JOÃO 2
OÃO
5:34 - Jesus aceitou o testemunho humano sobre quem ele era?
PROBLEMA:
Segundo esse
versículo, Jesus rejeitou o testemunho humano sobre si mesmo,
insistindo:
"Eu... não aceito humano testemunho". Mas em outra parte
ele aceitou o testemunho de
Pedro
de que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:16-18). De fato,
até mesmo no livro de
João
(Jo 15:27), Jesus disse a seus discípulos: "e vós também
testemunhareis, porque estais comigo
desde
o princípio".
SOLUÇÃO:
A diferença entre
essas afirmações é devida às circunstâncias do testemunho. Ele
não
aceitou
um mero testemunho humano para confirmar
quem ele era, mas de
fato o aceitou para
propagar
quem ele era. Deus,
por atos miraculosos, confirmou quem era Jesus (cf. At 2:22; Hb 2:3-
4),
e não os seres humanos. Por outro lado, quando os homens descobriam
o que Deus tinha
revelado,
o testemunho deles
era válido.
Mesmo
depois da grande confissão de Pedro, Jesus o fez lembrar-se de que
"não foi carne e
sangue
que to revelaram"(Mt 16:17). A questão pode ser resumida da
seguinte maneira:
O
TESTEMUNHO HUMANO NÃO PODIA - O TESTEMUNHO HUMANO
PODIA
Revelar
quem era Jesus
Descobrir quem era
Jesus
Confirmar
quem ele era
Disseminar quem ele era
Provar
quem ele era
Propagar quem ele
era
JOÃO
5:37 - A voz de Deus pode ser ouvida?
PROBLEMA:
Jesus declarou aos
judeus: "Jamais tendes ouvido a sua [de Deus] voz, nem visto a
sua
forma". Contudo, a voz de Deus foi ouvida muitas vezes no AT
(cf. 1 Sm 3:4-14), e o Pai falou
do
céu três vezes durante o ministério terreno de Jesus (Mt 3:17;
17:5; Jo 12:28).
SOLUÇÃO:
Há várias
interpretações dessa passagem. Primeiro, alguns defendem que Cristo
estava
simplesmente referindo-se à multidão a quem ele estava ministrando,
dessa forma não
excluindo
o fato de a voz de Deus ter sido ouvida por outros. Entretanto, isso
parece ser improvável
em
vista da devastadora palavra "jamais", bem como pelo fato
de que Jesus parece estar-se
dirigindo
à nação judaica em geral, que o rejeitou (cf. Jo 1:10-11; 5:39;
12:37).
Segundo,
outros crêem que Jesus está contrastando o estado do conhecimento
deles com o
dos
profetas do AT, que ouviram a voz de Deus e viram a sua forma
(manifestada em teofanias).
Sendo
assim, a incapacidade de eles compreenderem a voz de Deus era devida
ao fato de que e eles
não
estavam querendo responder a ela (Jo 5:40).
Terceiro,
muitos eruditos sustentam que nessa questão há uma referência a
eles não
atentarem
para a singular
ou interior voz de
Deus falando a seus corações, já que eles não estavam
receptivos
a sua Palavra (c . 1 Co 2:14). Isso está de acordo com o fato de que
eles podiam
examinar
as Escrituras (Jo 5:39) e mesmo assim não receber a sua mensagem
principal, que é
Cristo.
Além disso, a referência ao testemunho do Pai a respeito de Jesus
(no v. 37) pode ser uma
referência
à voz do céu no batismo de Jesus, a qual, da mesma maneira como a
voz posterior do céu
(em
Jo 12:28), eles não receberam, considerando-a como um "trova^"
(Jo 12:29).
JOÃO
6:35 - Por que as afirmações de Jesus do tipo "EU
SOU" são mencionadas apenas em
João?
PROBLEMA:
João menciona
numerosas vezes que Jesus disse "Eu sou" (por exemplo, Jo
6:35;
8:58;
10:9; 14:6). Contudo, nem mesmo uma dessas afirmações é mencionada
em qualquer dos
demais
Evangelhos. Será que João as inventou, ou Jesus de fato as fez?
