1
CORÍNTIOS
1
CORÍNTIOS 1:17 - Paulo se opôs ao batismo nas águas?
PROBLEMA:
Paulo declara que
Cristo não o enviou para batizar. Contudo, Cristo comissionou os
seus
seguidores a fazer "discípulos de todas ag nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do
Espírito Santo)" (Mt 28:19). Então Paulo contradisse Cristo?
SOLUÇÃO:
Paulo não se opunha
ao batismo, mas ele não cria ser o batismo uma condição para a
salvação
(veja os comentários de Atos 2:38). O próprio Paulo foi batizado
nas águas (Atos 9:18;
22:16)
e ensinou sobre o batismo em suas epístolas (cf. Rm 6:3-4; Cl 2:12).
De fato, nessa
passagem
(1 Co 1), Paulo admite ter batizado várias pessoas (vv. 14,16), como
o fez como
carcereiro
de Filipos depois de sua salvação (At 16:31-33). Conquanto
acreditasse que o batismo
com
água fosse um símbolo da salvação, ele não cria que o batismo
fizesse parte do Evangelho ou
que
fosse essencial para a salvação.
1
CORÍNTIOS 2:8 - Como Paulo pôde dizer que os poderosos deste século
não conheceram a
Cristo,
se Jesus apresentou-se diante deles no seu julgamento?
PROBLEMA:
O apóstolo afirma
que "nenhum dos poderosos deste século conheceu [a sabedoria
de
Deus, que é Cristo]; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam
crucificado o Senhor da
glória".
Contudo, Jesus apresentou-se diante das autoridades dos judeus e dos
gentios, inclusive
Pilatos,
Herodes e Caifás (cf. Mt 26-27; Mc 14-15; Lc 22-23; Jq 18-19).
SOLUÇÃO:
Primeiro, Paulo não
disse que eles não conheceram a Cristo, mas que não conheceram
o
"mistério" sobre a redenção de Cristo, que permanecera
escondido por tanto tempo (1 Co 2:7-8;
cf.
Ef 3:3-4).
Segundo,
eles sabiam que tinham consentido que Cristo fosse crucificado (cf.
Mt 21:38),
mas
o fizeram "por ignorância" (cf. At 3:17), desconhecendo as
implicações de sua decisão. Eles
estavam
moralmente cegos (cf. Jo 16:3), embora tivessem tido a compreensão
do fato físico e social
que
foi a crucificação de Jesus de Nazaré.
1
CORÍNTIOS 3:11 - Quem é o fundamento da igreja: Cristo ou os
apóstolos?
PROBLEMA:
Nesse texto, Paulo
insiste em dizer que "ninguém pode lançar outro fundamento,
além
do que foi posto, o qual é Jesus Cristo". Por outro lado, ele
disse aos efésios que a Igreja é
edificada
"sobre o fundamento dos apóstolos" (Ef 2:20). Qual é
então o fundamento da igreja?
SOLUÇÃO:
A resposta está
logo em seguida, no versículo da última citação: "sendo ele
mesmo,
Jesus
Cristo, a pedra angular" (Ef 2:20). Cristo é o fundamento num
sentido
primário, e os
apóstolos
por ele escolhidos são o fundamento num
sentido secundário. Cristo
é, por assim dizer, o
alicerce,
e os apóstolos são o fundamento sobre ele construído (veja Mt
16:16-18).
Cristo
é o elo central que mantém o fundamento apostólico da Igreja.
Foram os seus
feitos
(sua
morte e sua ressurreição) e a
doutrina dos
apóstolos (cf. At 2:42) a respeito dele que
constituíram
o fundamento da igreja cristã.
1
CORÍNTIOS 3:13-15 - Essa passagem dá suporte à doutrina católica
do purgatório?
PROBLEMA:
Os católicos
romanos apelam para essa passagem como base da doutrina de uma
punição
temporária daqueles que não são suficientemente bons para irem
diretamente para o céu.
Apontam
para o fato de que a passagem fala de pessoas que sofrerão "dano"
quando suas obras se
queimarem
com o fogo, mas que acabarão sendo salvas (1 Co 3:15). Será que a
Bíblia ensina que
há
um inferno temporário (purgatório), onde as pessoas sofrem por
causa de seus pecados, antes de
poderem
ir ao céu?
SOLUÇÃO:
Em parte alguma a
Bíblia ensina a doutrina do purgatório. Essa doutrina é contrária
a
muitos
fatos das Escrituras. Primeiro, o inferno é um lugar permanente de
"fogo eterno" (Mt 25:41).
