EZEQUIEL
EZEQUIEL
1:5-28 - É esta uma manifestação de OVNI'S e de inteligência
extraterrestre?
PROBLEMA:
Ezequiel fala de
"seres viventes" cujas faces tinham "a semelhança de
homem", e
que
se moviam "à semelhança de relâmpagos" (v.14). Eles se
elevavam (v. 19) e suas "rodas se
elevavam
juntamente com eles" (v. 20). Alguns consideram esta descrição
como referindo-se a
OVNI'Se
a extraterrestres. Há criaturas extraterrestres, semelhantes ao
homem, no espaço cósmico?
SOLUÇÃO:
Não se trata de uma
referência a OVNIS, e sim de uma visão dá glória de Deus. Isso é
evidente
por várias razões. Primeiro, o texto estabelece com clareza: "Esta
era a aparência da glória
do
Senhor" (Bzl:28).
Segundo,
logo no primeiro versículo deste capítulo fala-se de "Visões",
que se apresentam,
em
geral, em formas altamente simbólicas (cf. Ap 1:9-20). Portanto,
toda "semelhança" neste texto
não
deve ser entendida de modo literal, mas simbolicamente.
Terceiro,
os "seres viventes" eram anjos, uma vez que eles tinham
"asas" (v. 6) e voavam no
meio
do céu. Eles se comparam aos anjos mencionados em Isaías 6:2 e
especialmente aos "seres
viventes"
(anjos) ao lado do trono de Deus (Ap 4:6).
Quarto,
a mensagem deles provinha do "Senhor Deus" de Israel ao
profeta Ezequiel (cf. 2:1-
4),
e não de supostos seres extraterrestres. O contexto era uma mensagem
do Deus de Israel por
meio
do profeta judeu de nome Ezequiel para a "casa rebelde"
(2:3-4; cf. 3:4,9) de Israel.
Quinto,
não há evidência alguma da existência de criaturas
extraterrestres, semelhantes ao
homem,
em parte alguma do universo. Há, certamente, espíritos demoníacos
que a Bíblia chama de
"espírito
mentiroso" (1 Rs 22:22) e "espíritos enganadores" (1
Tm 4:1). Esses demônios ou anjos
malignos
podem enganar as pessoas, fazendo com que elas creiam que eles são
seres extraterrestres.
Mas
eles podem ser reconhecidos por seu falso ensino e pelas práticas
más que estimulam, tais
como
idolatria, feitiçaria, astrologia, adivinhação, cartomancia e
necromancia (cf. Dt 13:1-9; 18:9-
14;
1 Tm 4:1-3).
EZEQUIEL
14:9 - Foi Deus quem enganou esses falsos profetas?
PROBLEMA:
Ezequiel declara que
Deus induzia os falsos profetas a falar e então os destruía por
terem
agido assim. Mas isso parece ser um ato de engano.
SOLUÇÃO:
A ação de Deus não
era nem enganosa nem moralmente coercitiva. Dar falsas
profecias
é exatamente o que os falsos profetas gostam de fazer. Assim, não
há coerção alguma por
parte
de Deus em induzi-los a praticar o seu negócio. O Deus soberano de
tal modo dispôs as
circunstâncias,
que esses homens maus, por sua livre vontade, se punham a proferir
falsas profecias,
que
revelavam o seu verdadeiro caráter e os levavam à condenação. E
por não amarem a verdade
que
Deus fez com que eles se dedicassem ao erro, com a decorrente
conseqüência, ou seja, sua
destruição
(veja 2 Ts 2:10-11).
EZEQUIEL
16:47 - Israel imitou os pagãos, ou não?
PROBLEMA:
De acordo com
Ezequiel 5:7, os israelitas foram condenados porque tinham sido
"mais
rebeldes do que as nações" ao seu redor . Contudo, segundo
Ezequiel 16:47, eles foram
condenados
por Deus, que disse: "Todavia não andaste nos seus caminhos,
nem fizeste conforme as
suas
abominações" (SBTB).
SOLUÇÃO:
Há duas possíveis
explicações para este caso. Alguns sustentam que os israelitas
tinham
imitado as nações pagas em alguns
aspectos, mas não
em todos.
