GÊNESIS
GÊNESIS
1:1 - Como o universo pode ter tido um "princípio", se a
ciência moderna diz que a
energia
é
eterna?
PROBLEMA:
De acordo com a
Primeira Lei da Termodinâmica: "a energia não pode ser criada,
nem
destruída". Sendo assim, então, o universo é eterno, já que
ele é feito de energia, que é
indestrutível.
Entretanto, a Bíblia indica que o universo teve um "princípio"
e que não existia antes
de
Deus o ter criado (Gn 1:1). Não é isto uma contradição entre a
Bíblia e a ciência?
SOLUÇÃO:
Há um conflito de
opiniões aqui, mas na realidade não há contradição alguma. A
evidência
dos fatos indica que o universo não é eterno, mas que realmente
teve um princípio, tal
como
a Bíblia diz. Algumas observações são relevantes para entendermos
esta questão.
Em
primeiro lugar, a Primeira Lei da Termodinâmica, com freqüência, é
incorretamente
enunciada
com a expressão: "a energia não pode ser criada".
Entretanto, a ciência baseia-se na
observação,
e afirmações como esta - que diz que a energia não pode ser criada
- não se baseiam na
observação
(como qualquer afirmação que use "pode" ou "não
pode"), mas são afirmações
dogmáticas.
A Primeira Lei da Termodinâmica deveria ser corretamente enunciada
da seguinte
maneira:
"[Até o ponto em que se pode observar] o total de energia
presente no
universo permanece
constante".
Ou seja, pelo que se sabe, a quantidade total de energia presente no
universo não está
diminuindo
nem aumentando. Posto desta forma, a Primeira Lei não faz referência
alguma quanto à
origem
da energia nem quanto ao tempo em que ela está presente no universo.
Assim, ela não
contradiz
a declaração de Gênesis de que Deus criou o universo.
Em
segundo lugar, outra lei científica perfeitamente aceita é a
Segunda Lei da
Termodinâmica.
Ela afirma que "o total da energia utilizável
no universo está
diminuindo". De
acordo
com esta lei, o universo está decaindo. Sua energia está sendo
transformada em calor, que
não
é utilizável. Sendo assim, o universo não é eterno, porque, se o
fosse, a sua energia utilizável já
se
teria esgotado há muito tempo. Ou, em outras palavras, se o universo
está se desfazendo (tendo a
sua
energia degradada), então houve um tempo em que toda a energia foi
feita. Se houvesse uma
quantidade
infinita de energia, ela não estaria decaindo no universo. Portanto,
o universo teve um
princípio,
tal como Gênesis 1:1 diz.
GÊNESIS
1:1 - Como o autor de Gênesis podia saber o que aconteceu na
criação, antes
mesmo
de ele haver sido criado?
PROBLEMA:
A erudição
tradicional cristã tem sustentado que os cinco primeiros livros da
Bíblia
foram
escritos por Moisés. Os primeiros dois capítulos do livro de
Gênesis descrevem os eventos da
criação
sob o enfoque de uma testemunha ocular. Entretanto, como poderia
Moisés, ou qualquer
outro
ser humano, ter escrito esses capítulos, como observador desses
fatos se ele não havia sido
criado
ainda?
SOLUÇÃO:
É claro que houve
uma testemunha ocular da criação - Deus, o Criador. Estes
capítulos,
obviamente, são um registro da criação, que foi especificamente
relatada por Deus a
Moisés,
por meio de uma revelação especial. A tendência para se fazer
perguntas tais como: "Como
o
cronista poderia saber que os minerais precederam as plantas o estas,
os animais?", denuncia um
preconceito
contra o sobrenatural e uma recusa a considerar explicações
alternativas, que não as
propostas
pela ciência naturalística.
GÊNESIS
1:14 - Como poderia haver luz antes de o sol ter sido criado?
PROBLEMA:
O sol foi criado
somente no quarto dia, contudo já havia luz no primeiro dia (1:3).
SOLUÇÃO:
O sol não é a
única fonte de luz no universo. Além disso, é possível que ele já
existisse
desde o primeiro dia, tendo somente aparecido ou se feito visível
(com a dissipação da
neblina)
no quarto dia. Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é
possível ver o sol.
GÊNESIS
1:26 - Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus
se refere a si
mesmo?
PROBLEMA:
Os eruditos cristãos
e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica
confissão
de fé de Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus
é
o único Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este
versículo em Gênesis traz o plural da
primeira
pessoa?
SOLUÇÃO:
Têm sido dadas
muitas explicações no decorrer da história. Alguns comentaristas
dizem
que esse foi meramente um caso em que Deus estava se referindo aos
anjos, Mas isto é
improvável,
já que no versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa
imagem" e que o
versículo
27
esclarece: "criou Deus... o homem à sua
imagem, à imagem de
Deus o
criou", não à imagem dos
anjos.
Outros
têm declarado que o plural refere-se à Trindade. No NT (por
exemplo, Jo 1:1) está
claro
que o Filho estava envolvido na criação dos céus e da terra.
Gênesis 1:2 indica ainda que o
Espírito
Santo também estava envolvido no processo da criação. Entretanto,
estudantes da
gramática
hebraica destacam que o plural é requerido simplesmente porque a
palavra empregada no
original
para "Deus" é elohim,
que é uma palavra
no plural ("Também disse Deus [elohim,
no
plural]:
'Façamos [no plural] o homem à nossa [no plural] imagem' ").
Conseqüentemente,
argumentam
eles, esta afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da
Trindade.
Ainda
outros têm afirmado que o plural é
empregado como uma
figura de linguagem,
chamada
plural majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu
respeito de maneira a
indicar
que todo o seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na
criação do homem.
