quinta-feira, 7 de março de 2013

Manual de dificuldades bíblicas- 1 Coríntios 2

1 CORÍNTIOS 2


1 CORÍNTIOS 6:9 - A condenação do homossexualismo feita por Paulo foi simplesmente uma
opinião pessoal dele?

PROBLEMA: Paulo disse aos coríntios que "nem imorais,... nem homossexuais ativos ou
passivos... herdarão o Reino de Deus" (6:9-10, N VI). Mas nesse mesmo livro ele admitiu estar
dando a sua "opinião" pessoal (l Co 7:25). De fato, Paulo admitiu: "não tenho mandamento do
Senhor" (v. 25); e "digo eu, não o Senhor" (v. 10). Não foi isso então, por sua própria confissão,
simplesmente uma opinião pessoal de Paulo, não obrigatória, a respeito dessa questão?
SOLUÇÃO: A condenação do homossexualismo feita por Paulo tem autoridade divina e não é
apenas sua opinião particular. Isso se torna claro ao examinarmos com cuidado a evidência de que
dispomos. Em primeiro lugar, a condenação mais clara da homossexualidade feita por Paulo achase
em Romanos 1:26-27, e ninguém que aceita a inspiração das Escrituras contesta a autoridade
divina desse texto.
Em segundo lugar, as credenciais apostólicas de Paulo estão firmemente estabelecidas nas
Escrituras. Ele declarou em Gaiatas que as suas revelações não tinham sido inventadas por homem
algum, mas tinham sido recebidas "mediante revelação de Jesus Cristo" (Gl 1:12).
Em terceiro lugar, Paulo declarou aos coríntios: "as marcas de um apóstolo - sinais,
maravilhas e milagres - foram demonstradas entre vocês" (2 Co 12:12, NVI). Em resumo, ele tinha
exercitado a sua autoridade apostólica no seu ministério para com os cristãos de Corinto.
Em quarto lugar, mesmo no livro de 1 Coríntios, em que a autoridade de Paulo é
severamente contestada pelos críticos, sua autoridade divina torna-se evidente por três razões. (1)
Ele começa o livro declarando possuir "palavras... ensinadas pelo Espírito" (1 Co 2:13). (2) Ele
conclui o livro dizendo: "o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor" (14:37, NVI). (3)
Mesmo no controvertido capítulo 7, em que dizem que Paulo está dando a sua opinião pessoal não
inspirada, ele declara: "também eu tenho o Espírito de Deus" (v. 40).
De fato, quando ele disse: "eu, não o Senhor", ele não queria dizer que as suas palavras não
eram inspiradas pelo Senhor; isso iria contradizer tudo o mais que ele falasse. Pelo contrário,
aquelas palavras significavam que Jesus não tinha falado diretamente acerca daqueles pontos
quando na terra, mas ele prometera a seus apóstolos que enviaria o Espírito Santo para os guiar "a
toda a verdade" (Jo 16:13). E o ensino de Paulo em 1 Coríntios foi um cumprimento daquela
promessa.

1 CORINTIOS 6:13 - Se Deus vai destruir o corpo, então como ele poderá ser ressuscitado?

PROBLEMA: Paulo disse: "Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos;
mas Deus destruirá tanto estes como aquele" (1 Co 6:13). Com isso, alguns argumentam que o
corpo ressuscitado não terá a anatomia ou fisiologia do corpo anterior à ressurreição. Por outro
lado, Paulo deu a entender que reconheceremos os nossos queridos no céu (1 Ts 4:13-18).
SOLUÇÃO: O corpo que vai para o túmulo é o mesmo corpo, feito imortal, que dele há de sair.
Isso é provado pelo fato de que: o túmulo de Jesus ficou vazio; ele tinha as cicatrizes da
crucificação no seu corpo (Jo 20:27); o seu corpo era "carne e ossos"(Lc 24:39); as pessoas podiam
tocar nele, e assim fizeram (Mt 28:9); e ele podia comer alimentos físicos, o que fez em várias
ocasiões (Lc 24:40-42).
Quanto a 1 Coríntios 6:13, um cuidadoso estudo do contexto revela que, quando Paulo diz
que Deus destruirá tanto os alimentos como o estômago, ele está se referindo ao processo da morte,
não à natureza do corpo ressuscitado. Além disso, conquanto o corpo ressuscitado possa não ter
necessidade de se alimentar, ele tem a capacidade para fazê-lo. Comer no céu será um prazer, sem
ser uma necessidade.
Assim, o corpo que a morte "destrói" é o mesmo que a ressurreição restaura. Argumentar
que não haverá um corpo ressuscitado porque o estômago será "destruído" é equivalente a declarar
que as outras partes do corpo - a cabeça, os braços, as pernas, o tronco - não ressuscitarão, porque a
morte as tornará em pó também.

