbym*,
e
as do número 4 são rbh
(as
vogais
não eram escritas no texto). Os manuscritos utilizados pelo escriba
poderiam estar
manchados
ou danificados, de forma a dar-lhe a impressão de ser 40.000 e não
4.000.
1
REIS 6:1 - Como pode ser este um cálculo preciso, se Ramsés, o
Grande, foi o Faraó do
êxodo?
PROBLEMA: A opinião predominante de eruditos modernos é que o Faraó do êxodo foi Ramsés
II.
Se isto for correto, significa que o êxodo ocorreu cerca de 1270 a
1260 a.C.. Entretanto, como o
quarto
ano do reinado de Salomão foi aproximadamente em 967 a.C,
adicionando-se 480 anos a
esta
data, resultaria que o êxodo teria sido por volta de 1447 a.C.,
caindo no reinado de Amenotep
II.
Como tal cálculo pode então estar correto, se Ramsés, o Grande,
foi o Faraó quando o êxodo
ocorreu?
SOLUÇÃO:
Se admitirmos a
cronologia dos reis do Egito atualmente aceita, o Faraó do êxodo
não
teria
sido Ramsés, o Grande, mas Amenotep II. Se a cronologia egípcia for
revisada, então Ramsés
terá
vivido 200 anos antes e poderá ter sido o Faraó do êxodo. Embora
alguns estudiosos da
atualidade
tenham proposto uma data posterior para o êxodo, cerca de 1270-1260
a.C., não há mais
razão
alguma para se aceitar esta data, e as explanações alternativas
justificam melhor todos os
dados
históricos e colocam o êxodo numa data em torno de 1447 a.C. (Veja
os comentários de
Êxodo
5:2.)
1
REIS 7:23 - O cálculo contido neste versículo não nos dá um valor
errado de "pi"?
PROBLEMA:
De acordo com 1 Reis
7:23, Hirão construiu um "mar de fundição, redondo, de dez
côvados
de uma borda até à outra borda, e de cinco de altura; e um fio de
trinta côvados era a
medida
de sua circunferência". Do que está escrito, deduzimos que a
razão da circunferência em
relação
ao diâmetro é três para um. Entretanto, este é um valor muito
impreciso do número "pi", que
na
verdade é 3,14159...
SOLUÇÃO:
Isso não é um
erro. O registro bíblico das diversas medidas de diferentes partes
do
templo
não tem necessariamente o propósito de nos fornecer cálculos
precisos do ponto de vista da
ciência
ou da matemática. Antes, as Escrituras simplesmente nos fornecem uma
razoável
aproximação.
O arredondamento de números ou o registro de valores e medidas de
forma
aproximada
era uma prática comum nos tempos antigos, quando não se fazia uso
de cálculos
*
O
"y" na palavra rbym
normalmente
é representado pela vogal "i" longa. Entretanto, como a
consoante yod era
utilizada
para representar vogais longas antes de se acrescentar a pontuação
por vogais, ela está inserida aqui como uma
transliteração
da letra que estaria constando no texto não pontuado.
científicos.
1
REIS 9:22 - Como entender este versículo, que diz que Salomão não
fez escravo algum,
diante
do que diz 1 Reis 5:13?
PROBLEMA:
De acordo com 1 Reis
9:22, Salomão não fez trabalhadores forçados de entre os
filhos
de Israel nas construções que empreendeu. Entretanto, em 1 Reis
5:13 lê-se que Salomão
formou
uma leva de trabalhadores de entre todo o Israel. Como entender esses
dois relatos?
SOLUÇÃO:
Os dois relatos são
corretos. Há duas palavras hebraicas empregadas para dois tipos
diferentes
de trabalhadores envolvidos nos projetos de construção de Salomão.
De acordo com 1
Reis
5:13 (5:27 no texto hebraico), Salomão formou "uma leva de
trabalhadores" (mas
ou hammas)
de
entre todo o Israel. Nesse contexto, tais trabalhadores formavam um
grupo tomado dentre o povo
para
fazer parte do projeto de construção.
Aparentemente
esse grupo era composto tanto de israelitas como de não israelitas.
Em 1 Reis 9:21,
o
autor especifica as pessoas a quem Salomão constituiu como
"trabalhadores forçados". A palavra
aqui
empregada é
mas-obed, que indica
um trabalho escravo, forçado.
Em
1 Reis 9:22, porém, o autor esclarece que Salomão não empregou
nenhum israelita
como
"escravo" (abed).