Como
foi observado, o uso do plural é feito em concordância com a
palavra hebraica elohim
(no
plural), a qual é traduzida por "Deus". O fato de o
substantivo "Deus" ser plural no hebraico não
quer
dizer que haja mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus
como sendo um grupo de
astronautas
extraterrestres. Há um grande número de passagens no NT que se
referem a Deus com o
substantivo
grego correspondente theos,
que é uma palavra
singular e também é traduzido como
"Deus"
(Mc 13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc).
O
plural da palavra hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais
majestático ao nome
de
Deus. Convém observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que
Deus é uma Trindade (Mt
3:16-17;
2 Co 13:13; 1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não seja
completamente
desenvolvida
no AT, ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is
63:7,9-10; Pv 30:4).
GÊNESIS
1:27 - Adão e Eva foram pessoas reais, ou apenas um mito?
PROBLEMA:
Muitos eruditos
modernos consideram os primeiros capítulos de Gênesis como um
mito,
e não os tomam como históricos. Mas a Bíblia parece apresentar
Adão e Eva como pessoas
reais,
que tiveram filhos, dos quais todo o restante da humanidade proveio
(cf. Gn 5:lss).
SOLUÇÃO:
Há uma boa
evidência para crermos que Adão e Eva tenham sido pessoas reais.
Primeiro,
Gênesis 1-2 apresenta-os como pessoas reais, e até mesmo narra os
importantes
acontecimentos
de suas vidas (o que é histórico). Segundo, eles tiveram filhos que
foram pessoas
reais,
que também tiveram filhos reais (Gn 4:1,25; 5:1SS),
Terceiro,
a mesma frase ("são estas as gerações de") usada para
registrar dados históricos
posteriores
em Gênesis (6:9; 9:12; 10:1, 32; 11:10, 27; 17:7, 9) é empregada
com respeito a Adão e
Eva
(Gn 5:1).
Quarto,
cronologias posteriores do AT colocam Adão no topo da lista (1 Cr
1:1).
Quinto,
o NT põe Adão no início da lista dos antecedentes de Jesus (Lc
3:38). Sexto, Jesus
referiu-se
a Adão e Eva como os primeiros "macho e fêmea", fazendo
da união física deles a base
do
casamento (Mt 19:4). Sétimo, Romanos declara que a morte
literalmente reinou no mundo
trazida
por um "Adão" literal (Rm 5:14). Oitavo, a comparação
entre Adão (o "primeiro Adão") e
Cristo
(o "último Adão") em 1 Coríntios 15:45 manifesta que
Adão é tomado literalmente como
uma
pessoa histórica. Nono, a declaração de Paulo de que "primeiro
foi formado Adão, depois Eva"
(1
Tm 2:13) revela que ele fala de uma pessoa real.
Décimo,
é lógico
que teve de haver um primeiro casal real de seres humanos, macho e
fêmea,
pois, caso contrário, a raça humana não teria como começar a
existir. A Bíblia chama a esse
casal,
que de fato existiu, de "Adão e Eva", e não há por que
duvidar de sua real existência.
GÊNESIS
2:1 - Como o mundo pôde ser criado em seis dias?
PROBLEMA:
A Bíblia diz que
Deus criou o mundo em seis dias (Êx 20:11). Mas a ciência
moderna
declara que isso levou bilhões de anos. As duas posições não
podem ser verdadeiras.
SOLUÇÃO:
Há basicamente duas
maneiras para superar esta dificuldade.
Primeiro,
alguns eruditos argumentam que a ciência moderna não está certa.
Insistem em dizer que
o
universo tem apenas alguns milhares de anos e que Deus criou todas as
coisas em seis dias literais
(6
dias de 24 horas, ou seja, 144 horas). Para sustentar esta posição,
eles apresentam os seguintes
pontos:
1.
Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã" (cf. Gn
1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24
horas
na Bíblia.
2.
Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia
etc), uma característica
peculiar
dos dias de 24 horas na Bíblia.
3.
Êxodo 20:11 compara os seis dias da criação com os seis dias de
uma semana (literal) de
trabalho
de 144 horas.
4.
Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares
de anos) para a Terra.
5.
Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia três (1;
11) ao dia quatro (1:14) sem
lua.
Outros
eruditos da Bíblia afirmam que o universo pode ter bilhões de anos,
sem que com
isso
se esteja sacrificando um entendimento literal de Gênesis 1 e 2.
Argumentam que:
1.
Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da
contagem dos dias (antes de
Gênesis
1:3), ou um intervalo de tempo entre os dias. Há intervalos em
outras partes da Bíblia
(como
em Mateus 1:8, onde três gerações são omitidas, em comparação
com 1 Crônicas 3:11-14).
2.
A mesma palavra hebraica para "dia" (yom)
é empregada em
Gênesis 1 e 2 como um período de
tempo
maior que 24 horas. Por exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra
no sentido do período
total
da criação de seis dias.
3.
Às vezes a Bíblia emprega a palavra "dia" para longos
períodos de tempo: "Um dia é como mil
anos"
(2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).
4.
Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser
períodos maiores que 24 horas:
a)
No terceiro "dia" as árvores cresceram da semente à
maturidade, e produziram semente
segundo
a sua espécie (1:11-12). Esse processo normalmente leva meses ou
anos.
b)
No sexto "dia" Adão foi criado, foi dormir, deu nome a
todos os (milhares de) animais,
procurou
por companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela. Tudo isso
parece exigir
um
tempo bem maior que 24 horas.
c)
A Bíblia diz que Deus "descansou" no sétimo dia (2:2), e
que ele ainda está no seu
descanso
da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração
de milhares de
anos.
Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de
anos também.
5.
Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma comparação de
unidade por unidade dos
dias
de Gênesis com uma semana de trabalho (de 144 horas), e não uma
comparação minuto a
minuto.
