DEUTERONÔMIO
DEUTERONOMIO
1:1 - Como pôde Moisés ter escrito estas palavras se os críticos
bíblicos
declaram
que este livro foi escrito muitos séculos depois?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, "são estas as palavras que Moisés falou"(Dt
1.1).
Entretanto,
muitos críticos afirmam que Deuteronômio foi escrito no terceiro
século a.C, muito
tempo
após a época de Moisés.
SOLUÇÃO:
Há muitos
argumentos em apoio à afirmação de que foi mesmo Moisés quem
escreveu
o livro de Deuteronômio.
Primeiro,
repetidas vezes este livro afirma que "são estas as palavras
que Moisés falou", ou
frase
equivalente (1:1; 4:44; 29:1). Negar isso é
dizer que o livro
todo é uma fraude.
Segundo,
Josué, o sucessor imediato de Moisés, atribuiu o livro de
Deuteronômio a este,
quando
escreveu a exortação que recebera de Deus, dizendo-lhe para "fazer
segundo toda a lei que...
Moisés...
ordenou" (Js 1:7).
Terceiro,
o restante do AT atribui Deuteronômio a Moisés (cf. Jz 3:4; 1 Rs
2:3; 2 Rs 14:6; Ed
3:2;
Ne 1:7; SI 103:7; Dn 9:11; Ml 4:4).
Quarto,
Deuteronômio é o livro da Lei mais citado no NT, freqüentemente
com palavras do
tipo
"disse, na verdade, Moisés" (At 3:22), "já Moisés
dissera" (Rm 10:19) ou "na lei de Moisés está
escrito"(l
Co 9:9).
Quinto,
ao resistir ao diabo (Mt 4:7,10) nosso Senhor citou o livro de
Deuteronômio
(6:13,16)
como tendo a autoridade da Palavra de Deus. Também Cristo atribuiu a
sua autoria a
Moisés,
em Marcos 7:10: "Moisés disse", ou quando não contestou
as palavras dos saduceus, que
disseram:
"Moisés nos deixou escrito..." (Lc 20:28).
Sexto,
os detalhes geográficos e históricos do livro demonstram um
conhecimento de
primeira
mão, que ninguém mais teria como Moisés.
Sétimo,
estudos aprofundados da forma e do conteúdo de alianças do Oriente
Próximo
indicam
que Deuteronômio é
da época de Moisés
(veja Meredith Kline, Treaty
of the Great King [
Tratado
do Grande Rei], Eerdmans, 1963).
Além
de tudo isso, as aparentes referências dentro do livro a um período
posterior são
facilmente
explicadas (veja os comentários de Dt 2:10-12). Obviamente, o último
capítulo de
Deuteronômio,
que se refere à morte de Moisés (capítulo 34), provavelmente foi
escrito pelo seu
sucessor
Josué, conforme o costume da época.
DEUTERONÔMIO
l:6ss - Como poderiam estar presentes pessoas da geração anterior,
se
todas
elas tinham morrido no deserto?
PROBLEMA:
De acordo com
Números 26:64-65, toda aquela geração incrédula de israelitas
morreu
no deserto, sendo que "nenhum houve dos que foram contados por
Moisés" que tenha
sobrevivido
para entrar na Terra Prometida. Entretanto, quando Moisés falou ao
povo no final das
peregrinações,
ele mencionou repetidamente que eles mesmos tinham testemunhado os
eventos
ocorridos
antes (cf. Dt 1:6,9,14; 5:2,5; 11:2, 7).
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
em Deuteronômio, Moisés dirige-se ao povo como
nação e,
portanto,
pode não estar fazendo uma distinção entre as pessoas em si do
período anterior em
oposição
às do período posterior. Segundo, estava presente um grande número
de mulheres que
pessoalmente
lembravam-se das coisas a que Moisés se referiu. Terceiro, tanto os
levitas como os
que
tinham menos de 20 anos antes do início dos 40 anos de peregrinação
tinham sido isentados da
sentença
de Deus de que nenhum homem entraria na Terra Prometida (Nm 26:64).
Havia ainda
Josué
e Calebe, que tinham sido os espias fiéis (Nm 32:12). Assim, havia
muitos que poderiam
testemunhar
o que Moisés estava dizendo, muito embora toda uma geração de
homens (os que então
tinham
mais de 20 anos) tivesse perecido no deserto, como Deus dissera.
DEUTERONÔMIO
1:13 - Foi Moisés ou o povo que escolheu os juízes?
PROBLEMA:
Êxodo 18:25
declara: "Escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e
os
constituiu
por cabeças sobre o povo". Entretanto, Moisés disse ao povo
que escolhesse os juízes (Dt
1:13).
SOLUÇÃO:
As duas opções são
corretas, conforme é indicado dois versículos depois, onde se lê
que
Moisés tomou os cabeças das tribos, e os fez cabeças sobre eles. O
povo tinha escolhido os que
seriam
seus líderes, e Moisés os constituiu juízes. Assim, é
correto dizer
que tanto Moisés como o
povo
escolheram os juízes.
DEUTERONÔMIO
2:7 - As condições de Israel no deserto eram boas ou eles sofreram
necessidades?
PROBLEMA:
Muitas passagens
falam das privações no deserto (cf. Êx 16:2, 3; Nm 11:4-6).
Entretanto,
Moisés declara que Deus lhe disse: "cousa nenhuma te faltou"(Dt
2:7).
SOLUÇÃO:
As passagens são
facilmente conciliadas tendo-se em mente que de maneira geral a
situação
deles era relativamente confortável. Eles tiveram amplo suprimento
de alimentos e não lhes
faltaram
roupas, durante todo o tempo. Entretanto, por murmurarem e se
queixarem muitas vezes,
sobre
eles caiu o juízo de Deus. Essas ocasiões poderiam ser descritas
como momentos de privação
e
de necessidade. Assim, mesmo que coisa nenhuma lhes tenha faltado com
relação às suas
necessidades
diárias, certamente também não lhes faltaram pragas e punições
provindas da mão de
Deus.
DEUTERONÔMIO
2:10-12 - Como isto pode ter sido escrito por Moisés, se há
referência à
terra
da promessa, na qual ele não entrou?
PROBLEMA:
Moisés morreu antes
da entrada na Terra Prometida, e foi enterrado fora dela, ao
leste
do rio Jordão (Dt 34). Mas esta passagem refere-se à "terra da
sua possessão, que o Senhor
lhes
tinha dado", como sendo uma terra que Israel já possuísse na
época em que foi escrita. Desse
modo,
tem-se a idéia de que Deuteronômio não poderia ter sido escrito
por Moisés, como
tradicionalmente
é admitido.
SOLUÇÃO:
Alguns eruditos
declaram que estes versículos são parentéticos e que podem ter
sido
acrescentados
posteriormente por um editor. Esta posição é plausível diante da
brevidade dos
versículos,
do fato de estarem entre parênteses e da condição de Moisés ter
sido enterrado antes de
os
filhos de Israel adentrarem a Terra Prometida (Dt 34:4-6). Esse fato
era óbvio para todos os
leitores.
Entretanto, não há necessidade de se concluir que Moisés não
escreveu estas seções, já que
"a
terra da sua possessão" pode simplesmente referir-se às dez
tribos que já tinham recebido a sua
possessão
ao leste do rio Jordão, antes de Moisés morrer (Dt 3:12-17).
