JOÃO
JOÃO
1:1 - Jesus é
Deus ou apenas um
deus?
PROBLEMA:
Os cristãos crêem
que Jesus é Deus, e com freqüência citam essa passagem para
provar
isso. Entretanto, as Testemunhas de Jeová traduzem esse versículo
assim: "e o Verbo (Cristo)
era
um deus", porque rio grego não há um artigo definido ("o")
antes da última palavra.
SOLUÇÃO:
No grego, quando o
artigo definido é
usado, normalmente
e3e destaca o indivíduo
e,
quando
não, a referência é à natureza daquilo que é indicado. Assim,
esse versículo poderia ser
traduzido
"e o Verbo era da natureza de Deus". A completa deidade de
Cristo tem o suporte não
somente
no uso dessa mesma construção, em geral, mas também em outras
referências a Jesus
como
Deus, em João (cf. 8:58; 10:30; 20:28) e no restante do NT (cf. Cl
1:15-16; 2:9; Tt 2:13).
Além
disso, alguns textos do NT usam o artigo definido e falam de Cristo
como "o Deus".
Portanto,
não importa se João empregou ou não o artigo definido - a Bíblia
claramente ensina que
Jesus
é Deus, não apenas um deus (cf. Hb 1:8).
E
que Jesus é Jeová (Yahveh), isso está claro pelo fato de o NT
atribuir a Jesus
características
que no AT se aplicam somente a Deus (cf. Jô 19:37 e Zc 12:10).
JOÃO
1:18 - Por que João diz que ninguém jamais viu a Deus, se outros
versículos declaram
que
veremos a Deus?
PROBLEMA:
Por um lado a Bíblia
declara que ninguém pode ver a Deus, mas por outro ela diz:
"Bem-aventurados
os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt 5:8). Diz
também que os servos
do
Senhor "contemplarão a sua face" (Ap 22:4) e ainda que
"haveremos de vê-lo como ele
é"(ljp3:2).
SOLUÇÃO:
Os versículos que
ensinam que ninguém pode ver a Deus referem-se ao homem
mortal
nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado esse privilégio (Êx
33:23). O homem mortal
não
tem condições para ser exposto assim. Entretanto, o que o mortal
não pode ver nesta vida, o
homem
imortal verá na próxima vida (1 Co 13:12; Ap 22:4).
Isso
é conhecido como a visão beatífica (bem-aventurada), e será o
clímax espiritual do
crente
ao ver a Deus face a face, ao conhecê-lo diretamente em sua essência
e não meramente de
forma
indireta, como reflexo através das coisas criadas (Rm 1:18-20).
JOÃO
1:18 - Somente Jesus é
o Filho de Deus?
PROBLEMA:
Jesus é chamado de
"o Filho unigênito" (SBTB) nesse versículo. Contudo, num
dos
versículos
anteriores João nos informa de que pela fé podemos ser feitos
"filhos de Deus" (1:12). Se
somos
filhos de Deus, como Jesus pode ser o unigênito (o único Filho) de
Deus?
SOLUÇÃO:
Há uma gigantesca
diferença entre os sentidos das expressões "Jesus é o Filho
de
Deus"
e "nós somos filhos de Deus". Primeiro, ele é o único
Filho de Deus; eu sou apenas um filho
de
Deus. Ele é o Filho de Deus com "F" maiúsculo; os seres
humanos podem tornar-se filhos de
Deus
somente com "f" minúsculo.
Jesus
é o Filho de Deus pelo direito eterno de herança (Cl 1:15); nós
somos filhos de Deus
apenas
por adoção (Rm 8:15). Ele é o Filho de Deus porque é Deus por sua
própria natureza (Jo
1:1),
ao passo que nós tão-somente fomos feitos à imagem de Deus (Gn
1:27) e refeitos "segundo a
imagem
daquele" que nos criou, por meio da redenção (Cl 3:10).