Não há nenhuma
contradição, porque embora Salomão de fato tenha
recrutado
jovens de Israel para trabalhar na construção do templo, uma
prática que mais tarde lhe
trouxe
grandes problemas no seu reino, ele não forçou nenhum israelita a
tornar-se escravo.
1
REIS 11:1 - Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas
mulheres, se ele condena a
poligamia?
PROBLEMA:
Em 1 Reis 11:3,
lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as
Escrituras
repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Dt
17:17) e violar o
princípio
da monogamia - um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).
SOLUÇÃO:
A monogamia é o
padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos:
(1)
Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o
relacionamento monogâmico de um
homem
com uma mulher, Adão e Eva (Gn 1:27; 2:21-25). (2) Esta ficou sendo
a prática geral da
raça
humana (Gn 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o
pecado a interrompeu
(Gn
4:23). (3) A Lei de Moisés claramente ordena: "Tampouco para si
multiplicará mulheres" (Dt
17:17).
(4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria
passagem que dá o número das
muitas
mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): "Não caseis com elas, nem
casem elas convosco". (5)
Jesus
reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mt
19:4) e ao observar que
Deus
"os fez homem e mulher" e os juntou em casamento. (6) O NT
enfatiza que "cada um tenha a
sua
própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido" (1 Co 7:2).
(7) De igual forma, Paulo insistiu
que
o líder da igreja deveria ser "esposo de uma só mulher"
(1 Tm 3:2; 12). (8) Na verdade, o
casamento
monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e
sua noiva, a Igreja (Ef
5:31-32).
A
poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob
circunstância alguma. De fato,
a
Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram,
como se pode ver pelo
seguinte:
(1) A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma
sociedade pecadora em
rebelião
contra Deus, na qual o assassino “Lameque tomou para si duas
esposas" (GN 4:19,23). (2)
Deus
repetidamente advertiu ou polígamos quanto às conseqüências de
seus atos: “para que o seu
coração
se não desvie" de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Rs 11:2). (3) Deus
nunca ordenou
a poligamia -
como
o divórcio, ele somente a permitiu por causa da dureza do coração
do homem (Dt 24:1; Mt
19:8).
(4) Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão
(1 Crônicas 14:3),
pagou
um alto preço por seu pecado. (5) Deus odeia a poligamia, assim como
o divórcio, porque ela
destrói
o seu ideal para a família (cf. Ml 2:16).
Em
resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras: (1)
pelo exemplo
precedente,
já que Deus deu ao
primeiro homem apenas uma mulher; (2) pela
proporção, já que
as
quantidades
de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais;
(3) por
preceito,
já que tanto o AT
como o NT a ordenam (veja os versículos acima); (4) pela
punição, já
que
Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Rs 11:2); e (5) por
prefiguração, já
que o
casamento
de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a
Igreja (Ef 5:31-
32).
Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por
Salomão, não significa que
Deus
a aprove.
1
REIS 11:4 - A luz do pecado de Davi com Bate-Seba, como poderia esta
passagem dizer que
o
coração dele era fiel para com o Senhor?
PROBLEMA:
Quando Salomão
estava idoso, "suas mulheres lhe perverteram o coração",
afastando-o
do Senhor (1 Rs 11:4). Este versículo contrasta Salomão e Davi,
afirmando que o
coração
de Salomão não era de todo fiel ao Senhor seu Deus, como fora o de
Davi. Entretanto, à luz
do
pecado de adultério que Davi cometeu com Bate-Seba, e por ter ele
assassinado Urias, o marido
dela,
como este texto pode afirmar que o coração de Davi era fiel?
SOLUÇÃO:
Temos de lembrar
sempre que a aceitação de alguém por Deus não se baseia nas obras
de
tal pessoa, mas na graça do Senhor. Davi não era um homem segundo o
coração de Deus devido
a
quaisquer atos de justiça que tivesse praticado. Antes, o coração
de Davi era fiel ao Senhor seu
Deus
por causa de sua fé em Deus. O versículo diz literalmente: "e
o seu coração [de Salomão] não
era
de todo fiel para com o Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu
pai".
O
contraste entre Salomão e Davi encontra-se no fato de que enquanto
Salomão foi seduzido
por
suas mulheres a adorar outros deuses, Davi adorou apenas o Deus de
Israel. Embora Davi
tivesse
cometido alguns pecados muito graves, ele nunca adorou nem serviu
outros deuses. O seu
coração
foi completamente fiel ao Senhor, e a sua fé lhe foi considerada
como justiça
1
REIS 12:25- A residência de Jeroboão era em Siquém ou em Tirza?
