PROVÉRBIOS
PROVÉRBIOS
1:1 - Como puderam os escritos de Salomão vir a fazer parte das
Escrituras,
se
1 Reis 11:6 diz que Salomão fez mal aos olhos do Senhor?
PROBLEMA:
Salomão começou o
seu reinado como um homem que amava o Senhor (1 Reis
3:3).
Mais tarde ele começou a desviar-se de seus caminhos e fez o que era
mau aos olhos de Deus.
Como
os escritos de um homem mau puderam tornar-se parte das Escrituras?
SOLUÇÃO:
A razão de qualquer
livro estar na Bíblia não se encontra na vida do seu autor
humano,
mas é por ter sido um livro inspirado pelo Espírito Santo (2 Tm
3:16; cf. 2 Pe 1:20-21).
Todo
autor humano foi um homem pecador. A graça de Deus permitiu que
homens fossem usados
para
comunicar a revelação de Deus. Salomão pediu ao Senhor a
capacidade para julgar Israel e o
discernimento
"entre o bem e o mal" (1 Rs 3:9). Os escritos de Salomão
estão na Bíblia porque
Deus
sobrenaturalmente falou com ele ( 1 Rs 3:10-15) e lhe deu sabedoria
para que compartilhasse
com
outros. Em resumo, ele foi um profeta ou a boca pela qual Deus falou,
por mais imperfeito que
ele
tenha sido.
PROVÉRBIOS
8:22-31 - Quem é referido como a "sabedoria" nestes
versos?
PROBLEMA:
Muitos comentaristas
declararam que a pessoa identificada como sabedoria em
Provérbios
8:22-31 é Jesus, porque 1 Coríntios 1:30 afirma que Jesus é a
sabedoria de Deus.
Entretanto,
embora algumas versões traduzam Provérbios 8:22 como "o Senhor
me possuía"
(como
o
faz a ARA), no hebraico a palavra qanah
é normalmente
traduzida pelo verbo "criar"*.
Ora, se este
versículo
é uma referência a Jesus, por que então ele afirma que o Senhor
criou a sabedoria? E se a
"sabedoria"
em Provérbios não é uma referência a Jesus, então a quem ela se
refere?
SOLUÇÃO:
Esta passagem não é
uma referência direta a nenhuma pessoa. A expressão poética
freqüentemente
toma a forma de uma idéia abstrata e a ela se refere como se falasse
de uma pessoa.
Isso
é chamado de personificação. A sabedoria aqui referida não é uma
referência a Jesus. Antes, é a
personificação
da virtude ou do caráter da sabedoria com o propósito de causar
ênfase e impacto.
Entretanto,
como Jesus é a perfeita sabedoria de Deus, é o único que
personificou e exemplificou
com
perfeição a sabedoria abordada em Provérbios - pois ele é "em
quem todos os tesouros da
sabedoria
e do conhecimento estão ocultos" (Cl 2:3).
PROVÉRBIOS
11:31 - Os justos recebem o seu galardão nesta vida ou na próxima?
PROBLEMA:
Neste versículo
Salomão fala como se a pessoa piedosa recebesse o seu galardão na
terra:
"Eis que o justo recebe na terra a retribuição; quanto mais o
ímpio e o pecador!"(SBTB).
Entretanto,
a Bíblia repetidamente fala que o galardão do crente é para o
futuro, depois da volta de
Cristo
(cf. 1 Co 3:12-15). Jesus disse: "E eis que venho sem demora, e
comigo está o galardão que
tenho
para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22:12).
SOLUÇÃO:
As nossas
recompensas apenas começam
nesta vida - e não
se completam
até a
próxima
vida. Elas são apenas parcialmente distribuídas na vida terrena;
elas serão totalmente dadas
no
céu. O mesmo é verdade a respeito da punição do ímpio. A mesma
justiça que retribui conforme
as
obras de cada um neste mundo será aplicada também no mundo que
virá. A ira de Deus já está
recaindo
sobre descrentes (Jo 3:36), contudo nos é dito para fugir da ira que
virá (Mt 3:7).
*
Veja a tradução da R-IBB. (N. do T..)
PROVÉRBIOS
12:21 - Deus sempre poupa o justo de desgraças?
PROBLEMA:
Em alguns textos a
Bíblia promete: "Nenhuma desgraça sobrevém ao justo" (Pv
12:21;
cf. 1 Pe 3:13). Mas, em outras passagens, como no caso de Jó, a
Bíblia relata como, às vezes,
o
justo passa por grandes problemas.
