MATEUS 4
MATEUS
20:29-34 (cf. Mc 10:46-52; Lc 18:35-43) - O cego foi curado por Jesus
quando este
entrava
ou saía de Jerico?
PROBLEMA:
De acordo com Lucas,
um cego foi curado quando Jesus entrava na cidade de Jerico
(18:35),
porém Mateus e Marcos declaram que a
cura aconteceu
quando Jesus deixava a cidade de
Jerico.
De novo, os relatos parecem não estar de acordo.
SOLUÇÃO:
Alguns crêem que,
segundo Lucas, a cura na verdade aconteceu quando Jesus saía de
Jerico,
dizendo que foi apenas o primeiro contato o que se deu "ao
aproximar-se ele de Jerico" (Lc
18:35),
e que o cego deve tê-lo seguido por toda a cidade, já que ele não
parava de clamar a Jesus
que
o curasse (vv. 38-39). Mas isso parece ser improvável, já que o
versículo seguinte (19:1), logo
depois
da cura, diz: "entrando em Jerico, atravessava Jesus a cidade".
Outros
respondem a essa questão observando que havia duas Jericos, a velha
e a nova, de
forma
que Jesus saiu por uma e entrou pela outra.
Ainda
outros sugerem que se trata de dois eventos distintos. Mateus e
Marcos afirmam
claramente
que a cura ocorreu quando Jesus deixou a cidade (Mt 20:29; Mc 10:46).
Lucas, porém,
fala
de Jesus ter curado um cego quando entrava na cidade. A base disso é
o fato de que Lucas
refere-se
apenas a uma "multidão" de pessoas com Jesus, ao entrarem
na cidade (18:36), mas tanto
Mateus
(20:29) como Marcos (10:46) destacam o ponto de que a multidão era,
respectivamente,
"grande"
e "numerosa", quando Jesus saiu da cidade.
Se
a notícia da cura milagrosa feita na entrada da cidade tivesse se
espalhado por toda
Jerico,
isso explicaria o aumento do número de pessoas da multidão e por
que dois cegos
permaneciam
do outro lado da cidade, esperando o momento de pleitear a cura a
Jesus. É possível
que
o primeiro cego curado tenha ido depressa contar a seus amigos,
também cegos, o que lhe
acontecera.
Ou quem sabe os outros dois cegos já estivessem postados do outro
lado da cidade,
mendigando
no seu lugar costumeiro.
De
qualquer forma, não há uma dificuldade intransponível nessa
passagem. Os dois relatos
podem
ser entendidos de uma maneira perfeitamente compatível.
MATEUS
21:2 (cf. Mc 11:2; Lc 19:30) - Foram dois os jumentos envolvidos na
entrada
triunfal,
ou foi apenas um?
PROBLEMA:
O relato de Mateus
registra que Jesus solicitou a dois discípulos que fossem a uma
vila
e pegassem dois jumentos. Mas conforme Marcos e Lucas, ele solicitou
que os dois discípulos
pegassem
apenas o jumentinho.
SOLUÇÃO:
Os dois animais
estavam envolvidos na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Não
há
erro nos relatos porque Marcos e Lucas mencionam apenas o jumentinho
(pólos) e
Mateus
refere-se
ao jumentinho (põlos,
21:5) e sua mãe. A
passagem em Mateus destaca o cumprimento
literal
da profecia de Zacarias 9:9, que afirma: "eis aí te viem o teu
Rei,... humilde, montado em
jumento,
num jumentinho, cria de jumenta". A versão grega do AT usa a
mesma palavra para
jumentinho
(põlos)
usada no NT.
Mateus
afirma literalmente que, uma vez tendo os discípulos posto em cima
dos animais as
suas
vestes, Jesus montou sobre elas, ou seja, suas vestes. O evangelista
não diz que Jesus cavalgou
sobre
os dois: a mãe e o jumentinho. Ele afirma apenas que Jesus sentou-se
sobre as vestes que os
discípulos
tinham colocado sobre os animais. Talvez tenham colocado algumas
vestes na mãe e
outras
no jumentinho, e talvez Jesus tenha se sentado sobre aquelas vestes
que estavam sobre o
jumentinho.
O fato é que o texto de Mateus simplesmente não diz em qual dos
dois animais Jesus
se
sentou.
