NÚMEROS
NÚMEROS
1:1 - Como atribuir a Moisés a autoria de Números, se há críticos
que afirmam
que
este livro foi escrito séculos depois da morte de Moisés?
PROBLEMA:
Muitos críticos
modernos afirmam que não foi Moisés que escreveu os cinco
primeiros
livros da Bíblia, cuja autoria lhe é
tradicionalmente
atribuída (veja os comentários de
Êxodo
24:4). Mas a Bíblia declara que "falou o Senhor a Moisés"
(Nm 1:1), e que "escreveu
Moisés"
(Nm 33:2) os acontecimentos deste livro.
SOLUÇÃO:
Os críticos não
possuem nenhuma evidência real para o que declaram, nem histórica
nem
literária. O fato de Moisés ter usado diferentes termos para
referir-se a Deus (Elohim, Jehovah
[Yahvêh])
não prova suas afirmações. Cada nome de Deus nos informa uma
característica de sua
pessoa
que está de acordo com a narrativa em que é
usado (veja os
comentários de Gênesis 2:4).
Além
disso, há uma forte evidência de que foi Moisés quem escreveu o
livro de Números. Primeiro,
há
toda a evidência já mencionada anteriormente (nos comentários de
Êxodo 24:4) de que o livro
reflete
um conhecimento detalhado, e de primeira mão, acerca do tempo, dos
lugares e dos
costumes
do período que ele abrange - o que Moisés possuía.
Segundo,
neste livro há afirmação de que ele foi escrito por Moisés (1:1;
33:2). Se Moisés
não
fosse realmente o seu legítimo autor, isso faria com que o livro
todo se constituísse numa
enorme
fraude.
Terceiro,
há várias citações do livro de Números que são associadas a
Moisés (At 7,13; 1 Co
10:2-8;
Hb 3:7-16). Se não fosse Moisés o autor do livro de Números, então
estes inspirados livros
do
NT estariam incorrendo em erro também.
Quarto,
nosso Senhor citou do livro de Números o evento da serpente que foi
levantada no
deserto,
e constatou que foi de fato Moisés quem a levantou (Jo 3:14; cf. Nm
21:9). Isso coloca o
selo
da autoridade de Cristo na autenticidade questionada.
NÚMEROS
1:1 - 4:49 - Qual a exatidão desse recenseamento das tribos de
Israel?
PROBLEMA:
De acordo com o
recenseamento feito nos capítulos 1 a 4 de Números, a recém
constituída
nação de Israel alcançava a cifra de cerca de 2 milhões de
pessoas. Conforme Números
1:1,
esse censo foi realizado quando o povo se encontrava no deserto do
Sinai, no início dos 40 anos
de
peregrinação. Entretanto, as condições desoladas e de sequidão
do deserto eram tais que seria
impossível
que um grupo tão grande de pessoas pudesse sobreviver. Assim, o
censo realizado teria
incorrido
em erros?
SOLUÇÃO:
O pressuposto
naturalístico desta crítica é contrário aos fatos históricos.
Embora tenha
havido
alguma controvérsia quanto ao significado da palavra hebraica que
foi traduzida por "mil", a
evidência
é clara quanto a ser esta a forma correta de se entender esta
palavra pelo contexto. Por
exemplo,
Números 1:21 não diz, como alguns consideraram, que os filhos de
Rúben foram "46
famílias
e 500". O
versículo claramente afirma que o número de homens de vinte anos
para cima
era
de "46 mil
e 500". De
acordo com o censo mencionado nestes capítulos, o total dos homens
israelitas
de 20 anos para cima era 603.550. Este número é
confirmado pela
passagem de Êxodo
12:37,
que afirma que 600.000 homens, além de mulheres e crianças, tinham
partido do Egito.
O
fato de que o árido deserto, desprovido de tudo, não teria a
possibilidade de sustentar um
grupo
assim tão numeroso é uma observação bastante válida. Entretanto,
o problema que os eruditos
modernos
têm com o tamanho daquela multidão e com a sua possibilidade de
sobrevivência naquele
deserto
está em sua não consideração do fator sobrenatural. Os eruditos
modernos são
definitivamente
anti-sobrenaturais.
Como
o livro de Êxodo registra os juízos divinos sobre o Egito e a
libertação milagrosa de
Israel
da servidão, a provisão diária para o povo pela poderosa mão de
Deus é suficiente para
explicar
a sobrevivência do povo de Deus naquela terra desprovida de tudo.
Com efeito, muitas
passagens
registram as provisões milagrosas de Deus para o seu povo, começando
pelo suprimento
diário
de maná (Êx 16), que foi dado à nação inteira até que a nova
geração passou a tirar seu
sustento
da Terra Prometida (Js 5:12).
Houve
também a milagrosa provisão de água daquela rocha sobrenatural que
os
acompanhava
(1 Co 10:4; Êx 17:6), e ainda a milagrosa provisão de carne
descrita em Numerou
11:31.
Mais ainda, nem as roupas nem as sandálias se desgastaram, apenar de
todas as
peregrinações
(Dt 29:5),
Deus
foi capaz de atender a todas as necessidades do povo. Embora o
deserto realmente não
pudesse
sustentá-los, o Senhor Deus de Israel certamente teve tal capacidade
(veja a abordagem de
Deuteronômio
32:13-14).
NÚMEROS
1:46 - O censo descrito neste versículo foi o único realizado por
Moisés, ou houve
algum
outro?
PROBLEMA:
De acordo com
Números 1:1, Deus disse a Moisés para levantar o censo do povo de
Israel
"no primeiro dia do segundo mês"; mas em Números 26:2,
encontramos a mesma ordem dada
por
Deus, sem que se saiba quando foi dada. Houve dois censos?
SOLUÇÃO:
Foram dois censos
realizados em duas épocas diferentes, e com propósitos diferentes.