1 CORÍNTIOS 7:10-16 - Paulo contradisse o que Jesus falou sobre o divórcio?

PROBLEMA: Essa passagem de 1 Coríntios fala de um crente que é casado com um descrente. A
certo ponto, Paulo diz: "Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica
sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã"(v. 15). Jesus disse em Mateus 5:32 e 19:8-9 que se
pode divorciar de uma esposa somente no caso de infidelidade conjugai. Paulo está advogando o
divórcio ou a separação?
SOLUÇÃO: Não há contradição entre o que Paulo diz e as palavras do Senhor Jesus. Primeiro,
Paulo diz que se um dos cônjuges é crente e o outro não, e na hipótese de o cônjuge descrente não
querer apartar-se, o crente não deve insistir que se aparte (vv.12-13). Segundo, Paulo diz que se a
esposa deixar o marido, ela deverá ficar sem um novo casamento (v. 11). Isso de igual forma valerá
para um marido que deixar a esposa.
Paulo não diz que o cônjuge crente deve divorciar-se ou se casar de novo, se o cônjuge
descrente apartar-se. Em lugar disso ele sugere que permaneça sem contrair novo casamento (v. 11),
sem dúvida na esperança de uma reconciliação. O ideal de Deus para o casamento é a união de um
homem com uma mulher até a morte (1 Co 7:2; cf. Rm 7:1 -2). Portanto, enquanto houver esperança
de reabilitação do casamento, os dois são obrigados a tudo fazer para tal fim. Isso está de pleno
acordo com o que Jesus disse sobre a permanência do casamento (em Mateus 5:33 e em 19:7-9).

1 CORÍNTIOS 7:12 (cf. 7:40) - Como as palavras de Paulo podem ser inspiradas, se ele diz
estar apenas dando a sua opinião?

PROBLEMA: Em duas passagens de 1 Coríntios (7:12, 40), o apóstolo Paulo parece dar a
entender que ele estava escrevendo sob sua própria autoridade, não com a do Senhor. Primeiro ele
diz: "Aos mais digo eu, não o Senhor" (l Co 7:12). E em 7:40 ele diz: "e penso que também eu
tenho o Espírito de Deus", o que pode dar a entender que Paulo não está seguro quanto a ter o
Espírito Santo. Como esses versículos poderão então harmonizar-se com a autoridade divina
reclamada por Paulo erji suas epístolas? (cf. Gl 1:11-17; 2 Tm 3:16-17).
SOLUÇÃO: Primeiro, a respeito de 1 Coríntios 7:12, Paulo está referindo-se ao fato de que o
Senhor não abordou diretamente essa questão quando ele falou do divórcio e do casamento (Mt
5:31-32; 19:4-12). Assim, Paulo aborda precisamente essa questão, dando a sua visão, com
autoridade, quanto a uma esposa crente permanecer com um marido descrente.
Segundo, Paulo não tinha dúvida alguma quanto a possuir o Espírito Santo nessa questão, já
que ele disse claramente: "também eu tenho o Espírito de Deus" (1 Co 7:40). Assim, essa passagem
não pode ser usa-d; para mostrar que Paulo estaria dizendo não ter autoridade divina.
Finalmente, Paulo de modo claro afirmou sua autoridade divina nessa mesma carta,
declarando o que ele escreveu como sendo "palavras... ensinadas pelo Espírito" (1 Co 2:13). De
fato, ele conclui a carta dizendo "ser mandamento do Senhor o que vos escrevo" (14:37). Dessa form
a, suas palavras no capítulo 7 devem ser consideradas em harmonia com essas enfáticas
declarações.

1 CORÍNTIOS 8:4 - Se os ídolos nada são, por que Deus condena a idolatria?

PROBLEMA: Paulo afirma que "o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo". Contudo, a Bíblia
repetidamente condena a idolatria (cf. Êx 20:4), e até mesmo Paulo disse que há demônios por trás
dos ídolos (1 Co 10:19). Está ele então declarando que os demônios nada são?
SOLUÇÃO: Paulo não nega a existência de ídolos, mas simplesmente a cumplicidade de eles
afetarem crentes maduros que comerem carne que lhes tenha sido oferecida (cf. 8:1). Não é a
realidade dos ídolos, mas é a sua divindade que Paulo nega. O diabo realmente engana os idolatras
(1 Co 10:19), mas ele não pode destruir a carne que Deus criou e que disse ser algo bom (Gn 1:31;
1 Tm 4:4), mesmo que alguém a tenha oferecido a um ídolo.