Ele
impõe uma "penalidade de eterna destruição, banidos da face
do Senhor" (2 Ts 1:9; veja os
comentários
deste versículo). Jesus declarou ser o inferno um lugar em que nunca
"o fogo se apaga"
e
onde o corpo nào "morre" (Mc 9:45-48).
Segundo,
uma vez no inferno, ninguém pode sair dele. Jesus disse que "está
posto um
grande
abismo,... de sorte que os que quiserem passar" de um lado para
o outro não têm como fazêlo
(Lc
16:26). Isso é verdadeiro mesmo que eles lastimem estar lá (Lc
16:23, 28).
Terceiro,
a doutrina do purgatório é uma afronta à completa e suficiente
obra de Cristo na
cruz,
com a sua morte. Quando Jesus morreu por nossos pecados (1 Co 15:3),
Ele proclamou: "Está
consumado!"
(Jo 19:30). Olhando para o que iria acontecer na cruz, Jesus orou ao
Pai, dizendo: "eu
te
glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer"
(Jo 17:4). O livro de
Hebreus
nos informa de que "tendo oferecido, para sempre, um único
sacrifício pelos pecados,
[Jesus]
assentou-se à destra de Deus" (Hb 10:12). "Porque, com uma
única oferta, aperfeiçoou para
sempre
quantos estão sendo santificados" (Hb 10:14).
Quarto,
o único purgatório por que alguém passou foi o purgatório dt
Cristo na cruz, quando
ele
purgou os nossos pecados. O autor de Hebreus declara que "depois
de ter feito a purificação dos
pecados,
assentou-se à direita da Majestade, nas alturas" (Hb 1:3).
Quinto,
a doutrina do purgatório baseia-se no livro apócrifo de 2 Macabeus
(12:46), o qual
diz
que rezar pelos mortos, para que sejam absolvidos de seus pecados, é
um modo de pensar santo
e
piedoso. Mas esse livro, do segundo século antes de Cristo, não diz
ser inspirado, como também
não
afirma isso nenhum dos demais livros apócrifos. O livro de 1
Macabeus até mesmo nega a sua
inspiração
(1 Mac 9:27).
Os
livros apócrifos jamais foram aceitos pelo judaísmo como sendo
inspirados. Nem Jesus
nem
os autores do NT jamais os citaram como in ipirados. Até mesmo
Jerônimo, o católico romano
tradutor
da importante Bíblia em latim chamada Vulgata, rejeitou 2 Macabeus
juntamente com os
demais
livros apócrifos. Além disso, 2 Macabeus não foi oficialmente
acrescentado à Bíblia pela
Igreja
Católica Romana senão em li
46 a.D., cerca de 29
anos depois que Lutero deu início à
Reforma,
durante a qual ele falou contra o purgatório e contra as orações
em favor dos mortos.
Finalmente,
mesmo quando 2 Macabeus foi acrescentado por Roma na Bíblia (junto
com os
demais
livros apócrifos), ela rejeitou outro livro apócrifo, que fala
contra orações pelos mortos. O
livro
de 2 Esdras (chamado de 4 Esdras pelos católicos), falando do dia da
morte, declara:
"ninguém
jamais orará por outro naquele dia" (2 Esdras 7:105).
Rejeitando este livro e aceitando
Macabeus,
a Igreja Católica manifestou arbitrariedade na decisão da escolha
de livros que
suportassem
as dou-tr nas que ela tinha acrescentado à Bíblia.
Concluindo,
em 1 Coríntios, Paulo não está falando de purgatório, mas do
"tribunal de
Cristo",
perante o qual todos os crentes comparecerão para receber sua
recompensa "segundo o bem
ou
o mal que tiver fé to por meio do corpo" (2 Co 5:10). Toda
nossa "obra" vai ser "revelada pelo
fogo"
e "se permanecer a obra de alguém,... esse receberá galardão
(1 Co 3:13-14).
Sendo
que a salvação do inferno é
pela graça, não
por obras (Rm 4:5; Ef 2:8-9; Tt 3:5-7),
está
claro que essa passagem está falando da "obra" e do
"galardão" do crente, por servir a Cristo, e
não
de um possível purgatório onde o cristão (em vez de Cristo)
tivesse de sofrer pelos pecados que
praticou.