SOLUÇÃO:
João relatou com
precisão o que viu e ouviu. Primeiro, ele foi uma testemunha ocular
daqueles
eventos 0o 21:34; cf. 1 Jo 1:1). O seu Evangelho está cheio de
detalhes geográficos (3:23),
topográficos
(6:10) e de conversas particulares que denunciam um conhecimento de
primeira mão
daqueles
acontecimentos do primeiro século (cf. Jo 3; 4; 13, 17).
Além
disso, quando João registra um acontecimento ou uma conversa que se
encontra
também
nos demais Evangelhos, ele o faz substancialmente, da mesma maneira
como os outros
evangelistas
o fazem. Isso inclui a pregação de João Batista (1:19-28), a
alimentação dos 5.000
(6:1-14),
Jesus andando por sobre as águas (6:15-21), comendo a Páscoa com os
seus discípulos
(13:1-2),
a negação de Pedro (13:36-38; 18:15-27), a traição de Judas
(18:1-11), os julgamentos de
Jesus
(18-19), sua crucificação (19) e sua ressurreição (20-21).
Adicionalmente,
os outros Evangelhos registram as mesmas características de
expressão
registradas
por João. Mateus 11:25-30 parece ser um trecho extraído do
Evangelho de João. Até
mesmo
o emprego da expressão "em verdade...", que era
característico de Jesus em João (cf. 1:51;
3:3,11;
5:19,24 etc), acha-se também nos outros Evangelhos (cf. Mt 5:18,26;
Mc 3:28; 9:1; Lc 4:24;
18:17),
embora João faça uso dessa expressão duas vezes mais que os outros
evangelistas,
possivelmente
por uma questão de ênfase.
Finalizando,
as diferenças do Evangelho de João em relação aos sinóticos pode
ser
explicada
de várias maneiras. Primeiramente, João dedica-se bem mais ao
ministério de Jesus na
Judéia,
ao passo que os outros Evangelhos abordam mais o seu ministério na
Galiléia.
Em
segundo lugar, João registra muitas das conversas particulares de
Jesus (cf. capítulos 3-
4;
13-17), ao passo que os outros Evangelhos falam mais de seu
ministério público.
Em
terceiro lugar, a respeito das afirmativas em que, com clareza, Jesus
se expressou
dizendo:
"Eu sou", elas vêm normalmente depois de Jesus ter sido
desafiado, quando ele declara o
seu
ponto de forma simples, mas enfática. Mesmo assim, elas não ficam
sem expressões paralelas
nos
outros Evangelhos, em que Jesus diz "Eu sou" [o Cristo] (Mc
14:62).
JOÃO
6:53-54 - O que Jesus queria dizer quando afirmou que nós deveríamos
comer a sua
carne?
PROBLEMA:
Os cristãos
evangélicos crêem que a Bíblia deve ser tomada literalmente. Mas
Jesus
disse:
"se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tendes vida
em
vós mesmos" (Jo 6:53). Isso também deve ser tomado
literalmente?
SOLUÇÃO:
O significado
literal (i.e., real) de um texto é o significado correto, mas o
sentido
literal
não implica que tudo deva ser tomado literalmente. Por exemplo, o
sentido literal da
afirmativa
de Jesus "Eu sou a videira verdadeira"(Jo 15:1) é que ele
é a real fonte da nossa vida
espiritual.
Mas não quer dizer que Jesus seja literalmente uma videira com
folhas crescendo de seus
braços
e de suas orelhas! Um significado literal pode ser transmitido por
meio de figuras de
linguagem.
Cristo é o real fundamento da Igreja (1 Co 3:11; Ef 2:20), mas ele
não é literalmente
uma
pedra angular de granito, com inscrições gravadas.
Há
muitas indicações em João 6 de que Jesus literalmente queria dizer
que a sua ordem para
comer
a sua carne deveria ser considerada de uma maneira figurada.
Primeiro, Jesus afirmou que a
sua
declaração não deveria ser tomada com um sentido materialista,
quando ele disse: "as palavras
que
eu vos tenho dito são espírito e são vida" (Jo 6:63).