Conquanto
os eruditos evangélicos em sua maioria reconheçam que pode haver
pequenas e
explanatórias
alterações editoriais no texto, tais como atualizações de nomes,
eles se opõem ao que
os
críticos afirmam com relação a Moisés não ter escrito os cinco
primeiros livros do AT (com
exceção
de Deuteronômio 34). Estes versículos parecem ser não mais do que
uma inserção
explanatória,
com vistas a leitores posteriores.
Os
eruditos evangélicos destacam a diferença que há entre pequenas
revisões editoriais, feitas em
plena
sintonia com o sentido originalmente dado pelo autor, e o que
poderiam ser posteriores
alterações
na redação, contrárias ao sentido original do texto. O seguinte
quadro ilustra as
diferenças
entre essas duas possibilidades:
POSIÇÃO
EVANGÉLICA POSIÇÃO DOS CRÍTICOS
Revisões
editoriais Nova redação
Mudanças
gramaticais Mudanças teológicas
Mudanças
na forma Mudanças em fatos
Transmissão
da verdade Distorção da verdade
Alteração
no meio utilizado Alteração na mensagem
Atualização
de nomes Revisão dos acontecimentos
Há
sérios problemas com as reivindicações dos críticos segundo as
quais os redatores
posteriores
alteraram o conteúdo do que tinha sido previamente redigido:
1.
Isso é contrário à repetida advertência de Deus: "Nada
acrescentareis à palavra que vos mando,
nem
diminuireis dela" (Dt 4:2; cf. Pv 30:6; Ap 22:18-19).
2.
A teoria de novas redações confunde a canonicidade com pequenas
críticas textuais. A questão
das
alterações introduzidas pelos escribas de um para outro manuscrito
de um livro inspirado é uma
questão
de crítica textual, e não de canonicidade.
3.
 teoria de "redatores inspirados" é contrária ao
sentido dado pela Bíblia à palavra "inspirado"
(2
Tm 3:16). A Bíblia não fala de escritores inspirados, mas apenas de
escrituras
inspiradas (o que
foi
escrito). Ainda, "inspirado" (theopneustos)
não significa que
algo foi "aspirado" pelos que
escreveram,
mas que lhes foi "soprado" diretamente o que escrever.
4.
A teoria de novas redações contraria a posição evangélica de que
apenas os textos originais são
inspirados.
Se apenas a versão final redigida é que foi inspirada, então a
redação original não teria
sido
aquela "soprada" por Deus.
5.
Uma nova redação inspirada eliminaria também o meio pelo qual toda
palavra profética poderia
ser
testada por aqueles para quem ela foi dada.
6.
A teoria de novas redações altera ainda a posição da autoridade
divina que, estando na
mensagem
profética original (dada por Deus através do profeta), passa para a
comunidade dos
crentes
em gerações posteriores. Isso é contrário ao verdadeiro princípio
da canonicidade, segundo
o
qual Deus determina
a canonicidade e o
povo de Deus simplesmente descobre
o que ele
determinou
e inspirou.
7.
Essa postura de aceitar a canonicidade de textos que teriam sido
reescritos ocasiona a aceitação
do
engano como sendo um meio para a comunicação divina. Essa teoria
afirma que a mensagem ou
livro,
que reivindica ter provindo de um profeta (tal como Isaías ou
Daniel), na verdade não proveio
dele
em sua totalidade, mas sim de redatores posteriores.
8.
Tal postura confunde ainda a legítima atividade dos escribas - que
envolvia o zelo pelas formas
gramaticais,
a atualização de nomes e a fidelidade ao conteúdo profético - com
alterações ilegítimas
de
conteúdo, feitas sobre os escritos da mensagem de um profeta.
9.
A teoria de novas redações considera que houve textos do AT
reescritos e inspirados em épocas
posteriores,
quando não havia mais profetas (ou seja, no quarto século a.C). Não
pode haver textos
inspirados,
a menos que haja profetas. (Veja Geisler e Nix, A
General Introduction to the Bible
[Uma
Introdução Geral à Bíblia], Moody Press, 1986, pp. 250-55.)
DEUTERONÔMIO
2:19 - A
terra de Amom foi ou não dada a Israel?
PROBLEMA:
Deus disse a Moisés:
"da terra dos filhos de Amom te não darei possessão"(Dt
2:19).
Mas em outra parte é dito que Josué deu a Israel "metade da
terra dos filhos de Amom" como
uma
possessão dada por Deus (Js 13:25).
SOLUÇÃO:
Estas passagens
falam de dois diferentes trechos de terra. A terra que os amonitas
possuíam
no tempo de Moisés (Dt 2) não foi dada aos israelitas nem por eles
ocupadas. Entretanto,
os
amorreus previamente tinham vencido os amonitas e haviam tomado um
trecho de terra, que
Israel
veio posteriormente a ocupar (Js 13).
DEUTERONÔMIO
4:10-15 - A lei foi dada em Horebe ou no monte Sinai?
PROBLEMA:
Êxodo 19:1 afirma
que Moisés recebeu a Lei no monte Sinai (cf. v. 18). Mas em
Deuteronômio
4:10 afirma-se que Moisés a recebeu "em Horebe". Onde foi,
realmente, que ele
recebeu
a Lei?
SOLUÇÃO:
Várias são as
explicações possíveis para esta divergência. Alguns eruditos
acreditam
que
Sinai possa ter sido o nome mais antigo o Horebe, o menos antigo do
mesmo lugar. Outros
sustentam
que Horebe possa ter sido o nome da serra em geral e Sinai, o nome
específico de um dos
montes
pertencentes a ela. Ainda outros crêem que Sinai é
que era o nome do
conjunto de todas as
montanhas
da região, sendo Horebe um determinado monte ali. Ou, ainda, que os
dois nomes oram
intercambiáveis.
Seja
como for, os autores bíblicos, muito mais próximos dos eventos
originais do que nós
hoje,
não viram problema algum em usar os dois nomes. Horebe é usado 17
vezes e monte Sinai, 21
vezes
no AT. O uso de dois nomes não é algo fora do comum. O nome oficial
do pico mais alto da
América
do Norte, o monte McKinley, no Alasca, é chamado de Denali por
nativos americanos e
por
muitos outros.
DEUTERONÔMIO
5:6-21 - Como poderia Moisés alterar as exatas palavras dos Dez
Mandamentos,
que lhe tinham sido dadas por Deus?
PROBLEMA:
Em Deuteronômio
5:6-21 Moisés repete os Dez Mandamentos a Israel. Na revisão
da
aliança que Deus fez com Israel, Moisés reviu os mandamentos que o
Senhor dera ao seu povo
no
monte Sinai. Entretanto, as palavras que Moisés emprega nessa
passagem não são exatamente as
mesmas,
nem na mesma exata seqüência daquelas dadas em Êxodo 20:2-17. Como
poderia Moisés
então
introduzir essas alterações nos Dez Mandamentos, em relação à
versão original dada por
Deus?
SOLUÇÃO:
Primeiro, convém
lembrar que o propósito de Moisés na revisão da Lei não foi
fornecer
uma recitação exata, de palavra por palavra, de cada pronunciamento
do livro de Êxodo.
Moisés
não estava fazendo tão somente uma revisão da Lei, mas estava
expondo e explicando a Lei,
bem
como suas implicações e aplicações, para que fosse aplicada pelo
povo na entrada da Terra
Prometida
e na vida que lá passariam a ter.