1
CORÍNTIOS 3:19 - Como Paulo pôde considerar inspiradas as palavras
de Elifaz, se Deus o
repreendeu
por dizê-las a Jó?
PROBLEMA:
Em 1 Coríntios 3:19
o apóstolo Paulo cita do livro de Jó uma afirmativa feita por
Elifaz,
um dos amigos de Jó, a saber: "porquanto está escrito: 'Ele
apanha os sábios na própria
astúcia
deles'" (cf. Jó 5:13). Contudo, no livro de Jó, Deus disse a
Elifaz: "A minha ira se acendeu
contra
ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que
era reto, como o meu
servo
Jó" (Jó 42:7). Se o que Elifaz disse não era reto, então as
suas palavras podem ser
consideradas
inspiradas?
SOLUÇÃO:
Primeiro, Deus não
disse que tudo que tinha sido falado por Elifaz era falso, mas
apenas
as suas acusações de que Deus estaria punindo Jó por causa dos
pecados dele. Nesse ponto
Elifaz
e seus amigos não falaram o que era correto segundo Deus. Porque
Deus considerava Jó um
homem
"íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal"
(Jó 2:3).
Satanás
pensou que, diante de determinadas circunstâncias, Jó blasfemaria
contra Deus (2:4-
5).
Portanto, tudo o que aconteceu a Jó foi permitido por Deus para
mostrar que ele não
blasfemaria.
O que aconteceu não foi por Jó ter pecado. À luz disso, os amigos
de Jó estavam
errados.
Mas isso não significa que eles não tenham dito nada que fosse
verdadeiro em seus
discursos.
Por exemplo, certamente Elifaz estava correto ao dizer que Deus "faz
chover sobre a
terra
e envia águas sobre os campos" (5:10). De igual modo, foi
correto o que ele disse ao afirmar
que
Deus "apanha os sábios na sua própria astúcia" (Jó
5:13).
Segundo,
Paulo emprega a frase "está escrito" ao referir-se ao
texto citado. Essa é uma
prática
padrão do NT para mostrar que uma determinada passagem tem
autoridade (cf. Mt
4:4,7,10).
Assim, o inspirado NT aprova aquela declaração como sendo
verdadeira. Realmente, o
fato
de que Deus faz uso dessa mesma verdade básica na sua declaração a
Jó (37:24) dá a sua divina
aprovação
a ela, tornando-a apropriada para que Paulo a cite como inspirada.
1
CORÍNTIOS 5:9 - Se Paulo escreveu outra epístola inspirada, por que
Deus permitiu que
ela
se perdesse?
PROBLEMA:
Paulo refere-se a
uma epístola anterior escrita por ele aos coríntios, da qual não
se
tem
conhecimento. Mas desde que ela foi escrita por um apóstolo a uma
igreja e continha instruções
espirituais
de quem possuía autoridade, tal carta deve ser considerada
inspirada. Isso levanta a
seguinte
questão: Como pôde então Deus permitir o extravio de uma epístola
inspirada.
SOLUÇÃO:
Há três
possibilidades nessa questão. Primeiro, pode ser que n$m todas as
cartas
apostólicas
tenham tido o propósito de estar no cânon das Escrituras. Lucas
refere-se a "muitos"
outros
evangelhos (1;1). João dá a entender que houve muitas coisas mais,
que Jesus fez, mas que
não
foram registradas (20:30; 21:25). E possível que Deus não
pretendesse que essa assim chamada
"carta
perdida" aos coríntios integrasse o cânon dos livros que foram
preservados para a fé e prática
das
futuras gerações, como aconteceu com os demais 27 livros do NT (e
com os 39 do AT).
Segundo,
alguns crêem que a carta referida (em 1 Co 5:9) pode não estar
perdida afinal, mas
ser
uma parte de um livro existente na Bíblia. Pór exemplo, ela poderia
ser parte do trecho que
conhecemos
como sendo 2 Coríntios (capítulos de 10 a 13), que alguns acreditam
ter sido posto
junto
com os capítulos de 1 a 9. Para isso baseiam-se no fato de que os
capítulos de 1 a 9 têm
notoriamente
um tom diferente em relação ao restante do livro de 2 Coríntios
(capítulos de 10 a 13).
Isso
pode indicar que o trecho foi escrito numa ocasião diferente. Além
disso, apontam para
o
uso da palavra "agora" ( em 1 Co 5:11), em contraste com um
implícito "então", quando o livro
anterior
fora escrito Observam também que Paulo refere-se a "cartas"
(no plural) que ele tinha
escrito,
em 2 Coríntios 10:10.