Conclusão:
Não se demonstra
contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência. Há
apenas
um
conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria
estão errados ao insistirem
que
o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns dos intérpretes da
Bíblia estão equivocados
ao
insistirem
em dizer que foram apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida
há alguns
milhares de
anos
antes de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a milhões
de anos. Mas, em qualquer
dos
casos, não se trata de uma questão de inspiração
das Escrituras, mas
de sua interpretação
(em
relação
a dados científicos).
GÊNESIS
2:4 - Por que neste capítulo usa-se a expressão "Senhor Deus"
em lugar de "Deus",
como
no capítulo 1?
PROBLEMA:
Muitos críticos
insistem em dizer que Gênesis 2 certamente não foi escrito pela
mesma
pessoa que escreveu Gênesis 1, já que Gênesis 2 usa um nome
diferente para Deus.
Entretanto,
os eruditos conservadores sempre asseveraram que foi Moisés quem
escreveu Gênesis, e
isso
tanto por parte de estudiosos judeus como cristãos, por todos esses
séculos. De fato, os cinco
primeiros
livros do AT são chamados de "Livro de Moisés" (2 Cr
25:4) ou "Lei de Moisés" (Lc
24:44),
tanto por escritores do AT como do NT.
SOLUÇÃO:
Foi Moisés quem de
fato escreveu os cinco primeiros livros do AT (veja os
comentários
de Êxodo 24:4). O emprego de uma forma diferente para referir-se a
Deus no segundo
capítulo
de Gênesis não prova que tenha sido um autor diferente quem o
escreveu; isto
simplesmente
mostra que o mesmo autor tinha um propósito diferente (veja os
comentários de
Gênesis
2:19). No capítulo 1, Deus é o Criador,
ao passo que no
capítulo 2 ele é o Comunicador.
Primeiro,
o homem é visto em sua relação com o Criador
(daí o uso de
"Deus" ou elohim,
o todopoderoso).
Em
seguida, Deus é visto como aquele
que faz alianças, e
daí o emprego de "Senhor
Deus",
o Único que faz alianças com o homem. Deus é mencionado com
diferentes nomes de forma
a
designar diferentes aspectos do seu relacionamento com o homem (veja
Gn 15:1; Êx 6:3).
GÊNESIS
2:8 - O jardim do Éden foi um lugar real ou apenas um mito?
PROBLEMA:
A Bíblia declara
que "plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na banda do
Oriente"
(Gn 2:8), mas não há evidência arqueológica de que tal lugar
tenha existido. Será apenas
um
mito?
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
não seria de se esperar evidência arqueológica alguma, uma vez
que
não há indicação de que Adão e Eva tenham feito objetos de
cerâmica ou construído edificações
duradouras.
Em segundo lugar, há uma evidência geográfica do Éden, já que
dois dos rios
mencionados
ainda existem hoje - o Tigre (Hiddekel)
e o Eufrates (Gn
2:14). Além disso, a Bíblia
até
mesmo os localiza na "Assíria" (v. 14), atual Iraque.
Finalmente qualquer evidência que tenha
havida
do Jardim do Éden (Gn 2-3) foi provavelmente destruída por Deus por
ocasião do dilúvio
(Gn
6-9).
GÊNESIS
2:17 - Por que Adão não morreu no dia em que comeu do fruto
proibido, como
Deus
dissera que aconteceria?
PROBLEMA:
Deus disse a Adão,
com respeito à árvore proibida: "no dia em que dela comeres,
certamente
morrerás" (Gn 2:17). Mas depois que pecou, Adão viveu até a
idade de 930 anos (Gn
5:5).
SOLUÇÃO:
A palavra "dia"
(yom) nem
sempre significa um dia de 24 horas. "Pois mil anos, aos
teus
olhos, são como o dia de ontem" (SI 90:4; cf. 2 Pe 3:8). Assim
realmente, Adão morreu dentro
de
um "dia", neste sentido. Ainda, Adão começou a morrer
fisicamente no exato momento em que
pecou
(Rm 5:12), e ele morreu também espiritualmente naquele preciso
instante em que pecou (Ef
2:1).
Portanto Adão morreu de diversas formas, cumprindo assim o
pronunciamento de Deus (em
Gn
2:17).
GÊNESIS
2:19 - Como podemos explicar a diferença que há na seqüência dos
atos da criação,
em
Gênesis 1 e 2?
PROBLEMA:
Gênesis 1 declara
que os animais foram criados antes do homem, mas Gênesis 2:19
parece
reverter a ordem, ao dizer: "Havendo, pois, o Senhor Deus
formado da terra todos os animais
do
campo..., trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria".
Isso pode dar a entender que
Adão
tinha sido criado antes dos animais.
SOLUÇÃO:
Gênesis 1 dá a
seqüência
dos eventos; Gênesis
2 fornece mais informações
a respeito
deles.
O capítulo 2 não contradiz o capítulo 1, porque não afirma
exatamente quando
foi que Deus
criou
os animais. Simplesmente diz que ele trouxe os animais (que
anteriormente criara) a Adão
para
que este lhes desse nome. O ponto principal no capítulo 2 é a ação
de dar nome
aos animais,
não
a de criá-los.
Gênesis 1 delineia,
de forma geral, os eventos, e o capítulo 2 nos fornece detalhes.
Tomados
juntos, os dois capítulos formam um quadro harmonioso e mais
completo dos atos da
criação.
As diferenças, então, podem ser resumidas da seguinte maneira:
GÊNESIS
1 GÊNESIS 2
Ordem
cronológica Criação dos animais
Visão
Geral Detalhes
Ordem
de tópicos Nomeação dos animais
GÊNESIS
3:5 - O homem foi feito como Deus ou tornou-se como Deus?
PROBLEMA:
Gênesis 1:27 diz
que "criou Deus... o homem à sua imagem". Mas em Gênesis
3:22,
Deus
diz: "O homem se tornou como um de nós,
conhecedor do bem e
do mal". O primeiro
versículo
dá a entender que o ser humano foi criado
como Deus é, e o
segundo parece afirmar que
ele
tornou-se
igual a Deus.