O
censo descrito 26 em Números foi feito "após a praga" (Nm
26:1) que Deus enviou como castigo
pelo
que o povo fizera, prostituindo-se com as filhas dos moabitas e com
os seus deuses (Nm 25:1-
2).
Já o censo mencionado no capítulo 1 foi feito com o objetivo de
levantar quantos homens havia,
que
eram "capazes de sair à guerra" (cf. Nm 1:3).
NÚMEROS
3:12 - Se Deus havia ordenado que os primogênitos de todas as tribos
lhe fossem
dados,
por que em seu lugar foi dada a tribo dos levitas?
PROBLEMA:
Deus tinha ordenado
a Moisés: "todo primogênito do homem entre teus filhos
resgatarás"
(Êx 13:13; cf. 22:29). Entretanto, isto nunca foi feito. Em vez
disso, uma tribo inteira foi
separada
para Deus, para o trabalho do sacerdócio (Nm 3:12).
SOLUÇÃO:
A razão para esta
substituição é encontrada em Números 3:12. O Senhor declarou:
"Eis
que tenho eu tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar
de todo primogênito que
abre
a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus".
Como eles lhe pertenciam, Deus
tinha
o direito de fazer a substituição.
NÚMEROS
4:3 - A idade para o serviço levítico era 30 anos, como diz este
versículo, ou 25
anos
(cf. Nm 8:24), ou ainda 20 anos (cf. Ed 3:8)?
PROBLEMA:
De acordo com
Números 4:3, "da idade de trinta anos para cima até aos
cinqüenta
será
todo aquele que entrar neste serviço, para exercer algum encargo na
tenda da congregação".
Entretanto,
Números 8:24 afirma: "Isto é o que toca aos levitas: da idade
de vinte e cinco anos para
cima
entrarão, para fazerem o seu serviço na tenda da congregação".
E ainda Esdras 3:8 diz: "e
constituíram
levitas da idade de vinte anos para cima" para superintenderem a
obra de reconstrução
da
casa do Senhor. Há uma contradição nestas passagens?
SOLUÇÃO:
Primeiro, há uma
distinção feita no texto com referência ao tipo de serviço que é
descrito
em cada caso. Em Números 4:3 o texto fala de todo o que entrasse no
serviço para exercer
algum
encargo (melakah,
isto é, qualquer
tipo de ocupação) na tenda do tabernáculo. Números 8:24
refere-se
àqueles que eram chamados para "fazerem o seu serviço"
(baabodath,
que significa
"trabalho"
ou "ofício") do tabernáculo. A diferença indica que os
mais jovens, referidos em
Números
8:24, provavelmente eram aprendizes, que recebiam algum trabalho
manual para fazer, em
treinamento.
Posteriormente seriam admitidos no serviço oficial do tabernáculo,
quando tivessem
30
anos, conforme Números 4:3.
Segundo,
Esdras 3:8 especificamente afirma que aqueles levitas tinham sido
indicados para
superintenderem
a obra da casa do Senhor. Este não era o serviço oficial levítico
do tabernáculo.
Era
um serviço bem diferente, o de supervisionar a reconstrução do
templo. Também, devido ao
fato
de que o número de levitas que tinham retornado do cativeiro era de
apenas 74 (conforme
Esdras
2:40 e Neemias 7:43), tornou-se necessário empregá-los nessa função
incluindo os de idade
menor,
para que houvesse um número compatível com a necessidade de
supervisão daquela obra.
Também
Davi empregou levitas com 20 anos (1 Cr 23:24), e fez isso porque "os
levitas já
não
precisarão levar o tabernáculo e nenhum dos utensílios para o seu
ministério" (1 Cr 23:26).
Aparentemente
o trabalho de transportar o tabernáculo de um lugar para outro no
deserto requeria
pessoas
mais maduras e mais fortes. Esta prática, aparentemente iniciada por
Davi, foi seguida
também
por Esdras em seu tempo.
NÚMEROS
4:6 - Os varais eram para permanecer na arca, ou eram removidos?
PROBLEMA:
De acordo com Êxodo
25:15: "Os varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão
dela".
Mas na passagem de Números se diz que quando a arca era movida pelos
levitas: "lhe
meterão
os varais". Estas parecem ser duas instruções conflitantes.
SOLUÇÃO:
A palavra hebraica
para "meter" (sum
ou sim)
tem uma grande
amplitude de
significados,
inclusive podendo significar "deixar", "pôr",
"colocar", "fixar" e "virar". Daí,
pode ser
que
o sentido seja o de que os sacerdotes deveriam prender ou ajustar os
varais quando levavam a
arca,
para que não ficassem soltos durante o seu transporte. Isso faz
sentido, face ao mandamento de
não
remover os varais de dentro da arca.
NÚMEROS
5:13-22 - A Bíblia não acoberta uma superstição aqui?
PROBLEMA:
Paulo condena as
"fábulas profanas de velhas caducas" (1 Tm 4:7). Mas aqui
Moisés
ordena a prática de uma superstição que não tem base científica
alguma. A esposa acusada
seria
considerada culpada depois de beber uma água amargosa, caso o seu
estômago inchasse. Mas
tanto
a mulher inocente como a culpada tomavam da mesma água amargosa, e
assim não havia uma
base
química ou biológica para que uma inchasse e a outra não.
SOLUÇÃO:
O texto não diz que
a diferença na condição de culpa da mulher tinha uma causa
química
ou biológica. De fato, ele mostra que a causa era espiritual
e psicológica.
A "culpa"
não
constitui
uma causa física. A razão por que o ventre de uma mulher culpada
incharia pode ser
facilmente
explicada pelo que cientificamente se sabe sobre condições
psicossomáticas (a mente
agindo
sobre o corpo). Muitas mulheres já passaram por uma "falsa
gravidez", quando seu
estômago
e seus seios se desenvolvem sem estarem grávidas. Há quem já tenha
até passado por
cegueira,
por causas psicológicas. Experiências com placebos (pílulas
contendo apenas açúcar, sem
medicamento
algum), têm mostrado que muitas pessoas com doenças terminais obtêm
com eles o
mesmo
alívio que é dado pela morfina. Assim, é um fato científico que a
mente pode ter um grande
efeito
nos processos do corpo humano.