PROBLEMA:
Em 1 Reis 12:25
diz-se que a casa de leroboão ficava em Siquém, contudo mais
adiante
ela é referida como estando em Tirza (1 Rs 14:12 17).
SOLUÇÃO:
Jeroboão deve ter
se mudado posteriormente para essa nova localidade. Ou um dos
lugares
pode ter sido uma residência de férias, ou de "refúgio".
Não era nada fora do comum os reis
terem
mais de um lugar como residência.
1
REIS 15:5 - Foi este o único pecado que Davi cometeu?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, Davi esteve sem pecado, exceto numa ocasião - o
pecado
que envolveu Bate-Seba! Diz o texto que Davi "não se desviou de
tudo quanto [Deus] lhe
ordenara
em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o heteu".
Mas isso está em
contradição
com as afirmações gerais feitas a respeito dos seres humanos depois
da queda (cf. Gn
6:5;
Jr 17:9; Rm 3:10-23) e também com específicas condenações que
Davi recebeu em outras
ocasiões.
O próprio Davi disse, depois de Deus tê-lo condenado por ter
levantado o censo em Israel:
"Muito
pequei em fazer tal cousa" (1 Cr 21:1, 8).
SOLUÇÃO:
A afirmativa em
questão não é, de forma alguma, um pronunciamento de que Davi
seria
isento de pecados, por várias razões. Primeiro, ela é uma
caracterização geral e verdadeira da
vida
de Davi. Assim como Jó não foi um homem sem pecado, mas foi chamado
de "integro e reto"
(Jó
1:1), assim também a vida de Davi era sem falhas maiores.
Segundo,
esta boa referência sobre Davi não tem uma amplitude absoluta, mas
é relativa a
todos
os pecados que Abias havia cometido (cf. I Rs 15:1, 3). Davi fez, com
uma grande exceção,
"o
que era reto perante o Senhor" (v. 5). Terceiro, mesmo quando
ele pecou, ele fez o que era reto,
ou
seja, arrependeu-se imediatamente ao ser confrontado por Deus (cf. 2
Sm 12:lss e 1 Cr 21:8).
Quarto,
a exceção apresentada ("senão no caso de Urias, o heteu")
não é encontrada em
muitos
manuscritos do AT. Sem ela, o fato de que era apenas uma boa
referência geral de caráter
adquire
uma força ainda maior. Quinto, a frase "não se desviou"
indica que Deus está falando da
direção
geralmente firme na vida de Davi, e não de pecados específicos.
Isso poderia explicar por
que
os outros pecados de Davi não são mencionados; eles não impediram
que Davi seguisse na vida
de
serviço ao Senhor.
1
REIS 15:14 - Asa destruiu os lugares altos, ou eles permaneceram?
PROBLEMA:
Em 2 Crônicas 14:3
encontramos a declaração de que Asa "aboliu os altares dos
deuses
estranhos, e o culto nos altos". Mas em 1 Reis, e dito que,
durante o reinado de Asa, "os
altos,
porém, não foram tirados".
SOLUÇÃO:
Há várias
explicações possíveis. Uma é que essas passagens podem referir-se
a
diferentes
épocas durante o reinado de Asa. No início da sua gestão, ele pode
ter sido mais ativo na
remoção
de toda idolatria. Ou pode ser que Asa não tenha conseguido
completar todas as reformas
que
pretendia, de forma que os altos não foram totalmente removidos.
Alguns têm sugerido que ele
removeu
apenas os altos dedicados a outros deuses (como 2 Crônicas
menciona), mas permitiu que
os
que eram dedicados ao Senhor permanecessem (do que 1 Reis fala).
Qualquer dessas opções
resolve
a dificuldade.
1
REIS 18:27 - Por que Elias foi abençoado por ridicularizar os
profetas de Baal, se a Bíblia
nos
compele a usar palavras amáveis para com os nossos inimigos?
PROBLEMA:
A Bíblia aqui diz
que "Elias zombava deles", dizendo que possivelmente o deus
deles
estivesse "meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem,
ou a dormir...". Entretanto,
as
Escrituras nos ensinam também que amemos os nossos inimigos (Mt
5:44), que devemos
abençoar
e não amaldiçoar (Rm 12:14), e que a nossa "palavra seja
sempre agradável" (Cl 4:6). A
conduta
de Elias dificilmente se concilia com essas verdades.