Segundo, seria um absurdo e um
canibalismo
considerá-la com um sentido físico. Terceiro, ele não estava
falando da vida física, mas
da
"vida eterna" (Jo 6:54).
Quarto,
ele chamou a si mesmo de "o pão da vida" (Jo 6:48) e
contrastou esse pão com o
pão
físico (o maná) que no passado os judeus comeram no deserto (Jo
6:58). Quinto, ele usou a
figura
do "comer" a sua carne paralelamente à idéia de
"permanecer" nele (cf. Jo 15:4-5), que
representa
outra figura de linguagem. Nenhuma dessas figuras é para ser
entendida literalmente.
Sexto,
se comer a sua carne e beber o seu sangue fosse tomado literalmente,
isso iria contradizer
outros
mandamentos das Escrituras, que ensinam a não comer carne humana nem
sangue (cf. At
15:20).
Finalmente,
em vista do sentido figurado, esse versículo não pode ser usado em
apoio ao
conceito
católico romano da transubstanciação, ou sep, de comer o real
corpo de Jesus na
comunhão
(ver os comentários de Lucas 22:19).
JOÃO
7:1 - Por que Jesus temeu a
morte, e mesmo assim
disse a seus discípulos que não a
temessem?
PROBLEMA:
João nos informa de
que "Jesus andava pela Galiléia, porque não desejava percorrer
a
Judéia, visto que os judeus procuravam mátá-lo". Contudo,
Jesus disse a seus discípulos: "Amigos
meus:
não temais os que matam o corpo"(Lc 12:4).
SOLUÇÃO:
Jesus não estava
com medo da morte; ele simplesmente evitava morrer antes
da hora.
Antes
do tempo certo, Jesus dizia "ainda não é chegada a minha hora"
(Jo 2:4; 8:20). Mas quando a
sua
hora chegou (cL Jo 12:23), ele enfrentou a morte brava e
corajosamente. Do ponto de vista
humano,
Jesus abateu-se com o horror da
cruz (veja os
comentários de Hebreus 5:7b); ele orou:
"que
direi eu? Pai, salva-me desta hora?", a que ele mesmo respondeu
com um enfático não:
"Mas
precisamente
com este propósito vim para esta hora" (Jo 12:27).
Jesus
sabia desde o princípio que ele viera para morrer (cf. Jo 2:19-20;
10:10-11), e nunca
hesitou
em seu resoluto propósito de "dar a sua vida em resgate por
muitos" (Mc 10:45). Entretanto,
para
realizar isto, tal como Deus ordenara e os profetas haviam predito,
Jesus tinha de se precaver
de
atentados contra a sua vida antes do tempo e da forma determinados.
Por exemplo, ele teria de
ser
crucificado (cf. SI 22:16; Zc 12:10), e não apedrejado, como os
judeus procuraram fazer numa
certa
ocasião (veja Jo 10:32-33).
JOÃO
7:8 - Jesus mentiu aos seus irmãos?
PROBLEMA:
Os irmãos
incrédulos de Jesus desafiaram-no a subir a Jerusalém e mostrar-se
abertamente
se ele fosse o Messias (7:3-4). Jesus recusou, dizendo: "eu, por
enquanto, não subo,
porque
o meu tempo ainda não está cumprido" (v. 8). Entretanto, em
alguns versículos depois,
vemos
que "subiu ele também" (v. 10).
SOLUÇÃO:
Jesus não subiu a
Jerusalém da maneira como os seus irmãos sugeriram. Eles tinham
sugerido
que ele fosse e se manifestasse ao mundo (7:4). Mas a Escritura
declara de forma explícita
que
"subiu ele também, não
publicamente, mas em
oculto"(7:10).
JOÃO
7:53 - 8:11 - Por que alguns eruditos questionam essa história,
dizendo que não deveria
estar
na Bíblia?
PROBLEMA:
A história da
mulher surpreendida em adultério é encontrada na maioria das
versões
em
português, tais como na ARA, R-IBB, SBTB, EC, NVI, TLH e BV, se bem
que, em algumas
delas
(como na ARA) esse texto vem entre colchetes, indicando que não faz
parte do texto de João.