Bem,
dado que o texto diz que a mulher era posta em "juramento"
perante Deus com a
ameaça
de uma maldição (v. 21), caso fosse realmente culpada, a água
amargosa podia funcionar
mais
ou menos como um detector psicossomático de mentiras. A mulher que
acreditava que seria
amaldiçoada
e que sabia ter culpa assim seria afetada. Mas aquelas que sabiam que
eram inocentes,
não
se afetariam.
Além
disso, o texto não diz que qualquer pessoa tenha de fato tomado
aquela água e ficado
com
o estômago inchado. Ele simplesmente diz "se"(cf. vv.
14,28) a mulher estiver em tal situação,
então
isso resultará. Sem dúvida apenas a crença
de que tal coisa
pudesse acontecer e de que isso
demonstraria
sua culpa certamente convenceria a mulher culpada de nem mesmo querer
se sujeitar a
esse
processo.
NÚMEROS
6:5 - O voto de nazireado não contradiz a proibição de cabelos
longos dada por
Paulo?
PROBLEMA:
Paulo afirmou ser
contra a "natureza" homens terem o cabelo longo (1 Co
11:14).
Mas
o voto de nazireu exigia que a pessoa jamais cortasse o cabelo.
SOLUÇÃO:
A regra geral era de
que os homens não deveriam se vestir como
mulher (veja os
comentários
de Deuteronômio 22:5), nem terem cabelo comprido como as mulheres
(veja os
comentários
de 1 Co 11:14).
Qualquer
exceção seria decorrente ou de uma perversão (como por exemplo do
homossexualismo),
ou de uma necessidade imperativa (saúde, segurança), ou de uma
santificação
especial.
O voto de nazireu enquadra-se nesta última situação, e é uma
exceção que contribui para
estabelecer
a regra. Deus queria distinguir os sexos para fins de conveniência
social e moral.
Entretanto,
um voto especial de dedicação a Deus, que envolvia ter cabelos
compridos, mas não
usar
roupas de mulher, certamente não afetaria o espírito do propósito
divino de manter os sexos
bem
distintos. Ninguém com más intenções de querer confundir os sexos
por razões perversas se
disporia
a fazer tal voto espiritual de auto-sacrifício.
NÚMEROS
10:31 - Se Deus dirigia Israel por meio de uma nuvem, por que Hobabe
foi
requerido
como guia?
PROBLEMA:
Êxodo 13:21-22
afirma que Deus sobrenaturalmente conduzia Israel pelo deserto
por
meio de uma nuvem que era iluminada durante a noite. Entretanto,
Moisés pediu a Hobabe, seu
cunhado,
que fosse com eles, "porque tu sabes que devemos acampar-nos no
deserto; e nos servirás
de
guia" (Nm 10:31). Mas qual a necessidade de um guia humano, se
eles eram guiados por Deus?
SOLUÇÃO:
Em resposta a esta
questão, várias coisas devem ser observadas. Uma é que Moisés
não
viu contradição alguma nessa situação, e até mesmo mencionou
tanto a utilidade de Hobabe
(Nm
10:31) como também a liderança dada pela nuvem do Senhor (Nm
10:34), três versículos
depois!
Além disso, há uma importante diferença entre saber a direção
geral a seguir (e
por quanto
tempo
parar) que era dada pela nuvem, e saber que específicos
cuidados deveriam
ser tomados no
arraial,
o que seria suprido pelo conhecimento humano. Uma pessoa experiente e
conhecedora do
caminho
naquele deserto poderia ter um valor incalculável, ao mostrar os
lugares mais propícios
para
o pasto, para abrigo, e para a obtenção de outros suprimentos
necessários. O crítico demonstra
uma
falta de compreensão do princípio de que Deus não faz por nós
aquilo que nós mesmos
podemos
fazer.
NÚMEROS
10:33 - A arca era posta no meio do arraial, ou à frente dele?
PROBLEMA:
Neste texto lemos
que "a arca da Aliança do Senhor ia adiante deles".
Todavia,
anteriormente
o tabernáculo (com a arca) é referido como estando "no meio
dos arraiais"(Nm 2:17).
SOLUÇÃO:
Alguns eruditos
acham que havia duas arcas: uma feita por Moisés, que era levada à
frente
do povo e que os filisteus mais tarde capturaram; e outra feita por
Bezaleel, que continha as
tábuas
da lei e permanecia no meio do arraial.
Outros
eruditos acreditam que a arca geralmente
ia no meio do
arraial, mas que em certas
ocasiões,
como naquela jornada de três dias (Nm 10:33), ela era levada para
ficar à frente do arraial.
Ainda
outros crêem que a frase "ia adiante deles"(Nm 10:33) não
se refere necessariamente
à
sua localização,
mas sim à sua
liderança.
Era como um general
que "vai à frente" do seu exército
(isto
é, que o lidera), mas é cercado por tropas que o protegem. Assim a
arca estaria liderando Israel,
muito
embora estando no meio do arraial.
Finalmente,
é possível que a arca permanecesse no meio do povo enquanto eles
permaneciam
acampados (Nm 2). Mas, assim que retomassem a marcha, ela seria
levada à frente
deles
todos para liderá-los até o seu próximo destino. Qualquer uma
dessas sugestões resolve a
presente
dificuldade.
NÚMEROS
11:8 - O maná tinha o sabor de bolos de mel ou de bolos amassados
com azeite?
PROBLEMA:
É dito que o sabor
do maná era "como o de bolos amassados com azeite" (Nm
11:8).
Mas Êxodo 16:31 afirma que o maná era "de sabor como bolos de
mel".
SOLUÇÃO:
A segunda descrição
pode ser referente ao maná em seu estado natural; a primeira, ao
maná
depois de cozido.