Segundo,
Moisés estava também sob a inspiração do Espírito Santo ao falar
e escrever as palavras
dessas
passagens de Deuteronômio. Conseqüentemente, foi sob a inspiração
do Espírito Santo que
ele
alterou, omitiu ou acrescentou alguma palavra ou frase nesta
apresentação do Decálogo.
DEUTERONÔMIO
5:15 - O sábado foi instituído por causa do descanso de Deus em
relação à
criação,
ou por causa da libertação do Egito que ele deu a Israel?
PROBLEMA:
Quando Moisés
primeiramente deu a Lei a Israel, a razão citada para a observação
do
sábado foi porque "em seis dias, fez o Senhor os céus e a
terra... e ao sétimo dia descansou; por
isso,
o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou" (Êx 20:11).
Mas quando Moisés repetiu a
Lei
à nova geração que estava prestes a entrar na Terra Prometida, a
razão dada foi que "o Senhor
teu
Deus te tirou dali [do Egito] com mão poderosa, e braço estendido:
pelo que o Senhor teu Deus
te
ordenou que guardasses o dia de sábado" (Dt 5:15).
SOLUÇÃO:
Estas são
simplesmente duas razões para a mesma observância. A primeira razão
foi
estabelecida
conforme o descanso de Deus após a criação,
e a segunda,
conforme o seu ato de
redenção.
Ambas são razões
verdadeiras e legítimas. A primeira foi a razão inicial,
e a segunda foi a
razão
subseqüente. Como
foi Deus quem realizou esses dois atos, ele tinha todo o direito de
estabelecer
ambos como razões para a observação do seu mandamento.
DEUTERONÔMIO
8:2 - Deus não sabia o que Israel iria fazer?
PROBLEMA:
Esta passagem diz
que Deus conduziu Israel no deserto "para saber" o que eles
iriam
fazer. Mas se Deus é conhecedor de todas as coisas (SI 139:7-10; Jr
17:10), então por que ele
teve
de fazer isso para saber se eles o obedeceriam ou não?
SOLUÇÃO:
Deus, em sua
onisciência, tinha plena ciência
do que eles fariam.
Ele os conduziu no
deserto
par
aprová-los. A expressão
paralela neste versículo é "para te provar, para saber o que
estava
no teu coração". (Veja também a abordagem feita em Gênesis
22:12.)
DEUTERONÔMIO
9:3 - Os cananeus foram destruídos rapidamente ou não?
PROBLEMA:
Este versículo
afirma que os cananeus seriam destruídos "depressa"
(maher), mas
em
passagem anterior (Dt 7:22) é dito que não seria rapidamente, mas
"pouco a pouco".
SOLUÇÃO:
Duas são as
maneiras pelas quais pode-se entender esta questão. Primeiro, pode
tratarse
de
um exemplo de quando um termo é aplicado à mesma coisa com sentidos
diferentes. Seria
depressa,
relativamente à magnitude do trabalho, mas devagar em relação à
velocidade
do processo
de
ocupação.
Segundo,
pode ser que se esteja referindo a duas coisas diferentes com o mesmo
sentido
básico.
As vitórias
iniciais seriam
rápidas, mas a eliminação
total da presença
inimiga levaria muito
mais
tempo. Eles conquistaram
a terra num tempo
relativamente curto, mas a
ocuparam num ritmo
bem
mais devagar. As grandes
batalhas não foram
muito longas, mas as subseqüentes guerrilhas
menores
tomaram bastante
tempo.
DEUTERONÔMIO
10:1-3 - Quando a arca foi construída?
PROBLEMA:
De acordo com muitos
outros versículos, a arca da aliança foi construída antes dos
40
anos de peregrinação (Êx 25:10; 35:12; 37:1). Mas, de acordo com
esta passagem, Moisés fez a
arca
da aliança depois dos 40 anos de peregrinação.
SOLUÇÃO:
Alguns acreditam que
a primeira arca tenha sido temporária, e a outra permanente (cf.
Êx
33:7,8). Alguns comentaristas judeus acreditam que houve duas arcas,
uma para ser levada à
guerra,
e outra que permanecia no tabernáculo. Outros eruditos acreditam que
Moisés tenha
determinado
a construção da arca por Bezalel (Êx 37:1) antes de subir no monte
Sinai. Ainda outros
acreditam
que Moisés estivesse combinando (em Deuteronômio 10:1-3) coisas
fortemente
relacionadas
em conceito, mas separadas no tempo. Assim, a frase "faze uma
arca de madeira"
referir-se-ia
à ordem dada anteriormente (Êx 25:10) com a determinação de
lavrar as duas novas
tábuas
de pedra, depois de Moisés ter visto a glória de Deus (Êx 33).
DEUTERONÔMIO
10:6 - Onde foi que Arão morreu: em Moserá ou no topo do monte Hor?
PROBLEMA:
De acordo com
Deuteronômio 10:6, Arão morreu em Moserá e lá foi enterrado.
Entretanto,
segundo Números 20:27-28 e 33:38, Arão morreu no cume do monte Hor,
tendo sido
enterrado
ali. Onde foi então que Arão morreu, em Moserá ou no monte Hor?
SOLUÇÃO:
As duas afirmativas
são verdadeiras. Moserá foi um local em que Israel acampou
durante
sua jornada do Egito à Terra Prometida. Esse lugar provavelmente era
uma área perto da
fronteira
com Edom. É razoável presumir que o monte Hor se localizasse dentro
dos limites dessa
área.
Semelhantemente, Horebe era o nome de um grupo de montanhas no qual
se localizava o
monte
Sinai. Conseqüentemente, não é uma contradição declarar que Arão
morreu e foi enterrado
em
Moserá e no topo do monte Hor. Moserá era a designação da região
e monte Hor, o local
específico.
DEUTERONÔMIO
10:8-9 - Os sacerdotes são distintos dos levitas, ou não?
PROBLEMA:
Nesta passagem os
sacerdotes e os levitas não são distintos entre si, mas em outros
lugares
são (cf. Lv 1:5, 8,11; Nm 6:23).
SOLUÇÃO:
Tendo em mente
algumas coisas, o problema desaparece. Em primeiro lugar, os
sacerdotes
eram também levitas, sendo filhos de Arão. Segundo, em Deuteronômio
Moisés está
falando
em termos gerais a toda a nação, e assim não considerando
distinções secundárias. Terceiro,
cerca
de 38 anos separam as duas passagens. Pode ser que distinções
anteriores não estivessem mais
vigentes,
depois da peregrinação pelo deserto.
DEUTERONÔMIO
11:25 - Esta não é uma profecia falsa?
PROBLEMA:
Moisés disse aos
filhos de Israel: "ninguém vos poderá resistir; o Senhor vosso
Deus
porá sobre toda terra que pisardes o vosso terror e o vosso temor,
como já vos tem dito". Mas
isto
parece ser falso, tanto a curto como a longo prazo. Mesmo sob a
liderança de Josué, Israel
perdeu
algumas batalhas (Js 7:4). E a longo prazo eles foram vencidos pelos
assírios (2 Rs 16:9) e
pelos
babilônios (2 Rs 25:22).
SOLUÇÃO:
Isto não foi uma
falsa profecia - era
uma promessa condicional.