SOLUÇÃO:
Estas duas passagens
estão abordando duas coisas diferentes. Gênesis 1 está falando
de
uma virtude humana por criação,
ao passo que Gênesis
3 está se referindo ao que o homem
obteve
por aquisição.
A primeira passagem
refere-se a Adão e Eva
antes da queda, e a
segunda
refere-se
a eles depois da queda. A primeira tem que ver com a natureza
deles e a segunda,
com o
seu
estado. Pela
criação Adão não era conhecedor do bem e do mal. Uma vez tendo
pecado, porém,
ele
conheceu o bem e o mal. Quando essas diferenças são compreendidas,
não há conflito algum.
GÊNESIS
3:8 - Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus
onipresente?
PROBLEMA:
A Bíblia diz que
Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, isto é, que ele é
onipresente
(Sl 139:7-10; Jr 23:23). Mas, já que Deus está em toda parte, então
como Adão e Eva
puderam
esconder-se "da presença do Senhor Deus"?
SOLUÇÃO:
Este versículo não
está abordando a onipresença de Deus, mas está falando de uma
visível
manifestação dele (cf. v. 24). Deus está em toda parte em sua
onipresença, mas ele se
manifesta
de tempos em tempos, em certos lugares e por certos meios, tais como
uma sarça ardente
(Êx
3), uma coluna de fogo (Êx 13:21), fumaça no templo (Is 6) e assim
por diante. É nesse sentido
restrito
que alguém pode sair "da presença do Senhor Deus".
GÊNESIS
4:5 - Deus faz acepção de certas pessoas?
PROBLEMA:
Nas Escrituras, Deus
é apresentado como alguém para quem "não há acepção de
pessoas"
(Rm 2:11), e como quem "não faz acepção de pessoas" (Dt
10:17). Contudo, a Bíblia nos
diz
que "de Caim e de sua oferta [Deus] não se agradou" (Gn
4:5), o que parece uma contradição.
SOLUÇÃO:
Antes de mais nada,
Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando
cada
um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança
(Gn 1:27). Não fosse
assim,
ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que
Deus não faz acepção de
pessoas,
ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na
aplicação da sua justiça.
Como
diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem
aceita suborno" (v. 1.7). Em
outras
palavras, Deus é
completamente justo
e imparcial em seus procedimentos.
Entretanto,
há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de
seus atos
perversos.
Ele não se agradou de Caim e
de sua oferta (Gn
4:5) porque ela não foi oferecida com fé
(Hb
11:4). A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou
a obra dos nicolaítas (Ap
2:6),
não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos
delas. Como João disse aos
crentes
de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap
2:6). Deus ama o pecador, mas
odeia
o pecado.
GÊNESIS
4:12-13 - Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo
assassinato que
cometeu?
PROBLEMA:
No AT, os assassinos
recebiam a pena capital pelo seu crime (Gn 9:6; Êx 21:12).
Contudo,
Caim não somente saiu livre, depois de matar seu irmão, como também
foi protegido de
qualquer
vingança (Gn4:15).
SOLUÇÃO:
Há várias razões
pelas quais Caim não foi executado pelo seu crime capital. Primeiro,
Deus
não havia ainda estabelecido a pena de morte como instrumento do
governo humano (cf. Rm
13:1-4).
Somente depois de a violência ter enchido toda a terra, nos dias
anteriores ao dilúvio, foi
que
Deus determinou: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo
homem se derramará o seu;
porque
Deus fez o homem segundo a sua imagem" (Gn 9:6).
Segundo,
quem seria o executor de Caim? Ele acabara de matar Abel. A essa
altura, apenas
Adão
e Eva tinham restado. Certamente Deus não iria apelar aos pais para
que matassem o filho
remanescente.
Em face disso, Deus, que é soberano sobre a vida e a morte, como
somente ele é (Dt
32:39),
pessoalmente comutou a pena de morte de Caim. Entretanto, ao agir
assim, Deus
demonstrou
a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno
de morte, ao
declarar:
"A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da terra a
mim" (v. 10). Não obstante,
até
mesmo Caim parece ter reconhecido que ele era merecedor da morte, e
pediu proteção a Deus
(v.
14).
Finalmente,
a promessa de Deus para proteger Caim da vingança incluía a pena
capital para
quem
quer que tomasse a vida dele (cf. v. 15). Dessa forma, o caso de Caim
é uma exceção que
prova
a regra, e que de forma alguma vai de encontro à pena de morte, tal
como estabelecida por
Deus
(veja os comentários de João 8:3-11).
GÊNESIS
4:17 - Como
foi que Caim conseguiu uma esposa?
PROBLEMA:
Não havia mulheres
com quem Caim se casasse. Havia apenas Adão, Eva (4:1) e
seu
irmão morto, Abel (4:8). Contudo, a Bíblia diz que Caim casou-se e
teve filhos.
SOLUÇÃO:
Caim casou-se com
uma irmã (ou talvez com uma sobrinha). A Bíblia diz que Adão
"teve
filhos e filhas" (Gn 5:4). Com efeito, como Adão viveu 930 anos
(Gn 5:5), ele teve muito
tempo
para ter muitos filhos e filhas! Caim pode ter se casado com uma de
suas muitas irmãs ou,
quem
sabe, com uma sobrinha, se quando se casou seus irmãos e irmãs já
tivessem filhas crescidas.
Neste
caso, obviamente, um de seus irmãos teria se casado com uma irmã.
GÊNESIS
4:17- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem
cometer
incesto?
PROBLEMA:
Se Caim casou-se com
uma irmã, isso é incesto, o que a Bíblia condena (Lv 18:6).