Marcos
e Lucas mencionaram em que animal Jesus montou, ao passo que Mateus
mencionou
a presença da mãe do jumentinho. Ela pode ter sido necessária por
ser o animal muito
jovem.
Marcos 11:12 afirma que ninguém tinha montado naquele jumentinho, e
que ele estaria
levando
um passageiro em meio a uma barulhenta multidão (Mc 11:9). É
possível que a mãe tenha
sido
levada junto para ser um meio de acalmar o filhote.
MATEUS
21:12-19 (cf. Mc 11:12-14,20-24) - Quando foi que Jesus amaldiçoou a
figueira,
antes
ou depois da purificação do templo?
PROBLEMA:
Mateus coloca a
maldição da figueira depois da purificação do templo. Entretanto,
Marcos
a coloca antes desse evento. Mas essas duas colocações não podem
ser ambas verdadeiras.
Será
que um dos evangelistas cometeu um erro?
SOLUÇÃO:
Na verdade Jesus
amaldiçoou a figueira quando ia para o templo, como Marcos disse,
mas
isso não significa que o relato de Mateus esteja errado. Cristo foi
ao templo duas vezes, e ele
amaldiçoou
a figueira na segunda ida.
Marcos
11:11 diz que Cristo entrou no templo no dia da sua entrada triunfal.
O evangelista
não
mencionou que Jesus tenha feito alguma proclamação contra qualquer
coisa errada, ao entrar no
templo.
O versículo 12 usa a expressão: "No dia seguinte",
referindo-se à jornada até o templo,
quando
passaram pela figueira, no segundo dia. Foi nesse momento que Cristo
expulsou os que
compravam
e vendiam no templo.
Mateus,
entretanto, refere-se às duas idas de Cristo ao templo como se
fossem um só evento,
e
relata em seguida a maldição sobre a figueira. Fica-se assim com a
impressão de que na primeira
ida
ao templo Cristo expulsou os que ali vendiam e compravam. O relato de
Marcos, portanto, nos
fornece
mais detalhes desses eventos, revelando que realmente foram duas as
idas ao templo. Em
vista
disso, não temos razão alguma para crer que haja uma discrepância
entre os relatos.
MATEUS
22:30 - Seremos
como os anjos (espíritos) no céu, seres sem corpos físicos?
PROBLEMA:
Jesus disse que na
ressurreição seremos "como os anjos no céu" (Mt 22:30).
Mas os
anjos
não têm corpos físicos - eles são espíritos (Hb 1:14). Assim,
argumenta-se que não teremos
corpos
físicos na ressurreição. Isso, contudo, é uma contradição aos
versículos que afirmam que
haverá
uma ressurreição do corpo físico da sepultura (Jo 5:28-29; Lc
24:39).
SOLUÇÃO:
Jesus não disse que
seríamos como anjos no sentido de que eles são espíritos, mas que
seremos
como eles no sentido de que não
se casam. Duas
observações são relevantes nesse assunto.
Em
primeiro lugar, o contexto não está falando acerca da natureza do
corpo ressurreto, mas do fato
de
haver ou não casamento no céu. A pergunta feita a Jesus foi: "Na
ressurreição, de qual dos sete
[maridos
que ela teve] será ela esposa? Porque todos a desposaram"
(22:28). A resposta de Jesus foi
que,
assim como os anjos, não haverá casamentos no céu. Portanto, no
céu a mulher não estará
casada
com nenhum daqueles sete maridos. Ele nada falou quanto a ter corpos
não-materiais no
céu.
Tal conclusão é totalmente injustificável pelo contexto.
Em
segundo lugar, quando Jesus disse: "na ressurreição ... são
... como os anjos no céu",
obviamente
ele se refere ao fato de que eles "nem casam, nem se dão em
casamento" (v. 30). Jesus
não
disse que seriam como anjos no sentido de que não teriam corpos
físicos, mas no sentido de
abster-se
sexualmente.
MATEUS
22:39 - Jesus quer que cada um ame a si mesmo em primeiro lugar, e
depois os
outros,
ou o contrário?
PROBLEMA:
Jesus disse em
Mateus que temos de amar o nosso próximo como a nós mesmos.
Mas
se amarmos a nós mesmos antes do nosso próximo, isso seria pôr o
"eu" antes do próximo.
Jesus
está ensinando que deveríamos ser egoístas?