SOLUÇÃO:
Dois fatores
corroboram para explicar esta aparente contradição. Primeiro, a
promessa
em
Provérbios é apenas geral,
não universal. Por
exemplo, a promessa de que os inimigos do justo
com
este serão reconciliados por Deus (Pv 16:7) e que com ele estarão
em paz certamente não é
universal.
Paulo agradou a Deus, contudo os seus inimigos o apedrejaram (Atos
14:19). Certamente
Jesus
agradou a Deus, contudo seus inimigos o crucificaram!
Segundo,
não é prometido ao crente que ele não passará por nenhuma
tribulação. Com
efeito,
ele é advertido com as palavras de Jesus: "no mundo, passais
por aflições" (Jo 16:33). Deus
deliberadamente
permitiu que Jó sofresse uma grande tribulação (Jó 1); permitiu
que um homem
nascesse
cego para a sua glória (João 9:3); e que o apóstolo Paulo fosse
afligido (2 Co 12:7-9).
A
promessa para o crente é que nenhum mal permanente
ou definitivo
lhe acontecerá. Não
há
nenhum mal que nos assedie, o qual o Senhor não possa transformar
numa bênção ainda maior
(cf.
Gn 50:20; Rm 8:28).
PROVÉRBIOS
13:22 - Os crentes são obrigados a deixar uma herança a seus
filhos?
(Veja
os comentários de 1 Timóteo 5:8.)
PROVÉRBIOS
16:4-Deus fez pessoas destinadas à destruição?
PROBLEMA:
Por um lado, a
Bíblia fala que os seres humanos têm livre escolha (Mt 23:37; 2 Pe
3:9)
e são responsáveis pelo seu próprio destino (Ez 18:20; Jo 3:36).
Por outro lado, Salomão
declara:
"O Senhor fez... até o perverso, para o dia da calamidade".
Com efeito, Paulo fala de alguns
que
são "vasos de ira" (Rm 9:22). Como justificar que Deus
tenha feito pessoas com o propósito de
destruí-las?
SOLUÇÃO:
Deus não cria
pessoas com o propósito de destruí-las. Deus ama "o mundo"(Jo
3:16) e
Cristo
morreu pelo "mundo inteiro" (1 Jo 2:2). Com efeito, o
sangue de Cristo "comprou" até
mesmo
os que o negam (2 Pe 2:1), pois Deus não quer "que nenhum
pereça" (2 Pe 3:9). Há um
inferno,
mas ele não foi preparado para os homens. Jesus disse que ele foi
"preparado para o diabo e
seus
anjos" (Mt 25:41).
Como
então explicar o fato de que Deus fez o perverso para o dia da
calamidade? A palavra
"fez"(asah)
tem muitos
significados no hebraico. Ela pode significar "determinar"
ou "instituir" ou
até
mesmo "administrar". Deus tem o soberano controle sobre
todo o universo. Mesmo quando os
homens
pretendem que alguma coisa seja para o mal, Deus pode torná-la para
o bem (Gn 50:20).
Neste
sentido, "até a ira humana há de louvar-te" (Sl 76:10),
pois "sabemos que Deus age em todas
as
coisas para o bem daqueles que o amam" (Rm 8:28, NVI).
Assim,
até mesmo "o dia da calamidade" é "para" Deus,
no sentido de que ele está no
controle
e tudo, por fim, será para a sua glória, pois a glória de Deus é
magnificada no céu, e a sua
justiça
é manifestada no inferno.
Com
certeza, é da vontade explícita de Deus que ninguém entre em
juízo, mas na sua
soberania
Ele determinou ("fez") que até mesmo o juízo sobre o
pecado o magnifique. Não
obstante,
Deus "deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da
verdade"
(1 Tm 2:4). Até mesmo os "vasos de ira" foram apenas
"preparados para a perdição" (Rm
9:22)
porque eles recusaram-se a se arrepender, já que Deus pacientemente
"foi longânimo" para
com
eles, esperando que chegassem "ao arrependimento" (cf. 2 Pe
3:9).
Em
resumo, a vontade explícita
de Deus é que todos
sejam salvos. Sua vontade
permissiva é
que
alguns se percam (aqueles que se recusam a arrepender-se). E a
vontade providencial de Deus é
que
ele por fim fará com que tudo seja bom, até mesmo os males. Neste
sentido, todas as coisas são
feitas
(isto é, determinadas) para o Senhor.