Além
disso, casamentos incestuosos com freqüência geram filhos
geneticamente defeituosos.
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
não havia imperfeições genéticas no começo da raça humana.
Deus
criou um homem (Adão) geneticamente perfeito (Gn 1:27). Os defeitos
genéticos resultaram
da
queda e somente ocorreram com o passar de longos períodos de tempo.
Em
segundo lugar, nos dias de Caim não havia mandamento de Deus para
que não se
casassem
com um parente próximo. Este mandamento (Lv 18) veio milhares de
anos depois, nos
dias
de Moisés (cerca de 1500 a.C).
Finalmente,
já que a raça humana começou com um casal único (Adão e Eva),
Caim não
teria
com quem se casar, a não ser com alguém de parentesco bem próximo,
do sexo feminino (uma
irmã
ou sobrinha).
GÊNESIS
4:19 - A Bíblia aprova a poligamia?
(Veja
os comentários de 1 Reis 11:1.)
GÊNESIS
4:26 - O culto a Deus começou aqui, ou foi antes?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo - "daí se começou a invocar o nome do Senhor"
-, se
depreende
que, até os dias de Enos, filho do terceiro filho de Adão e Eva,
Deus não era cultuado.
Contudo,
bem antes desse tampo o primeiro filho de Adão, Abel, trouxe um
sacrifício ao Senhor,
que
foi aceito (Gn:4:3-4).
SOLUÇÃO:
O significado de
"invocar o nome do Senhor" (em Gn 4:26) não está muito
claro. E o
que
não está muito claro não pode ser tomado para contradizer o que
está claro, a saber, que Abel
cultuou
a Deus antes de Enos. É possível que "invocar o nome do
Senhor" seja uma referência a um
culto
ao Senhor feito de forma regular, com maior solenidade, e, ou, um
culto público, ou ainda
uma
referência à oração (cf. Rm 10:13), que não era praticada
anteriormente.
De
qualquer forma, não há contradição alguma aqui, pois, antes desse
tempo, não é
dito que
Abel
ou algum outro "invocou o nome do Senhor" - qualquer que
seja o significado dessa frase.
GÊNESIS
5:1ss - Como podemos conciliar esta cronologia (que vai até cerca de
4.000 anos
a.C.)
com a antropologia, que tem demonstrado que a humanidade é muito
mais velha?
PROBLEMA:
Se as idades
mencionadas em Gênesis 5 e 10 foram somadas ao restante das datas
do
AT, o resultado será cerca de um pouco mais de 4.000 anos a.C. Mas
os arqueólogos e
antropólogos
datam o homem de milhares de anos antes (pelo menos 10.000 anos).
SOLUÇÃO:
Há uma boa
evidência que sustenta a crença de que a humanidade tenha mais de
6.000
anos.
Mas há também boas razões para se crer que há algumas lacunas nas
genealogias de Gênesis.
Primeiro,
sabemos que há uma lacuna na genealogia do livro de Mateus, quando
diz "Jorão, [gerou]
a
Uzias" (Mt 1:8). Mas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14,
vemos que Mateus deixa fora três
gerações
(Acazias, Joás e Amazias), como segue:
Mateus
1 Crônicas
Jorão
Jorão
-
Acazias
-
Joás
-
Amazias
Uzias
Uzias (também chamado Azarias)
Segundo,
falta pelo menos uma geração na genealogia de Gênesis. Lucas 3:36
menciona
"Cainã"
entre Arfaxade e Sala, mas o nome Cainã não aparece nessa ordem no
registro de Gênesis
(veja
Gn 10:22-24). É melhor vermos Gênesis 5 e 10 como genealogias
adequadas, não como
cronologias
completas.
Finalmente,
pelo fato de se saber que há lacunas nas genealogias, não podemos
determinar
acuradamente
a idade da raça humana simplesmente pela adição dos números de
Gênesis 5 e 10.
GÊNESIS
5:5 - Como podia alguém viver mais de 900 anos?
PROBLEMA:
"Os dias todos
da vida de Adão foram novecentos e trinta anos" (Gn 5:5);
Matusalém
viveu "novecentos e sessenta e nove anos" (Gn 5:27); e a
média da idade dos que
tiveram
uma vida normal foi superior a 900 anos. Contudo, a própria Bíblia
reconhece que a
maioria
das pessoas chega até os 70 ou 80 anos, quando ocorre sua morte
natural (Sl 90:10).
SOLUÇÃO:
Antes de mais nada,
a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao
tempo
posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos
para a maioria, embora
o
próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).
Alguns
sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o
que reduziria 900
anos
ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é
plausível por duas razões. A
primeira
é que não há precedente algum no AT que tome a palavra "ano"
com o sentido de "mês". A
segunda
é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn
5:15) e Cainã, aos 70
anos
(Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de seis anos
de idade ao terem filhos,
o
que é biologicamente impossível.
Outros
sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que
se mantiveram
por
gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido,
por vários motivos. Primeiro,
alguns
desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de
indivíduos cujas vidas
foram
narradas no texto (Gênesis 1-9). Segundo, linhas familiares não
"geram"
linhas familiares
com
nomes diferentes. Terceiro, linhas familiares não "morrem",
como aconteceu com cada um
daqueles
indivíduos (cf. 5:5,8,11
etc). Quarto, a referência a ter "filhos e filhas"(5:4)
não é
compatível
com essa teoria de clãs.
Conseqüentemente,
tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora
fossem
anos lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões: (1)
Antes de mais nada,
posteriormente
a vida foi reduzida a 120 anos como uma punição dada por Deus (Gn
6:3). (2)
Depois
do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos
900 anos (Gn 5) para os
600
(Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os 200
(Reú: Gn 11:20-21). (3)
Biologicamente,
não há razão por que o homem não possa ter vivido centenas de
anos. Os cientistas
lutam
muito mais para resolver o problema do envelhecimento e da morte do
que o da longevidade.