1 CORINTIOS 9:24 - Paulo encoraja, ou não, a corrida para obter um alvo espiritual?

PROBLEMA: Nesse texto, o apóstolo encoraja o crente a correr "de tal maneira que o alcanceis".
Entretanto, em Romanos, Paulo nos informa de que "não depende de quem quer ou de quem corre,
mas de usar Deus a sua misericórdia" (9:16).
SOLUÇÃO: A primeira passagem está falando de galardões que realmente dependem de nossas
obras (cf. 1 Co 3:1 lss e 2 Co 5:10), ao passo que a outra fala da salvação, a qual é pela graça e não
por obras (Rm 4:5; Ef 2:8-9; Tt 3:5-7).

1 CORINTIOS 10:8 - Paulo cometeu um erro ao citar quantas pessoas morreram?

PROBLEMA: Paulo diz nesse versículo que 23.000 pessoas morreram. Em Êxodo 32:28, o
número de pessoas referidas como tendo sido mortas é 3.000. Isso parece ser um erro.
SOLUÇÃO: Primeiro, em Êxodo 32:28 as pessoas foram mortas à espada, e as que Paulo
menciona morreram pela espada e por causa de uma praga. Êxodo 32:35 diz: "Feriu, pois, o Senhor
ao povo, porque fizeram o bezerro que Arão fabricara". Paulo dá o total incluindo os que foram
mortos pela espada e pelo ferimento do Senhor (pela praga). Mas Êxodo 32:28 nos fornece apenas o
número dos que foram mortos pela espada.
Segundo, alguns acham que o número de pessoas mortas que Paulo fornece relaciona-se
com um relato de juízo ocorrido em Números 25:9, que diz terem sido mortas 24.000 pessoas. Isso
pode ser respondido de duas maneiras. Primeiramente, a passagem de Números não dá um período
de tempo específico dentro do qual tantas pessoas morreram, mas o apóstolo Paulo disse que
23.000 morreram num só dia. A passagem de Números, entretanto, não especifica quantos foram
mortos num só dia, mas fornece o número total de mortes. Além disso, alguns estudiosos dizem que
Paulo não se refere a Números, porque 1 Coríntios 10:7 cita Êxodo 32:6, enquadrando-se assim o
contexto de 1 Coríntios com Êxodo 32:28.

 
1 CORINTIOS 11:5 - As mulheres deveriam usar véu enquanto oram?
PROBLEMA: Paulo insistiu que "toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu
desonra a sua própria cabeça" (v. 5). Isso quer dizer que as mulheres devem usar véu na igreja hoje,
ou isso é puramente cultural? E se for cultural, então como é que ficamos sabendo o que é e o que
não é cultural?
SOLUÇÃO: Várias considerações vão trazer luz a esse difícil problema. Primeiro, precisamos
fazer uma distinção entre o significado do texto e a sua significância. O significado éo que ele diz
às pessoas naquela cultura, e a significância é como ele se aplica em nossa atual situação cultural.
Não há dúvida alguma sobre o seu significado. O texto quer dizer exatamente o que ele diz. Quando
as mulheres em Corinto retiravam o véu e oravam na igreja, elas desonravam sua cabeça (o marido,
11:3, 7, 9f 11). Naqueles dias, o véu era um símbolo do respeito da mulher para dom o seu marido.
Em tal contexto cultural, era imperativo que a mulher usasse o véu na igreja, ao orar ou profetizar.
Segundo, há uma diferença entre mandamento e cultura. Os mandamentos das Escrituras
são absolutos - a cultura é relativa. Por exemplo, são poucos os que acreditam que ainda se aplica
para o dia de hoje a ordem que Jesus deu a seus discípulos de não levarem um par 4e sandálias a
mais, em suas jornadas evangelísticas. E a maior parte c os cristãos literalmente não mais saúdam
"todos os irmãos com beijo santo" (1 Ts 5:26, NVI). Nem acreditam que levantar "mãos santas"
durante a oração seja essencial na oração em público (1 Tm 2:8).
Há um princípio por trás de cada um desses mandamentos que é ab-luto, mas sua prática
não é. O que o crente deve fazer é absoluto, mas como fazê-lo é relativo, dependendo da cultura.
Por exemplo, os cristãos devem cumprimentar-se um ao outro (isto é o "o que"); mas como
cumprimentam-se é relativo a suas respectivas culturas. Em algumas culturas, como no NT, é com
um beijo; em outras é com um abraço; e ainda em outras é com um aperto de mãos.
Muitos eruditos bíblicos acreditam que esse princípio é também verdadeiro a respeito do uso
do véu. Isto é, que as mulheres, em todas as culturas e em qualquer tempo da história têm de
demonstrar ter respeito para com seus maridos (o "o que"), mas "como" tal respeito deve ser
evidenciado nem sempre precisa ser com um véu. Por exemplo, pode ser pelo uso de uma aliança
de casamento ou por qualquer outro símbolo cultural.

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