ESDRAS
ESDRAS
1:8 - Quem foi Sesbazar?
PROBLEMA:
Quando Ciro, rei da
Pérsia, permitiu que os israelitas retornassem a Jerusalém, ele
devolveu
os artigos da casa do Senhor, que Nabucodonosor havia tomado. De
acordo com Esdras
1:8,
Ciro os entregou contados a Sesbazar. Quem foi Sesbazar?
SOLUÇÃO:
Duas são as
proposições feitas quanto à identidade de Sesbazar. A primeira
parte de
alguns
comentaristas, que dizem que Sesbazar era o nome de Zorobabel na
corte. Era costume na
Babilônia,
durante o cativeiro de Israel, dar outro nome a certas pessoas na
corte. Daniel, por
exemplo,
recebeu o nome de Beltessazar (cf. Dn 1:7).
Um
ponto fraco desta proposição é que não está claro se Sesbazar é
ou não um nome
babilônico.
Além disso, geralmente um israelita que recebesse um novo nome na
corte tinha
também
um nome hebraico que lhe havia sido dado por seus pais. Nem Sesbazar,
nem Zorobabel
são
nomes hebraicos, e também não podem ser identificados como nomes
babilônicos.
A
segunda proposição é feita por comentaristas que afirmam que
Sesbazar é o nome de
Sealtiel,
pai adotivo de Zorobabel. Esta alternativa leva à seguinte pergunta:
por que Sesbazar é
identificado
como "príncipe de Judá" em Esdras 1:8? O que se propôs é
que Sealtiel/ Sesbazar fora
levado
a essa posição pelo governador da Babilônia, e que esse título
passou a Zorobabel, depois da
morte
de Sealtiel/ Sesbazar. Esdras 5:16 afirma que foi Sesbazar que
"lançou os fundamentos da
Casa
de Deus". Como Esdras 3 não cita especificamente o nome de
Sesbazar como participante
nesse
evento, pode-se presumir que Sealtiel/Sesbazar e Zorobabel tenham
participado juntos no
projeto,
como pai e filho, e que o nome de Sesbazar simplesmente não foi
mencionado.
Um
ponto fraco desta posição e que não há indicação quanto a ter
havido duas pessoas atuando
como
uma junta no governo de Jerusalém. Ainda, há o fato de que o nome
de Sesbazar não é
mencionado
em Esdras 2, na longa lista daqueles que voltaram com Zorobabel.
O
fato de o nome de Sesbazar não ser mencionado também depois de
Esdras 5:16 pode ser
explicado
a partir de qualquer uma das duas proposições. Se Sesbazar e
Sealtiel eram a mesma
pessoa,
então pode ser que ele tenha morrido logo depois do lançamento dos
alicerces do templo. Se
Sesbazar
era Zorobabel, então o nome da corte simplesmente foi deixado de
lado, permanecendo o
nome
Zorobabel. Qualquer uma dessas duas explicações nos dá uma solução
aceitável, e não há por
que
pensar que haja um erro ou alguma contradição nesse caso.
ESDRAS
2:1ss - Por que muitos dos números citados na lista de Esdras, dos
que voltaram a
Jerusalém,
diferem dos que são mencionados em Neemias 7?
PROBLEMA:
No registro dos que
voltaram a Jerusalém sob a liderança de Zorobabel, tal como
consta
em Esdras, 32 famílias são identificadas, com o respectivo número
de integrantes. Em
dezoito
casos, os números mencionados por Esdras são os mesmos que os de
Neemias 7. Entretanto,
em
14 casos os números são diferentes. As diferenças variam de apenas
uma pessoa para até
um
grande número de 1.100 pessoas. Por que essas diferenças?
SOLUÇÃO:
Primeiro, é
possível que cada um desses casos seja um erro de copista. Uma das
áreas
mais
problemáticas na transcrição feita por um escriba judaico era a
cópia de números. Certamente
é
concebível que numa lista assim relativamente grande de nomes e
números possa ter ocorrido
erros
feitos pelos copistas (veja o Apêndice 2).
Segundo,
é também possível que Esdras e Neemias tenham compilado suas
listas em épocas
diferentes.
Esdras pode ter relacionado aqueles que deixaram a Babilônia com
Zorobabel, ao passo
que
Neemias, todos aqueles que de fato foram a Jerusalém. Em alguns
casos, os que deixaram a
Babilônia
com a intenção de reconstruir Jerusalém podem ter desistido e
voltado à Babilônia, e
ainda
alguns podem ter morrido na viagem. Em outros casos, pode ser que uma
família tenha
absorvido
outras pessoas, aumentando assim seu número. Talvez membros de uma
família em
outras
terras tenham obtido autorização para a migração, vindo a
juntar-se com os seus parentes no
caminho
da Babilônia até Jerusalém.
ESDRAS
3:10-Como a reconstrução poderia ter sido iniciada durante o
reinado de Ciro, se
Esdras
4:24 diz que foi no reinado de Dario I?