Observe-se que neste
mesmo versículo é dito que o maná era moído em
moinhos
e cozido em panelas. Porém, mesmo considerando que as duas passagens
estejam falando
do
maná na mesma condição, elas não são mutuamente exclusivas.
NÚMEROS
11:24 - O tabernáculo ficava dentro ou fora do arraial de Israel?
PROBLEMA:
Números 2 fala do tabernáculo dentro do arraial, mas em Números
11:24 (cf. 12:4) é
dito
que ele está do lado de fora do arraial.
SOLUÇÃO:
As duas afirmações
são verdadeiras. As doze tribos acampavam-se em volta do
tabernáculo
(Nm 2:3,10,18,25), deixando um espaço entre elas e o tabernáculo,
que ficava no centro
(Nm
2:2). Portanto, para se chegar ao tabernáculo, tinha-se de ir "para
fora" do arraial. Contudo, o
tabernáculo
situava-se literalmente "no meio" deles.
NÚMEROS
11:31-34 - Como pôde Deus trazer juízo sobre o povo, por eles
comerem as
codornizes
que ele mesmo havia providenciado?
PROBLEMA:
Deus milagrosamente
providenciou codornizes para o povo comer. Entretanto, a ira
do
Senhor foi despertada contra eles, e foram atingidos por uma grande
praga, que matou muitos (v.
33).
Como a ira de Deus pôde despertar-se contra o povo por terem comido
a carne que Deus
mesmo
milagrosamente providenciara?
SOLUÇÃO:
É necessário ver o
juízo de Deus à luz dos eventos que o provocaram. De fato, o texto
indica
que eles estavam agindo como pessoas que haviam sofrido alguma
desgraça. Números 11:1
diz:
"Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor; ouvindo-o
o Senhor, acendeu-se-lhe a
ira".
Era uma rejeição direta das provisões de Deus para eles.
Aparentemente, tinham se esquecido
da
escravidão da qual haviam sido libertos. Tal atitude desagradou a
Deus, que trouxe juízo sobre
eles,
como um ato de disciplina.
No
versículo 4, lemos que o povo começou a reclamar de novo porque
queriam comer carne
em
lugar do maná que Deus lhes vinha dando. Aparentemente não haviam
aprendido a lição, e sua
atitude
desagradou a Deus de novo. De fato, o versículo 10 diz: "e
pareceu mal aos olhos de
Moisés".
Deus trouxe um juízo disciplinador sobre eles mais uma vez; desta
vez dando-lhes
exatamente
aquilo que pediram. Em resposta à desobediência e ingratidão
demonstradas, Deus disse
a
Moisés para falar ao povo: "Pelo que o Senhor vos dará carne e
come-reis... até vos sair pelos
narizes,
até que vos enfastieis dela, porquanto rejeitastes ao Senhor, que
está no meio de vós, e
chorastes
diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito?" (Nm 11:18-20).
Mesmo
depois dessa advertência, eles não mudaram sua atitude. O versículo
32 diz que
quando
Deus trouxe as codornizes: "Levantou-se o povo todo aquele dia,
e a noite, e o outro dia, e
recolheram
as codornizes". A cobiça e a atitude impenitente do povo fez
com que viesse o juízo de
Deus
sobre eles. O versículo 34 declara: "Pelo que o nome daquele
lugar se chamou Quibrote-
Hataavá,
porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo das comidas dos
egípcios". Dessa
forma,
Deus não trouxe juízo sobre o povo por terem comido as codornizes,
mas por causa de seu
coração
cheio de desejo e ingratidão.
NÚMEROS
12:3 - Como pôde Moisés fazer essa declaração a respeito de si
mesmo?
PROBLEMA:
Números 12:3 diz:
"Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens
que
havia sobre a terra". A posição tradicional quanto ao
Pentateuco é a de que foi Moisés o autor
dos
cinco livros. Mas como pôde ele fazer essa declaração sobre si
mesmo? Ele não estaria cheio de
orgulho?
SOLUÇÃO:
Certamente ninguém
afirmaria que Jesus estava sendo jactancioso ou orgulhoso
quando
disse: "sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29). Jesus
estava apenas declarando fatos.
De
igual modo, Moisés não estava se vangloriando ou se enchendo de
orgulho pela sua mansidão.
Não,
ele estava simplesmente declarando um fato, porque isso era crucial
para se Entender o
significado
dos evento que ele estava narrando.
O
capítulo 11 de números relata que depois que o Espírito do Senhor
veio sobre Eldade e
Medade,
fazendo-os profetizar, Josué aproximou-se de Moisés e disse:
"Moisés, meu senhor,
proíbe-lho"
(Nm 11:28). A resposta de Moisés é uma perfeita ilustração de sua
mansidão: "Tens tu
ciúmes
por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor
lhes desse o seu
Espírito!"
(Nm 11:29). Moisés demonstrou ter o caráter de um homem manso, que
não se irou
porque
Deus estava usando outros para profetizar; demonstrou ser humilde,
não interessado em sua
própria
glória, mas somente na glória do Senhor.
Quando
Moisés foi confrontado por Miriã e Arão (12:1), ele não respondeu
em defesa
própria.
Esta é uma característica da mansidão. Por que Moisés não falou
com eles? Por que não
lhes
falou com franqueza? Por que Deus teve de falar com Miriã e Arão,
em favor de Moisés? A
explicação
encontra-se em Nm 12:3. Moisés não estava lá para glorificar-se a
si mesmo. Se ele
tivesse
respondido em sua própria defesa, estaria justificando as queixas
que eles tinham feito
contra
a sua pessoa. Mas Moisés não era o líder do povo por ter tido
qualquer espécie de ambição,
nem
por ter confiado em si mesmo, nem por exercer uma obstinada busca de
subir ao poder. Ele foi
escolhido
por Deus. Assim, a passagem em questão é uma declaração quanto ao
caráter de Moisés,
que
está simplesmente atestando um fato. Não é uma afirmação cheia
de orgulho.