Jesus
é de Deus
por sua própria natureza; nós apenas procedemos
de Deus. Ele é
divino pela
sua
própria natureza, mas nós apenas participamos dela por meio da
salvação (2 Pe 1:4). Podemos
ser
co-participantes da natureza divina apenas no que diz respeito aos
seus atributos morais (como
santidade
e amor), não no tocante aos seus atributos não-morais (como
infinidade e eternidade). Em
resumo,
as diferenças são:
JESUS
COMO HOMENS
COMO
O
FILHO DE DEUS FILHOS
DE DEUS
Filho
natural Filhos adotivos
Sem
começo Com começo
Criador
Criatura
Deus
por natureza Não divinos por natureza
JOÃO
1:33 - João Batista conhecia Jesus antes do batismo dele, ou não?
PROBLEMA:
Antes do batismo de
Jesus, João disse categoricamente: "Eu não o conhecia".
Entretanto,
em Mateus 3:13-14 João reconheceu Jesus antes de o batizar e disse:
"Eu é que preciso
ser
batizado por ti".
SOLUÇÃO:
João pode ter
conhecido Jesus antes do batismo somente pela reputação
que ele tinha,
não
por reconhecimento.
Ou, talvez o
conhecesse apenas por
apresentação, mas
não por
manifestação
divina. Afinal de
contas, Jesus e João Batista eram parentes entre si (Lc 1:36), muito
embora
tivessem sido criados em lugares diferentes (Lc 1:80; 2:51).
Entretanto,
embora João possa ter tido anteriormente algum contato familiar com
Jesus, ele
nunca
o conhecera como Jesus foi revelado em seu batismo, quando o Espírito
desceu sobre ele e o
Pai
falou-lhe do céu (Mt 3:16-17). O contexto indica que, até o seu
batismo, realmente ninguém
conhecia
Jesus da forma como Ele então seria "manifestado a Israel"
(Jo 1:31).
JOÃO
1:37-49 - Os apóstolos foram chamados nesse tempo ou depois?
PROBLEMA:
João registra que
Jesus chamou André, Pedro, Filipe, Natanael e outro discípulo
nesse
tempo. Entretanto, os outros Evangelhos registram que o seu chamado
ocorreu bem depois
(cf.
Mt 4:18-22; Mc 1:16-20; Lc 5:1-11). Quando eles foram chamados?
SOLUÇÃO:
Essa primeira
passagem nos mostra uma
entrevista inicial de
Jesus com aqueles
discípulos,
não a sua chamada
permanente. Em
decorrência desse primeiro contato, eles
permaneceram
com Jesus somente "aquele dia" (Jo 1:39), depois do que
retornaram a seus lares e a
seu
trabalho normal.
As
outras passagens referem-se ao tempo em que eles deixaram o trabalho
anterior que
possuíam
e assumiram o ministério em tempo integral como discípulos de
Cristo.
JOÃO
3:3 - Jesus ensinou a reencarnação, ao falar sobre "nascer de
novo"?
PROBLEMA:
Tradicionalmente os
cristãos acreditam que a Bíblia não ensina a doutrina da
reencarnação
(cf. Hb 9:27). Entretanto, muitos grupos usam esse versículo (J°
3:3) para defender
sua
posição de que Jesus ensinou ser necessária a reencarnação.
SOLUÇÃO:
O que Jesus está
ensinando nessa passagem não é a reencarnação, mas a regeneração.
Vários
fatos há que tornam isso bem claro. PHmeiro, a doutrina da
reencarnação ensina que, depois
que
a pessoa morre, ela entra em outro corpo mortal para viver nesta
terra de novo; e que esse
processo
se repete vez após vez, num ciclo praticamente interminável de
nascimentos, mortes e
reencarnações.
Se Jesus estivesse advogando a reencarnação, ele teria dito: "se
alguém não nascer
de
novo, e de novo, e de novo ..."
Segundo,
a doutrina da reencarnação ensina que a pessoa morre vez após vez
até alcançar a
perfeição
(Nirvana). Entretanto, a Bíblia ensina claramente que "aos
homens está ordenado
morrerem
uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27).