PROBLEMA:
De acordo com Esdras
3:8-13, a reconstrução do templo começou sob o reinado de
Ciro,
o Grande (cf. Esdras 5:13,16), o qual reinou na Pérsia de cerca de
559 até 530 a.C. Entretanto,
Esdras
4:24 diz que a reconstrução do templo aconteceu durante o reinado
de Dario, rei da Pérsia,
por
volta de 520 a.C.. Ainda, Ageu 1:15 dá a entender que a reconstrução
do templo não começou
antes
de 520 a.C.. Como essas diferentes afirmações podem ser
conciliadas?
SOLUÇÃO:
As afirmações
feitas em Esdras 3:10 e 5:16 são referências ao lançamento
dos
alicerces,
ao passo que Esdras
4:24 e Ageu 1:15 referem-se à retomada
do projeto de reconstrução,
depois
de um longo período em que esteve parado. Esdras 4:4 assinala que,
durante o reinado de
Ciro,
assim que o povo da terra soube do projeto de reconstrução,
desencorajou as pessoas e
frustrou
seus esforços. O projeto ficou abandonado por dezesseis anos. Nesse
ponto Deus dirigiu
Ageu
a profetizar ao povo de Jerusalém para motivá-los a começar o
projeto de reconstrução
novamente.
Isso é referido em Esdras 4:24. A reconstrução do templo foi
retomada por volta de 520
a.C.,
durante o tempo de Dario, e completou-se em 516 a.C..
ESDRAS
4:23 - Como o trabalho de reconstrução poderia ter sido
interrompido por ação de
estrangeiros,
se Ageu 1:2 põe a culpa na indiferença dos líderes?
PROBLEMA:
Esdras 4:7-23
registra que, depois de um grande começo no lançamento dos
alicerces
do templo, inimigos estrangeiros apareceram e forçaram o povo a
interromper o projeto de
reconstrução.
Entretanto, Ageu 1:2 dá a entender que as pessoas estavam
indiferentes diante do
projeto
de reconstrução. Qual foi o real motivo do atraso na reconstrução
do templo?
SOLUÇÃO:
As duas afirmações
são verdadeiras. Embora a força militar do inimigo tenha feito
com
que a reconstrução parasse,
foi a indiferença
do povo que fez com que o projeto não fosse
reiniciado.
Durante o reinado de
Ciro, o Grande, o clima era hostil para com o povo, e o projeto de
reconstrução
enfrentou forte oposição. Quando Dario I tomou o poder na Pérsia,
cerca de 522 a.C.,
a
oportunidade para reiniciar o projeto de construção ficou bem mais
favorável. Entretanto, os
líderes
do povo tinham se envolvido de tal forma com seus afazeres pessoais,
que não se dispunham
a
retomar aquele enorme projeto.
ESDRAS
10:10-44- Porque Deus ordenou que os israelitas despedissem suas
esposas nãocrentes,
se
Paulo nos diz para não fazer isso?
PROBLEMA:
Esdras fez com que
todos os israelitas despedissem suas "mulheres estrangeiras",
porque
elas estavam "aumentando a culpa de Israel"(Ed 10:10),
Entretanto, quando perguntaram a
Paulo
se o crente deveria divorciar se de uma esposa não crente, ele
disse: "se algum irmão tem
mulher
incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone"
(1 Co 7:12). Essas instruções
não
se contradizem?
SOLUÇÃO:
Essas duas
colocações são feitas em tempos diferentes, para pessoas
diferentes e por
razões
diferentes. A ordem dada por Esdras aconteceu no tempo do AT, e foi
dada a judeus, e a
palavra
de Paulo foi dada a cristãos, no tempo do NT. Os crentes do NT não
mais estão debaixo das
leis
dadas a Israel (veja os comentários de Mateus 5:17-18).
Além
disso, mesmo considerando que o princípio moral contido nesse
mandamento do AT
ainda
esteja em vigor hoje, as situações são diferentes, por três
razões. Primeiro, as esposas no AT
não
eram apenas "incrédulas" que "consentiam" em
morar com o marido, sendo "santificadas" por
ele
(1 Co 7:12,14). Elas eram mulheres "estrangeiras", ou seja,
provavelmente adoradoras
de ídolos
(cf.
Ne 13:25-26), que estavam trazendo uma influência pagã sobre seus
maridos. Deus disse a
Salomão
que suas mulheres pagãs lhe "perverteriam o coração",
para seguir "os seus deuses" (1 Rs
11:2).
Segundo,
aquelas mulheres não eram tão-somente pagãs, mas também
descendentes de
Moabe
e Amom (Esdras 10:30; cf. Ne 13:23) e de outras nações
circunvizinhas, a respeito das quais
o
Senhor dissera explicitamente a Israel que não as tomassem como
mulher (cf. Êx 34:16; Dt 7:3).
Terceiro,
é possível que elas tenham sido tomadas como segunda ou terceira
mulher (cf. Ed
10:44),
e Deus proibia a poligamia (veja os comentários de 1 Reis 11:1).
Sendo assim, eles violaram
as
leis contra a poligamia (Dt 17:17) e a idolatria (Êx 20:4-5).
Essa
é uma situação bem diferente da que havia quando Paulo deu a
instrução para um
marido
crente manter uma só esposa incrédula não-idólatra (cf. 1 Co
7:2), se ela se dispusesse a
permanecer
sob a influência santificadora do marido crente.
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