SOLUÇÃO:
Amar as outras
pessoas como
amamos a nós mesmos pode
ser entendido de diferentes
modos,
mas de modo algum Jesus está que-ido dar a entender que devemos ser
egoístas - A Bíblia
condena
os "egoístas" (2 Tm 3:2). Ela nos exorta a não
considerarmos apenas os nossos próprios
interesses,
mas também o interesse de outros (Fp 2:4). I
á três modos de
entender a frase: "Amarás
o
teu próximo como a ti mesmo".
Primeiro,
alguns crêem que Jesus está dizendo que devemos amar os outros como
devemos
amar
a nós mesmos, ou seja, de
maneira não egoística. Isso,
entretanto, soa muito sutil e com a
característica
de uma discussão teórica, fora dos padrões do ensino normal de
Jesus, feito
geralmente
com palavras diretas. Seria bem mais direto dizer apenas para não
sermos egoístas, do
que
dizer para nos amarmos de modo não egoísta.
Segundo,
Jesus poderia ter em mente que deveríamos amar os outros como
devemos amar a
nós
mesmos, ou seja, adequadamente.
Há um legítimo
auto-respeito ou amor-próprio. Efésios nos
diz
para cuidarmos de nossos corpos, "porque ninguém jamais odiou a
própria carne; antes, a
alimenta
e dela cuida" (5:28-29). Não há nada de errado no legítimo
cuidado de si mesmo nem no
auto-respeito.
A Bíblia condena quem esteja pensando "de si mesmo além do que
convém", mas o
incita
a pensar "com moderação" (Rm 12:3). Nesse sentido, Jesus
pode estar dizendo que amemos
os
outros como devemos amar a nós mesmos.
Terceiro,
Jesus poderia ter em mente que deveríamos amar os outros tanto
quanto amamos
a
nós mesmos, isto é,
que deveríamos medir o quanto) devemos
amar os outros com a
mesma
medida
com que de
fato amamos a nós
próprios, não significando isso que o modo como nos
amamos
esteja correto. Antes, Deus pode estar simplesmente apontando pira o
amor próprio como
sendo
o padrão pelo qual devemos julgar até que ponto amar os outros.
Dessa forma, haverá um
monitoramento
automático do nosso amor próprio, já que será com essa mesma
intensidade que
teremos
de amar os outros também.
MATEUS
23:9-10 - É errado chamarmos os outros de nosso pai?
PROBLEMA:
Aqui Jesus ordena:
"A ninguém sobre a terra chameis vosso pai". Contudo, em
outras
partes a Bíblia não somente nos diz: "Honra teu pai e tua mãe"
(Êx 20:12), mas ainda
emprega
o termo "pai" referindo-se àqueles que são mentores
espirituais (2 Rs 2:12; cf. 1 Co 4:15).
SOLUÇÃO:
O contexto da
afirmação de Jesus indica que ele está-se referindo a considerar
seres
humanos
como mestres espirituais infalíveis,
e não que ele se
oponha a termos mentores espirituais
falíveis.
De fato, Paulo foi um pai espiritual de Timóteo (1 Co 4:15), a quem
ele se referiu como
sendo
seu "amado filho" (2 Tm 1:2). Entretanto, Paulo teve o
cuidado de instruir seus filhos
espirituais
a que somente fossem seus imitadores "como eu sou de Cristo"
(1 Co 11:1). Demonstrar
respeito
devido ao nosso
líder espiritual é uma coisa (cf. 1 Tm 5:17), mas dar-lhe
obediência
incondicional
e a reverência que
somente a Deus devemos dar, isso é outra coisa.
MATEUS
23:17 - Por que Jesus chama outras pessoas de tolas, e ao mesmo tempo
condena os
que
procedem da mesma forma?
PROBLEMA:
Jesus disse: "Quem
... chamar [a seu irmão]: 'Tolo', estará sujeito ao inferno de
fogo"
(Mt 5:22). Contudo, ele mesmo disse aos escribas e fariseus: "Tolos
e cegos!" (Mt 23:17,
TLH).
O apóstolo Paulo, imitando, disse: "Ó galatas tolos!" (Gl
3:1; cf. 1 Co 15:36, TLH).
SOLUÇÃO:
Há boas razões
para o fato de haver uma forte diferença entre os dois usos do termo
"tolo".