NÚMEROS
13:16 - Como pode esta passagem dizer que Moisés deu a Oséias o
nome de Josué,
uma
vez que este já era chamado de Josué em Êxodo 17:9?
PROBLEMA:
Números 13:16 diz
que Moisés deu a Oséias, filho de Num, o nome de Josué. Mas,
em
Êxodo 17:9, Josué já era chamado por este nome. Como pode então
esta passagem dizer que
Moisés
foi quem deu a Oséias o nome de Josué?
SOLUÇÃO:
Primeiro, temos de
considerar que Moisés provavelmente escreveu isso lá pelo final
dos
40 anos de peregrinação pelo deserto. Embora Josué possa não ter
recebido este nome antes do
momento
referido em Números 13:16, teria sido bastante natural para Moisés
referir-se a Oséias
chamando-o
de Josué, ao fazer os acertos finais nos livros do Pentateuco.
Também, o momento em
que
Moisés observa o fato de ter se referido a Oséias como Josué é
bastante apropriado. Ao registrar
o
nome dos espias que ele enviou para espiar a terra, Moisés
esforçou-se para deixar bem claro que
Oséias
era aquela mesma pessoa o quem com freqüência ele se referira em
outras partes do
Pentateuco
chamando-a de Josué.
Segundo,
não é
necessariamente o
caso de Oséias não ter sido chamado de Josué até este
ponto,
no transcorrer de todos os eventos históricos. Pode ser que Oséias
fosse comumente
conhecido
como Oséias, mas que Moisés sempre o tivesse chamado de Josué,
desde o princípio. O
texto
não diz que Moisés começou a chamar Oséias pelo nome de Josué a
partir daquele momento.
Diz
simplesmente que ele chamou Oséias pelo nome de Josué. E é
interessante saber que o nome
Oséias
significa "salvação", enquanto que o nome Josué
significa "Yahveh é salvação".
NÚMEROS
13:32 - Como os dez espias puderam relatar que a terra devorava os
seus
moradores?
PROBLEMA:
Dez dos espias que
tinham sido enviados por Moisés a Canaã relataram que a terra
era
uma "terra que devora os seus moradores"(Nm 13:32).
Entretanto, além do fato de Josué e
Calebe
terem relatado que a terra era rica em leite e mel (Nm 13:27), os
espias tinham voltado
trazendo
provas da abundância daquela terra (Nm 13:26). Como poderiam então
eles dizer que a
terra
devorava os seus moradores?
SOLUÇÃO:
Seria uma total
incompreensão do texto presumir que tal expressão descritiva
estivesse
evidenciando que a terra era um lugar desolado. O testemunho de todos
os espias foi
concorde
a respeito da riqueza da terra em sua capacidade de produzir
alimentos e sustentar a vida.
Ainda,
foi precisamente por causa da riqueza da terra que os dez espias
puderam dar o seu relatório
pessimista.
A fertilidade da terra atraiu muitos povos que nela desejaram morar,
o que resultou em
muito
sangue derramado dos habitantes e invasores. Não há contradição
na afirmativa em questão.
A
terra era tão rica e desejada por tantos povos diferentes, que em
meio aos conflitos pela sua posse
muitos
habitantes acabaram sendo devorados.
NÚMEROS
14:25 - Os amalequitas viviam na montanha ou no vale?
PROBLEMA:
De acordo com
Números 14:25, os amalequitas e os cananeus habitavam "no
vale".
Mas
o versículo 45 diz o oposto a isso, ou seja, que "desceram os
amalequitas e os cananeus, que
habitavam
na montanha".
SOLUÇÃO:
Há duas
possibilidades. Uma é que estes dois versículos estejam se
referindo a
diferentes
grupos. Alguns deles viveriam na montanha e outros no vale. Ou pode
ser uma referência
aos
mesmos povos, que viviam num vale ou "platô", que era
também uma montanha em relação à
área
mais baixa ao seu redor, para onde eles "desceram" a fim de
lutar (v. 45).
NÚMEROS
14:29 - Se quase todos os homens de vinte anos para cima morreram no
deserto,
por
que os seus túmulos nunca foram encontrados?
PROBLEMA:
De acordo com
Números 14:29, os corpos de todos os homens com idade superior a
vinte
anos cairiam no deserto. O montante era superior a 600.000. Mas, se
tantos assim morreram
no
deserto, por que os restos de seus túmulos não são vistos
espalhados por toda aquela região?
SOLUÇÃO:
Porque o povo foi
condenado a peregrinar pelo deserto, as condições eram tais que
eles
não tinham como construir túmulos que pudessem suportar as más
condições climáticas da
região
nem a devastação de feras selvagens. Provavelmente os túmulos eram
apenas covas de pouca
profundidade,
logo abaixo da areia, ou cobertos com areia grossa. Conseqüentemente,
nem os locais
desses
túmulos nem os esqueletos dos que foram enterrados puderam ser
preservados.
NÚMEROS
15:24 - Há dois tipos de oferendas pelo pecado, ou apenas um?
PROBLEMA:
Levítico estabelece
que para os pecados não intencionais de toda a congregação,
quando
o pecado é conhecido, "então, a coletividade trará um novilho
como oferta pelo pecado"(Lv
4:14).
Entretanto, em Números 15:24, é dito que se deve oferecer dois
sacrifícios pelo mesmo
pecado:
"um novilho, para holocausto... e um bode, para oferta pelo
pecado".
SOLUÇÃO:
Alguns eruditos da
Bíblia pensam que a diferença pode ser devida ao fato de que a
passagem
de Levítico se refere a pecados de comissão,
e o texto de Números
se refere a pecados de
omissão.
Outros crêem que de
acordo com Números os sacrifícios para os sacerdotes e para o povo
eram
apresentados separadamente,
mas que segundo
Levítico, por brevidade, são apresentados
juntos.
De qualquer modo, o fato de uma passagem especificar dois sacrifícios
e a outra passagem
especificar
um, não quer dizer que a segunda contradiz
a primeira, mas que
uma simplesmente
suplementa
a outra.