(4)
A Bíblia não é
a única a falar de
centenas de anos como idade dos antigos. Há também registros
do
grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.
GÊNESIS
6:2 - Os "filhos de Deus" eram anjos que se casaram com
mulheres?
PROBLEMA:
A expressão "filhos
de Deus" no AT é empregada exclusivamente referindo-se a
anjos
(Jó 1:6; 2:1; 38:7). Entretanto, o NT nos informa que os anjos "nem
casam, nem se dão em
casamento"
(Mt 22:30). Além disso, se os anjos se casassem com seres humanos,
os filhos deles
seriam
meio humanos, meio anjos. Mas os anjos não podem ser redimidos(Hb
2:14-16; 2 Pe 2:4; Jd
6).
SOLUÇÃO:
Várias são as
interpretações possíveis, no lugar de insistir em que anjos tenham
coabitado
com seres humanos.
Alguns
eruditos bíblicos crêem que a expressão "filhos de Deus"
seja uma referência à
linhagem
piedosa de Sete (através da qual viria o redentor - Gn 4:26), que se
entremeou com a linha
ímpia
de Caim. Eles alegam que: (a) isso se coaduna com o contexto
imediato; (b) evita todo o
problema
decorrente da interpretação de que eram anjos; (c) está de acordo
com o fato de que os
seres
humanos também são mencionados no AT como "filhos" de
Deus (Is 43:6).
Outros
estudiosos acreditam que "filhos de Deus" seja uma
referência a grandes homens, a
"varões
de renome na antigüidade". Apontam para o fato de que o texto
refere-se a "gigantes" e
"valentes"
(v. 4). Ainda, isso evita o problema de os anjos (espíritos)
coabitarem com seres
humanos.
Outros
ainda combinam estas interpretações e especulam que os "filhos
de Deus" eram anjos
que
"não guardaram o seu estado original" (Jd 6) e que na
realidade possuíram seres humanos,
levando-os
a um cruzamento com "as filhas dos homens", produzindo
assim uma raça superior, cuja
semente
foram os "gigantes" e os "varões de renome".
Esta posição parece explicar todos os pontos,
exceto
o problema insuperável de os anjos, não tendo corpos (Hb 1:14) e
sendo assexuados,
coabitarem
com seres humanos.
GÊNESIS
6:3 - Há aqui uma contradição com o que Moisés disse no Salmo 90,
a respeito da
duração
da vida humana?
PROBLEMA:
O texto de Gênesis
6:3 parece indicar que a longevidade humana após o dilúvio
seria
de, no máximo, "cento e vinte anos". Contudo, no Salmo 90,
Moisés a considerou ser de 70 ou
80
anos, no máximo (v. 10).
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
não é de todo certo que Gênesis 6:3 esteja se referindo à
longevidade
humana. Pode ser que esteja falando de quantos anos ainda faltavam
até que o dilúvio
ocorresse.
Segundo,
mesmo que de fato seja uma antevisão da duração da vida dos
homens, isso não
contradiz
a posterior referência a 70 ou 80 anos, por duas razões: primeiro,
o texto se refere a um
período
anterior, quando as pessoas ainda viviam mais tempo (o próprio
Moisés viveu 120 anos,
conforme
Deuteronômio 34:7); segundo, os 70 ou 80 anos provavelmente não
seriam um limite
superior
absoluto, mas simplesmente uma referência à média das idades das
pessoas que morrem na
velhice.
GÊNESIS
6:6 - Por que Deus estava insatisfeito com o que ele tinha feito?
PROBLEMA:
Em Gênesis 1:31,
Deus estava plenamente satisfeito com o que acabara de fazer,
declarando
que tudo "era muito bom". Mas, em Gênesis 6:6, ele declara
que "se arrependeu... de ter
feito
o homem na terra". Como estas duas afirmativas podem ser
verdadeiras?
SOLUÇÃO:
Estes versículos se
referem à humanidade em tempos diferentes e sob diferentes
condições.
O primeiro enfoca os seres humanos em seu estado
original de criação. O
segundo
refere-se
à humanidade depois da queda e logo antes do dilúvio. Deus se
agradou com o que criou,
mas
não teve prazer algum com o que o pecado fez em sua perfeita
criação.
GÊNESIS
6:14ss - Como é que na relativamente pequena arca de Noé couberam
centenas de
milhares
de espécies?
PROBLEMA:
A Bíblia diz que a
arca de Noé tinha apenas 137 metros de comprimento, por 23 de
largura
e 14 de altura (Gn 6:15). Noé recebeu a instrução de colocar nela
um casal de cada espécie
de
animal imundo e sete casais de animais puros (6:19; 7:2). Mas os
cientistas nos informam de que
há
de meio bilhão a um bilhão ou mais de espécies de animais.
SOLUÇÃO:
Primeiro, o conceito
moderno de "espécie" não é o mesmo da Bíblia. No
sentido
bíblico,
provavelmente sejam apenas algumas centenas de "espécies"
diferentes de animais
terrestres
que teriam de ser levados para a arca. Os animais marinhos
permaneceram no mar, e
muitas
outras espécies poderiam sobreviver na forma de ovos.
Segundo,
a arca não era assim tão pequena; ela tinha uma enorme estrutura -
a dimensão de
um
moderno transatlântico. Além disso, ela tinha três andares (6:16),
o que triplicava seu espaço a
um
total de 425.000 metros cúbicos!
Terceiro,
Noé pode ter levado filhotes ou variedades menores de alguns dos
animais de
maior
porte. Levando em conta todos esses fatores, havia espaço suficiente
para todos os animais,
para
o alimento para a viagem e para os oito seres humanos a bordo.
GÊNESIS
6:14ss - Como é que uma arca feita de madeira poderia resistir a um
dilúvio tão
violento?