Primeiro, esse é outro exemplo do princípio de que uma mesma
palavra pode ser usada com
diferentes
significados em diferentes contextos (veja a Introdução). Por
exemplo, a palavra
"cachorro"
pode designar um animal como também pode ser aplicada a uma pessoa
detestada.
Segundo,
em Mateus 5 essa palavra é usada no contexto de alguém que está
"irado" com seu
irmão,
demonstrando ódio. Nem Jesus nem Paulo deram abrigo ao ódio para
com aqueles aos quais
aplicaram
essa palavra. Assim, o uso que fizeram da palavra "tolo"
não viola a proibição de Jesus
quanto
a chamar alguém de tolo.
Terceiro,
tecnicamente falando, Jesus ordenou que apenas um "irmão"
(Mt 5:22) não fosse
chamado
de "tolo", não um incrédulo. De fato a descrição
bíblica do que seja um tolo é que ele é
aquele
que pensa assim: "Deus não existe" (SI 14:1, TLH). Em
vista disso, pode-se ver a seriedade
de
se chamar um irmão de tolo; é equivalente a chamá-lo de incrédulo.
Portanto, quando Jesus, que
"sabia
o que era a natureza humana" (cf. 2:25), chamou incrédulos de
"tolos", usou a descrição mais
apropriada
do que eles realmente eram.
MATEUS
23:34-35 - Será que Jesus cometeu um erro ao referir-se a Zacarias,
filho de Joiada,
em
vez de a Zacarias, filho de Baraquias?
PROBLEMA:
Jesus disse aos
escribas e fariseus que a culpa de todo o sangue justo, desde Abel
até
Zacarias, recairá sobre eles. Quanto a Zacarias, Jesus disse que ele
foi morto entre o santuário e
o
altar. Alguns concluem que esse Zacarias ao qual Cristo se referiu
seria então o filho de Joiada (2
Cr
24:20-22).
SOLUÇÃO:
O Zacarias que foi
mencionado tem de ser o filho de Baraquias, um dos profetas
menores
(Zc 1:1). Ele é o mais provável, porque o outro Zacarias (filho de
Joiada) morreu por volta
de
800 a.C. Se Cristo tivesse se referido a esse Zacarias, então o
tempo decorrido desde Abel até ele
não
cobriria todo o período do AT, que se estendeu até 400 a.C. De Abel
até Zacarias, filho de
Baraquias,
seria uma abrangência bem maior do período do AT do que de Abel até
Zacarias, fi-1 IO
de
Joiada. Já que muitos Zacarias são mencionados no AT, não seria
muito difícil imaginar que dois
deles
tivessem sido mortos em circunstâncias semelhantes.
MATEUS
24:29 - A vinda de Cristo à terra será imediatamente após a
tributação ou algum
tempo
depois?
PROBLEMA:
Em Mateus, Jesus
falou de sua vinda como sendo "logo em seguida à tribulação"
(24:29).
Mas Lucas parece interpor os "tempos dos gentios" (Lc
21:24,27).
SOLUÇÃO:
O período de tempo
referido por Lucas é o que vai desde a destruição de Jerusalém
(70
a.D.), que deu início ao juízo de Deus sobre ela (cf. Mt 24:2), até
a volta de Cristo à terra "com
poder
e muita glória" (Mt 24:30). Assim, quando Mateus afirma que a
vinda de Cristo é "logo em
seguida
à tribulação daqueles dias" (24:29), ele está referindo-se
ao fim "dos tempos dos gentios"
mencionado
por Lucas (21:24). Portanto, não há conflito algum entre os dois
relatos.
MATEUS
24:34 - Jesus errou quando afirmou que os sinais do tempo do fim se
cumpririam
em
sua era?
PROBLEMA:
Jesus falou de
sinais e maravilhas no que diz respeito à sua segunda vinda. Mas ele
disse
que "esta geração" não passaria, sem que tudo isso
acontecesse. Isso quis dizer que esses
eventos
aconteceriam durante a vida dos que o ouviam?
SOLUÇÃO:
Esses eventos (i.e.,
a Grande Tribulação, o sinal da volta de Cristo e o fim dos
tempos)
não ocorreram nos dias de seus ouvintes. Portanto, é racional
entendermos que o seu
cumprimento
se dará ainda no futuro. Essa questão requer um exame mais
cuidadoso do significado
de
"geração", quanto a sentidos diferentes relativamente aos
contemporâneos de Jesus.