Observe-se que ela
foi
antecedida pela condição: "se diligentemente obedecerdes a
meus mandamentos que hoje vos
ordeno..."
(v. 13), e "se diligentemente guardardes todos estes
mandamentos..." (v. 22). Em resumo,
não
se tratava de uma profecia do que iria acontecer inexoravelmente, mas
de uma projeção
condicional.
Quando o povo de Israel obedecia a Deus, ele tornava-se invencível
diante de seus
inimigos,
por poderosos que fossem (cf. Js 6). Mas quando o povo não obedecia
a Deus, ele era
derrotado
até mesmo pelo adversário mais frágil (cf. Js 7).
DEUTERONÔMIO
12:24 - O sangue era para ser derramado como água ou coberto com pó?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, o sacerdote deveria derramar o sangue na terra como
água.
Anteriormente, em Levítico 17:13, porém, a instrução era para
cobri-lo com pó. Como
conciliar
isso?
SOLUÇÃO:
O fato de que alguns
críticos chegaram a levantar tal tipo de problema demonstra
quão
desesperados estão eles em encontrar algum erro na Bíblia. A
própria passagem de Levítico
esclarece
a resposta, citando-a por completo: "derramará o seu sangue, e
o cobrirá com pó"(Lv
17:13).
Assim, não há absolutamente problema algum.
DEUTERONÔMIO
14:22ss - Isto não contradiz um outro mandamento dado por Moisés,
de
não
resgatar animais com dinheiro?
PROBLEMA:
Em Números 18:17, a
lei ordena: "Mas o primogênito do gado, ou primogênito de
ovelhas,
ou primogênito de cabra, não resgatarás, são santos".
Entretanto, em Deuteronômio 14:25,
a
instrução é a de que devia vendê-los e levar o dinheiro. Isso
está em total discordância com a
instrução
anterior.
SOLUÇÃO:
Contrariamente ao
que é inferido por alguns, a passagem de Deuteronômio na verdade
não
lhes permitia comprar um primogênito de ovelha ou de cabra para o
seu próprio consumo, em
lugar
de dá-lo ao Senhor. Pelo contrário, ela simplesmente lhes permitia
vendê-los, o que seria mais
conveniente
para viajar, e assim poderiam ir ao lugar que o Senhor, seu Deus,
escolhesse (cf. Dt
14:25).
Em resumo, era simplesmente uma providência dada por Deus para
facilitar as coisas para o
ofertante.
O dinheiro recebido naquela venda teria de ser empregado para o
propósito
divinamente
prescrito,
no lugar determinado por Deus.
DEUTERONÔMIO
14:26 - Como é que esta passagem permite o uso de bebida forte,
quando
outras
passagens condenam o seu consumo?
PROBLEMA:
De acordo com
Deuteronômio 14:26, Deus permite a compra de vinho ou bebida
forte
para celebrar uma festa perante o Senhor. Entretanto, Levítico 10:
8-9 proíbe o uso de bebida
forte
pelos sacerdotes, e passagens como Provérbios 20:1, 23:29-35 e,
31:4-5 parecem proibir o uso
de
bebida forte, quando as outras condenam claramente o seu uso?
SOLUÇÃO:
É claro que as
Escrituras condenam o uso de bebida forte. Levítico 10:8-9, por
exemplo,
proíbe o sacerdote de beber vinho ou bebida forte quando ele está
prestes a ministrar na
tenda
da congregação. Provérbios também proíbe o uso de vinho ou de
bebida forte por reis ou
governantes,
para que não pervertam a justiça. Além disso, muitas passagens
alertam quanto ao
efeito
desencaminhador da bebida forte (Pv. 20:1) e condenam o seu uso de
maneira geral.
A
palavra traduzida por "come-o"em Deuteronômio 14:26 tem o
sentido de consumo em
geral,
e pode incluir tanto a idéia de beber como a de comer alimento
sólido. Entretanto, a passagem
não
nos dá permissão para beber bebida forte ou tomá-la em excesso.
Isso é especificamente
condenado
no NT e também no AT. Era uma prática comum diluir a bebida forte
(i.e., normalmente
o
suco da uva fermentado) na proporção de três partes de água para
uma parte de vinho. Nessa
forma
mais fraca, e ingerida durante as refeições de forma moderada, não
haveria perigo de
excesso.
Apenas assim o "vinho" foi permitido nas Escrituras, e
ainda apenas numa cultura não
alcoólica.
Ainda
que o consumo moderado de vinho assim diluído possa ser permissível,
numa cultura
totalmente
atingida pelo alcoolismo (como a nossa) não vale a pena. Paulo
adverte em 1 Coríntios
6:12
que "todas as cousas me são lícitas, mas nem todas convém".
Ele declara, ainda, que "é bom
não
comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra cousa com que
teu irmão venha a
tropeçar"(Rm.
14:21). Deus quer que a nossa vida seja influenciada pelo Espírito,
não pelos
espíritos.
A
Bíblia opõe-se tanto à bebida forte como à embriaguez (1 Co
6:9-10; Ef 5:18). Ela
lamenta
a situação daqueles que bebem tanto bebida forte como a daqueles
que bebem em excesso
(Is
5:11; Am 6:1,6; Mq 2:11). Os líderes cristãos são incitados a ser
temperantes (1 Tm 3:3,8).
Todos
são advertidos de que muito álcool é algo que Deus abomina (Am
6:1-8). Embora pequenas
doses
eram recomendadas por razões medicinais (1 Tm 5:23), em parte alguma
a Bíblia recomenda
que
a bebida forte seja tomada. A única referência a tomar "bebida
forte"é como um meio - de
suavizar
a dor, em circunstâncias extremas: "Daí bebida forte aos que
perecem"(Pv 31:6).
Deuteronômio
14:26 não deve ser usado como desculpa para tomar bebida forte por
diversas
razões.
Primeiro, a ordem dada não foi para tomá-la, mas simplesmente
comprá-la. Havia outros
usos
legítimos para o álcool, ou seja, para cozinhar, para curar (cf, Lc
10:34) e para aliviar a dor.
Segundo,
a frase seguinte fala com clareza apenas de "comer", e não
de beber bebida forte. Terceiro,
mesmo
que beber estivesse implícito no termo "come-o" (v. 26),
os judeus sempre diluíam a bebida
na
proporção de três partes de água para uma de vinho, com moderação
em suas refeições. Isso feito
assim
tomando-a de forma branda e sem excessos, junto com o alimento, os
preservaria dos
excessos
que ocorrem hoje nas culturas dadas ao álcool. Quarto, sempre é
errado fazer uso de uma
passagem
não muito clara (como Deuteronômio 14:26) para contradizer todas as
outras que são
bastante
claras (citadas acima) contra a bebida forte.
À
vista de todos esses fatores, o melhor é concluirmos com o apóstolo
Paulo: "É bom não
comer
carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra cousa com que teu
irmão venha a tropeçar
[ou
se ofender ou se enfraquecer] "(Rm 14:21).
DEUTERONÔMIO
15:4 - Como pode esta passagem declarar que não haveria pobres entre
eles,
se o versículo 11 diz que sempre haveria pobres na terra?
PROBLEMA:
Segundo Deuteronômio
15:4, Deus prometeu que não haveria pobres entre o povo.
Entretanto,
o versículo 11 com clareza diz: "Pois nunca deixará de haver
pobres na terra". Como
uma
passagem pode dizer que não haveria pobres entre o povo, e outra
dizer que sempre haveria
pobres
na terra?