Terceiro,
outros acreditam que em 1 Coríntios 5:9 Paulo esteja se referindo ao
presente livro
de
1 Coríntios, ou seja, ao mesmo livro que ele estava escrevendo
naquela hora. Em apoio a isso
observam
o seguinte:
1)
Embora o tempo verbal grego empregado aqui, o aoristo ("escrevi"),
possa referir-se a uma carta
do
passado, ele poderia referir-se também ao mesmo livro. Isso é
chamado de um "aoristo
epistolar",
porque se refere ao mesmo livro em que ele está sendo usado.
2)
Em grego, o aoristo não é um tempo do passado como tal. Ele
refere-se ao tipo
de ação, e não
propriamente
ao tempo da
ação. Ele identifica uma ação completa, que pode até mesmo ter
levado
muito
tempo para ser realizada (cf. Jo 2:20).
3)
tempo aoristo com freqüência implica uma ação decisiva, sendo que
no caso Paulo estaria
dizendo
mais ou menos o
seguinte: "Estou
escrevendo-lhes em caráter decisivo..." Isso certamente
está
de acordo com o contexto dessa passagem, na qual ele está instando a
Igreja a tomar uma
medida
imediata de excomungar um membro impuro.
4)
Outro "aoristo epistolar" foi usado por Paulo nessa mesma
carta, quando ele disse: "Não estou
escrevendo
na esperança de que vocês façam isso por mim" (1 Co 9:15,
NVI).
5)
Não há absolutamente indicação alguma na história da igreja
primitiva de que uma tal
carta
de Paulo, além das conhecidas 1 e 2 Coríntios, tenha existido. A
referência em 2 Coríntios
10:10,
dizendo: "as cartas... são graves", pode significar tão
somente "o que ele escreve é grave". E
o
"agora" de 1 Coríntios 5:11 não indica necessariamente
que era uma carta posterior. Esta palavra
pode
ser traduzida por "não" (BJ), ou como uma expressão de
ênfase: "o que eu digo é que..." (TLH
e,
com pequena variação, BV).
1
CORÍNTIOS 6:2-3 - Como os santos julgarão o mundo e os anjos?
PROBLEMA:
A Bíblia assegura
que Deus é o juiz do mundo (SI 96:13; At 17:31;
Ap 20:11-15),
até
mesmo dos anjos maus (2 Pe 2:4; Ap 12:9). Por que, então, Paulo
afirma que os cristãos serão
os
juizes do mundo e dos anjos?
SOLUÇÃO:
Obviamente, Deus é
o juiz dos homens e anjos perversos num sentido diferente do
que
serão os crentes. Qualquer que seja o julgamento que tivermos de
fazer, será na condição de
representantes
ou delegados
de Deus, não em
virtude de nenhum direito que pudéssemos ter
inerente
a nós mesmos. Somos apenas os instrumentos
mediante os quais
Deus executa o seu
julgamento.
Não competirá a nós tomar as decisões finais.
Não
está bem claro o que exatamente Paulo antevia nessa passagem, mas de
fato sabemos
de
outros trechos da Escritura que há certos sentidos em que
legitimamente se pode dizer que os
crentes
julgarão o mundo. Primeiro, durante o reinado de Cristo, os
apóstolos também se assentarão
"em
doze tronos para julgar as doze tribos de Israel" (Mt 19:28).
Segundo,
aqueles que foram fiéis a Cristo durante a tribulação "viveram
e reinaram com
Cristo
durante mil anos" (Ap 20:4). João disse: "Vi também
tronos, e nestes sentaram-se aqueles
aos
quais foi dada a autoridade de julgar" (Ap 20:4).
Terceiro,
alguns crêem que Deus vai julgar os ímpios pela piedosa conduta dos
crentes.
Jesus
até mesmo disse a respeito dos habitantes de Nínive que eles "se
levantarão no juízo com esta
geração
e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas"
(Mt 12:41).
Aparentemente,
Deus vai apresentar pecadores que se arrependeram como exemplos para
aqueles
que
não se arrependeram, e estes então serão condenados com justiça
por seus próprios
contemporâneos.
De igual modo, os anjos que pecaram no ambiente de perfeição do céu
serão
julgados
com base na conduta de homens que foram salvos no ambiente imperfeito
da terra (2 Pe
2:4).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem-vindo! Por favor, nada de ofensas, zombaria, blasfêmias, sejamos civilizados :)