PROBLEMA:
A arca tinha sido
construída apenas de madeira, e levava uma pesada carga. Um
dilúvio
de âmbito mundial produz violentas correntezas, que teriam quebrado
a arca totalmente (cf.
Gn
7:4,11).
SOLUÇÃO:
Primeiro, a arca foi
feita de um material resistente e flexível (cipreste, cf. Gn 6:14),
uma
madeira que "cede" sem se rachar. Segundo, a carga penada
foi um ponto positivo, por lhe dar
certa
estabilidade. Terceiro, os arquitetos navais informam-nos de que a
forma construtiva da arca,
semelhante
a uma caixa comprida, é uma forma que dá estabilidade e resistência
a águas
turbulentas.
Na verdade, os transatlânticos modernos seguem basicamente as mesmas
dimensões da
arca
de Noé ou têm medidas proporcionais às dela.
GÊNESIS
7:24 - O dilúvio teve a duração de quarenta ou de cento e
cinqüenta dias?
PROBLEMA:
Segundo Gênesis
7:24 (e 8:3), as águas do dilúvio permaneceram durante 150 dias.
Mas
outros versículos nos dizem que foram apenas quarenta dias de
dilúvio (Gn 7:4,12,17). Qual é
o
correto?
SOLUÇÃO:
Estes números
referem-se a coisas diferentes. Quarenta dias foi o tempo em que
"houve
copiosa chuva" (7:12), e 150 dias foi o tempo em que as águas
do dilúvio "predominaram"
(cf.
7:24).
Ao
fim dos 150 dias, "as águas iam-se escoando" (8:3). Não
foi senão após o quinto mês
depois
do início da chuva que a arca repousou no monte Ararate (8:4).
Então, onze meses depois do
início
das chuvas, as águas secaram-se (7:11; 8:13). E exatamente um ano e
dez dias depois do
início
do dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e pisaram em solo
seco (7:11; 8:14).
GÊNESIS
8:1 -Deus esqueceu-se temporariamente de Noé?
PROBLEMA:
O fato de o texto
dizer que "Lembrou-se Deus de Noé" parece implicar que o
Senhor
se esqueceu de Noé temporariamente. Contudo, a Bíblia declara que
Deus sabe todas as
coisas
(SI 139:2-4; Jr 17:10; Hb 4:13) e que nunca se esquece de seus santos
(Is 49:15). Como então
pôde
ele temporariamente esquecer-se de Noé?
SOLUÇÃO:
Em sua onisciência,
Deus sempre esteve consciente de que Noé estava na arca.
Entretanto,
depois de Noé ter permanecido nela por mais de um ano, como
se tivesse sido
esquecido,
Deus deu um sinal de sua lembrança e fez com que Noé e sua família
saíssem da arca.
Mas,
Deus nunca se esqueceu de Noé, já que o Senhor mesmo foi quem o
notificou, no início, para
salvar
a si e à espécie humana (cf. Gn 6:8-13). Com freqüência, nós
mesmos usamos uma expressão
semelhante,
quando dizemos que nos "lembramos" de alguém no seu dia de
aniversário, mesmo que
nunca
tenhamos nos esquecido da existência de tal pessoa.
GÊNESIS
8:21 - Deus mudou de idéia quanto a nunca mais destruir o
mundo
de novo? PROBLEMA: De
acordo com este versículo, depois do dilúvio, Deus
prometeu:"...
nem tomarei a ferir todo vivente, como fiz". Entretanto, Pedro
prediz que haverá um
dia
em que "os céus passarão com estrepitoso estrondo e os
elementos se desfarão abrasados;
também
a terra e as obras que nela existem serão atingidas" (2 Pe
3:10).
SOLUÇÃO:
Depois do dilúvio,
Deus somente prometeu nunca mais destruir o mundo da
mesma
maneira
como Ele tinha feito
(Gn 9:11), ou seja, com água. O arco-íris é um símbolo perpétuo
dessa
promessa. A segunda destruição do mundo será com fogo, e não com
água. O que vai
acontecer
é que "os elementos se desfarão abrasados" (2 Pe 3:10).
Mesmo assim, naquele dia Deus
não
vai destruir todos os seres viventes. Os homens serão salvos em seus
corpos físicos ressurretos
e
imperecíveis (1 Co 15:42).
GÊNESIS
8:22 - Já que Deus prometeu sempre haver sementeira e ceifa, então
por que houve
tempos
de fome?
PROBLEMA:
Deus prometeu a Noé:
"Enquanto durar a terra não deixará de haver sementeira e
ceifa".
Entretanto, há muitos tempos de fome, inclusive registrados na
Bíblia, em que não houve
ceifa
(cf. Gn 26:1; 41:54).
SOLUÇÃO:
O verbo "cessar"
(do hebraico shabath)
significa chegar a
um fim, ser eliminado,
acabar
com uma coisa completamente. Esta passagem promete apenas que as
estações
não cessarão,
não
as colheitas. A referência é ao tempo da semeadura e ao tempo da
colheita, não necessariamente
a
estes eventos. E as estações jamais foram interrompidas; elas têm
o seu curso normal, desde que
essa
promessa foi feita a Noé. Ainda, a promessa de Deus não constitui
uma garantia de que não
haveria
jamais interrupções temporárias. É apenas uma afirmativa de que
haveria permanentemente
os
ciclos das estações do ano, até o final dos tempos.
GÊNESIS
9:3 - Deus ordenou que se comesse carne ou apenas vegetais?
PROBLEMA:
Quando Deus criou
Adão, o Senhor ordenou-lhe que comesse somente "todas as
ervas
que dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas
as árvores em que há fruto
que
dê semente" (Gn 1:29). A carne, porém, não foi dada por Deus
para se comer. Entretanto,
quando
Noé saiu da arca, Deus lhe disse: "Tudo o que se move, e vive,
ser-vos-á para alimento;
como
vos dei a erva verde, tudo vos dou agora" (Gn 9:3). Isso está
em contradição com o
mandamento
anterior dado por Deus para não se comer carne.