SOLUÇÃO:
Primeiro, é
necessário destacar que o texto não aprova especificamente cada
palavra
que
Elias proferiu. Apenas diz que Deus respondeu suas orações, de
forma a sustentar a sua posição,
enviando
fogo para consumir o sacrifício e depois acabar com os profetas de
Baal (v.38).
Além
disso, pode-se argumentar que Elias não violou nenhuma dessas
exortações das
Escrituras.
Em parte alguma é dito na Bíblia que Elias odiou os profetas de
Baal, ou que os tenha
amaldiçoado.
Quanto à alegada zombaria que ele fez, isso foi sem dúvida algo
sarcástico, mas não
fora
dos limites de um uso forçado, porém legítimo, de ironia.
A
mesma passagem que nos exorta a sempre falarmos uma palavra
"agradável", acrescenta
também
que ela pode ser "temperada com sal". Esse talvez tenha
sido um exemplo de uma
observação
bem salgada. De qualquer modo, não há indicação de que Elias
tenha agido com
malícia.
Por
fim, o seu ato foi benevolente no sentido de que salvou a vida
daqueles que foram
testemunhas
dessa maravilhosa intervenção de Deus.
1
REIS 18:32-35 - Como foi que Elias conseguiu a água, se estava
havendo uma seca já por
três
anos?
PROBLEMA:
Até mesmo a
torrente tinha secado, porque a seca era muito severa (1 Rs 17:7; cf.
18:2).
Contudo, antes de Elias orar para que viesse fogo do céu, ele regou
o sacrifício com água três
vezes
até que a água preencheu o rego em volta do altar.
SOLUÇÃO:
A seca era muito
forte, mas não a ponto de que as pessoas estivessem literalmente
morrendo
de sede. Ainda havia água para beber, tanto para os homens como para
os animais, de
fontes
por toda a terra (1 Rs 18:5) e do ribeiro de Quisom (v. 40). A
quantidade de água usada não
foi
muito grande, apenas doze "cântaros" (18:33-34), embora
estes variassem em tamanho, desde os
bem
pequenos, que poderiam ser levados por uma pessoa, até outros bem
grandes a ponto de chegar
a
conter 75 litros.
O
autor de Reis no entanto observa que "o rego era tão grande
como para semear duas
medidas
de sementes" (v.32), o que seria equivalente a cerca de 7 litros
e meio. O fato de Elias ter
ordenado
aos que o serviam para encher os cântaros indica que eles poderiam
ser carregados por
uma
pessoa. Estima-se que o volume de água utilizado tenha sido em torno
de 12 litros.
1
REIS 18:40 - A morte não foi um castigo um tanto exagerado para os
profetas de Baal?
PROBLEMA:
Não é este um
clássico exemplo de intolerância religiosa, um notório caso de
massacre?
Além disso, não era contrário à lei judaica matar os profetas de
Baal por causa de suas
crenças?
SOLUÇÃO:
Conforme a Lei de
Moisés, até mesmo profetas judeus deveriam ser mortos por falsas
profecias
(Dt 18:20). Além disso, a idolatria era punida com a morte (Êx
22:20), assim como a
blasfêmia
(Lv 24:15-16) e o adultério (Lv 20:10), e os profetas de Baal tinham
praticado todos esses
pecados.
Considerando
ainda que esses falsos profetas estavam também envolvidos numa
traição à
teocracia
judaica, a punição que eles receberam não é surpreendente, e é
certamente justificável por
um
Deus que não é apenas soberano sobre toda vida (Dt 32:39; Jó
1:21), mas que é também
absolutamente
justo na execução da justiça (Gn 18:25).
1
REIS 21:19 - Como poderia a profecia deste versículo ter sido
cumprida nos eventos
relatados
em 1 Reis 22:37-38?
PROBLEMA:
Deus disse a Elias
que profetizasse a Acabe que o sangue dele seria lambido por
cães
no mesmo lugar em que isso tinha acontecido com o sangue de Nabote.
De acordo com 1 Reis
22:37-38,
quando o carro do rei Acabe foi lavado junto ao açude de Samaria, os
cães lamberam o
sangue,
de acordo com a palavra do Senhor. Entretanto, se Nabote tinha sido
executado do lado de
fora
da cidade de Jezreel, e desde que o carro de Acabe tinha sido lavado
junto a um açude em
Samaria,
distante uns 30 quilômetros dali, como tal relato pode ser
considerado o cumprimento
daquela
profecia?