NÚMEROS
16:31 - Coré foi tragado pela terra, ou foi queimado?
PROBLEMA:
Nos versículos
31-32 é dito que a terra se abriu e tragou Coré e os seus 250
correligionários
revoltosos. Contudo, o versículo 35 afirma que veio fogo, procedente
do Senhor, e
os
consumiu a todos.
SOLUÇÃO:
Alguns eruditos têm
sugerido que Coré foi queimado junto com
os outros 250
rebeldes.
Entretanto, na verdade nenhum versículo afirma isso, e outros
parecem negar esse fato
(veja
abaixo).
Parece
melhor entendermos da seguinte maneira: Coré, Data e Abirão (v. 27)
foram tragados
pela
terra, enquanto que, ao mesmo tempo (cf. 26:10), um fogo consumiu os
outros 250 rebeldes
que
tinham oferecido incenso no tabernáculo (cf. Sl 106:17-18).
NÚMEROS
16:32 - Todos os da família de Coré foram mortos com ele, ou apenas
alguns?
PROBLEMA:
O texto afirma que
"a terra debaixo deles se fendeu, abriu a sua boca, e os tragou
com
as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré,
e a todos os seus
bens"(Nm
16:32). Entretanto, Números 26:11 fala dos descendentes de Coré,
que não pereceram
naquele
juízo.
SOLUÇÃO:
Os que morreram com
Coré foram os seus seguidores,
não toda a sua
família.
Números
26:11 afirma com clareza: "Mas os filhos de Coré não
morreram". Com efeito, o profeta
Samuel
foi um descendente de Coré (1 Cr 6:22-28).
NÚMEROS
20:1 - Cades ficava no deserto de Zim ou em Parã?
PROBLEMA:
Neste texto é dito
que Cades acha-se no deserto de Zim. Mas em Números 13:26
Cades
é situada em Parã. Qual era a sua real localização?
SOLUÇÃO:
Há várias
possíveis soluções para esta questão. Primeiro, alguns crêem que
havia dois
lugares
com o mesmo nome, um em cada deserto. Segundo, o nome Cades poderia
referir-se tanto a
uma
cidade como à região daquela cidade. Terceiro, a cidade poderia
estar situada entre dois
desertos,
de forma a ser corretamente associada a qualquer um deles.
NÚMEROS
20:21 - Este versículo diz que Israel teve de se desviar de Edom,
mas
Deuteronômio
2:4 diz que eles passaram por Edom. Como entender isso?
PROBLEMA:
Deus não permitiria
que Israel batalhasse com os edomitas porque o Senhor dera a
terra
de Edom a Esaú como possessão eterna. Números 20:21 afirma que
"Israel se desviou dele".
Entretanto,
quando Moisés revê esses eventos em Deuteronômio 2:4, ele afirma
que o Senhor disse:
"Haveis
de passar pelo território de vossos irmãos, os filhos de Esaú"
(R-IBB). De igual modo,
Deuteronômio
2:8 diz: "Assim, pois, passamos por nossos irmãos, os filhos de
Esaú..." (R-IBB).
Eles
passaram por Edom ou deram a volta, desviando-se?
SOLUÇÃO:
Num certo sentido
pode-se dizer que os filhos de Israel passaram por Edom, quando
lá
entraram com o objetivo de solicitar a autorização de continuarem a
jornada pela passagem por
sua
terra.
Entretanto,
o texto nunca de fato diz que tenham passado ou que passariam pela
terra dos
edomitas.
Na verdade, a mesma palavra hebraica (abar)
é empregada nos
dois textos. Ela pode ter o
sentido
tanto de "passar por", como "passar ao lado de".
O registro histórico claramente descreve a
jornada
de Israel passando pela fronteira oriental de Edom (Dt 2:8). Deus
tinha alertado Israel para
não
provocar os edomitas para a guerra, ao passar por suas cercanias
(2:5).
NÚMEROS
21:9 - A feitura da serpente de bronze não teria sido uma forma de
idolatria?
PROBLEMA:
Deus ordenou a
Moisés que não fizesse nenhuma "imagem de escultura" (Êx
20:4)
para
que não fosse usada como um ídolo. Contudo, mais adiante ele
ordenou a Moisés: "Faze uma
serpente
de bronze, e põe-na sobre uma haste" (Nm 21:8, R-IBB).
Posteriormente, o povo adorou
essa
mesma imagem (2 Rs 18:4). Deus então ordenou que Moisés violasse
aquele mandamento
contra
a idolatria, o qual Ele mesmo lhe dera?
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar, o
mandamento contra a feitura de "imagens de escultura" foi
um
mandamento
proibindo fazer ídolos. Deus não ordenou que Moisés fizesse um
ídolo para o povo
adorar,
mas que fizesse um símbolo para o qual eles poderiam olhar com fé e
assim serem curados.
Posteriormente,
o povo fez daquele símbolo um ídolo. Mas isto não faria com que o
símbolo se
tornasse
algo mau. Afinal, até a Bíblia tem sido adorada como um ídolo. Mas
isso não quer dizer
que
Deus pretendia que ela se tornasse um ídolo.
Além
disso, nem todas as "imagens" são ídolos. A arte
religiosa contém imagens, mas estas
em
si não são ídolos, a menos que sejam veneradas ou adoradas. Deus
instruiu Moisés a fazer
também
querubins (anjos) para a arca, mas eles não eram ídolos. Há uma
diferença entre uma
representação
dada por Deus como um símbolo (por exemplo, o pão e o vinho na Ceia
do Senhor) e
um
ídolo fabricado pelo homem (veja os comentários de Êxodo 25:18).
NÚMEROS
22:33 - Por que o anjo do Senhor tentou matar Balaão, já que Deus
lhe havia
dado
permissão para ir às campinas de Moabe?
PROBLEMA:
Em Números 22:20
Deus disse a Balaão que fosse com os homens às campinas de
Moabe.