SOLUÇÃO:
Este é
um bom exemplo da
revelação progressiva de Deus, em que mandamentos
anteriores
são substituído! por posteriores. Em questões que não envolvem
alteração em nenhum
padrão
moral intrínseco (que é baseado na natureza de Deus), o Senhor tem
a liberdade de alterar os
mandamentos
que ele deu às suas criaturas, de forma a servir a seus propósitos
gerais, dentro do
processo
da redenção. Por exemplo, podemos comparar isso com os pais que,
numa fase da vida de
seus
filhos, deixam-nos comer com a mão, para mais tarde ensiná-los a
usar uma colher.
Posteriormente,
ainda, eles instruem seus filhos a não mais usarem uma colher, mas
sim um garfo.
Não
há contradição alguma nesse processo. É simplesmente uma questão
de revelação progressiva,
adaptada
às circunstâncias e visando o objetivo final. É assim que Deus
trabalha.
GÊNESIS
10:5 (cf. 20,31) - Por que este versículo dá a entender que a
humanidade tinha
muitas
línguas, já que Gênesis 11:1 diz que havia uma única língua?
PROBLEMA:
Os textos de Gênesis
10:5,20,31 parecem indicar que havia muitos dialetos, o que
aparentemente
está em conflito com Gênesis 11:1, que de forma bem clara diz que
"em toda a terra
havia
apenas uma linguagem e uma só maneira de falar".
SOLUÇÃO:
Estes textos
referem-se a dois tempos diferentes. Anteriormente, enquanto estavam
mantendo
suas distinções tribais, os descendentes de Cam, Sem e Jafé, todos
eles falavam a mesma
língua.
Posteriormente, com a torre de Babel (Gn 11), Deus puniu os homens
pelo projeto com o
qual
se rebelavam contra ele, confundindo-lhes a fala. Como resultado, as
tribos não mais
conseguiam
comunicar-se umas com as outras, embora possivelmente às subtribos e
aos clãs tenha
sido
permitido uma linguagem compreensível, para que assim continuassem a
se comunicar entre si.
GÊNESIS
11:5 - Como foi que Deus "desceu" do céu, uma vez que ele
já estava aqui (como
está
em toda parte)?
PROBLEMA:
Deus é onipresente,
isto é, ele está em todo lugar ao mesmo tempo (SI 139:7-10).
Gênesis
11:5 declara que Deus "desceu" para ver a cidade que os
homens edificavam. Mas se ele já
estava
aqui, como é que ele "desceu" até aqui?
SOLUÇÃO:
Deus "desceu"
é uma teofania, que significa uma manifestação especial, e num
determinado
local, da presença de Deus. Estas teofanias ocorriam freqüentemente
no AT. Certa vez,
Deus
apareceu a Abraão como homem (Gn 18:2). Deus também desceu para
falar com Moisés (Êx
3),
com Josué (Js 5:13-15) e com Gideão (Jz 6), de maneira semelhante.
GÊNESIS
11:28 - Como a família de Abraão poderia ser de Ur dos cal-deus, se
em outra
passagem
é dito que seus ancestrais vieram de Harã?
PROBLEMA:
Há um aparente
conflito com respeito à verdadeira procedência de Abraão. Gênesis
11:28
diz que Abraão veio de Ur dos caldeus (que fica ao sul do, hoje,
Iraque), mas Gênesis 29:4
afirma
que ele é de Harã (ao norte do Iraque).
SOLUÇÃO:
Esse conflito é
facilmente resolvido. A família de Abraão originou-se em Ur, mas
depois
emigrou para Harã, quando Deus o chamou (Gn 11:31-12:1). Não é de
se estranhar que
Abraão
considerasse Harã, onde vivera até os seus 75
anos, como a sua
terra. Também, é muito
natural
que ele se refira aos filhos de seus dois irmãos mais velhos como
parte de sua família.
GÊNESIS
11:32 - Abraão tinha 75 ou 135 anos de idade quando saiu de Harã?
PROBLEMA:
Gênesis 11:26
afirma: "Viveu Terá setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a
Harã".
Em
Atos 7:4, Estêvão afirma que Abraão saiu de Harã somente quando
seu pai, Terá, morreu.
Gênesis
11:32 diz que Terá morreu com 205 anos. Se Abraão nasceu quando
Terá tinha 70 anos, e
se
ele foi para Canaã somente depois da morte de Terá aos seus 205
anos, então Abraão deveria ter
135
anos quando deixou Harã em viagem para Canaã. Entretanto, Gênesis
12:4 afirma: "Tinha
Abrão
setenta e cinco anos quando saiu de Harã". Que idade então
tinha Abraão quando ele saiu de
Harã,
75 ou 135 anos?
SOLUÇÃO:
Abraão tinha 75
anos quando partiu
de Harã. Embora fosse usual listar os nomes dos
filhos
do mais velho para o mais novo, esta prática nem sempre era
obedecida. Gênesis 11:26 não
diz
que Terá tinha 70 anos quando Abraão nasceu. Antes, afirma que Terá
viveu até os seus 70 anos
sem
ter filho algum, e então teve três filhos: Abraão, Naor e Harã.
Possivelmente Harã tenha sido o
filho
mais velho de Terá, o que parece indicado pelo fato de que ele foi o
primeiro a morrer (Gn
11:28).
Naor foi provavelmente o filho do meio e Abraão, o caçula. Abraão
foi apresentado em
primeiro
lugar porque ele foi o filho mais importante de Terá. Como Abraão
tinha 75 anos de idade
quando
partiu de Harã, isso quer dizer que Terá estava com 130 anos quando
Abraão nasceu.
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