SOLUÇÃO:
Em parte alguma da
Bíblia encontramos uma afirmação específica sobre o lugar em
que
os cães lamberam o sangue de Nabote. Em 1 Reis 21:13 lemos que
Nabote foi levado para fora
da
cidade de Jezreel e apedrejado até a morte. Entretanto, nada é dito
quanto aos cães lambendo seu
sangue.
Embora pareça provável que isso tenha acontecido no mesmo lugar em
que ele foi
apedrejado,
isso é apenas uma suposição. É possível que os que mataram
Nabote tenham levado o
seu
corpo a Samaria, talvez para que Jezabel pudesse constatar a sua
morte; nesse caso a lavagem
do
carro de Acabe e a ação dos cães lambendo o sangue de Nabote
teriam ocorrido no mesmo local.
1
REIS 22:22 - Como Deus poderia usar "espíritos mentirosos"
para fazer sua vontade se ele
proíbe
a mentira?
PROBLEMA:
As Escrituras
ensinam que "Deus é a verdade" (Dt 32:4, SBTB) e que "é
impossível
que
Deus minta" (Hb 6:18). Ainda, Deus nos ordena a não mentir (Êx
20:16), e ele punirá com
severidade
aqueles que forem mentirosos (Ap 21:8). Contudo, apesar de tudo isso,
nesta passagem
Deus
é apresentado como aquele que recruta um espírito de mentira para
seduzir o rei Acabe a selar
o
seu próprio destino. O texto diz: "Eis que o Senhor pôs o
espírito mentiroso na boca de todos estes
teus
profetas" (1 Rs 22:23).
SOLUÇÃO:
Vários fatores
devem ser considerados para entendermos esta situação. Primeiro,
trata-se
de uma visão. Como tal, é uma visão de uma cena no céu, que
procura explicar a autoridade
soberana
de Deus com imagens de sua posição como rei. Segundo, toda a
encenação disso
representa
Deus com a ampla autoridade que ele possui, de forma que até mesmo
os espíritos
malignos
aparecem como estando sujeitos ao controle final de Deus. Terceiro, o
Deus da Bíblia, em
contraste
com os deuses das religiões pagãs, soberanamente está no controle
de todas as coisas,
inclusive
das forças malignas que ele usa para realizar os seus bons
propósitos (cf. Jó 1-3). Quarto,
a
Bíblia às vezes fala de Deus "endurecer" o coração das
pessoas (veja os comentários de Romanos
9:17)
ou ainda de enviar-lhes a "operação do erro, para darem
crédito à mentira" (2 Ts 2:11).
Entretanto,
examinando com mais cuidado o texto, descobrimos que Deus agiu assim
somente nas
pessoas
que por si mesmas tinham endurecido o seu coração (Êx 8:15) e que
não haviam dado
"crédito
à verdade" (2 Ts 2:12).
Para
resumir, Deus não está aprovando a mentira. Ele simplesmente a está
utilizando
para
cumprir
seus propósitos. Deus não está promovendo
a mentira, mas
permitindo que ela venha trazer
juízo
sobre o mal. Isso significa que o Senhor, visando os seus propósitos
de justiça, permitiu que
Acabe
fosse enganado por um espírito maligno, por meio do qual Deus sabia,
segundo a sua
onisciência,
que a sua soberana e boa vontade acabaria sendo realizada.
1
REIS 22:50 - Como este versículo pode afirmar que Josafá recusou o
pedido de Acazias, se 2
Crônicas
diz que eles trabalharam juntos?
PROBLEMA:
Segundo 1 Reis
22:49, Josafá construiu vários navios mercantes. Quando Acazias
pediu
que Josafá levasse alguns dos servos dele, Josafá recusou.
Entretanto, de acordo com 2
Crônicas
20:35-36, Josafá aliou-se com Acazias na construção desses navios
mercantes. Como
explicar
que uma passagem afirma que Josafá se recusou a deixar que os servos
de Acazias fossem
em
seus navios, se a outra passagem declara que eles tinham trabalhado
juntos na construção dessas
embarcações?
SOLUÇÃO:
Embora Josafá
tivesse de fato se unido com Acazias na construção dos navios
mercantes,
ele mudou de idéia quando Eliezer profetizou que Deus não se
agradara com a aliança
que
ele tinha feito com Acazias. A passagem de 1 Reis registra que Josafá
recusou-se a ter uma
aliança
com Acazias, ao passo que 2 Crônicas esclarece que, embora a aliança
tivesse sido de início
estabelecida,
Deus usou o seu profeta para fazer com que Josafá mudasse de idéia.
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