Algumas
dessas versões incluem também uma nota explicativa. Por que muitos
eruditos crêem que
essa
história não faz parte do manuscrito original do Evangelho de João?
SOLUÇÃO:
Há várias razões
por que muitos eruditos questionam quanto a esta passagem
pertencer
ou não ao Evangelho de João: (1) Essa passagem não aparece nos
manuscritos gregos
mais
antigos e confiáveis. (2) Ela não é encontrada nos melhores
manuscritos das mais antigas
traduções
da Bíblia para o siríaco antigo, para o copto, para o gótico e
para o latim antigo. (3)
Nenhum
escritor grego comentou acerca dessa passagem nos onze primeiros
séculos do
cristianismo.
(4) Ela não é citada pela maioria dos grandes primeiros "pais"
da Igreja, tais como
Clemente,
Tertuliano, Orígenes, Cipriano, Cirilo e outros. (5) O seu estilo
não é conforme o restante
do
Evangelho de João. (6) Ela interrompe o fluxo de pensamento de João.
A seqüência parece ser
mais
natural passando-se de João 7:52 para 8:12. (7) Essa história tem
sido encontrada em vários
lugares
diferentes em certos manuscritos - depois de João 7:36; depois de
João 21:24; depois de
João
7:44; e depois de Lucas 21:38. (8) Muitos manuscritos que a incluem
em João 7:53-8:11
assinalaram-na
com um óbelo, indicando ser uma passagem duvidosa.
Apesar
disso, muitos eruditos bíblicos acreditam que essa história é
autêntica. Ela com
certeza
não contém nenhum erro de doutrina, e enquadra-se dentro do caráter
de Jesus e do seu
ensino,
mas não se sabe ao certo se ela estava ou não no texto do
manuscrito original de João.
JOÃO
8:3-11 (cf. Rm 13:4) - Nesse texto Jesus rejeitou a pena capital?
PROBLEMA:
Algumas passagens
apresentam um bom argumento em favor da pena capital (de
morte).
Por exemplo, Romanos 13:4 diz: "porque não é sem motivo que
ela [a autoridade do
governo]
traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o
que pratica o mal". Em
João
8, uma mulher é surpreendida em adultério, o que era causa para
apedrejamento, de acordo
com
a lei mosaica. Contudo, Jesus não agiu de forma a fazer com que ela
morresse, mas perdooulhe
o
pecado. Daí pode-se concluir que Jesus rejeitou a pena capital?
SOLUÇÃO:
Primeiro, a
autoridade em Romanos 13 é o governo romano, e as autoridades em
João
8
são judias. A questão é que os judeus tinham de agir conforme a
lei romana. Por exemplo, se eles
realmente
iriam apedrejar aquela mulher, por que eles tiveram de buscar a ajuda
de Pilatos na
crucificação
de Jesus? Pois em João 18:31 os judeus responderam a Pilatos,
dizendo: "A nós não
nos
é lícito matar ninguém". Mas no caso da mulher adúltera,
eles estavam prontos para apedrejá-la.
Segundo,
eles não agiram em concordância com a própria lei. A lei dizia que
os dois, o
homem
e a mulher, teriam de ser trazidos perante o povo (Dt 22:22-24).
Desde que essa mulher
tinha
sido pega no próprio aro (v. 4), por que o homem não foi trazido
junto com ela para ser
apedrejado?
Os escribas e fariseus que supostamente eram cidadãos guardiães da
lei falharam num
ponto
chave de sua própria lei.
Terceiro,
os motivos que aqueles escribas e fariseus tiveram eram errados. Eles
estavam
usando
aquela oportunidade para tentar pegar Jesus de alguma forma, para que
assim tivessem uma
razão
para acusá-lo (v. 6). O crime de adultério não lhes parecia ser
importante. Antes, parecia-lhes
mais
importante encontrar um motivo para acusar Jesus.
Essa
passagem, então, não é um bom texto para quem queira propor que
Jesus se opunha à
pena
de morte. De fato, outras passagens da Escritura parecem dar suporte
a tal idéia (veja Gn 9:6 e
Mt
26:52).