Entretanto, o versículo 22 diz: "Acendeu-se a ira de Deus,
porque ele se foi; e o Anjo do
Senhor
pôs-se-lhe no caminho por adversário". Também, no versículo
33, o anjo do Senhor disse:
"A
jumenta me viu, e já
três vezes se desviou de diante de mim, na verdade que eu agora te
haveria
matado,
e a ela deixaria com vida". Por que o anjo do Senhor quase matou
Balaão, quando Deus lhe
havia
dado permissão para ir com os homens de Moabe?
SOLUÇÃO:
O relato das
atividades de Balaão demonstra que ele estava dividido entre
obedecer o
mandamento
de Deus e a avareza em seu coração devido às riquezas que Balaque
havia prometido.
Embora
Deus com muita clareza tivesse dito a Balaão para não ir com os
homens até Balaque (Nm
22:12),
a oferta de riquezas (v. 17) que lhe foi feita tentou-o, e ele foi
até Deus uma segunda vez a
fim
de pedir permissão para ir até Balaque. Foi por causa do mau
coração de Balaão, cheio de
avareza,
que Deus enviou o seu anjo de encontro a ele, como seu adversário. A
intenção não era
matar
Balaão, o que é evidente pelo fato de o anjo do Senhor ter
permitido que a jumenta o visse e,
desviando-se,
evitasse a morte de Balaão. Em vez disso, o propósito do anjo era
apresentar-lhe uma
vigorosa
advertência de que ele deveria falar somente o que o Senhor lhe
dissesse.
A
avareza de Balaão está claramente demonstrada pelo fato de que,
embora ele não fosse
amaldiçoar
Israel - porque Deus somente permitiria que ele os abençoasse - ele
aconselhou Baraque
a
corromper Israel, permitindo que suas mulheres se casassem com homens
israelitas, levando-os à
idolatria
(2 Pe 2:15; Ap 2:14). A avareza de Balaão tinha encontrado um jeito
de ajudar os inimigos
de
Israel, sem que ele desobedecesse diretamente a ordem dada pelo
Senhor de falar somente as
palavras
que Deus lhe desse (Nm 31:16).
NÚMEROS
24:7- Como este oráculo pôde referir-se a Agague, se ele viveu
muito mais tarde,
na
época de Saul?
PROBLEMA:
O oráculo de Balaão
faz referência à exaltação de Israel sobre Agague. Entretanto,
Agague
foi um rei amalequita do tempo de Saul, rei de Israel por volta do
século 11 a.C, quase 400
anos
depois. Como este oráculo foi referir-se a Agague, se este viveu
posteriormente, no tempo de
Saul?
SOLUÇÃO:
Primeiro, o nome
Agague foi provavelmente um título real que os reis amalequitas
tomaram
para si - comparável ao título de Faraó. O rei amalequita que foi
posteriormente vencido
por
Saul também tomou este título.
Segundo,
mesmo que Agague tenha sido um nome próprio, não é necessário
concluir que a
referência
feita em Números seja anacrônica. Não era algo incomum os reis
terem o mesmo nome
de
reis anteriores. Até mesmo na história de Israel houve dois reis
com o nome de Jeroboão. Esta
prática
era comum na Fenícia, na Síria e no Egito. Houve quatro faraós com
o nome Amenemhet,
apenas
na décima-segunda dinastia, no Egito.
Terceiro,
desde que o oráculo de Balaão lhe foi dado pelo Espírito de Deus,
é possível
que
tenha
sido uma palavra profética quanto ao domínio que Israel teria sobre
os primeiros povos que o
atacaram
após a saída do Egito (Ex 17:8ss). De qualquer forma, esta
referência não é anacrônica.
Outros
exemplos de assim chamadas "menções prematuras" podem ser
explicadas de
maneira
semelhante. Por exemplo, os amalequitas podem ter sido mencionados
por uma
antecipação
histórica (em Gênesis 14:7), embora eles tenham florescido muito
depois (cf. Nm
13:29;
14:25; Jz 6:3).
De
igual modo, "a terra dos hebreus" (Gn 40:15) pode ter sido
assim referida em
antecipação
ao posterior cumprimento da promessa de Deus (em Gênesis 12:1-3;
15:4-7) ou pelo
fato
de Abraão e seus descendentes já terem morado lá por séculos.
Hebrom (Gn 13:18) pode ter
sido
seu nome original, sendo posteriormente designada por Quiriate-Arba,
e então novamente
chamada
de Hebrom (Js 14:15). Ou um editor do manuscrito do AT pode
simplesmente ter
atualizado
o nome, para que as pessoas de seu tempo pudessem entender qual o
local a que se
referia.
Por exemplo, um dos autores do livro que o leitor tem em mãos nasceu
numa cidade que
então
chamava-se Baseline, no estado de Michigan, e que não fazia parte de
Warren, Michigan.
Hoje,
quando as pessoas lhe perguntam em que cidade nasceu, ele diz
simplesmente "Warren",
mesmo
não sendo este o nome da cidade na época em que nasceu.
Ainda,
a terra dos levitas (Lv 25:32-34; Nm 34:2-8) foi mencionada
provavelmente como
antecipação.
E o "monte" onde o "santuário" do Senhor estava
(Êx 15:13-17) simplesmente falava
sobre
o modo como seria quando eles chegassem à Terra Prometida.
NÚMEROS
25:9 - Por que este versículo diz que 24.000 morreram, sendo que 1
Coríntios
10:8
cita um número diferente?
PROBLEMA:
O incidente em
Baal-Peor acarretou o juízo de Deus sobre Israel e, de acordo com
Números
25:9,24.000 pessoas morreram com a praga daquele juízo. Entretanto,
em 1 Coríntios
10:8,
consta que morreram apenas 23.000 pessoas. Qual é o número correto?