SOLUÇÃO:
Para ver que não há
contradição alguma, basta considerar o contexto cuidadosamente.
A
promessa do versículo 4 está condicionada ao fato de o povo ouvir
"atentamente a voz do
Senhor,"
seu Deus, e cuidar "em cumprir todos estes mandamentos" que
lhe era ordenado por Deus
naquele
dia (cf. Dt 15:5).
Um
dos mandamentos era que, se houvesse um pobre em Israel, as pessoas
não deveriam
endurecer
o coração, mas sim abrir as mãos e emprestar-lhe dinheiro e bens
suficientes para suas
necessidades
("o que lhe falta" cf. Dt 15:8). Obviamente, se este
mandamento deveria ser cumprido
pelo
povo, então para cada pobre haveria uma pessoa não-pobre. De modo
inverso, se não
obedecessem
ao mandamento de Deus quanto a suprir todas as necessidades de cada
pessoa pobre
na
terra, então os pobres nunca deixariam de existir. Não há
contradição.
Deus
prometeu que, se as pessoas obedecessem a seu mandamento de suprir as
necessidades
do
pobre, não haveria pobres no meio delas.
A
cada vez que
circunstâncias adversas viessem sobre alguém, fazendo-o perder tudo
e ficar
na
completa miséria, as pessoas da terra teriam de ir em sua ajuda e
suprir as suas necessidades.
O
versículo 11 pode ser entendido como uma afirmação de que sempre
haveria pessoas em
dificuldades,
precisando de assistência, e que outras pessoas seriam requeridas
para suprir as
necessidades
daquelas. Se o povo obedecesse a Deus nesta questão, o Senhor faria
a terra prosperar
de
tal forma que sempre haveria suprimentos em abundância para que uns
atendessem às
necessidades
de outros. Este versículo pode ainda ser visto como um
pronunciamento profético da
desobediência
de Israel a Deus, e da conseqüente presença contínua de pobres na
terra. De qualquer
modo,
não há contradição alguma.
DEUTERONÔMIO
16:5 - O cordeiro pascal deveria ser morto em casa ou no santuário?
PROBLEMA:
Êxodo 12:7 instruiu
que o cordeiro pascal fosse morto na residência de cada um,
mas
Deuteronômio declara que ele não deveria ser sacrificado "em
nenhuma das tuas cidades".
SOLUÇÃO:
Este é um exemplo
de avanço dentro do processo de revelação progressiva de Deus
(veja
Introdução, "Erro Número 17") por causa de uma mudança
de condições. Quando a instrução
para
a Páscoa foi dada pela primeira vez (Êx 12), os filhos de Israel
não tinham um santuário. Mais
tarde,
segundo Deuteronômio, eles o tinham e foram instruídos a matar o
cordeiro pascal "no lugar
que
o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome"(cf. Dt
16:2).
DEUTERONÔMIO
18:10-22 - Como distinguir os falsos profetas dos verdadeiros
profetas?
PROBLEMA:
A Bíblia contém
muitas profecias em que cremos porque elas provêm de Deus.
Entretanto,
a Escritura reconhece também a existência de falsos profetas (Mt
7:15). Com efeito,
muitas
religiões e seitas declaram ter profetas. Em conseqüência, a
Bíblia exorta os crentes a
"testarem"
aqueles que se dizem profetas (1 Jo 4:1-3). Mas qual é a diferença
entre um falso profeta
e
um verdadeiro profeta de Deus?
SOLUÇÃO:
Há muitos testes
para se detectar um falso profeta. Muitos desses critérios estão
listados
nas páginas deste livro. Colocando em forma de perguntas, podemos
usar como teste para
uma
pessoa tida como profeta:
1.
Ele profetizou alguma coisa que não se cumpriu? (Dt 18:21-22)
2.
Ele faz contato com os espíritos de mortos? (Dt 18:11)
3.
Ele faz uso de meios de adivinhação? (Dt 18:11)
4.
Ele se envolve com médiuns e feiticeiros? (Dt 18:10)
5.
Ele segue falsos deuses ou ídolos? (Êx 20:3-4; Dt 13:2,3)
6.
Ele nega a divindade de Jesus Cristo? (Cl 2:8-9)
7.
Ele nega a humanidade de Jesus Cristo? (1 Jo 4:1-2)
8.
Suas profecias desviam o foco central da pessoa de Jesus Cristo? (Ap
19:10)
9.
Ele advoga a abstenção de certos alimentos e carnes, por razões de
ordem espiritual? (1 Tm 4:3)
10.
Ele reprova ou nega a necessidade do casamento? (1 Tm 4:3)
11.
Ele promove a imoralidade? (Jd 7)
12.
Ele encoraja o legalismo caracterizado por renúncias auto-impostas?
(Cl 2:16-23)
(Veja
Geisler e Nix, A
General Introduction to the Bible [Uma
Introdução Geral à Bíblia], Moody
Press,
1986, pp. 241-42.)
Uma
resposta positiva a qualquer uma destas perguntas é uma indicação
de que o que o
profeta
diz não procede de Deus. O Senhor não fala nem corrobora com nada
que seja contrário ao
seu
caráter e aos seus mandamentos. E, acima de tudo, certamente o Deus
da verdade não dá falsas
profecias.
DEUTERONÔMIO
18:15-18 - É esta uma profecia acerca do profeta Maomé?
PROBLEMA:
Deus prometeu a
Moisés: "Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos,
semelhante
a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo
o que eu lhes ordenar".
Os
muçulmanos acreditam que esta profecia cumpriu-se com Maomé, como
declara o Alcorão, ao
referir-se
a "O iletrado Profeta [Maomé], o qual é encontrado em suas
próprias [escrituras], na Lei e
nos
Evangelhos" (Surá 7:157).
SOLUÇÃO:
Esta profecia não
pode ser uma referência a Maomé por várias razões. Primeiro, o
termo
"irmãos" refere-se aos filhos de Israel, não aos seus
antagonistas árabes. Por que iria Deus
despertar
um profeta para Israel que proviesse de seus inimigos?
Segundo,
no contexto deste mesmo versículo, o termo "irmãos"
aplica-se aos que são
israelitas.
Pois aos levitas foi dito: "não terão herança no meio de seus
irmãos"(v.2). Terceiro, em
qualquer
outro lugar neste livro do AT o termo "irmãos" refere-se
também aos israelitas, e não a
estrangeiros.
Deus disse-lhes para escolher um rei "de entre os teus irmãos",
e não a um estrangeiro.
Israel
nunca escolheu um rei que não fosse judeu.
Quarto,
Maomé veio da linhagem de Ismael, como os próprios muçulmanos
admitem, mas a
bênção
de Deus estava sobre a linhagem de Isaque. Quando Abraão orou:
"Tomara viva Ismael
diante
de ti", Deus respondeu enfaticamente: "A minha aliança...
estabelecê-la-ei com Isaque..."(Gn
17:18,21).
Posteriormente Deus repetiu: "Por Isaque será chamada a tua
descendência" (Gn 21:12).