Eles não chegaram
ao ponto
de
incorrer no mesmo juízo que Deus lançou sobre as nações ao seu
redor, embora o seu
procedimento
não estivesse sendo de acordo com a lei de Deus.
Outros
explicam que os dois textos mostram que eles não estavam apenas
imitando os
pagãos,
mas que tinham ido muito além, na corrupção moral. Quando a
segunda passagem é
tomada
em
sua totalidade, isso se torna mais claro: "Todavia não andaste
nos seus caminhos, nem fizeste
conforme
as suas abominações; mas como se isto fora mui pouco, ainda te
corrompeste mais do que
elas,
em todos os teus caminhos" (SBTB)*.
Em outras palavras, eles não eram como
os
pagãos; eles
eram
piores do
que eles! Os judeus não estavam imitando os pagãos; o mal os tinha
tomado de tal
forma,
que eles eram os que lideravam
o mal.
EZEQUIEL
16:49 - O pecado de Sodoma foi egoísmo, e não o homossexualismo?
PROBLEMA:
Ezequiel descreveu o
pecado de Sodoma como sendo o egoísmo: "Eis que esta foi a
iniqüidade
de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera
tranqüilidade teve ela e suas
filhas;
mas nunca amparou o pobre e o necessitado". Nenhuma menção é
feita ao pecado do
homossexualismo,
nem aos demais pecados do sexo per-vdrtido. Ao contrário da visão
tradicional,
Sodoma
aparentemente foi condenada apenas porque o seu povo era egoísta, e
não por terem sido
homossexuais.
SOLUÇÃO:
O pecado de Sodoma
não foi apenas
o egoísmo, mas
também o homossexualismo.
Isso
fica evidente ao considerarmos os seguintes fatos. Primeiro, o
contexto de Gênesis 19 revela
que
a sua perversão era sexual (veja os comentários de Gênesis 19:8).
Segundo,
o pecado do egoísmo relatado por Ezequiel (16:49) não exclui o
pecado do
homossexualismo.
A propósito, os pecados sexuais são uma forma de egoísmo, já que
eles
representam
a satisfação das paixões carnais.
Terceiro,
por chamar o pecado deles de "abominações", o versículo
imediato (v. 50) mostra
que
eram pecados sexuais. Esta é a mesma palavra usada para descrever os
pecados do
homossexualismo
em Levítico 18:22.
Quarto,
a notória natureza da perversidade sexual de Sodoma é revelada na
palavra
"sodomia",
que veio a ter o significado de prática homossexual.
Quinto,
o pecado de Sodoma é referido em outro texto das Escrituras como
tendo sido o da
perversão
sexual. Judas destaca que o pecado de Sodoma foi na área do sexo
pervertido, ao dizer:
"como
Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à
prostituição..."
(v. 7).
EZEQUIEL
18:20 - Deus pune uma pessoa pelo pecado de outra?
PROBLEMA:
Ezequiel diz com
clareza que Deus não pune os filhos pelos pecados de seus pais,
mas
que "a alma que pecar, essa morrerá [por causa de seus próprios
pecados]". Entretanto, em
Êxodo
20:5, somos informados de que Deus visita "a iniqüidade dos
pais nos filhos até à terceira e
quarta
geração". Estas duas colocações parecem ser claramente
contraditórias.
SOLUÇÃO:
Ezequiel está
falando que a culpa
que os pais têm,
por terem pecado, não se transfere
para
os filhos; mas Moisés referia-se às conseqüências
dos pecados dos
pais, dizendo que estas
passam
para os filhos. Infelizmente, se um pai é alcoólatra, os filhos
poderão sofrer abusos e até
mesmo
a pobreza. Da mesma forma, se uma mãe contrai Aids pelo uso de
drogas, então o seu bebê
pode
nascer com Aids. Mas isso não significa que aquela criança inocente
seja culpada dos pecados
de
seus pais.
Mesmo
que a passagem do livro de Êxodo implique que a culpa moral de
alguma forma seja
passada
para os filhos, seria porque eles também, como seus pais, teriam
pecado contra Deus. Devese
observar
que a passagem das iniqüidades de uma geração para outra se faz
com aqueles que o
*
O texto da ARA esclarece melhor ao colocar após
cada negativa a palavra "só": "Todavia, não só
andaste nos seus
caminhos,
nem só fizeste segundo as suas abominações,...". (N. do T.)