PROVÉRBIOS
22-24 - Esta seção de Provérbios foi copiada do trabalho egípcio
intitulado "A
Sabedoria
de Amenêmope"?
PROBLEMA:
Um documento egípcio
que contém um livro intitulado "A Sabedoria de
Amenêmope"
foi descoberto em 1888. Muitas de sua expressões são semelhantes às
encontradas em
Provérbios
22-24. Entretanto, se estes capítulos de Provérbios forem
simplesmente uma cópia
daquele
livro egípcio, então pelo menos esta seção não pode ter sido
escrita por Salomão, como é
declarado
(cf. 1:1; 25:1).
SOLUÇÃO:
Primeiro, não há
razão por que Deus não poderia guiar Salomão a usar outras fontes
humanas
ao escrever a Palavra de Deus. Outros autores das Escrituras fizeram
isso (cf. Lucas 1:1-
4).
Entretanto, não é certo que Salomão tenha usado essa fonte
egípcia, pois, embora haja sentenças
e
expressões bastante semelhantes, o fato é que as diferenças são
mais freqüentes que as
semelhanças.
Os
dois livros abordam o mesmo assunto de maneira geral, e este fato
tão-somente pode ser
a
causa das semelhanças. Além disso, um exame mais cuidadoso feito
por eruditos revelou que, se
houve
cópia, mais provável é que o autor egípcio tenha copiado do texto
hebraico, não o inverso.
Em
última instância, é claro, Deus é a fonte de toda verdade, não
importa onde ela seja encontrada.
Dessa
forma, a sabedoria dos provérbios encontrada nestes capítulos deste
livro da Bíblia provém
do
Espírito Santo, não importando que fonte tenha sido utilizada.
PROVÉRBIOS
22:6 - Como este verso pode ser verdadeiro, já que a experiência
nos ensina
que
as crianças com freqüência abandonam os princípios em que foram
educadas?
PROBLEMA:
Segundo Provérbios
22:6, se uma criança é educada no caminho em que deve andar,
ela
não se desviará dele mesmo na idade adulta, Entretanto, a
experiência demonstra que isso nem
sempre
é verdade. A experiência não contradiz, então, este provérbio?
SOLUÇÃO:
A experiência não
contradiz este provérbio, porque ele é apenas um princípio geral
que
permite exceções em casos particulares. Os provérbios não foram
feitos como garantias
absolutas
quanto ao que dizem. Pelo contrário, eles expressam verdades que nos
suprem com
conselhos
e diretivas valiosas para uma vida sábia, os quais deveriam ser
aplicados à direção de
nossa
vida diária.
De
modo geral, é uma verdade que a educação diligente de pais
piedosos influencie os filhos
a
seguirem nessa linha nos anos posteriores. Entretanto, pode haver
circunstâncias, características
pessoais
e problemas que trabalhem contrariamente à educação que a criança
recebeu. O provérbio
encoraja
os pais a que cumpram com diligência suas responsabilidades,
confiando o futuro na graça
e
na soberania de Deus.
PROVÉRBIOS
24:11 - Este verso justifica o fato de quebrar a lei para impedir um
aborto?
PROBLEMA:
Salomão nos diz:
"livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que
cambaleiam
indo para serem mortos" (Pv 24:11). Isso então justifica
tentativas ilegais de "resgatar"
bebês,
impedindo pela força que mulheres grávidas cheguem às clínicas de
aborto legalizadas*?
SOLUÇÃO:
Esta passagem não
justifica quebrar as leis do governo humano, instituído por Deus
(cf.
Rm 13:1; 1 Pe 2:13), mesmo que creiamos serem leis injustas. Aos
crentes somente é permitido
desobedecer
a lei no caso de ela os compelir
à prática do
pecado, e não no caso de ela
permitir que
outra
pessoa venha a pecar (veja os comentários de Êx 1:15-21). Se assim
não fosse, teríamos de
fechar
as portas das igrejas não-cristãs e dos templos não-cristãos, em
que há pecado por estarem
adorando
falsos deuses. Certamente devemos desobedecer uma lei que nos queira
compelir a
adorar
*
No Brasil, o aborto é ilegal. Há países,
contudo, em que essa prátíca já foi legalizada, havendo,
inclusive, clínicas
especializadas
e que funcionam de conformidade com a lei vigente. (N. do E.)