Quinto,
o próprio texto do Alcorão estabelece que a linha profética veio
através de Isaque, e
não
de Ismael: "E nós concedemos Isaque e Jacó, e nós
estabelecemos os profetas e as escrituras em
sua
semente" (Surá 29:27). O erudito muçulmano Yusuf Ali
acrescenta a palavra "Abraão" e muda o
significado
da seguinte maneira: "Nós demos (Abraão), Isaque e Jacó, e
ordenamos entre os seus
descendentes
os Profetas e a Revelação". Ao acrescentar "Abraão",
que foi o pai de Ismael, ele pôde
então
incluir Maomé, descendente de Ismael, na linha profética! Mas o
nome de Abraão não é
encontrado
no texto árabe original.
Sexto,
Jesus foi quem perfeitamente cumpriu aquele versículo, já que: (1)
Ele foi um judeu,
no
meio de seus irmãos judeus (cf. Gl 4:4). (2) Ele cumpriu
Deuteronômio 18:18 perfeitamente:
"ele
lhes falará tudo o que eu lhes ordenar". Jesus disse: "nada
faço por mim mesmo; mas falo como
o
Pai me ensinou" (Jo 8:28). E, "porque eu não tenho falado
por mim mesmo, mas o Pai, que me
enviou,
esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar" (Jo 12:49).
(3) Ele referiu-se a si
mesmo
como "profeta" (Lc 13:33), e as pessoas o consideravam
profeta (Mt 21:11; Lc 7:16; 24:19;
Jo
4:19; 6:14; 7:40; 9:17). Como Filho de Deus, Jesus era profeta
(aquele que fala aos homens, da
parte
de Deus), era também sacerdote (Hb 7-10, o que fala a Deus, da parte
dos homens) e rei (o
que
reina sobre os homens, como Deus, Ap 19-20).
Finalmente,
há outras características do "Profeta" que estão de
acordo apenas com a vida de
Jesus,
e não com a de Maomé, tais como: Jesus falou com Deus "face a
face" e realizou "sinais e
maravilhas"
(veja os comentários de Deuteronômio 34:10).
DEUTERONÔMIO
20:16-18 - Como justificar a ordem de se fazer uma matança
indiscriminada
de vidas inocentes?
(Veja
os comentários de Josué 6:21.)
DEUTERONÔMIO
20:16-18 - Os prisioneiros deveriam ser poupados ou mortos?
PROBLEMA:
Em Deuteronômio
20:11, 15, Moisés ordenou que os israelitas poupassem a vida de
seus
prisioneiros e os tornassem seus servos. Mas logo em seguida ele os
instruiu a não deixar
ninguém
com vida (cf. v. 16).
SOLUÇÃO:
A regra
geral era fazer
prisioneiros os povos conquistados. Somente no caso
específico
das "sete
nações" de Canaã é que eles deveriam exterminá-los (veja os
comentários de
Josué
6:21). Isso foi por causa das "abominações" deles, que
eram tão ofensivas a Deus, que a terra
"vomitou
os seus moradores" (Lv 18:25).
DEUTERONÔMIO
22:5 - Por que Deus declarou ser uma abominação um homem vestir-se
como
mulher, e vice-versa?
PROBLEMA:
O que há de errado
em se vestir como alguém do sexo oposto? Não se trata apenas
de
uma questão de preferência cultural, nada havendo intrinsecamente
imoral nisso?
SOLUÇÃO:
A intenção de Deus
nesta passagem aparentemente foi tornar possível a distinção de
um
sexo do outro. Sem roupas e comprimento do cabelo distintivos (veja
os comentários de 1 Co
11:14),
os sexos poderiam ser mais facilmente confundidos, e as fronteiras da
impropriedade social
e
moral seriam muito mais facilmente transgredidas. É claro que a
definição quanto a que roupas
são
masculinas e quais são femininas em grande parte é determinada pela
cultura. Mas, de qualquer
modo,
os travestis por isso enquadram-se na abominação.
DEUTERONÔMIO
22:13-21-Por que neste versículo o método para qual testar a
castidade é
diferente
daquele mencionado em Números 5?
PROBLEMA:
O texto de Números
instruía que a castidade fosse testada fazendo-se a mulher
tomar
água amarga para ver se o seu estômago incharia ou não (veja os
comentários de Números
5:13-22).
Mas Deuteronômio 22 faz uso do lençol da noite de núpcias manchado
de sangue como
evidência
da virgindade (cf. vv. 14-17).
SOLUÇÃO:
As duas situações
são diferentes. A passagem de Números refere-se a um teste para a
comprovação
de uma possível impureza após
o casamento. E o
texto de Deuteronômio trata do caso
de
uma possível infidelidade antes
do casamento.
DEUTERONÔMIO
23:17 - O homossexualismo foi condenado por relacionar-se com a
idolatria?
PROBLEMA:
Alguns argumentam
que a condenação bíblica do homossexualismo foi por causa
das
prostitutas cultuais e das práticas homossexuais que havia em
templos idolatras (Dt 23:17).
Insistem
em dizer que o homossexualismo em si não é
condenado, mas
apenas os atos
homossexuais
associados à idolatria, tais como os praticados pelas prostitutas do
templo (1 Reis
14:24).
SOLUÇÃO:
As práticas
homossexuais não são condenadas na Bíblia simplesmente por terem
sido
relacionadas
com a idolatria. Isso é evidente por várias razões. Primeiro, a
condenação das práticas
homossexuais
com freqüência é feita fora de qualquer contexto da prática da
idolatria (Lv 18:22;
Rm
1:26-27).
Segundo,
quando o homossexualismo é associado com a idolatria (tal como a
prostituição
cultural,
no templo), as duas coisas não são ligadas em essência. São
apenas pecados concomitantes,
mas
não há uma equivalência entre eles.
Terceiro,
o pecado da infidelidade sexual com freqüência é usado como uma
ilustração da
idolatria
(por exemplo, Oséias 3:1; 4:12), mas ele não tem necessariamente
uma conexão com ela. A
idolatria
é uma forma espiritual de imoralidade. Mas a imoralidade é errada,
mesmo no caso de não
ter
conexão alguma com nenhuma forma de idolatria.
Quarto,
a idolatria pode levar à imoralidade (cf. Rm 1:22-27), mas são
pecados diferentes.
Quinto,
até mesmo os Dez Mandamentos fazem distinção entre a idolatria
(Primeira Tábua
da
Lei, Êx 20:3-4) e os pecados do sexo (Segunda Tábua da Lei, Êx
20:14,17).
DEUTERONÔMIO
23:19 - Por que a usura (receber juros) foi proibida para os judeus
em
alguns
casos e não em outros?
PROBLEMA:
Em Êxodo 22:25,
emprestar dinheiro a juros somente era proibido quando fosse
para
um pobre. Mas em Deuteronômio 23:19 a proibição referia-se a
quando o empréstimo era feito
para
qualquer outro judeu, indiscriminadamente. Isso levanta dois
problemas. Primeiro, por que a
mudança?
Segundo, por que a parcialidade?
SOLUÇÃO:
Primeiro, a
alteração feita em Deuteronômio em relação ao que Êxodo
estabelecia foi
necessária
porque as circunstâncias mudaram. Talvez tenha sido porque veio a se
mostrar difícil
determinar
quem deveria ser considerado pobre. Assim, considerou-se necessário
estender a
proibição
a todos os hebreus. Se assim não fosse, nenhum pobre teria chance
alguma de conseguir
um
empréstimo, pois os empréstimos acabariam sendo feitos somente
àqueles que pagassem juros.