"aborrecem"
(Êx 20:5), isto é, que não cumprem os seus mandamentos, (veja os
comentários de
Romanos
5:12).
EZEQUIEL
18:32 - Deus se regozija com a condenação do pecador?
PROBLEMA:
De acordo com este
versículo, Deus declara: "Porque não tenho prazer na morte de
ninguém
[em seus pecados]". Contudo, em Provérbios 1:26, Deus declara
ao pecador: "Também eu
me
rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei".
Estas, porém, parecem ser
atitudes
conflitantes entre si, com relação à condenação do pecador.
SOLUÇÃO:
A resposta baseia-se
no fato de que essas passagens falam de dois tipos diferentes de
pessoas.
Deus não se regozija com a morte de um pecador que até a última
hora de sua vida não se
arrependeu,
já que o Senhor sabe que "aos homens está ordenado morrerem
uma só vez, vindo,
depois
disto, o juízo" (Hb 9:27). Entretanto, Deus de fato "ri"
(fica satisfeito) quando os néscios
aprendem
a conseqüência da sua imprudência nesta vida (cf. Pv 1:31). O riso
é uma figura de
linguagem
que procura exprimir a sua indignação por eles menosprezarem o
caminho da sabedoria,
indo
pelo caminho da insensatez. Deus sente uma correta indignação com
os que são imprudentes e
para
com os que não o temem (v. 29), e para si trazem ruína. Mas, de
forma alguma Deus se
regozija
com os que chegam ao seu destino final sem ele, porque o Senhor não
tem prazer algum na
morte
do ímpio.
EZEQUIEL
20:25 - Os estatutos de Deus são maus?
PROBLEMA:
Neste versículo
Deus diz: "pelo que lhes dei estatutos que não eram bons e
juízos
pelos
quais não haviam de viver". Entretanto, a Bíblia declara que
as leis de Deus são perfeitas e
santas
(Lv 11:45; SI 19:7; Rm 7:7).
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
Ezequiel provavelmente não está se referindo às leis de Deus, mas
a
estatutos pagãos que Deus fez com que fossem transferidos para o seu
povo quando ele
desobedeceu
a sua santa lei. Observe-se que o texto diz que Deus lhes deu
estatutos que não eram
bons
porque "se rebelaram contra mim" (20:21).
Segundo,
há um sentido no qual a santa lei de Deus pode ser entendida como
não sendo boa,
ou
seja, considerando-se que a desobediência a ela resulta em males. O
apóstolo Paulo expressou-se
assim
a esse respeito: "É a lei pecado? De modo nenhum!... Mas o
pecado, tomando ocasião pelo
mandamento,
despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está
morto o
pecado"
(Rm 7:7-8). Ou seja, o
propósito da lei é
bom (isto é, revelar a retidão de Deus), mas o
resultado
da lei é o mal (já
que a lei dá oportunidade a que o pecado ocorra).
EZEQUIEL
26:3-14 - Por que as profecias de Ezequiel foram incluídas nas
Escrituras, se elas
erram
no que diz
respeito a Nabucodonosor?
PROBLEMA:
De acordo com as
profecias de Ezequiel 26, Deus faria com que Nabucodonosor
fosse
contra a orgulhosa cidade de Tiro, destruindo-a completamente.
Entretanto, Ezequiel 29:18
mostra
que Nabucodonosor não teve sucesso na captura de Tiro. Como
conciliar estas duas
colocações?
SOLUÇÃO:
Nabucodonosor
realmente destruiu as cidades costeiras. Entretanto, o povo do porto
de
Tiro obviamente havia se transferido pára a cidade da ilha, a qual
puderam defender com sucesso
dos
invasores babilônicos. Nabucodonosor havia derrotado e despojado as
cidades da orla marítima,
como
Ezequiel profetizou (26:7-11), mas ele nâo foi vitorioso sobre a
cidade da ilha. Este fato é
registrado
em Ezequiel 29:18.