Terceiro,
nos versículos que seguem à sua palavra, Jesus explica o que ele
quis dizer com
nascer
de novo. Jesus disse: "Quem não nascer da água e do espírito
não pode entrar no reino de
Deus"
(Jo 3:5). Embora os comentaristas discordem a respeito do significado
de "água" nesse
versículo
(veja os comentários de João 3:5), todos eles concordam que esses
versículos não têm
nada
que ver com a reencarnação. Ser nascido de novo, então, é
ser purificado de
nossos pecados, e
receber
a vida de Deus pelo Espírito de Deus (Rm 3:21-26; Ef 2:5; Cl 2:13).
JOÃO
3:5 - Esse versículo ensina que a
regeneração é pelo
batismo?
PROBLEMA:
Jesus disse a
Nicodemos que "quem não nascer da água e do Espírito não
pode
entrar
no reino de Deus". Isso quer dizer que é necessário ser
batizado para ser salvo?
SOLUÇÃO:
O batismo não é
necessário para a salvação (veja os comentários de Atos 2:38). A
salvação
é pela graça, mediante a fé, e não por obras de justiça (Ef
2:8-9; Tt 3:5-6). Mas o batismo
é
uma obra de justiça (cf. Mt 3:15). O que então Jesus queria dizer
quando se referiu a "nascer da
água"?
Há três modos principais de entender isso, dos quais nenhum envolve
a regeneração por
meio
do batismo.
Alguns
crêem que Jesus está falando da água
do ventre materno,
já que "o ventre materno"
acabava
de ser mencionado no versículo anterior. Sendo assim, ele estaria
então dizendo: "Quem
não
nascer uma vez da água (no nascimento físico) e então de novo do
Espírito, no nascimento
espiritual,
não pode ser salvo".
Outros
consideram que "nascer da água" refere-se à "lavagem
de água
pela palavra" (Ef
5:26).
Eles observam que Pedro refere-se a sermos "regenerados
[nascidos de novo] ... mediante a
palavra
de Deus" (1 Pe 1:23), referindo-se assim exatamente à mesma
coisa que João aborda nesses
versículos
(cf. Jo 3:3,7).
Ainda
outros pensam que "nascer da água" refere-se ao
batismo de João mencionado
anteriormente
(Jo 1:26). João disse que ele batizava com água, mas que Jesus
batizaria com o
Espírito
Santo (Mt 3:11), dizendo: "arrependei-vos, porque está próximo
o reino dos céus" (Mt 3:2).
Se
é esse o significado, então quando Jesus disse que eles teriam de
"nascer da água e do Espírito"
(Jo
3:5), ele queria dizer que os judeus de então teriam de ser
batizados com o batismo do
arrependimento
por João e também que mais tarde teriam de ser batizados com o
batismo do
Espírito
Santo, para que então pudessem "entrar no reino de Deus".
JOÃO
3:13 - Como
pôde Jesus dizer que ninguém subiu ao céu, se Elias subiu?
PROBLEMA:
Jesus declarou nesse
texto que "ninguém subiu ao céu ..." Entretanto, o AT
registra
a
ascensão de Elias ao céu num carro de fogo (2 Rs 2:11).
SOLUÇÃO:
Nesse contexto,
Jesus está demonstrando o seu conhecimento superior acerca das
coisas
celestiais. Em essência ele está dizendo: “Nenhum outro ser
humano pode falar com base
num
conhecimento de primeira-mão acerca dessas coisas, como eu posso, já
que descido ". Ele está
declarando
que ninguém subiu ao céu para trazer de volta a mensagem que ele
trouxe. De forma
alguma
ele está negando que qualquer outra pessoa esteja no
céu, como Elias ou
Enoque (Gn 5:24).
Não,
Jesus está simplesmente declarando que ninguém na terra foi ao céu
e depois retornou
com
uma
mensagem tal como a que Ele lhes dava.
JOÃO
3:17 - Jesus veio julgar o mundo ou não?
PROBLEMA:
De acordo com esse
versículo, "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
julgasse
o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". E depois
acrescentou: "eu a ninguém
julgo"
(Jo 8:15; cf. lí:47). Entretanto, em outras passagens, Jesus
reivindicou ter "autoridade para
julgar,
porque é o Filho do Homem" (Jo 5:27). De fato, ele alé mesmo
disse: "Eu vim a este mundo
para
julgamento" (Jo 9:39, NVI) e "o Pai a ninguém julga, mas
ao Filho confiou todo julgamento"
(Jo5:22).