É
claro, a usura não foi proibida em relação a estrangeiros
(não-judeus), mas somente em
relação
a irmãos (outros judeus). Se isso parece ser discriminatório, é
apenas porque as
leis que
proibiam
a usura em relação aos pobres (ou em relação aos irmãos)
constituíam um ato de
benevolência
estabelecido por
Deus, e não precisamente uma questão de negócios. Quando se trata
de
negócios, tem-se direito a um razoável lucro pelo investimento
feito. Como o risco de perda
(pelo
não pagamento) do empréstimo concedido precisa ser coberto, é
justo pagar ao investidor uma
certa
quantia pelo risco.
DEUTERONÔMIO
24:1-4 - O ensino de Moisés quanto ao divórcio é contrário ao
ensino de
Jesus
e de Paulo?
PROBLEMA:
De acordo com
Deuteronômio 24:1-4, era permitido a um homem conceder divórcio
à
sua mulher se ele descobrisse que ela tinha sido infiel. Entretanto,
de acordo com o ensino de
Jesus
em Marcos 10:1-12, e o de Paulo em 1 Coríntios 7:10-16, parece que
não é permitido o
divórcio
nem um novo casamento posterior. O ensino encontrado em Deuteronômio
é então
contrário
ao ensino de Jesus e ao de Paulo?
SOLUÇÃO:
Seria um erro
admitir que as afirmações de Moisés tenham dado uma sanção
divina ao
divórcio.
A passagem apresenta uma situação hipotética que tinha grande
probabilidade de
acontecer
entre o povo. Ela simplesmente diz que se um homem se divorciar de
sua mulher por
causa
de impureza dela, e se ela casar-se novamente com outro, e se esse
seu novo marido morrer
ou
dela se divorciar, não é
permitido ao
primeiro marido recebê-la de volta. Não se trata de uma
aprovação
ao divórcio. Pelo contrário, é o reconhecimento do fato do
divórcio e a aplicação de uma
regulamentação
concernente ao casamento pela segunda vez.
Como
Jesus disse em Marcos 10:5, Moisés concedeu o divórcio e deu tal
preceito "por causa
da
dureza" do coração deles, mas não é este o ideal de Deus. O
plano perfeito de Deus para o
casamento
sempre foi o do compromisso entre o marido e a mulher por toda a
vida. Não há
contradição
entre o ensino de Moisés e o ensino de Jesus e de Paulo. Moisés
simplesmente
reconheceu
o fato do divórcio, ao passo que Jesus e Paulo apresentaram o ideal
de Deus para o
casamento,
como foi desde o princípio.
DEUTERONÔMIO
24:16 - Como pode esta passagem estabelecer que os filhos não serão
mortos
por causa dos pecados de seus pais, se há casos em que isso ocorreu,
segundo outras
passagens?
PROBLEMA:
Deuteronômio 24:16
estabelece com clareza que os filhos não serão mortos em
lugar
dos pais, e que cada qual será morto pelo seu pecado. Entretanto, em
2 Samuel 12:15-18, o
filho
de Davi e Bate-Seba morreu em decorrência do pecado de Davi. Como
então Deuteronômio
24:16
pode afirmar que os filhos não serão mortos pelos pecados de seus
pais, se foi isso o que
aconteceu
com o filho de Davi?
SOLUÇÃO:
Primeiro, a passagem
de Deuteronômio refere-se a um preceito estabelecido, pelo qual
o
sistema legal de Israel funcionaria quando eles se estabelecessem na
terra prometida. Segundo
esse
preceito, os tribunais humanos não teriam o direito de aplicar a
pena de morte em filhos de pais
culpados,
se os filhos também não fossem pessoalmente culpados do crime
cometido. Entretanto, o
que
restringe o poder dos tribunais humanos não restringe os direitos
nem a autoridade de Deus.
Segundo,
as Escrituras não dizem que o filho de Davi foi punido por causa do
pecado de seu
pai.
O que elas dizem é que Davi foi punido por meio da morte de seu
filho (2 Sm 12:14). Caso se
considere
que a morte do filho foi um modo injusto de punir Davi, deve-se
lembrar que Davi
confiou
na justiça de Deus quando disse, com fé, com relação à criança
que ele tinha perdido: "Eu
irei
a ela, porém ela não voltará para mim" (2 Sm 12:23). Davi
creu que Deus a havia levado para si
ao
céu e que ele mesmo, Davi, estaria com ela quando morresse. Deus
sempre age de acordo com a
sua
justiça, e as restrições que ele estabeleceu para os homens, como
esta, são para que os homens
não
venham a perverter a justiça.
DEUTERONÔMIO
30:6 - É Deus quem circuncida o coração, ou seria Israel que teria
de
circuncidar
seu próprio coração?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, "o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração".
Entretanto,
anteriormente, neste mesmo livro, Moisés apelou a Israel dizendo:
"Circuncidai, pois, o
vosso
coração, e não mais endureçais a vossa cerviz" (Dt 10:16).
Mas como a circuncisão pode se
dar
de duas maneiras?
SOLUÇÃO:
A verdade é que na
salvação há tanto um papel ativo
como um papel
passivo para
os
homens.
Nós somos ativos no receber
a dádiva de Deus,
mas não fomos ativos no ato da dádiva
em
si.
Numa postura ativa, submetemos
o nosso coração a
Deus, mas não estamos sendo ativos na
salvação
de nosso coração.
Em
resumo, mesmo sendo ativos em receber ou aceitar a salvação, nós
não fizemos
absolutamente
nada para proporcionar e realizar a nossa salvação. Muito embora
aquele que é salvo
de
um perigo é
ativo ao receber a
corda da salvação, não obstante ele é passivo no processo de ser
resgatado
pelo salvador, que o puxa pela corda. De igual modo, nós ativamente
nos submetemos a
uma
cirurgia que pode salvar a nossa vida, mas somos totalmente passivos
em tudo o que o médico
faz,
somos passivos às suas habilidades para a salvação da nossa vida.
A situação pode ser
sintetizada
como se segue:
NOSSO
PAPEL
ATIVO
NA SALVAÇÃO-NOSSO
PAPEL PASSIVO
NA SALVAÇÃO
Recebendo
a dádiva - No conceder a dádiva
Submetendo-nos
à salvação - Sendo salvo
Crendo
- Sendo redimido
Aceitando
a salvação - Realizando a salvação
DEUTERONÔMIO
32:13-14 - Como poderia haver no deserto pasto suficiente para os
rebanhos
de dois milhões de pessoas?
PROBLEMA:
A Bíblia nos
informa de que os filhos de Israel vaguearam pelo "deserto"
por 40
anos
(cf. Êx 19:2; 23:31). Eles eram em número de mais de 600.000 homens
adultos (Êx 12:37; Nm
1:1-4:49),
o que significa que no total seriam mais de dois milhões de pessoas.
Mas em
Deuteronômio
32:13-14 é dito que havia abundância para eles e para a manada, o
que parece muito
improvável
para toda aquela gente e seus rebanhos num "deserto".
SOLUÇÃO:
Algumas coisas temos
de ter em mente. Em primeiro lugar, a palavra hebraica para
"deserto"
não tem o sentido de uma desolação total como pode denotar hoje.
Ela pode ser traduzida
como
"ermo". Havia rios e pastos naquele terreno ermo.