JOÃO
9:31 - Deus ouve as orações dos pecadores?
PROBLEMA:
João disse:
"Sabemos que Deus não atende a pecadores". Contudo, Jesus
disse que
Deus
ouviu o publicano que orou: "Ó Deus, sê propício a mim,
pecador!" (Lc 18:13). Deus ouve os
pecadores
quando eles oram?
SOLUÇÃO:
Deus ouve os
pecadores quando eles confessam que são pecadores e aceitam o perdão
de
Deus. Porque "todo aquele que invocar o
nome do Senhor será
salvo" (Rm 10:13). Jesus
prometeu:
"o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora"(Jo
6:37).
Entretanto,
Deus não promete responder as orações de pecadores que não
estejam servindo
ao
verdadeiro Deus. Jesus disse: "se alguém teme a Deus e pratica
a sua vontade, a este [Deus]
atende"
(9:31). Mesmo assim, a graça de Deus excede a sua promessa, e ele
aparentemente às vezes
responde
à oração de uma pessoa não-salva como parte de seu extensivo
plano providencial para
trazê-la
para si (cf. Jn 1:14-15). Nesse sentido, a resposta de Deus à oração
do não-salvo é parte da
"bondade
de Deus ... que te conduz ao arrependimento" (Rm 2:4).
JOÃO
10:11 - Jesus é pastor ou é uma ovelha?
PROBLEMA:
João apresenta-nos
Cristo como sendo o "bom pastor". Contudo, em outra
passagem
Jesus é o cordeiro (ovelha) que morre por nossos pecados (Jo 1:29;
36). O que é ele
então?
SOLUÇÃO:
Cristo é
apropriadamente apresentado por essas duas figuras de linguagem. Ele
morreu
como o nosso Cordeiro pascal (1 Co 5:7) e ele dirige e guia o seu
povo como o bom pastor.
Num
contexto, os crentes são como o povo de Israel, que precisa do
cordeiro pascal para morrer por
eles.
Noutro, somos como ovelhas errantes, que precisam de um pastor para
as dirigir. As duas
figuras
são verdadeiras.
JOÃO
10:11 - Jesus morreu apenas por seus amigos, ou por seus inimigos
também?
PROBLEMA:
João menciona Jesus
declarando que Ele deu a sua "vida pelas ovelhas" (cf.
15:13).
Mas
Paulo afirma que "Cristo ... morreu a seu tempo pelos ímpios",
enquanto eles eram ainda
"inimigos"
(Rm 5:6,10). Como essas duas declarações podem ser verdadeiras, se
são conflitantes
entre
si?
SOLUÇÃO:
Jesus morreu tanto
por seus amigos (discípulos) como por seus inimigos. De fato,
seus
"amigos" eram inimigos quando Jesus morreu por eles. Não
há contradição, já que o texto não
diz
que Cristo morreu somente
por seus amigos. De
fato ele morreu por aqueles que se tornariam
seus
amigos, mas morreu também por aqueles que permaneceriam como seus
inimigos. Pedro
refere-se
aos apóstatas que estavam renegando "o Senhor que os resgatou"
(2 Pe 2:1).
JOÃO
10:30 - Cristo era um com o Pai?
PROBLEMA:
Jesus disse: "Eu
e o Pai somos um" (Jo 10:30). Mas em outras Ocasiões ele se
distinguiu
do Pai, dizendo: "Vim do Pai e ... deixo o mundo e vou para o
Pai" (Jo 16:28). Ainda, ele
orou
ao Pai como de uma pessoa para outra (Jo 17), e até mesmo disse: "o
Pai é maior do que eu".
SOLUÇÃO:
Jesus era um com Pai
em natureza,
mas distinto dele em
pessoa. O Deus triúno tem
uma
só
essência, mas três
distintas pessoas (veja qs comentários de João 14:28). Assim, Jesus
era o
mesmo
em substância com o Pai, mas ainda assim tinha personalidade à
parte do Pai.