SOLUÇÃO:
Esses versículos
referem-se a diferentes contextos e expressam diferentes
significados.
Em geral, as referências a Jesus sentado julgando a raça humana
dizem respeito à sua
segunda
vinda (veja Ap 19-20), ao passo que os versículos que dizem que ele
não veio para julgar,
mas
p4ra salvar, têm em vista a sua primeira vinda. Às vezes Jesus está
simplesmente falando
acerca
de não agir como um juiz deste mundo durante a sua vida na terra.
Foi assim no caso da
resposta
que ele deu ao homem que queria que ele arbitrasse uma herança
familiar: "Homem, quem
me
constituiu juiz ou partidor entre vós?" (Lc 12:14).
Outra
diferença que esclarece algumas dificuldades é encontrada entre o
real propósito
da
vinda
de Cristo (para salvar os que crêem) e o efeito
resultante disso
(julgar aqueles que não
crerem).
A sua afirmativa – “Eu vim a este mundo para julgamento" (Jo
9:39, N VI) - parece
enquadrar-se
nesta última categoria (cf. v. 40).
JOÃO
4:26 - Por que Jesus confessou ser o Messias, mas evitou fazê-lo
em
outras ocasiões?
PROBLEMA:
Nos Evangelhos
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Jesus parecia fazer todo o
possível
para evitar ter de dizer que ele era o Messias judaico. Ele preferia
perguntar aos seus
discípulos
em particular (Mt 16:13), e às vezes exortava as pessoas que
descobriam isso a "não
dizer
a ninguém" (veja os comentários de Mateus 16:20). Contudo, a
mulher samaritana disse: "eu
sei...
que há de vir o Messias, chamado Cristo" (Jo 4:25). Jesus
prontamente respondeu, sem que
ninguém
o forçasse: "Eu o sou, eu que falo contigo" (v. 26).
SOLUÇÃO:
Jesus estava em
Samaria, não na Judéia. Os judeus dos dias de Jesus tinham um
conceito
distorcido a respeito do Messias, ou seja, tinham-no como alguém que
os libertaria da
opressão
política de Roma. Nesse contexto, Jesus era bem mais cauteloso,
encobrindo um pouco
suas
reivindicações, de forma a fazer com que os seus discípulos
gradualmente fossem tendo um
conceito
mais espiritual daquele que vinha para redimir o seu povo (cf. Lc
19:10; Jo 10:10).
De
fato, este é o motivo por que Jesus falou com tanta freqüência por
parábolas, de forma
que
aqueles que estavam buscando verdadeiramente entenderiam, mas aqueles
que tinham um falso
conceito
ficariam confusos (veja Mt 13:13). E por isso que, quando realizava
milagres, algumas
vezes
ele exortava a pessoa a não contar a ninguém, porque não queria
ser abordado por uma
multidão
de curiosos.
Com
efeito, Jesus repreendeu aqueles que, vendo-o multiplicar os pães,
quiseram fazê-lo rei
(Jo
6:15), declarando-lhes que eles o seguiam "não porque vistes
sinais, mas porque comestes dos
pães
e vos fartastes" (v. 26). Entretanto, em Samaria, onde esse
falso conceito judaico de um
libertador
político do domínio romano, que podia alimentar as multidões, não
prevalecia, Jesus não
hesitou
em declarar que de fato ele era o verdadeiro Messias. Além disso,
ele disse isso apenas a
uma
mulher samaritana, particularmente, não às multidões de judeus na
Judéia.
Não
obstante, Jesus declarou ser o Messias em público também, na Judéia
e perante os
judeus.
Entretanto, geralmente sua declaração era mais encoberta,
procurando fazer com que eles
mesmos
viessem a descobrir quem ele era. Todavia, quando a situação não
era nada boa, e tornouse
necessário
que Ele se declarasse diante do sumo sacerdote, Jesus explicitamente
respondeu à
pergunta:
"És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?" com a
declaração: "Eu sou [o Cristo]" (Mc
14:61-62;
cf. Mt 26:64; cf.Lc 22:70).