Além
disso, o versículo 12 denota uma mudança, passando da profecia a
respeito de
Nabucodonosor
para declarações proféticas concernentes a outros invasores. O
versículo 3 já tinha
introduzido
a idéia de muitos invasores, ao dizer: "farei subir contra ti
muitas nações". Como a
história
registra, muitas nações realmente insurgiram-se contra a cidade de
Tiro na ilha; mas foi
Alexandre,
o Grande, que, tendo sitiado a ilha da cidade de Tiro por volta de
332 a.C, conquistou
finalmente
essa cidade e a deixou em total ruína, de forma que ela nunca foi
reconstruída. Quando
corretamente
compreendida, a profecia de Ezequiel se ajusta de modo perfeito aos
registros
históricos.
EZEQUIEL
28:1 - Quem foi o príncipe de Tiro?
PROBLEMA:
Muitos eruditos
conservadores relacionam o príncipe de Tiro com Satanás.
Entretanto,
algumas afirmações, tais como "não passas de homem e não és
Deus" (28:2) denotam
que
esta é uma referência a um príncipe humano, e não a Satanás.
Quem foi o príncipe de Tiro?
SOLUÇÃO:
Os eruditos
evangélicos têm sustentado diferentes posições com relação à
identidade
do
príncipe de Tiro. Alguns consideram que a linguagem do capítulo 28
é altamente poética, com
figuras
de expressão que têm o propósito de enfatizar a arrogância do
príncipe de Tiro. Esses
comentaristas
entendem que se trata de um príncipe humano, embora haja
divergências quanto a
quem
seja exatamente tal pessoa. Alguns o identificam como tendo sido
Ethbaal III, que reinou de
cerca
de 591 a 572 a.C. Outros o identificam como Ithobal II, que pode ter
sido a mesma pessoa,
com
um nome diferente.
Alguns
comentaristas propõem que a linguagem empregada não pode ser
aplicada a
nenhuma
pessoa especificamente, mas que há uma personificação da própria
cidade. O "rei" serviria
assim
como um símbolo do governo e do povo como um todo.
Outros
comentaristas argumentam que os versículos de 1 a 10 referem-se a um
príncipe humano,
mas
que os versículos de 11 a 19 referem-se a Satanás. Os que defendem
esta posição apontam para
a
mudança de referência de "príncipe (nagid)
de Tiro", do
versículo 2, para "rei de Tiro" (nielek),
no
versículo
12. Esta mudança, de príncipe para rei, considerada em conjunto com
certas afirmações,
tais
como "estavas no Éden" (v. 13), "tu eras querubim da
guarda ungido" (v.14), e "perfeito eras
nos
teus caminhos, desde o dia em que foste criado" (v. 15), podem
indicar que esta seção seja sobre
Satanás.
Não sendo assim, outros entendem tais frases como simples
referências hiperbólicas (a
expressão
de um exagero como figura para enfatizar algo) aplicáveis ao
príncipe humano e ao rei.
Todos
os comentaristas conservadores concordam, entretanto, que o capítulo
28 é uma
profecia
contra a cidade de Tiro e seu governante, não importando quem tenha
sido ele. Este
exaltara-se
acima de Deus e merecia o juízo que o Senhor lhe traria. Embora a
identidade desse
príncipe
e rei seja uma questão controvertida, a aplicação desta passagem
estende-se a todos os que
se
exaltam em orgulho e arrogância contra Deus, não importando se são
reis, demônios ou pessoas
comuns.
E, é claro, Satanás é o caso de maior destaque entre todas essas
orgulhosas criaturas.
EZEQUIEL
29:17-20 - Ezequiel profetizou uma invasão do Egito por
Nabucodonosor, que
nunca
aconteceu realmente?
(A
abordagem da precisão histórica das profecias da invasão do Egito
por Nabucodonosor é
apresentada
nos comentários de Jeremias 43:8-13.)
EZEQUIEL
40-48 - Como estas profecias podem ser entendidas literalmente, se o
NT declara
que
o sistema de sacrifícios foi abolido com a morte de Cristo?
PROBLEMA:
Ezequiel parece
prever que, no período messiânico, o sistema de sacrifícios usado
pelos
judeus antes do tempo de Jesus será restabelecido (capítulos
40-48). Entretanto, o NT em
geral
e o livro de Hebreus em particular são enfáticos em declarar que
Cristo, por um único
sacrifício,
de uma vez para sempre eliminou a necessidade do sacrifício de
animais (Hb 10:1-9).