Segundo,
há uma boa evidência, obtida até mesmo nos dias de hoje, de que
aqueles ermos
tinham
então muito mais água e vegetação do que na atualidade, como é
demonstrado pela
exploração
arqueológica dos remanescentes de antigas civilizações naquela
região.
Finalmente,
o próprio Deus foi quem lhes proveu todas as necessidades naqueles
ermos, de várias
maneiras:
1.
Deus lhes forneceu alimento suficiente (maná) para todos os 40 anos
(Êx 16:35).
2.
O Senhor providenciou também água em abundância para o povo e
seu rebanho (Nm
20:11).
3.
Como eles levavam "ovelhas, gado, muitíssimos animais" (Êx
12:38), naturalmente tinham
muito
leite.
4.
Como a terra aparentemente não era tão árida como é hoje, sem
dúvida havia rios, fontes e
pastos.
5.
Comercializando com as nações a seu redor (midianitas, edomitas e
ismaelitas), poderiam obter
outras
coisas de que necessitavam, pagando com o ouro e a prata que
trouxeram do Egito grande
quantidade
(cf. Êx 12:35-36).
DEUTERONÔMIO
33:2 - Esta é uma profecia do profeta Maomé?
PROBLEMA:
Muitos eruditas
islamitas acreditam que este versículo profetiza três distintas
visitações
de Deus: uma no "Sinai" a Moisés; outra em "Seir"
por meio de Jesus; e uma terceira em
"Para"
(Arábia) através de Maomé, que veio a Meca com um exército de
"dez milhares" (SBTB).
SOLUÇÃO:
Antes de mais nada,
esta alegação pode ser facilmente respondida olhando-se um
mapa
bíblico. Para e Seir acham-se perto do Egito, na península do Sinai
(cf. Gn 14:6; Nm 10:12;
12:16-13:3;
Dt 1:1), não na Palestina, onde Jesus ministrou. Nem Para era perto
de Meca, mas
estava
a centenas de quilômetros de distância, ao sul da Palestina, ao
nordeste do Sinai.
Além
disso, o versículo está falando da vinda do "Senhor" (não
da de Maomé). Deus está
vindo
com "dez milhares de santos" (Dt 33:2, SBTB), não com dez
milhares de soldados, como o
fez
Maomé. Não há base alguma neste texto para a alegação muçulmana.
Finalmente,
esta profecia é apresentada como sendo "a bênção que Moisés,
homem de Deus,
deu
aos filhos de Israel, antes da sua morte" (v. 1). Se fosse uma
profecia do islamismo, que tem
sido
inimigo constante de Israel, dificilmente isso seria uma bênção
para Israel. De fato, o capítulo
prossegue
com as bênçãos de Deus para cada tribo de Israel, mostrando que
Deus "lançará o
inimigo
de diante de ti" (v. 27, SBTB).
DEUTERONÔMIO
34:1ss - Como este capítulo poderia ter sido escrito por Moisés, se
ele fala
da
sua morte?
PROBLEMA:
Deuteronômio 34 é
um registro da morte de Moisés no vale de Moabe. Entretanto, a
autoria
do livro de Deuteronômio tradicionalmente tem sido atribuída a
Moisés. Como ele poderia
ter
escrito este capítulo que relata a sua própria morte e o seu
enterro?
SOLUÇÃO:
Primeiro, não é
necessário concluir que Moisés não poderia ter escrito o seu
próprio
obituário.
Está perfeitamente dentro do poder de Deus revelar o futuro com
todos os seus detalhes
(cf.
Dn 2; 7; 9; 12). Não é irracional acreditar que o Espírito de
Deus, através de Moisés, tenha
redigido
este capítulo final. Se considerarmos que este capítulo foi escrito
por Moisés ou por Josué
ou
por outra pessoa, isso não implica que Moisés não tenha sido o
autor do texto de Deuteronômio
ou
dos quatro primeiros livros do Pentateuco.
Segundo,
é
perfeitamente
razoável admitirmos que alguém, talvez Josué, tenha acrescentado
este
capítulo final aos livros de Moisés como uma apropriada conclusão
à vida desse grande homem
de
Deus. Não é de todo uma prática incomum alguém acrescer um
obituário ao fim do trabalho de
um
grande homem. Isso é semelhante à prática de uma pessoa escrever
um prefácio à obra de
outrem.
DEUTERONÔMIO
34:10 - Moisés foi um homem sem paralelo entre os demais profetas,
ou
existiram
outros como ele?
PROBLEMA:
Este texto afirma
que "nunca mais se levantou em Israel profeta algum como
Moisés".
Entretanto, outros, como Elias e Eliseu, tiveram revelações de Deus
e realizaram milagres,
tal
como Moisés os fez (cf. 1 Rs 17:22; 2 Rs 1:10; 2:14; 4:34).
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
esta afirmativa é qualificada pela expressão "nunca mais",
referindo-se
ao tempo em que tais palavras foram escritas, possivelmente por
Josué, sucessor
imediato
de Moisés (veja os comentários de Deuteronômio 34:lss). Além
disso, mesmo que se
estenda
o tempo para um período bem posterior, há ainda outra
característica única com relação a
Moisés.
O texto ainda acrescenta: "com quem o Senhor" tratou "face
a face" (v. 10). Isso não
aconteceu
com nenhum outro profeta humano desde a época de Moisés. Ele foi o
grande
instrumento
através de quem Deus enviou a Lei, falando-lhe de modo direto e com
intimidade. Isso
não
se repetiu até a vinda de Jesus, que também esteve face a face com
Deus (Jo 1:1).
DEUTERONÔMIO
34:10 - Este versículo dá suporte à alegação muçulmana de que
Jesus não
poderia
ter sido o profeta predito (em Deuteronômio 18:18)?
PROBLEMA:
Este versículo
afirma que "nunca mais se levantou em Israel profeta algum como
Moisés".
Os muçulmanos argumentam que isto prova que o profeta anunciado não
poderia ser então
um
israelita, mas, sim, Maomé.
SOLUÇÃO:
Em resposta, algumas
coisas poderiam ser observadas. Primeiro, o "nunca mais"
significa
desde a morte de Moisés até o tempo em que este último capítulo
foi escrito,
provavelmente
por Josué (veja os comentários de Deuteronômio 34:lss). Mesmo que
Deuteronômio
tenha
sido escrito muito mais tarde, como acreditam alguns críticos, ainda
assim ele teria sido
composto
muitos séculos antes do tempo de Jesus e, portanto, não eliminaria
Cristo.
Segundo,
Jesus foi o perfeito cumprimento dessa profecia, e não Maomé (veja
os
comentários
em Deuteronômio 18:15-18).
Terceiro,
este texto não poderia referir-se a Maomé, já que o profeta que
viria seria como
Moisés,
que fez "todos os sinais e maravilhas... por mando do Senhor"
(Dt 34:11). Maomé,
conforme
ele mesmo confessou, não realizou sinais e maravilhas como fizeram
Moisés e Jesus (veja
Sura
17:90-93).
Finalmente,
o profeta que viria seria como Moisés, que falou com Deus "face
a face" (Dt
34:10).
Maomé nunca alegou ter falado com Deus diretamente, mas obteve a sua
revelação através
de
anjos (cf. Surá 2:97). Jesus, por outro lado, como Moisés, foi um
mediador direto (1 Tm 2:5; Hb
9:15),
que se comunicava diretamente com Deus (cf. Jo 1:18; 12:49).
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