JOÃO
5:28-29 - Jesus advoga a salvação pelas obras?
PROBLEMA:
Jesus diz que vem a
hora em que as pessoas em seus túmulos "ouvirão a sua voz e
sairão:
os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que
tiverem praticado o mal,
para
a ressurreição do juízo" (Jo 5:29). Isso parece estar em
clara oposição à salvação pela graça
(cf.
Ef 2:8-9).
SOLUÇÃO:
Primeiro, Jesus não
crê na salvação por obras. No início do Evangelho, João
escreveu:
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, a
saber,
aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem
da
vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:12-13). Jesus disse em João
3:16-18:
Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê
não
pereça, mas tenha a vida eterna.
Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas
para que o
mundo
fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê
já está julgado, porquanto não crê
no
nome do unigênito Filho de Deus.
Além
disso, em João 5:24, Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos
digo: quem ouve a
minha
palavra e crê
naquele que me
enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte
para a vida". Essas passagens deixam bem claro que Jesus não
ensinou a salvação pelas
obras.
Segundo,
a referência que Jesus fez a boas obras em João 5:28-29 é a
respeito das obras que
ocorrem
depois da salvação pela fé. Para ser salvo, precisa-se da graça
de Deus (Ef 2:8-9), mas a fé
autêntica
expressa-se por meio das boas obras (v. 10).
O
apóstolo Paulo, referiu-se, em Romanos, a algo bastante semelhante
ao que Jesus dissera
em
João 5:28-29. Ele disse que Deus "retribuirá a cada um segundo
o seu procedimento: a vida
eterna
aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e
incorruptibilidade; mas ira e
indignação
aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça"
(Rm 2:6-8). Mas
Paulo
escreveu também: "Porque pela graça sois salvos, mediante a
fé; e isto não
vem de vós; é
dom
de Deus" (Ef 2:8).
Na
passagem de Romanos, ele não está falando de quem obtém a vida
eterna pela fé, mas da
pessoa
que demonstra essa vida por meio de suas boas obras. Em Efésios,
Paulo está falando que
ninguém
pode ser salvo por obras anteriores
à salvação. (Veja
também os comentários de Tg2:21.)
Assim,
Jesus não contradiz a si mesmo nem ao resto das Escrituras no que
concerne à
questão
da salvação. Aqueles que recebem a ressurreição da vida
demonstraram a sua fé salvadora
por
meio de suas obras.
JOÃO
5:31 - O testemunho que Jesus deu de si mesmo era verdadeiro ou
falso?
PROBLEMA:
Em João 8:14, Jesus
disse: "Ainda que eu dou testemunho de mim mesmo, o meu
testemunho
é verdadeiro" (R-IBB). Mas em João 5:31, ele parece dizer o
oposto, a saber: "se eu
testifico
a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro".
SOLUÇÃO:
Há dois modos de
entender esse versículo: hipotética ou fatualmente. Na primeira
interpretação,
Jesus está dizendo em essência: "Mesmo
que você não
aceite o meu testemunho a
meu
respeito, você deve aceitar o de João Batista, em cujo ministério
você se regozijou" (cf. 5:32).
Outros
tomam o versículo como sendo declarativo, não hipotético,
afirmando que ambos os
textos
são verdadeiros, mas com sentidos diferentes. Isto é, tudo o que
Jesus disse era de fato
verdade,
mas oficialmente só seria considerado verdade se fosse verificado
por "duas ou três
testemunhas"(Dt
19:15).
Desde
que Jesus era a "verdade" encarnada (Jo 14:6), tudo o que
disse era verdade.
Entretanto,
como ele tem como objetivo estabelecer as suas reivindicações nos
judeus, Jesus
observa
que eles não precisam aceitar tão-somente as suas palavras, mas
também o testemunho das
Escrituras
e o do Pai. A diferença entre essas duas passagens pode ser
esquematizada como segue:
O
TESTEMUNHO DE JESUS O
TESTEMUNHO DE JESUS
ERA
VERDADEIRO NÃO
ERA VERDADEIRO
Fatualmente Oficialmente
Pessoalmente Legalmente
Em
si mesmo Para
os judeus
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