ídolos
(Dn 3), mas não temos de desobedecer uma que permita
que outros façam
isso.
Além
disso, este texto (Provérbios 24) não dá base para tentativas
ilegais de "resgates" por
diversas
razões. Primeiro, o capítulo não dá respaldo à desobediência
civil; ele ordena a obediência
civil:
"teme ao Senhor, ... e ao rei" (v. 21), onde o temor
implica obediência às suas ordens (cf. Rm
13:1,3
e Tt 3:1).
Segundo,
os que estão sendo levados à morte (24:11) são vítimas dos que
estão quebrando a
lei;
não são eles próprios que estão fazendo isso.
Em
outras palavras, quem tentasse impedir um aborto nessas
circunstâncias estaria agindo
contrariamente
à lei, visto que o aborto legal seria feito de acordo com a lei.
Não
há indicação nesta passagem (e em nenhuma outra) de que os crentes
tenham o direito
de
tomarem, de modo ilegal, os direitos legais dos outros, apenas por
crerem pessoalmente que
certas
leis sejam injustas. Nessa mesma linha incorreta de raciocínio de
tais "resgatadores",
chegaríamos
ao ponto de impedir o caminho de qualquer um -de um juiz, do júri ou
da polícia -
agindo
por nossa conta, se acreditássemos que a condenação seria injusta.
Além
disso, se fosse certo "resgatar" vidas pelo fechamento das
portas daquelas clínicas,
então
por que não nos livrarmos delas jogando bombas sobre elas,
destruindo seus suprimentos de
energia,
ou até mesmo assassinando as enfermeiras e os médicos envolvidos?
Não consideremos
nem
mesmo a possibilidade de tal coisa!
A
verdade é que dois erros não produzem um acerto, e os fins não
justificam os meios,
mesmo
sendo um processo ativo ou passivo de desobedecer um governo humano,
instituído por
Deus,
que tenha estabelecido leis não-compulsórias, que permitem a outros
pecar.
PROVÉRBIOS
25:1 - Como pode Salomão ter sido o autor de Provérbios, se os
homens de
Ezequias
os transcreveram?
PROBLEMA:
O livro de
Provérbios reivindica a sua autoria como sendo de Salomão (1:1;
10:1).
Judeus
conservadores e eruditos cristãos há muito tempo têm atribuído
este livro ao rei Salomão.
Entretanto,
Provérbios 25:1 fala que os homens do rei Ezequias "transcreveram"
esses provérbios,
muito
tempo depois da morte de Salomão. Além disso, os dois últimos
capítulos indicam terem sido
escritos
por Agur (30:1) e pelo rei Lemuel (31:1), e não por Salomão.
SOLUÇÃO:
Como Salomão
escreveu cerca de 3.000 provérbios (1 Rs 4:32) - muito mais do que
se
encontra
neste livro - é possível que o livro de Provérbios não tenha sido
constituído com base nos
muitos
provérbios de Salomão senão após a sua morte. Sondo assim, então
Deus foi quem dirigiu
seus
servos, que o compilaram de forma a selecionar os que o Senhor queria
que constassem em sua
Palavra,
a qual tem a sua autoridade.
Também
é possível que o próprio Salomão tenha escrito o livro de
Provérbios, e que a
referência
à transcrição feita pelos homens de Ezequias tenha sido acrescida
posteriormente, quando
eles
transcreveram o original de Salomão para outro manuscrito. Os dois
últimos capítulos podem
ter
sido incluídos pelo próprio Salomão, ou acrescidos posteriormente,
já que eram também
sabedoria
inspirada, tais como as de Salomão, embora tenham sido escritos por
outros homens de
Deus,
a saber, por Agur (30:1) e por Lemuel (31:1).
PROVÉRBIOS
26:4-5 - Como é que dois mandamentos contraditórios podem ser ambos
corretos?
PROBLEMA:
Provérbios 26:4
diz: "Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia";
e o
verso
5 nos diz: "Ao insensato responde segundo a sua estultícia".
Isso parece ser uma clara
contradição.
SOLUÇÃO:
Haveria contradição
se esses dois versos não fossem acompanhados das frases que os
seguem.
Nós devemos
responder ao
insensato segundo a sua estultícia "para que não seja ele
sábio
aos
seus próprios olhos"(v. 5). Mas não
devemos responder a
ele segundo a sua estultícia para não
nos
fazermos semelhantes a ele (v. 4). Em outras palavras, depende das
circunstâncias. Às vezes
devemos
e às vezes não devemos responder a um insensato. O sábio saberá
distinguir essas
ocasiões.