JOÃO
10:34 -Jesus advogou que o homem pode tornar-se Deus?
PROBLEMA:
Jesus respondeu a um
grupo de judeus e disse: "Não está escrito na vossa lei: ‘Eu
disse:
sois deuses?’ Isso quer dizer então que os seres humanos podem
tornar-se Deus, tal como as
religiões
panteístas e da
Nova Era ensinam?
SOLUÇÃO:
O contexto dessa
passagem revela que Cristo tinha acabado de se declarar um com o
Pai,
dizendo: "Eu e o Pai somos um" (10:30). Os judeus quiseram
apedrejá-lo porque pensaram que
Jesus
estava blasfemando, já que ele estava se fazendo igual a Deus (vv.
31-33).
Jesus
respondeu citando o salmo 82:6, que diz: "Eu disse: sois
deuses". Esse salmo dirige-se
a
juizes que estão julgando injustamente. O título de "deuses"
não é dirigido a qualquer um, mas
somente
àqueles juízes a respeito de quem Jesus disse que são aqueles para
"quem foi dirigida a
palavra
de Deus" (v. 35).
Cristo
estava mostrando que se as Escrituras do AT podiam dar algum status
divino a juízes
que
tinham sido divinamente assim designados, por que eles teriam de
achar incrível que ele se
chamasse
de o Filho de Deus? Assim, Jesus estava defendendo a sua própria
divindade, e não a
deificação
do homem.
JOÃO
11:4 - Jesus cometeu um erro ao dizer que a doença de Lázaro não
era para a morte?
PROBLEMA:
A princípio Jesus
disse: "Esta enfermidade não é para morte" (Jo 11:4).
Entretanto,
mais
tarde até mesmo Jesus admitiu: "Lázaro morreu" (v. 14).
Jesus não cometeu um erro então, ao
pensar
que Lázaro não iria morrer?
SOLUÇÃO:
Jesus sabia todo o
tempo que Lázaro morreria e que ele o levantaria de entre os
mortos,
de forma que isso seria para a glória de Deus (v. 4). Ele empregou
figuras de linguagem
diferentes
para ensinar aajs discípulos que a morte de Lázaro não era final.
Ele usou a expressão:
"Lázaro
adormeceu" (v.11) e disse que "não é para morte" (v.
4), querendo com isso dizer que o
resultado
não seria a morte
de Lázaro, mas sim que ele estaria vivo mediante o poder
ressuscitador
de
Jesus. Ou seja, embora a enfermidade de Lázaro temporariamente
lhe traria a morte,
o poder de
Jesus
o restauraria à vida.
JOÃO
11:26 - Como Jesus pôde dizer que nunca morreremos, se a Bíblia
declara que todos
um
dia morreremos?
PROBLEMA:
Deus mesmo disse a
Adão: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás"
(Gn
2:17).
Paulo reafirmou isso, declarando que "por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo
pecado,
a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram" (Rm
5:12).
Mas Jesus parece contradizer isso quando afirmou: "todo o que
vive e crê em mim não
morrerá,
eternamente" (Jo 11:26).
SOLUÇÃO:
Antes de mais nada,
mesmo tomando literalmente o que Jesus disse, ele não estava
afirmando
que os crentes não morreriam. De fato, ele declarou no versículo
precedente: "ainda que
morra,
viverá". Em outras palavras, Jesus declarou que por ser ele a
"ressurreição e
a vida" (v.
25),
ele
ressuscitaria para uma vida eterna aqueles que nele cressem (cf. Jo
5:28-29).
Além
disso, Jesus poderia estar falando acerca da vida espiritual e da
morte espiritual. Nesse
sentido,
aqueles que nele crêem terão vida espiritual (Jo 3:16, 36), mesmo
vindo a experimentar a
morte
física. Pois aqueles que nascerem uma vez só morrerão duas vezes:
uma vez fisicamente e
outra
vez na "segunda morte" (Ap 20:14), a separação final de
Deus. Mas aqueles que nascerem
duas
vezes (Jo 3:3, 7) morrerão apenas uma vez (fisicamente), mas viverão
com Deus para todo o
sempre.
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