SOLUÇÃO:
Há duas
interpretações básicas desta passagem das escrituras. Alguns a
vêem
espiritualmente;
outros, literalmente.
Os
que argumentam em favor de uma interpretação espiritual
acham que esses
sacrifícios
não
devem ser considerados de forma literal, mas como símbolos ou
projeções do que foi cumprido
no
sacrifício totalmente suficiente de Cristo na cruz (Hb 1:1-2). Tais
pessoas dão as seguintes razões
em
defesa de sua posição:
1
- O NT ensina que Cristo cumpriu e aboliu o sistema de sacrifícios e
o sacerdócio do AT (Hb
8:8-10).
2
- O livro de Apocalipse descreve a cidade celestial futura sem
templos e sem sacrifícios, com
apenas
Cristo, o Cordeiro (21:22-27).
3
- Ezequiel descreve os gentios como excluídos do templo de Israel, o
que é contrário ao
ensino
do NT de que judeus e gentios são um em Cristo (Gl 3:28; Ef
2:12-22). 4j
4
- O NT fala da Igreja como sendo o Israel espiritual, na qual as
previsões do AT se cumprem
(GI
6:16; Hb 8:8-10).
Os
que se opõem a esta argumentação salientam, primeiro, que ela
viola o modo de
interpretação
histórico-gramatical normal, que atenta para o correto uso das
palavras. Além disso,
em
vez de interpretar o texto do AT como foi escrito, quer
interpretá-lo, ilegitimamente, à luz do
NT.
Argumentam ainda que os sacrifícios previstos por Ezequiel poderiam
estar apontando para
antes
da Cruz, assim como o AT aponta para depois dela.
A
interpretação literal contempla a real restauração do templo e do
sistema de sacrifícios,
assim
como Ezequiel previu, que se cumpriria durante o reinado de Cristo
sobre a terra no milênio
(Ap
20). Os que têm esta visão argumentam que:
1.
Ezequiel nos apresenta uma descrição muito detalhada, com numerosas
medições e cenas
históricas
que não se coadunam com uma interpretação espiritual.
2.
Se esta passagem é espiritualizada, então de forma semelhante a
maioria das profecias do AT
pode
ser também espiritualizada, inclusive aquelas que são entendidas
como sendo óbvias e literais
previsões
concernentes à primeira vinda de Cristo, e que sabemos terem sido
cumpridas
literalmente.
O mesmo, então, aplica-se à sua segunda vinda.
3.A
Bíblia faz distinção entre Israel e a Igreja (1 Co 10:32; Rm
9:3-4). As promessas específicas
para
Abraão e para a sua descendência na carne, tais como a Terra
Prometida (Gn 12:1-3), não se
cumprem
na Igreja, mas permanecem para ser ainda cumpridas no futuro (Rm 11;
Ap 20).
4.O
quadro descrito em Apocalipse 21 não é o do milênio (Ap 20), mas
do estado de eternidade que
se
segue. A previsão de Ezequiel (40-48) cumprir-se-á no milênio.
Depois, no novo céu e na nova
terra,
não haverá templo nem sacrifícios.
5.Os
sacrifícios mencionados por Ezequiel não são para a expiação de
pecados são apenas de
natureza
memorial,
com vistas à obra
completa realizada por Cristo na cruz, semelhante ao que
ocorre
com a ceia do Senhor na vida dos crentes hoje.
6.O
restante da profecia de Ezequiel se cumprirá no literal reinado de
Cristo por 1.000 anos (Ap
20:1-7),
quando ele sentar-se num trono literal com os seus doze apóstolos,
sentados em doze tronos
literais
em Jerusalém (Mt 19:28). Sendo assim, então não há por que não
considerar a profecia sobre
os
sacrifícios como literal também.
7.O
AT não preconizou como os judeus e os gentios se uniriam (cf. Ef
3:4-6), mas certamente
divisou
que os gentios seriam abençoados (Is 11:10-16). O que Ezequiel nos
apresenta não exclui
esta
última revelação (cf. Cl 1:26).
8.O
livro de Hebreus fala da abolição dos sacrifícios de animais
apenas no sentido expiatório,
não
no
sentido memorial.
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