SOLUÇÃO:
Há duas possíveis
explicações. Primeiro, alguns têm sugerido que a diferença
deve-se
ao
fato de que 1 Coríntios 10:8 está se referindo apenas aos que
morreram "num só dia" (23.000),
ao
passo que Números 25:9 está mencionando o número completo de
pessoas (24.000) que
morreram
daquela praga.
Outros
acreditam que dois diferentes eventos estejam sendo considerados.
Estes observam que 1
Coríntios
10:7 é uma citação de Êxodo 32:6 e que, portanto, essa passagem
na verdade está se
referindo
ao juízo de Deus depois da idolatria envolvendo o bezerro de ouro
(Êx 32). A passagem
de
Êxodo não estabelece qual foi o número de mortos em decorrência
do juízo de Deus, o que
somente
é revelado em 1 Coríntios 10:8. De acordo com este versículo,
23.000 pessoas morreram
por
causa do juízo de Deus devido à adoração ao bezerro de ouro. Já
em Números 25:9, foram
24.000
os que morreram por causa do juízo de Deus por Israel ter adorado a
Baal, em Baal-Peor.
NÚMEROS
31 - Como pode ser moralmente correto os israelitas destruírem por
completo os
midianitas?
PROBLEMA:
De acordo com o
registro dos acontecimentos em Números 31, Moisés comandou
os
israelitas para que destruíssem totalmente os midianitas. O
versículo 8 declara que eles mataram
todo
midianita homem. O versículo 9 registra que eles levaram presas as
mulheres e as crianças, e o
versículo
10 afirma que os israelitas queimaram todas as cidades e acampamentos
dos midianitas.
Ainda,
no versículo 17, Moisés ordenou ao povo que matasse todo menino
midianita e toda mulher
midianita
que tivesse coabitado com algum homem, deixando com vida apenas as
meninas e as
moças
virgens. Como tal destruição pode ser moralmente justificada?
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
lembremo-nos de que os midianitas foram os que corromperam o
povo
de Deus, levando-o à idolatria em Baal-Peor, o que resultou na morte
de 24.000 israelitas com
a
praga que se seguiu (Nm 25:9). Era necessário eliminar totalmente
essa má influência sobre Israel.
Além
disso, não foi sob a autoridade de Moisés que Israel executou tal
destruição. Antes, foi
sob
o comando direto de Deus. O versículo 2 registra a ordem dada por
Deus a Moisés para que ele
levasse
a cabo a vingança do Senhor sobre os midianitas. A natureza
abominável da influência que
os
midianitas tinham sobre Israel em levá-los à idolatria merecia o
juízo destruidor de Deus, que
tratou
decididamente e com severidade esse câncer.
A
justificativa moral para tal ação encontra-se no fato de que Deus
tem o direito de dar e de
tomar
a vida. Como o salário do pecado é a morte, e como os midianitas
envolveram-se num
terrível
pecado, eles apenas colheram as conseqüências da vingança de Deus
sobre eles (veja os
comentários
de Josué 6:21).
NÚMEROS
33:44-49 - Por que nesta passagem a relação dos lugares em que
Israel parou é
diferente
daquela anteriormente estabelecida em Números 21?
PROBLEMA:
Números 21 fala que
os israelitas pararam em Obote, Ijé-Abarlm, Zerede, Arnom,
Bôer,
Mataná, Naaliel, Bamote e monte Plaga, em Moabe. Mas a lista de
Números 33 inclui as
paradas
em Obote, Ijé-Abarim, Dibom-Gade, Almom-Diblataim, montes de Abarim
defronte do
monte
Nebo e nas campinas de Moabe.
SOLUÇÃO:
A compreensão de
vários fatores nos ajuda a conciliar a aparente divergência.
Primeiro,
as duas listas começam com exatamente os mesmos nomes e terminam
exatamente com o
mesmo
lugar (a leste do Jordão, perto de Jerico). Segundo, já que as duas
listas de nomes estão no
mesmo
livro, o autor não viu nenhuma contradição entre elas. Terceiro,
alguns lugares podem ter
tido
mais de um nome. Ijé-Abarim, por exemplo, também é chamado de Ijim
(Nm 33:44-45).
Quarto,
nenhuma das duas listas pode estar completa, já que mencionam apenas
os nomes
que
o autor queria destacar a cada vez. Números 21 relaciona seis
lugares de Ijé-Abarim a Moabe,
ao
passo que Números 33 relaciona apenas três. As duas listas podem
ter sido feitas com diferentes
perspectivas
ou propósitos. Quinto, a lista em Números 33 pode referir-se aos
centros de operações
de
Moisés e do tabernáculo.
Sexto,
como havia milhões de pessoas que cobriam uma larga extensão de
terra, mais de
uma
cidade pode ter sido ocupada ao mesmo tempo. Sétimo, em sua
peregrinação Israel pode ter
passado
pelo mesmo lugar duas vezes, primeiro numa rota cheia de desvios e
depois numa rota mais
direta
(cf. Nm 33:30-33).
NÚMEROS
35:19 - Por que Deus permitiu o vingador do sangue, porém proibiu o
assassinato?
PROBLEMA:
Deus proibiu o
homicídio (Êx 20:13). Mas Ele diz: "O vingador do sangue, ao
encontrar
o homicida, matá-lo-á"(Nm 35:19).
SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar,
não se tratava de um ato de
homicídio, mas de
um ato de
pena de
morte
que Deus tinha
ordenado antes da lei (Gn 9:6), e que Moisés reafirmou com a Lei (Êx
21:12).
Além
disso, observe-se que era para ser executado em um "homicida",
e não simplesmente em
qualquer
pessoa. Também, o vingador tinha de ser o parente homem mais próximo
de quem fora
morto,
não qualquer um que quisesse fazer justiça com as próprias mãos.
Para
resumir, o que é proibido em Êxodo 20 é o reconhecido crime de
homicídio, e o que é
permitido
em Números 35 é a reconhecida responsabilidade de ser aplicada a
pena capital. Estas
duas
coisas não estão em conflito.
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