E se a alguém falta sabedoria, peça-a a Deus (Tg 1:5).
PROVÉRBIOS
27:22 - A estultícia é corrigível?
PROBLEMA:
Provérbios 22:15
ensina que "a estultícia está ligada ao coração da criança,
mas a
vara
da disciplina a afastará dela". Mas, de acordo com o versículo
em questão, a estultícia é
irremediável,
porque "ainda que pises o insensato com mão de gral entre grãos
pilados de cevada,
não
se vai dele a sua estultícia".
SOLUÇÃO:
Há duas
significativas diferenças nestas passagens. Na primeira está-se
falando de
uma
criança,
que ainda está em
condições de ser ensinada. A outra refere-se a um adulto,
para quem
não
há mais esperança. Além disso, a estultícia corrigível é apenas
uma impertinência,
ao passo que
a
estultícia incorrigível está além
da esperança.
PROVÉRBIOS
28:13 - É correto cobrir pecados, ou não?
PROBLEMA:
Deus nos adverte que
"o que encobre as suas transgressões jamais prosperará"
(Pv
28:13).
Entretanto, noutro texto o Senhor aprova aqueles que têm os seus
pecados cobertos,
dizendo:
"Bem-aventurado aquele... cujo pecado é coberto" (Sl
32:1).
SOLUÇÃO:
Para responder,
várias diferenças cruciais devem ser observadas. Primeiro, aquele
que
procura
cobrir o seu
próprio pecado é condenado,
mas aquele que o confessa e que deixa Deus
cobrir
o seu pecado para si é abençoado.
Segundo, no primeiro caso, Deus está condenando
encobrir
de maneira não justificada o pecado. Na outra passagem, trata-se de
um meio de remissão
ou
de expiação dado
por Deus. Terceiro, uma passagem condena todo aquele que procura
encobrir
o
seu próprio pecado. A outra aprova aqueles que permitiram que Deus
cobrisse seu
pecado pela
expiação
por meio do sangue.
PROVÉRBIOS
30:30 - Se todas as feras têm medo do homem, por que os leões não
temem o
homem?
PROBLEMA:
Deus disse a Noé:
"pavor e medo de vós virão sobre todos os animais da terra"
(Gn
9:2).
Entretanto, tal não é o caso, já que até mesmo Provérbios 30:30
admite que o leão "não se
desvia
diante de ninguém" (R-IBB).
SOLUÇÃO:
Algumas
considerações nos ajudarão a entender esta questão. Primeiro, o
"ninguém"
pode
estar referindo-se a outras feras, e não ao ser humano. Segundo, a
menos que estejam
desesperadamente
esfomeadas, ou defendendo sua prole ou o seu território, as feras se
desviam dos
seres
humanos. Terceiro, quaisquer exceções que possam ocorrer servem
apenas para confirmar a
regra
de que a presença do homem normalmente intimida as formas inferiores
de vida.
PROVÉRBIOS
31:6 - Este verso nos encoraja a beber bebidas alcoólicas fortes?
PROBLEMA:
Por um lado a Bíblia
fala contra a bebida forte, declarando ser ela escarnecedora e
alvoroçadora
(Pv 20:1). Por outro lado, Salomão declara: "Dai bebida forte
aos que perecem, e
vinho
aos amargurados de espírito". Isso não nos encoraja a beber
bebidas alcoólicas fortes?
SOLUÇÃO:
A Bíblia condena
com vigor o abuso de se
beber socialmente a
bebida forte (veja os
comentários
de 1 Timóteo 5:23), mas não o seu uso medicinal.
Aqui é claro que se
trata de um uso
medicinal,
já que se diz que a bebida deve ser dada àqueles "que
perecem", ou que estejam com
profunda
dor ou em choque ("amargurados de espírito" ou em
"pobreza", v. 7). O uso da bebida
desta
forma e com este propósito não é proibido nas Escrituras.
Com
efeito, o álcool corretamente ministrado tem poder de cura tanto no
interior do corpo (1
Tm
5:23) como no seu exterior (Lc 10:34). Mas o abuso da bebida forte e
o cair em embriaguez é
proibido
nas Escrituras (cf. 1 Co 5:11; 1 Tm 3:8).
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