Primeiro,
"geração" em grego (genea)
pode significar
"raça". Nessa situação específica, a
afirmação
de Jesus poderia significar que a raça judia não passaria até que
todas as coisas se
cumprissem.
Por haver muitas promessas a Israel, inclusive a da herança eterna
da terra da Palestina
(Gn
12; 14-15; 17) e do reino Davídico (2 Sm 7), Jesus poderia estar se
referindo à preservação da
nação
de Israel por Deus, de forma a cumprir com as promessas feitas a
Israel.
De
fato, Paulo fala de um futuro da nação de Israel, quando eles serão
restabelecidos nas
promessas
do pacto de Deus com eles (Rm 11:11-26).
A
resposta de Jesus à última pergunta de seus discípulos levava em
conta que haveria um futuro
reino
para Israel, quando eles perguntaram: "Senhor, será este o
tempo em que restaures o reino a
Israel?"
Em vez de repreendê-los por falta de compreensão, Jesus respondeu:
"Não vos compete
conhecer
tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade"
(At 1:6-7).
Segundo,
"geração" poderia referir-se também a uma geração em
seu sentido usual, de
pessoas
vivendo no tempo indicado. Nesse caso, a palavra se referiria às
pessoas que estarão vivas
quando
essas coisas acontecerem no futuro. Em outras palavras, a geração
que estiver viva quando
essas
coisas começarem a acontecer (o abominável da desolação [v. 15],
a grande tributação, tal
como
nunca houve antes [v. 21], o sinal do Filho do Homem no céu [v. 30]
etc.) permanecerá viva
até
quando esses juízos se completarem. Portanto, já que comumente se
crê que, no fim dos tempos,
a
tribulação terá a duração de sete anos (Dn 9:27; cf. Ap 11:2),
Jesus estaria dizendo que "esta
geração"
que estiver vivendo a tribulação ainda estará viva no seu final.
Sob
qualquer hipótese, não há razão alguma para se considerar que
Jesus tivesse feito a
afirmação,
obviamente falsa, de que o mundo terminaria dentro do período de
vida dos seus
contemporâneos.
MATEUS
26:11-Jesus estava sempre presente com os seus discípulos?
PROBLEMA:
De acordo com a
afirmação de Jesus, ele nem sempre estaria com os seus
discípulos,
pois disse: "mas a mim nem sempre me tendes". Por outro
lado, mais adiante, Jesus
disse:
"E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do
século" (Mt 28:20).
SOLUÇÃO:
Na primeira
passagem, Jesus estava falando de sua presença física
(que não estaria
com
eles no período de sua ascensão até a sua segunda vinda) e, na
outra passagem, ele está se
referindo
à sua presença espiritual com eles, enquanto estivessem pregando o
Evangelho por todo o
mundo.
Não há contradição alguma, absolutamente.
MATEUS
26:34 (cf. Mc 14:30) - Quando Pedro negou a Cristo, o galo cantou uma
ou duas
vezes?
PROBLEMA:
Mateus e João
(13:38) dizem que antes que o galo cantasse uma vez, Pedro negaria
o
Senhor três vezes. Marcos, porém, afirma que Pedro o negaria por
três vezes antes de o galo
cantar
duas vezes.
Qual dos relatos
está correto?
SOLUÇÃO:
Não há contradição
entre os dois relatos porque, conforme as palavras realmente
expressas
nos textos, Mateus e João não afirmam quantas vezes o galo
cantaria. Eles apenas dizem
que
Pedro negaria Cristo três vezes "antes que o galo cante",
sem dizer quantas vezes o galo
cantaria.
Marcos possivelmente esteja sendo mais específico, afirmando com
exatidão quantas
vezes
o galo cantaria.
É
também possível que a diferença entre os relatos seja devida a um
erro de um copista no
livro
de Marcos, que resultou na inserção de "duas vezes" em
manuscritos antigos (em Mc
14:30,72).
Isso explicaria por que alguns manuscritos importantes de Marcos
mencionam apenas u
m
canto do galo, tal como em Mateus e João, e por que aparece a
expressão "duas vezes" em
diferentes
lugares, em alguns manuscritos.
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